Ciclista pedala na ciclovia da Av. Vergueiro, em São Paulo. Foto: Willian Cruz

São Paulo pode ter mais de 1500 km de ciclovias em 2030, segundo o Plano de Mobilidade

Plano inclui ciclovias, bicicletários, paraciclos, bicicletas compartilhadas e adaptações de pontes, viadutos e túneis, além de ações e programas educativos.

Ciclista pedala na ciclovia da Av. Vergueiro, em São Paulo. Foto: Willian Cruz
Ciclista pedala na ciclovia da Av. Vergueiro, em São Paulo. Foto: Willian Cruz

A Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo divulgou uma primeira versão do Plano de Mobilidade de São Paulo – Modo Bicicleta (PlanMob), com diretrizes para consolidação do Sistema Cicloviário da cidade até 2030.

O PlanMob estabelece a ampliação da rede destinada aos ciclistas a partir de implantações e suas conexões, expansão do compartilhamento de bicicletas, implantação de bicicletários e paraciclos e a criação de ações e programas educacionais que promovam o uso da bike como meio de transporte.

O documento foi elaborado pelo Departamento de Planejamento, Estudos e Projetos Cicloviários da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e obedece a Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei Federal 12.587 de 2012), que estabelece o padrão de mobilidade urbana no Brasil.

As pontes, viadutos, passarelas, túneis e passagens subterrâneas também receberão especial atenção do município. Haverá adequações para pedestres e ciclistas nas construções existentes e todas as novas edificações deverão contemplar a travessia segura desses dois grupos. Novas obras cujos estudos demonstrem a inviabilidade de espaços para pedestres e ciclistas deverão prever estruturas adicionais exclusivas – ciclopassarelas – promovendo a conexão entre as mesmas áreas atendidas e integradas com a Rede Cicloviária Estrutural.

Infraestrutura possui 600 metros de comprimento e dá continuidade à ciclovia da avenida Guilherme Cotching.  Foto: Enzo Bertolini
Ciclovia em ponte da Vila Maria, zona norte de São Paulo.
Foto: Enzo Bertolini

Metas

A prefeitura estabeleceu três prazos como referência para o cumprimento das metas estabelecidas no plano de implementação da Rede Cicloviária Estrutural: 2016, 2024 e 2030. Segundo o documento, outras intervenções serão posteriormente incluídas, seja porque dependem de estudos técnicos ou por estarem vinculadas a ações planejadas por órgãos que tenham por competência a execução de intervenções no viário.

Para 2016, foi estabelecida a implantação de estruturas cicloviárias em nove pontes, seis viadutos e cinco passarelas. Além disso, está programada a construção de três ciclopassarelas, a construção de 40 km de ciclovias em corredores de transporte coletivo e de 220 km de estruturas cicloviárias na malha viária existente.

Em 2024, o plano prevê que estejam implantadas estruturas cicloviárias em mais duas pontes, treze viadutos, cinco túneis sob trilhos e 21 passarelas. Também devem ser construídas nove ciclopassarelas, quatro pontes e uma passarela contemplando o deslocamento de bicicleta. Além disso, serão construídos 450 km de ciclovias em corredores de transporte coletivo e mais 400 km de estruturas cicloviárias na malha viária existente.

A meta até o ano de 2030 é implantar estruturas cicloviárias em quatro pontes, 11 viadutos, três túneis sob trilhos, 23 passarelas e quatro passagens subterrâneas. Construir uma ponte nova contemplando estruturas cicloviárias, 50 km de ciclovias em corredores de transporte coletivo e 100 km na malha viária existente.

Se a meta for cumprida, em 2030 São Paulo terá um total de mais de 1500 km de infraestrutura cicloviária, além de 24 pontes, 32 viadutos, 50 passarelas, quatro passagens subterrâneas e três túneis sob os trilhos adaptados para travessia de bicicletas e dez ciclopassarelas.

Atualmente, São Paulo conta com 262 km de infraestrutura cicloviária, quatro pontes e dois viadutos com ciclovias.

Estacionamento de bicicletas

O plano prevê que todas as estações e terminais de transporte coletivo tenham previstos em seus projetos bicicletários para a guarda de bicicletas em áreas seguras e atrativas aos usuários deste modal, conforme definido na política de estacionamento de bicicletas do Plano de Mobilidade.

Entre as ações planejadas estão equipar todos os terminais de ônibus existentes e futuros com bicicletários adequados e seguros e estimular a implantação em estações de metrô e trens, bem como em terminais de ônibus intermunicipais, que estão sob gestão estadual. Além disso, a prefeitura quer colocar bicicletários públicos nas centralidades de bairro em todas as 32 subprefeituras – o primeiro deles foi o bicicletário do Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste da cidade. Por fim, a instalação paraciclos ao longo da Rede Cicloviária Estrutural.

Estação Shopping Eldorado, terceiro maior fluxo no mês de outubro de 2013. Foto: Willian Cruz
Estação do sistema Bike Sampa próxima ao Shopping Eldorado. Foto: Willian Cruz

Bicicletas compartilhadas

O Plano Diretor aprovado em 2014 passou a considerar o sistema de bicicletas compartilhadas como um componente do Sistema Cicloviário (em seu art. 249) , incorporando-o definitivamente ao planejamento de mobilidade urbana na cidade.

No PlanMob, a prefeitura eleva o sistema de bicicletas compartilhadas ao status de transporte público complementar, servindo tanto para viagens exclusivas neste modo, quanto para a integração com o transporte público coletivo.

Em São Paulo, o sistema de bicicletas compartilhadas começou a ser implementado em 2012, sob responsabilidade do Itaú Unibanco. Posteriormente, a Bradesco Seguros criou o seu próprio programa, o que deixou a cidade com estações que não conversam entre si. A meta da prefeitura é implantar um sistema com padrão único para o travamento das bicicletas às estações, permitindo que uma bicicleta retirada em uma estação possa ser devolvida em qualquer outra estação da cidade.

Com apenas 10% do território urbano atendido, a prefeitura estabelece como meta um sistema que atenda a 100% da cidade até 2030 (20% em 2016 e 60% em 2024). Entre as ações, há a previsão de integrar o sistema de bicicletas compartilhadas ao transporte público coletivo de passageiros, implantando, sempre que possível, estações de bicicletas nas áreas internas dos terminais de ônibus, estações de metrô e trens.

Diretrizes que orientam o Sistema Cicloviário

  • Abranger todo o território do município, possibilitando a integração com cidades vizinhas;
  • Integrar o modo bicicleta ao sistema de transporte público coletivo, por meio de seus terminais e estações;
  • Ampliar a participação da bicicleta na distribuição de viagens;
  • Ampliar a acessibilidade e a mobilidade da população através do fomento do uso da bicicleta como meio de transporte;
  • Reduzir o uso do transporte motorizado.

Participação popular

O Plano de Mobilidade ainda não está fechado e você terá a chance de opinar sobre esse processo. A primeira versão está disponível no site da prefeitura e pode ser baixada aqui.

No último dia 11 de abril foi realizada uma reunião aberta para discutir especificamente as mudanças que afetam os ciclistas paulistanos, mas ainda é possível enviar críticas, elogios e sugestões pelo e-mail cmtt@prefeitura.sp.gov.br.

10 comentários em “São Paulo pode ter mais de 1500 km de ciclovias em 2030, segundo o Plano de Mobilidade

  1. André, comparei o mapa com o Google mapa e infelizmente não está prevista uma ciclovia corifeu-vital brazil. Resolveria meus problemas 🙁 (talvez pq já exista na Eliseu e na Usp, ainda que a corifeu-vital fosse um trajeto ótimo para implantação)

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  2. Acho que é importante colocar banheiros públicos, com vestiário e chuveiros, para as pessoas virem pedalando ao trabalho, e ter um local para tomar banho e guardar as roupas.

    Sem isso, pode ter 5000 km de ciclovias que servirá apenas para o lazer.

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  3. O mapa estã com a resolução muito ruim. Alguem sabe se está prevista alguma ciclovia para região da av. Vital brasil e corifeu de azevedo marques, no butantã?

    abs

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  4. legal, mas poxa… as ciclovias/faixas nas pontes só para 2030 mesmo? Ai não…. essas teriam que ter prioridade, pois até dá para pedalar numa avenida movimentada, mas numa ponte só sobrevive o pessoal pró tour!!!

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  5. Seria muito importante a participação de lá ma grande quantidade de ciclistas no sábado. Para mostrar que ha sim uma participação grande das pessoas na construção das politicas públicas, diferentemente do que diz a tal promotora do ministério público.

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  6. Eu não vejo a hora de, daqui 10 anos, virar pra uma das pessoas que tanto resistem às ciclovias em São Paulo, e dizer: “Lembra quando isso tudo começou, e vocês eram contra?”, e ver a cara de tacho da pessoa. Heheh.

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  7. > Atualmente, São Paulo conta com 262 km de infraestrutura cicloviária, quatro pontes e dois viadutos com ciclovias.
    A ciclopassarela do Parque do Povo (Ciclovia Pq. Povo/Ciclovia da Marginal Pinheiros) está nessa conta?

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  8. Iniciativa sensacional. É importante que as discussões comecem o quanto antes, que os planos sejam delineados, que as primeiras percepções sejam coletadas para que haja o máximo de consenso no processo.

    É de visão de longo prazo que esse país carece. E que as coisas sejam tocadas com ética e honestidade.

    Bora pedalar!

    Comentário bem votado! Thumb up 17 Thumb down 1

    1. Grande emoção ler o comentário deste amigo querido, que infelizmente partiu prematuramente neste ano.
      Engenheiro da Poli, de uma inteligência extraordinária, bem informado e politizado, trazia importantes contribuições para as causas sociais, ambientais e urbanísticas. Adepto à prática do esporte, tinha no ciclismo muitos amigos de treino, passeios e viagens. Uma pena sofrermos hoje a privação de uma convivência tão construtiva. Minha saudade…

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