Congestionamento em São Paulo. Foto: Mario Roberto Duran Ortiz / CC BY 3.0

Você sabe quanto custa manter seu carro? Mesmo?

Empreendedor criou ferramenta online para calcular o custo de um carro ao longo do tempo e qual seu gasto médio mensal com ele. Faça as contas e surpreenda-se.

Congestionamento em São Paulo. Foto: Mario Roberto Duran Ortiz / CC BY 3.0
Congestionamento em São Paulo. Foto: Mario Roberto Duran Ortiz / CC BY 3.0
Uma simulação tendo como base um carro popular 1.0 e ano 2012: custa mais do que se imagina. Imagem: reprodução
Uma simulação tendo como base um carro popular 1.0 e ano 2012: custa mais do que se imagina. Imagem: reprodução

Desde 2002 o Vá de Bike traz matérias relevantes e de qualidade sobre a mobilidade por bicicleta e seus benefícios para as pessoas, cidades, economia, saúde e meio ambiente. Ao mesmo tempo, mostramos como o espaço dado para todos os modais de transporte não são igualitários, com 78% das vias sendo ocupadas por carros, mesmo que transportando apenas cerca de 28% das pessoas, enquanto ônibus e bicicletas são marginalizados.

Hoje nós vamos mostrar uma iniciativa que apresenta o custo real do seu veículo do momento que você o adquiriu até hoje. O empreendedor Israel Lot criou o site “Meu carro é um monstro“, onde apresenta gastos com juros, desvalorização, custo de manutenção, seguro, estacionamento, mecânica, combustível e lavagem, além da depreciação e aumento de rodagem. No final, é mostrado o gasto total, o dinheiro que não volta, o custo por mês e o custo por dia.

Na primeira parte do site, ao inserir o modelo do veículo e ano de fabricação, o sistema apresenta o valor do bem à época, tendo como base a tabela Fipe. Depois, podem ser ajustados valores de entrada, taxa de juros e quantidade de parcelas. No final são apresentados os gastos com juros.

No segundo bloco são dados de valorização ou desvalorização do veículo durante o período em que o bem está com o proprietário. Na sequência, são mostrados gastos com manutenção, como IPVA, DPVAT, licenciamento, quilometragem, gasto com combustível de acordo com o desempenho na cidade, o total gasto com gasolina, a quantidade de CO2 emitida na atmosfera, gasto na estrada, pedágio, mecânica, estacionamento e lavagem.

Tudo isso para mostrar que o carro é um passivo e não ativo, ou seja, perde valor com o tempo. Imagine o que você poderia fazer com o dinheiro economizado se não tivesse um carro (ou dois, ou três, etc).

Cálculos mostram custo do carro ao longo do tempo. Imagem: Divulgação
Cálculos mostram custo do carro ao longo do tempo. Imagem: Divulgação

Congestionamentos custam caro

O carro não faz apenas seus proprietários perderem dinheiro, mas impacta também a economia como um todo. Um estudo do economista Marcos Cintra mostra que o congestionamento tem um custo elevado para São Paulo. Somando os custos pecuniários, dinheiro que a cidade perdeu de fato, e o custo de oportunidade – com o dinheiro que a cidade deixou de gerar por causa do trânsito, o valor chega a R$ 40 bilhões (dados de 2012).

A capital paulista tem uma frota de mais de 7 milhões de carros, que ocupam os mais de 17 mil quilômetros de vias da cidade. De acordo com dados de 2011 da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a taxa de ocupação média na cidade é de 1,4 pessoa por veículo. Ou seja, a cada 100 carros, 140 pessoas são transportadas, quando poderiam levar até 500.

Na cidade de São Paulo, 90% da poluição é causada pelos carros (dados da CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Os paulistanos vivem em média dois anos a menos por causa dessa poluição, que mata quase 20 pessoas por dia, segundo o laboratório de poluição atmosférica da Universidade de São Paulo (USP).

Essas são algumas das consequências do uso excessivo do automóvel. Mas ainda há muitas outras.

Que tal repensar o uso do automóvel?

16 comentários em “Você sabe quanto custa manter seu carro? Mesmo?

  1. Me custava R$10.000 por ano … 833 por mês…. 27 reais por dia…… 1.15 por hora….. manutenções básicas, combustível, parcela e impostos…. sem contar com seguro, estacionamento, imprevistos, troca de pneu….. vendi…. comprei uma bike híbrida…com 800 sobrando invisto no meu bem estar…..nem andando de taxi todo fds tenho um custo tao elevado….

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  2. Não sei se vocês repararam ao criar o artigo, mas o site “Meu carro é um monstro” é uma estratégia de marketing da Fleety, uma rede de carros compartilhados.

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  3. Meu pai trabalha com automóveis desde 68, então a cultura do carro é algo muito forte em nossa família… porém sempre com o devido policiamento pra não cair no excesso.
    Meus pais fazem uma média de quilometragem de 3000 km por ano, os dois. Eu tenho restringido o uso do meu apenas pra visitar a namorada, que mora a 20 km de distância (já sei, “vai de bike, sedentário desgraçado”, mas é uma vez a cada duas semanas, e são três crianças, então acaba compensando).

    Problema todo, na verdade, não é o carro e sim o uso indiscriminado.

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  4. O site não é supervalorizado, nós é que somos casos excepcionais. Não dá pra comparar um cara como eu que só tira o carro da garagem passear no domingo ou pra levar o filho no médico, com um cara que usa o carro pra tudo. Acredito que o intuito do site é mostrar que o sujeito que tem o carro como principal meio de transporte tem um custo/beneficio muito baixo.

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  5. Fiz a conta pelo site Monstro e pareceu-me um tanto exagerada…pode ser mais próxima do perfil de um heavy user do automóvel.
    Como só uso carro nos fins de semana, gasto em torno de 150,00 por mês em combustível, a manutenção eu mesmo faço, só compro as peças. Ano passado gastei um total de 1200,00 em peças. Mesmo assim, é um custo alto pela frequência de uso. Só não uso ônibus para ir às compras porque é difícil carregar muitas sacolas.

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    1. Tb pretendo começar a fazer a manutenção dos meus carros. Das bikes eu já faço tudo.
      A mão de obra nem é tão cara no caso dos automóveis em oficinas de bairro. O chato é ter que agendar o dia, ter que levar o carro lá e buscar depois.
      Concordo que o carro monstro é supervalorizado.

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    2. A conta é para quem usa o carro todos os dias para trabalhar, ida e volta, enfrentando congestionamentos diarios.

      Mas não esqueça que tb tem o IPVA, DPVAT, seguro do carro, estacionamento (se não tiver na empresa) e logo mais, a inspeção veicular, qdo voltar (se voltar)

      O bom é a pessoa usar os modais com inteligência. Para trabalhar, metrô, trem ou ônibus, onde o custo do transporta fica a cargo da empresa, já que a maioria recebe vale transporte.

      Se o trajeto for curto, algo em torno de 5 km, vale a pena tentar a bike e ficar com o VT todo para você. Com o que economizar no VT, usa-se na manutenção do carro.

      E o carro fica mesmo para os fins de semana, viagens, familia e qdo precisar fazer compras grandes….

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  6. Deixei de USAR o carro tem 6 meses … Com isso deixei de gastar 2.000,00 somente de gasolina. Bike is free !!!!!

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    1. Parabéns! a vida útil do seu carro vai durar muito mais, que será ótimo qdo vc quiser usa-lo para viajar.

      Acrescente nessa conta também o $$ que deixará de pagar de estacionamento, troca de óleo e menos manutenção.

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  7. ja fiz os custo dos meus carros nesse site monstro. é engraçado, mas irreal. supervaloriza um monte de coisas. é apenas divertido e não realista (para meu caso pelo menos).
    Tenho 2 carros (antigos ano 199 e 2000). Tenho umas 10 bicicletas. Uso variado, tem semana que é só carro, tem meses que é praticamente só bicicleta. Depende muito da necessidade. Como sou autônomo atualmente eu não tenho rotina. Cada dia é uma aventura. Então é importante para mim ter as duas opções carro/bicicleta.
    Numa época que era empregado e tinha rotina, praticamente só usava bike, pois quase todo dia era o mesmo trajeto.
    De qualquer forma discordo que ter carro é um luxo para todos. As vezes é uma ferramenta de trabalho como qualquer outra.

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  8. Pois é…o conforto custa caro. Não só em relação ao automóvel, mas em casa também. Ar condicionado, banhos demorados, aquecimento, gasto excessivo de energia elétrica, tudo isso tem um custo altíssimo.

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    1. Então, como você mesmo disse, não é o conforto que custa caro, Newton, é o excesso dele. E o excesso de conforto leva a…? Ao batido sedentarismo, né? Inclusive mental. Claro, isso pra não falar de uns pecados capitais aí.

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    2. Não acho confortável ficar de 2 a 3 horas preso no transito todo dia. Deus que me livre.

      Ainda que o metrô e o trem sejam lotados, eu consigo fazer meus trajetos ida e volta sempre em menos de 1 hora. Isso se eu usar o metrô ou o trem.

      Se for de bike, utilizando os caminhos onde já tem ciclovias, o tempo de deslocamento reduz mais um pouco e eu ainda não gasto um centavo, não fico preso no transito, não preciso encarar lotação e ainda faço exercícios.

      Por isso utilizo os modais de forma inteligente e de acordo com a distancia. Metrô e trem para longe e a bike para distancia curta a média.

      E como bem lembrou o CiceroS, o sedentarismo traz sérios problemas de saúde que dinheiro algum irá curar no futuro.

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