A inauguração popular antecipada da Ciclofaixa de Lazer
O trecho novo da Ciclofaixa de Lazer paulistana já está sinalizado. Embora a inauguração esteja marcada para o dia 23 de janeiro, com corte de fita próximo ao aniversário da cidade, nesse domingo o que se viu foi muita gente usando o novo trecho.
Amparados pela sinalização e contendo por si próprios os poucos carros que resolviam desrespeitá-la, centenas de pessoas forçaram com sua presença a atividade da Ciclofaixa de Lazer já no domingo que passou, uma semana antes da inauguração programada.
Mesmo sem cones ou cavaletes, as pessoas fluíam do Parque do Povo ao Parque Villa Lobos, muitos levando crianças ao seu lado. Embora os homens da CET tivessem suas ordens para impedir que as pessoas passassem do parque à Ciclofaixa, elas o faziam longe de seus olhos. E, mesmo sem o isolamento e a segregação dos cones e cavaletes, faziam valer seu direito de circulação nas vias e a exclusividade garantida na faixa demarcada.
Que o ocorrido tenha servido de experiência para a CET e para a Secretaria Municipal de Transportes, que devem compreender que, mais do que vias segregadas, o que precisamos é de sinalização esclarecendo o direito do ciclista de utilizar as vias e fiscalização para coibir abusos de maus motoristas.
Muito mais barato e eficiente que fazer ciclovias é mudar a cidade para que o ciclista seja aceito e respeitado em meio ao tráfego, como reza a lei de trânsito desde 1997. Para isso, basta uma ampla campanha de conscientização dos motoristas sobre o direito dos ciclistas de compartilhar a via, sinalização oficializando nossa presença nas ruas e aplicação de multas em desrespeito a artigos como 38, 201 e 220 do Código de Trânsito.
Com a grande quantidade de ciclistas circulando no trecho novo, a CET teve receio de conflitos e acidentes causados por motoristas irresponsáveis e resolveu isolar alguns pontos com cones.
Pelo que pudemos acompanhar, isso aconteceu mais ou menos a partir do meio-dia, já no final do horário de operação da Ciclofaixa de Lazer. Mesmo assim, apenas uma fração muito pequena do trajeto ficou segregado fisicamente dos automóveis. E mesmo sobre a ponte Cidade Jardim, em que apenas um lado estava segregado por cones e o fluxo de veículos é intenso e bem acima dos 40km/h, havia respeito dos carros ao trecho sinalizado.
Há alguns buracos grandes nesse trecho novo, que podem causar um belo tombo em um ciclista distraído ou menos experiente. Mas um passarinho me contou que serão tapados ao longo da semana.
Mesmo com toda a demanda reprimida demonstrada nesse final de semana, andar de bicicleta na rua continua sendo visto pela prefeitura – e por muitos motoristas – apenas como um programa de domingo. Por isso a conscientização sobre o direito de compartilhar a via se torna tão urgente.
Bicicletas de todos os tipos, ciclistas de todas as idades. Que o espírito da Ciclofaixa de Lazer transborde para os outros dias da semana e para as vias não sinalizadas. O primeiro passo para isso é o reconhecimento e apoio da Secretaria de Transportes ao uso da bicicleta como meio de locomoção, não apenas como brincadeira de final de semana.
moro no compo belo gosto muito de pedalar,dia 29/05 11,ao ciscular pela ciclo faixa tinha uma moça tirando foto e,disse que podiamos vê estas fotos no site da cet,mas nao achei.Gostária de saber com consigo estas fotos? E demais,tá tudo perfeito.Parabéns pela ciclo faixa!!!!!!!
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Nas ciclofaixas podem pessoas de patins? No caso negativo, por que? Obrigado!
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Oi Cristiano
Não vejo problema em usar patins na ciclofaixa. Sempre vai ter um chato pra reclamar, mas aí você explica que “é porque a patinofaixa tá fechada hoje”… 🙂
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Na penúltima foto, essa palavra “SÓ” pintada no asfalto ficou engraçada. Ah, tá, foi a coincidência da pintura original, advertindo para a proibição do motorista trafegar por esta faixa caso não vá fazer a conversão à esquerda.
Por um instante, cheguei a pensar que haviam acrescentado o “SÓ” sobre todos os letreiros “Domingo”. Vai que algum incauto motorista resolve deixar de trafegar por aquela faixa em pleno dia de semana, né? Ia comprometer a fluidez 🙂 Por enquanto, é isso mesmo. Deu 14h01 do domingão e os pilotos voltam a apavorar o asfalto, como já testemunhei na curva da Hélio Pellegrino x Inhambu. O motorista quase pega pai e filho pedalando pela esquerda pouco após a retirada dos cones, afinal não podia perder o embalo da ladeira acima.
Toda vez que vejo a sequência de cones, aquela estrutura toda de orientadores, fico pensando se isto é mesmo necessário. “Ciclofaixa” fica sendo um eufemismo. Na verdade, aquilo é uma “Ciclovia temporária”, porque segue o mesmo princípio da segregação, como é desejável em pistas expressas. Ciclofaixa é faixa compartilhada, não? Serviria, além do lazer, para alertar os motoristas de que é possível dar prioridade aos ciclistas numa faixa em que estes possam estar, a qualquer dia da semana. Seria mais econômico e geraria até menos “antipatia”. Com a devida cautela, motoristas poderiam continuar fazendo as conversões à esquerda ou à direita cruzando a ciclofaixa desde que não houvesse bikes em movimento, como acontece em qualquer ciclofaixa do mundo. Mesmo quem não pedala compartilha da minha opinião ao ver os cones da segregação. É, mas levando-se em conta que nem os cones impediram a ocorrência de acidentes, talvez ainda não seja o momento de “tirar as rodinhas laterais” da nossa população.
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