Porto Alegre lança Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta

Além da luta por infraestrutura cicloviária, a “Mobicidade” nasce com o desejo de provocar transformações estruturais e humanitárias na cidade.

Os cidadãos de Porto Alegre contam com mais uma instituição preocupada com os interesses dos ciclistas. A Mobicidade – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta – foi fundada no dia 10 de junho de 2012, durante encontro no espaço Cidade das Bicicletas.

“Houve uma reunião anterior à data de fundação, na qual cada pessoa presente expressou seus anseios em relação à importância de se ter uma associação. Os relatos foram registrados e engendram a constituição e finalidade da Mobicidade”, afirmou uma das fundadoras, Lívia Biasotto.

A Associação é apartidária, sem fins lucrativos, horizontal (tanto em sua gestão, como em sua atuação) e voltada para a construção coletiva de ideias para uma cidade mais humana, valorizando e incentivando o uso da bicicleta. “Experimentamos a horizontalidade na organização do primeiro Fórum Mundial da Bicicleta e funcionou muito bem, porque a vontade de fazer as coisas acontecerem era maior e independente de qualquer diferença”, disse Lívia.

De maneira geral, a Mobicidade surge para:

– Discutir junto com os órgãos públicos competentes as questões relacionadas à mobilidade urbana e o cumprimento das leis, atuando na fiscalização e na implementação do Plano Cicloviário de Porto Alegre;

– Exercer papel de representação na votação dos investimentos da temática trânsito no orçamento participativo;

– Articular políticas públicas relacionadas à mobilidade urbana;

– Ser uma referência para a comunidade nos assuntos relacionados à bicicleta e seus desdobramentos, como também, representar e atuar como interlocutora das demandas dos usuários de bicicleta em todas as suas expressões;

– Produzir e disseminar conhecimento quanto ao uso da bicicleta nas cidades, constituindo-se num centro de informação e registro de dados relacionados ao assunto;

– Atuar no planejamento urbano e na promoção da cidadania a partir do uso da bicicleta;

– Promover e incentivar o uso da bicicleta;

– Contribuir para a formação de melhores operadores de trânsito (ciclistas, motoristas de carro, ônibus, caminhão, motocicletas e condutores em geral) e dos agentes de fiscalização do trânsito.

Ainda de acordo com Lívia Biasotto, a Mobicidade nasce para agregar causas que vão além da mobilidade urbana. “Ela veio do desejo latente de ciclistas de transformar a cidade para melhor viver e conviver. Por isso estamos nos articulando com outros grupos sociais, associações de moradores, etc, para pensar a cidade que queremos, fazendo da mobilidade urbana um instrumento que interliga pontos, sempre pensando nas pessoas, caminhando para a harmonia nas cidades, uma sustentabilidade que vai alem de ações pontuais”.

Para mais informações entre em contato:  contato@mobicidade.org

Assista um vídeo sobre o logo da Mobicidade e outro com algumas das expectativas.

ACPA

Depois de quase quatro anos de discussões e debates, a Associação dos Ciclistas de Porto AlegreACPAfoi fundada formalmente em dezembro do ano passado. Uma entidade também sem fins lucrativos, que tem como principal objetivo “a busca por melhores condições para os usuários da bicicleta em suas mais diversas modalidades”.

Apesar de existir há um pouco mais tempo, a ACPA trilha caminhos específicos e, de acordo com relatos de alguns ciclistas de Porto Alegre, hoje ela atende mais aos interesses dos esportistas e tem dificuldades de dialogar com movimentações e grupos mais heterogêneos. “Apesar das diferenças, como associação, ficamos contentes que exista mais de uma entidade em Porto Alegre, para que todos os interesses sejam representados e tudo que se move em torno da defesa do uso da bicicleta seja contemplado”, concluiu Lívia.

12 comentários em “Porto Alegre lança Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta

  1. boa noite
    meu nome é eduardo, sou sócio de um sushi … carica sushi, serfaim terra 66 jardim botanico proximo a esef.. gostaria de oferecer a quem vier de bike ao meu restaurante… um super desconto no almoço e janta.. possuo tambem serviço de translado
    8318 9240 eu cel

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  2. Novamente Aline, recebemos sua crítica como algo construtivo, mas para nós é uma grande surpresa qualquer alegação de que temos dificuldade de dialogar com movimentos mais heterogêneos, tendo em vista que não me recordo de qualquer dificuldade ou algo do tipo no transcorrer de todas as realizações da ACPA, principalmente tendo em vista que nossos associados possuem objetivos, opções e anseios extremamente diversos no que diz respeito ao uso da bicicleta.
    Se em nosso estatuto consta que nossa associação busca melhores condições para os usuários da bicicleta em suas mais diversas modalidades, isto não quer dizer que temos uma ligação restrita ao aspecto esportivo da bicicleta, quer dizer somente que não estamos restritos a isto ou aquilo.
    Como mencionei no comentário anterior, basta uma simples e interessada visita em nosso site para perceber que até o atual momento, todas as nossas iniciativas foram voltadas para aspectos de mobilidade urbana e contribuição para melhorias em obras públicas ligadas ao uso da bicicleta que estão sendo realizadas em nossa cidade.
    Outro aspecto que vale destacar é que Porto Alegre também possui outra associação de ciclistas, a ACZS – Associação dos Ciclistas da Zona Sul, que já há vinte anos, entre outros objetivos, também luta e contribui muito para a melhoria das condições dos ciclistas que utilizam a bicicleta como meio de transporte.
    Se a ideia do artigo era destacar a criação de uma primeira entidade que buscará melhorias para os ciclistas urbanos, saliento que em Porto Alegre já existem outras que fazem isso.
    Outro aspecto que vale destacar é a diferença entre uma associação apartidária como se intitula a Mobicidade e a restrição de filiação político partidária para qualquer cargo de gestão. Não podemos esquecer que tanto em organizações horizontais ou verticais, cargos de gestão são necessários para a realização dos devidos registros.
    Quem pedala e luta melhores condições para a bicicleta há mais tempo, sabe bem que em Porto Alegre a cada novo período eleitoral, vários políticos buscam uma aproximação com o movimento “cicloativo” com o objetivo de angariar votos.
    Tanto a ACPA quanto a ACZS possuem restrições em seus estatutos e diversos cuidados para que pessoas com filiação político partidária não ocupem cargos de gestão ou não se utilizem das associações para “objetivos políticos particulares”.
    Não sei se na Mobicidade tal cuidado foi tomado, mas é de conhecimento público que dois de seus fundadores são candidatos na próxima eleição, um deles inclusive, já foi candidato em uma eleição para vereador e também para deputado estadual. Diversos apoiadores ou cabos eleitorais deste candidato também fazem parte da Mobicidade.
    Talvez a vedação que existe em nosso estatuto, limitando a filiação de pessoas com filiação político partidária, seja a nossa dificuldade com os ditos grupos heterogêneos, pois, de acordo com relatos de alguns ciclistas de Porto Alegre, este teria sido um dos motivos que alavancou a criação desta terceira associação em Porto Alegre. Mas como disse, são relatos de alguns ciclistas, não posso e não tenho como afirmar.
    O que posso dizer é que estamos sempre de portas abertas para toda e qualquer iniciativa pura que realmente busque melhores condições para quem usa a bicicleta.
    Porto Alegre é uma cidade muito carente nos aspectos ciclísticos, acho que o tempo gasto com toda e qualquer comparação entre as associações é tempo perdido, o qual poderia estar sendo utilizado para causas maiores.
    Gostaríamos de novamente desejar uma ótima sorte para a Mobicidade, até por existirem associados em comum, deixando a ACPA inteiramente disponível para um futuro diálogo realmente produtivo, para iniciativas em conjunto, tal como temos com a ACZS e outras demais instituições.
    Novamente, agradecemos pela possibilidade de manifestação neste espaço e aguardamos o seu contato para qualquer esclarecimento para um artigo sobre a ACPA ou sobre a situação atual da mobilidade urbana e da bicicleta em Porto Alegre.
    Pablo.

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    1. Valeu Pablo!

      realmente não conhecia a ACZS, nunca ouvi falar e as pessoas com quem converso de PoA não me falaram sobre sua existência, apenas da ACPA. Como não consigo dedicar 100% do meu tempo para a causa, infelizmente o conhecimento se propaga e cresce na medida em que as pessoas nos trazem as informações. É assim que temos articulado novos posts de outras cidades como, Campinas, BH, Aracaju, Manaus, etc. Contando com informações trazidas por eles, fazendo levantamentos em sites de busca/redes sociais e conversando com conhecidos.

      Quem sabe um dia eu consiga fazer isso pessoalmente, viajando para os lugares e entrevistando pessoalmente também quem não conheço, trabalhando imersa nesse mundo e tentando cometer menos erros e equívocos. Mais uma vez reafirmo, a intenção nunca foi fazer paralelos comparativos.

      Obrigada mais uma vez, em breve entro em contato (inclusive com a ACZS).

      Em tempo: que cena rica aí no Sul, heim? Já fui em Poa algumas vezes e não tinha notado tanta complexidade.

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  3. Oi gente, bom dia!

    Primeiro, obrigada pelos elogios e pelas críticas. Importantíssimo receber um feedback das pessoas que leem nossos textos. Segundo, desculpem a demora para responder, estive com internet (bem) limitada esse final de semana. Só agora vi toda a repercussão.

    Vamos lá,
    quero esclarecer que a ideia definitivamente NÃO foi comparar as instituições, mas mostrar que existem diferentes pessoas lutando pela bicicleta em PoA, seja em qual âmbito for. Justamente por não ter entrado em contato direto com ninguém da ACPA a tempo, não me aprofundei mais sobre seus objetivos, área de atuação e atuais atividades na capital gaúcha. Só quis mesmo pontuar e sinalizar aos leitores que existe uma outra instituição atuando.

    Meu objetivo é escrever um post específico sobre a ACPA, pois nós do Vá de Bike estamos tentando muito dar voz e espaço para as ações de outras cidades brasileiras. Para isso já estou com o site da ACPA aberto aqui há umas 2 semanas, pelo menos, lendo as informações, procurando entender melhor o que é “público” para tentar abordar de uma maneira mais rica e completa. No meu texto original até tinha um parágrafo dizendo que “Em breve, mais informações sobre a Associação dos Ciclistas de Porto Alegre”, mas retirei com preocupação de criar expectativas junto às pessoas, pois não sei quanto tempo terei para fazer isso e, infelizmente (mesmo!) não ganho a vida só falando de bicicleta – a paixão em torno do tema é um terceiro tempo para quase todos nós aqui.

    Dizer que uma instituição tem dificuldade em dialogar com movimentos mais heterogêneos pode ser entendido – assim como eu entendi algumas mensagens aqui – como uma crítica construtiva diante de uma escolha de caminhos que estão sendo trilhados na prática. Não foi um ataque nem tentativa de diminuir e comparar as coisas. Até por que dizer que existem pessoas lutando e olhando para os ciclistas esportistas, não me parece algo, em princípio, ruim. Principalmente levando em conta o depoimento de uma integrante da Mobicidade ao afirmar que, apesar das diferenças, eles entendem a importância da existência de ambas instituições, “para que todos os interesses sejam representados”.

    Como já afirmei lá em cima, achei importantíssimo o esclarecimento e crítica de vocês. Preciso agora, se ainda houver interesse (claro), otimizar ainda mais meu tempo para escrever o que pretendia a cerca da ACPA.

    Obrigada mais uma vez!

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  4. Achei de muito mau gosto falar que temos dificuldade de dialogar com movimentações e grupos mais heterogêneos. Somos pelo bem da bicicleta independente de quem a usa. Assim como dito, mesmo que de acordo com relatos de alguns ciclistas, que atendemos mais aos interesses dos esportistas. ERRADO. Favor leiam atentamente nosso estatuto para esses esclarecimentos. http://www.acpa.org.br/?page_id=11
    Prosperidade a Mobicidade mas cuidado ao divulgar tais comentários.
    Nós da ACPA agora, entendam, só estamos querendo esclarecer esses textos que pra nós, não nos identifica.
    Abraços a todos e a Mobicidade.

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  5. Eu acho que não é positivo ficar comparando as
    associações, ambas tem objetivos iguais, no meu ver o que mais
    diferencia é apenas a afinidade entre as pessoas para se juntar e
    discutir as coisas.

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  6. Sinceramente, acho que deveriam ter buscado um pouco mais de informações para a realização deste artigo. Basta uma simples visita no site da ACPA que é possível ver onde a entidade está atuando. http://www.acpa.org.br/?page_id=52
    Não podemos esquecer que entre as duas entidades existem associados em comum, que certamente também discordam das informações mencionadas no último parágrafo.
    Outro aspecto importante, que deve ser ressaltado, uma vez que falaram na ACPA, é que em nossa associação temos a vedação da participação de pessoas que tenham filiação político-partidária para cargos de gestão.
    Somos a bicicleta pela bicicleta! E não queremos que o cicloativismo seja utilizado como catapulta para outros objetivos.
    Desejamos toda a sorte para a Mobicidade, e também para qualquer outra entidade que realmente busque benefícios para os usuários e que fomente o uso da bicicleta, só gostaríamos de um pouco mais de cuidado ou de pesquisa ao falarem da atuação ou rotularem a ACPA, ainda mais em um veículo de tamanha importância como é o Vá de Bike.
    Obrigado.
    Pablo Weiss, membro da ACPA.

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  7. Lazer, esporte e transporte; esses são os usos principais da bicicleta que nosso amigo Anjo Missaki Idehara definiu quando conversávamos em um passeio.

    Lazer e esporte são ótimos, mas como agente de mudança social, da cidade, aproximação das pessoas, humanização da cidade, soluções para grandes problemas etc, é assim, amplamente visto, que é mais justo definir a bicicleta.

    Fico feliz que uma associação para lutar por essa Causa é criada em uma grande cidade.

    Boa sorte, e contem com nós de São Paulo.

    Vivemos essa boa luta de limites planetários juntos…

    Abraço a todos

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  8. Oi Aline,
    a ACPA existe há mais tempo, mas não tanto. Eu participei de uma das primeiras reuniões de discussão sobre a criação dela, no fim do ano passado, e parece que no princípio deste ano ela foi legalmente constituída. 🙂

    No mais, LINDO texto! Obrigada! 😀 A Livia B. sintetizou tudo muito bem.

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