Estimulando a agressividade no trânsito através da publicidade
Veja um exemplo de publicidade que, indiretamente, estimula acidentes e mortes nas ruas.
Segundo as anotações na imagem acima, que foi publicada publicamente no site de compartilhamento Imageshack, essa propaganda foi veiculada no jornal Diário Catarinense, no dia 4 de outubro de 2012. Na época, a imagem circulou muito nas redes sociais, sempre acompanhada de comentários de indignação de quem a repassava.
Não é necessário me alongar nas explicações: está claro que o slogan da fabricante Jeep estimula a agressividade nas ruas, reforça o conceito de cada um por si e, para convencer que é necessário ter um carro desses, vende antes a ideia de que é preciso ser cada vez maior e mais perigoso para exercer sua prioridade de circulação à força. Que vença o mais forte, o mais pesado, o mais largo, o mais assustador. Que vençam os predadores. Compre um, empurre os outros para fora do seu caminho e sinta-se alguém.
Comportamento agressivo deve ser coibido
Propagandas como essa estimulam um comportamento que mata nas ruas, todos os dias. Uma maneira de dirigir que é considerada crime de trânsito e que pode dar cadeia. Estimulam a “disputa por espaço”, a “guerra nas ruas” e outros títulos que a imprensa tradicional costuma estampar. Mas não há “disputa por espaço” onde um único lado tenta negar ao outro o que é de direito de ambos. E não há “guerra” onde apenas um lado morre: o nome disso é genocídio.
Peças publicitárias que estimulam a agressividade, o “passe por cima” e o excesso de velocidade deveriam ser proibidas. Quem as cria deveria ser, no mínimo, condenado a pagar uma multa pesada. Porque, no fundo, essas peças (e esses criativos) estimulam nas ruas o comportamento que menos queremos: o de predador, o de homicida em potencial.
Mais amor, menos disputa. Carro grande ou veloz não é salvo conduto para dirigir como um animal e colocar em risco a vida de outras pessoas. E infelizmente é esse o conceito que se vende com propagandas desse tipo.
A agência responsável entrou em contato com o Vá de Bike para esclarecer que esse não é o posicionamento da Jeep, que não foi esse o objetivo do anúncio e que peças com essa abordagem não seriam mais veiculadas. O Conar chegou a ser acionado para avaliar essa peça publicitária, mas não há informações sobre o resultado.
Em tempo: esse tipo de publicidade nem de longe é exclusividade da Jeep, nem mesmo de carros grandes. Veja este outro exemplo e os links abaixo.
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Predadores naturais matam para sobreviver. Este tipo de predador é um serial killer. Este chamado é para consumismo. É a mesma coisa como colocar moças e moços sarados para vender pasta de dente, produtos de beleza, e até mesmo cigarros e cerveja. A publicidade está passando sempre a mensagem para consumir. Bem, para as pessoas se consumirem, autofagia. Porque com isto não irão ser mais saudáveis ou “saldáveis” ( terem mais dinheiro para coisas mais importantes na vida. como saúde, família, os amigos, a comunidade, … ). Bem esta propaganda é voltado para a selva dos relacionamentos na sociedade, que está doente, com valores invertidos, corruptos e decadente ( não é à toa que temos muita corrupção na arena política e econômica ). Este predador que há nestas pessoas que compram estes carros matam pessoas, não para sobreviver ou necessidade na selva social em que estamos, matam por prazer. O que os fazem psicopatas.
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