GCM reprime manifestação por retirada de ciclovia em Taboão da Serra
Após ter desativado importante ciclovia da cidade “melhorar o fluxo dos carros”, Prefeitura reprime manifestação de quem a utilizava.
No dia 23 de fevereiro, sábado, ciclistas de Taboão da Serra (SP) tentaram fazer um protesto pela recente retirada da ciclovia, mas foram ameaçados de prisão caso se manifestassem. O protesto ocorreria em frente à casa do Prefeito de Taboão da Serra, Fernando Fernandes (PSDB).
Segundo informação postada pelo ciclista Luiz Henrique Amaral no Facebook, a ameaça teria partido do Secretário de Segurança e Defesa Social, Gerson Pereira Brito, que estava presente no local junto com o comandante da Guarda Municipal e vários agentes. “Ninguém podia falar nada em frente à casa do prefeito de Taboão que seria preso, nos informou o secretário de segurança da cidade”, relata Luiz.
Ainda segundo o ciclista, o Secretário teria afirmado que “a população de Taboão da Serra está aplaudindo” a retirada da ciclovia.
A página da Secretaria no site da Prefeitura esclarece que a função da GCM é “proteger o patrimônio, bens e instalações públicas”, além de manter a segurança de escolas, Unidades Básicas de Saúde e “zelar, sobretudo pela segurança da população”.
Quatro dias antes da manifestação, em seu discurso de posse, o comandante da GCM frisou que trabalhará a serviço da população e que “os moradores deste município (…) terão a melhor Guarda Municipal da região”.
Veja mais fotos da [tentativa de] manifestação em Taboão da Serra
Entenda o caso
Em fevereiro, a Prefeitura de Taboão da Serra desativou uma ciclovia que cruza bairros importantes da cidade e serve como alternativa à perigosa rodovia Régis Bittencourt. O Vá de Bike tentou contato por vários dias com a Prefeitura da cidade para obter um posicionamento, mas tivemos nossos e-mails ignorados. Não conseguimos contato telefônico.
Segundo o site Via Trolebus, a justificativa para a retirada foi que a ciclovia termina na Av. Eliseu de Almeida, em São Paulo, onde não há ciclovia, portanto não haveria necessidade de uma ciclovia em Taboão também. O atual Secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Rinaldo Tacola Filho, afirmou ao Taboão em Foco que a ciclovia “era pouco utilizada e o município precisa de mais espaços para circulação de veículos”.
Já o prefeito, Fernando Fernandes, justificou a desativação como uma forma de “melhorar o fluxo dos carros na cidade” e, para solucionar a questão, propôs a criação de uma ciclofaixa de lazer aos domingos, demonstrando que não considera a bicicleta um meio de transporte.
Para o prefeito de Taboão da Serra, a pressa dos motoristas é mais importante que a vida de quem utiliza a bicicleta. Se o custo para as pessoas chegarem mais rápido de carro é o risco de morte para quem usa a bicicleta, tudo bem. É um preço que o prefeito aceita pagar. Afinal, ele só anda de carro (e pelo jeito não dirige muito bem).
Histórico
Em 2008, a ciclovia foi anunciada no site da Prefeitura com a justificativa de acidentes frequentes. “A ciclovia é muito importante, pois democratiza os meios de locomoção, ajuda o trânsito, além de colocarmos o debate para a sociedade sobre o meio ambiente”, afirmou à época João Piza, assessor técnico da Secretaria de Habitação. O custo da obra chegou próximo aos R$ 600 mil, investimento que agora é jogado fora.
Em 2010, moradores e principalmente comerciantes já questionavam a ciclovia, por reservar uma das faixas à circulação segura de bicicletas, anteriormente utilizada como área de estacionamento. Como é comum em implantações de ciclofaixas, quem não pôde mais usar o espaço público como estacionamento particular começou a reclamar, desconsiderando que o viário é da cidade, não do morador ou comerciante, e destinado primariamente à circulação, não ao estacionamento.
Na época, foi feita uma avaliação da ciclovia pelo então diretor do Instituto CicloBR, André Pasqualini, apontando que o traçado era adequado mas a sinalização precisava ser melhorada, entre outros pontos. O então Secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Claudinei Pereira, defendeu a ciclovia, afirmando que no município “as pessoas andam mais de bicicleta do que de táxi” e por isso não poderia pensar de forma diferente. Mas as melhorias na sinalização nunca vieram.
A ciclovia ficou sem manutenção todos esses anos, o que causou sua deterioração. A falta de fiscalização tornava comum seu uso para estacionamento de automóveis. O atual Secretário de Transportes, Rinaldo Tacola, usou a falta de manutenção como um dos argumentos para justificar a retirada da ciclovia, pois o custo para reverter a deterioração da ciclovia seria alto.
Pelo jeito, as vidas dos cidadãos que usam a bicicleta não justificam esse investimento. Que criem (ou ganhem) asas.
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Passou um ano e a ciclovia de Taboão da Serra continua destruída, os ciclistas de Taboão da serra continuam correndo riscos de morte para acessar a Av. Pirajussara e novamente correr riscos de morte até alcançar a o pequeno trecho de ciclovia na Av. Eliseu de Almeida. Nada de sério melhorou na segurança dos ciclista dessa região, só promessas a mais de dez anos e um fato histórico no mundo, a destruição de uma ciclovia totalmente instalada e usada por ciclistas e pedestres (o prefeito Fernando Fernandes do PSDB fica com o título de “DESTRUIDOR DE CICLOVIA”).
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taboão virou cidade da fartura cofres publicos cada vez mais cheios,galera imaginem só não temos sequer um espaço de lazer a prefeitura arrecada milhões com Impostos,e não tem dinhiro para construção do córrego,teve que pedir ao governo. ciclovia já prefeito olha o tamanho da sua barriga
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Moro no Taboão próximo à prefeitura e passo todos os dias por onde passava a ciclovia. Realmente ela era pouco utilizada e estava totalmente abandonada. Eu pedalei nela poucas vezes e quase fui atropelado diversas vezes! Mesmo estando dentro da ciclovia!!!!!! O pessoal não respeitava e eu realmente achava que era questão de tempo até desativarem… Infelizmente não deu outra…. Bicicleta não gera arrecadação para o município… Carro sim… Com certeza eles devem ter pensado: Pq gastar com algo que não irá gerar um retorno financeiro imediato? Não pensam à longo prazo… Imediatistas…..
Ao lado desta antiga ciclovia está sendo feita a canalização do córrego Poá. Vamos torcer para que façam um ciclovia neste local. Caso não exista plano para tal, poderíamos fazer uma petição para solicitar isto. Me disponho a ajudar a divulgar!
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