Eleições: nem Dilma e nem Aécio assinaram carta compromisso pela mobilidade por bicicleta
Documento contém 14 propostas que sintetizam as demandas para a inclusão do uso da bicicleta, com segurança e conforto, como forma mobilidade urbana.
Atualizado (24/10): Dilma Roussef dilvuga documento incorporando propostas da carta compromisso da UCB para mobilidade ciclística
No próximo domingo (26) será realizada a votação para o segundo turno das eleições para presidente do Brasil. Os candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) tiveram meses para apresentar suas propostas para diferentes setores, entre eles a mobilidade por bicicleta.
Com a consciência de que o uso da bicicleta pode contribuir significativamente para a mobilidade urbana – com todas as vantagens que um veículo sustentável possui, como baixo custo e ganhos de saúde -, a União de Ciclistas do Brasil (UCB) tem trabalhado desde o primeiro turno na busca da assinatura dos candidatos a presidente para a Carta Compromisso com a Mobilidade Ciclística.
O documento, elaborado por ciclistas de norte a sul do país e coordenado pelo GT Eleições 2014 da UCB, contém 14 propostas que sintetizam as demandas para a inclusão do uso da bicicleta, com segurança e conforto, como forma de mobilidade urbana. “Nossa campanha não visa apenas a assinatura dos candidatos, mas colocar a bicicleta nessa mesa de debates que se abre a cada quatro anos. Uma oportunidade imperdível, que encontrou receptividade social, política e na imprensa”, explica o diretor-presidente da UCB, André Soares.
Três candidatos assinaram no 1º turno
Todos os candidatos a presidente receberam oficialmente a proposta da UCB. No primeiro turno, as candidatas Luciana Genro (PSOL) e Marina Silva (PSB), além do candidato Eduardo Jorge (PV), assinaram o documento, sinalizando sua sensibilidade para o tema.
Os dois candidatos que agora estão no segundo turno receberam oficilmente a carta ainda no primeiro turno, mas até o momento não se posicionaram. “Será muito importante que Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) comprometam-se com políticas públicas que revertam a grave situação do trânsito brasileiro”, diz o diretor-presidente da UCB, André Soares. Por causa do trânsito, 43 mil morrem todos os anos (2011), além de milhões que penam em um transporte coletivo precário.
Para influenciar os candidatos, os ciclistas pretendem aumentar a quantidade de apoiadores: de cidadãos (através do abaixo-assinado, que já tem mais de 12 mil assinaturas); de entidades da sociedade civil, empresariais e de classe (63, no momento); e de parlamentares eleitos (ao todo, 79 candidatos ao legislativo apoiaram, sendo que 7 deles foram eleitos).
No domingo a noite o Brasil conhecerá quem governará o país pelos próximos quatro anos. Mais do que aceitar passivamente as políticas públicas vindouras, os ciclistas brasileiros estão empenhados em influenciar, desde já, políticas públicas que, democratizando o espaço público, favoreçam o bem comum. “Como uma atividade descentralizada e ao mesmo tempo unificadora do cicloativismo, que sumariza nosso ponto de vista e demanda, a campanha da UCB possui muitos méritos”, finaliza Soares.
Atualizado (24/10): Dilma Roussef dilvuga documento incorporando propostas da carta compromisso da UCB para mobilidade ciclística
Saiba mais
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Por que ainda não assinaram?
Por André Soares, diretor-presidente da UCB
Os candidatos com chances reais de ganharem as eleições pesam muito bem os prós e contras de se comprometerem a apoiar propostas como as nossas. É preciso que renda votos da categoria reivindicante, sem perder votos das demais. Ao mesmo tempo, não podem se contrapor a setores econômicos ou corporações fortes.
E a proposta da Carta Compromisso com a Mobilidade Ciclística afeta estas duas questões: por um lado, provoca descontentamentos nos eleitores que, ainda em maior quantidade, identificam o automóvel como resultado e promotor do desenvolvimento econômico e social, e/ou não quer nem ouvir falar de políticas que limitariam o seu uso.
Por outro lado, a Carta atinge nada menos do que três pilares econômicos, que são o petróleo, a cadeia produtiva e de serviços automobilística e a construção civil, cujas empreiteiras de obras de engenharia rodoviária são grandes financiadores de campanhas eleitorais.
Também o fato de que nos municípios a aceitação da bicicleta pelas respectivas administrações ainda é incipiente não cria um ambiente de demanda a políticas públicas em nível federal.
Por isso tudo, a Carta é uma forma de expressão e também um elo para retomada de diálogo futuro com os atuais partidos e candidatos que a assinaram e com aqueles candidatos, partidos e entidades que a apoiaram.
Aqui está, no site da União de Ciclistas do Brasil, a proposta de Dilma para http://www.uniaodeciclistas.org.br/eleicoes-2014/propostas-dilma/
A assessoria da candidata Dilma Roussef enviou para a UCB – União de Ciclistas do Brasil o documento “Mais mobilidade nas cidades com o transporte não motorizado”, contendo 18 “compromissos” com a mobilidade urbana, sob a forma de propostas de políticas públicas para ciclistas e pedestres a serem implementadas pelo Governo Federal.
Apesar da candidata não ter assinado a “Carta Compromisso com a Mobilidade Ciclística”, o documento incorpora integralmente 9 das propostas que foram apresentadas pela UCB a todos os candidatos à presidência da República já no primeiro turno das eleições. Ainda outras 4 propostas da Carta foram parcialmente aproveitadas.
Mesmo não tendo se comprometido com questões importantes como a desoneração tributária da cadeia produtiva da bicicleta, o documento demonstra uma postura favorável à bicicleta e sinaliza mudanças importantes para o tratamento da mobilidade urbana na esfera federal – mudanças estas sentidas já desde o primeiro turno.
“Dilma Roussef foi a única candidata a dialogar com os ciclistas no segundo turno e a apresentar propostas consistentes para o setor. No primeiro turno, Luciana Genro, Eduardo Jorge e Marina Silva assinaram a Carta Compromisso com a Mobilidade Ciclística.
A receptividade da campanha da Carta Compromisso pelas candidaturas e pelos apoios obtidos dos cidadãos no abaixo-assinado, das entidades da sociedade civil, trabalhistas e empresarias e dos candidatos ao poder legislativo demonstram que a mobilidade ciclística começa a ser tratada de maneira condizente com sua importância para a qualidade de vida, a democratização urbana e a sustentabilidade ambiental.”
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Sim Charles, acabamos de publicar matéria comunicando o fato:
http://vadebike.org/2014/10/dilma-rousseff-carta-compromisso-mobilidade-bicicleta-ucb/
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Curiosamente, o Haddad que é do mesmo partido da Dilma, está inundando SP com novas ciclovias…tudo que não foi feito por sucessivas gestões municipais, está sendo feita tudo de uma vez só e ainda de quebra, as ciclovias deverão ser recapiadas com um modelo novo de asfalto pigmentado especial na cor vermelha, já usada na Holanda e implantada em algumas novas ciclovias como a da Eliseu de Almeida.
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Um aviso: Não confunda as administrações. O que é bom no federal não é necessariamente bom no municipal. Generalizações provocam confusões e rejeições. Aliás a conversa da ciclovia Eliseu de Almeida começou antes do atual prefeito, e, quem colheu os frutos desta conversa foi o atual.
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Me desculpa dizer isso, Carlos, mas eu fico impressionado com seu esforço hercúleo de diariamente nos confundir. Tudo o que você escreve aqui é como se fosse espontâneo, mas acho que não é, não. É mais como uma repetição exaustiva e deliberada, como se fosse uma… estratégia. Uma estratégia de parecer um crítico imparcial. Só que o subtexto é sempre parcial. No subtexto, você não defende a bicicleta. Nele, você está defendendo “um lado”, e infelizmente “um lado” que até hoje só defendeu a bicicleta com palavras, nunca com ações.
É, Carlos, você é realmente um ativista. Mas, e me desculpa de novo, mas tenho sérias dúvidas se em prol da bicicleta
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Cícero, impressionado ? Essa é nova. Embora possa participar desse entusiasmo todo. Tenho que lembrá-los que realmente foi uma conversa anterior que levou a estas implantações. Dou como exemplo, o plano cicloviário da Lapa, que previa mais CICLORROTAS que ciclovias, começou lá com a Soninha, tocado pela administração anterior da subprefeitura do Pradas, e agora com a troca para Jacqueline.
Então o fato de transformá-las em ciclovias, é um avanço ? Na minha opinião não. Na verdade, em muitos casos foi um retrocesso, que atrapalhou várias pessoas, e, que não seria necessário.
No início pareceu-me uma boa idéia, mas no fim não foi, justamente por termos uma restrição na via que não seria necessário. As ciclovias implantadas em bairro, que geralmente não há movimento tem sua eficácia e eficiencia muito duvidosa. Gastou-se dinheiro e tempo. Dentro da lógica da prefeitura, serviu para ganhar popularidade em detrimento dos problemas causados por uma ciclovia desnecessária. E, encontrei erro na metragem de um trecho da ciclovia, de 1,8 km citado na lista de setembro para 0,5 km reais, mostrando a falta de cuidado, e, talvez a intenção apressada de susa implantações.
Há a necessidade de implantar a ciclovia em vias de alto movimento, e, sua implementação, apesar de ser mais cara, seria mais útil e que contribui muito mais para segurança e facilidade dos ciclistas. Dou exemplo aqui, trocaria as ciclovias das Av. Gen. MacArthur, da Av. Miguel Frias Vasconcelos e da Av. Pres. Altino ( Da Av. Gen. MacArthur até Corifeu ), e até da Av. Noschese, pela Av. Jaguaré ( prevista no plano cicloviário ), que tem um bom trecho de canteiro central, que não atrapalha praticamente ninguém, e, com um bonus que encontra na ponte Jaguaré, onde há praticamente já passagens de pedestres praticamente sem uso para ser segregada para ciclistas, que já sugeri para “Adote um ponte.”. Estas implantação de ciclovias não deve ser vista no todo, deve ser vista caso a caso. E, no caso do bairro Jaguaré e Parque Continental, as implantações foram baseadas no plano cicloviário da Lapa, tem alguns trechos novos, mas mesmo assim também de utilidade duvidosa. O fato da demanda reprimida não cola muito não, nem a da minoria. Houve um problema de comunicação entre a comunidade local e a prefeitura, que transformou as ciclorrotas por ciclovias.
O problema deste entusiasmo, que generaliza, vai é um lado dos NIMBYs ( Not In My BackYard ), pessoas que aprovam as ciclovias, desde que não sejam no quintal delas, e, veem a implantação de ciclovias em outros lugares, o máximo. Nesta, eles generalizam que é bom, a resistência são de uma minoria e de carro-maníacos, etc … Principalmente quanto realmente não as usam. Se minhas atitudes parece ativismo, sim, parece mesmo, mas em prol da região onde moro, onde tenho ação direta. Participo da Conselho Participativo Municipal. Estou para conversar com a Subprefeitura sobre os problemas destas implantações, junto com o pessoal prejudicado pela implantação. Que entendo que foi irresponsável e implantado agressivamente, sem a conversa com os representantes da comunidade local. E, a implantação em vias de grande circulação foi deixado em segundo plano. Estas conclusões foi porque entrei em contato com o pessoal contra, e, após pensar um tempo, cheguei a conclusão que as implantações nem sempre devem ser considerados corretos. Se isto não é ação, duvido que sua ação seja ação de fato. E, faço em prol da bicicleta, pois ficar criando animosidades por causa da bicicleta não é trabalhar em prol da bicicleta, e, da mobilidade. Ciclovia boa é aquela que reconhecidamente as pessoas veem utilidade e a usam, e assim vamos melhorando a idéia de mobilidade. E, você já sabe daquele artigo do Arturo Alcorta ‘Pelo menos fez algo’: “http://escoladebicicleta.blogspot.com.br/2009/07/pelo-menos-fez-algo.html”, que é uma variação da atitude dos NIMBYs. Tem um outro aspecto: geralmente pessoas não participam da vida comunitária, racionalizam generalizando. Tenho um conhecimento de causa que fogue desta visão de que implantar ciclivia é sempre bom. Estou demonstrando que não, baseados em ações e observações locais.
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A conversa pode ter começado antes (e, de fato, as dicussoes e estudos sobre ciclovias em SP sao bem antigos, como a propria prefeitura reconhece e menciona com certa frequencia), mas, salvo engano meu, a ciclovia so comecou a ser efetivamente construida na atual administracao. Nao acho que a expressao “colher os frutos”, com a sugestao de “berco esplendido” que ela traz consigo, seja justa nesse caso. Foi a prefeitura atual que efeivamente meteu a mao na massa para fazer a ciclovia, depois de anos de “conversa”. Ja que estamos na analogia dos frutos, reconheco que o momento atual eh mais maduro do que outros, anteriores. Mas o fato eh que, se que o prefeito atual esta colhendo os frutos, eh porque ele foi o primeiro a demonstrar vontade (e coragem) politicas no que que ate entao pouco mais eram do que interminaveis conversas.
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Apenas para esclarecer, no teor da minha mensagem me refiro especificamente a ciclovia da Eliseu de Almeida, cuja utilidade e necessidade, me parece, ninguem aqui questiona.
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Naturalmente, após trabalho da Ciclocidade, em pesquisar a necessidade, e a implantação difere das “ciclovias”, implantadas nos bairros ou até mesmo no centro de São Paulo. Lá não houve protestos, porque a implantação foi no canteiro central, além de ser uma via de grande circulação de carros.
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Falando nisto, as “ciclovias” problemáticas estão sendo justamente estas sendo implementadas, cuja características, além de serem mais simples, com pinturas e tachos, não houve um estudo mais detalhados da implantação, muito foi de conversa no passado, com as lideranças de comunidades locais que mal tinha representatividade. Dou como exemplo a do Parque Continental, onde duas associações de bairro, que fizeram esta conversa, e deram aprovação para que fosse realizadas, e, mal houve consulta ao restante dos moradores e empresários da região. E, mesmo tendo essa conversa, em alguma dela divergiu do combinado, como essa de ciclorrota para ciclovia. Além disto verifiquei que nem todas as ciclovias foram conversadas com as associações e comunidades. No bairro onde moro, tem 2 ciclovias que realmente não fazem parte daquele plano cicloviário.
Com isto dá para verificar a diferença entre as ciclovias, que na Eliseu de Almeida, que corrijo de ser canteiro central ( que há vários trechos que não são ), mas que foi planejado de forma a ter menor impacto com o comércio local e moradores. Então, há diferenças de origem, e, que alguns ultrapassam as administrações municipais. Então não dá para comparar uma do tipo Eliseu de Almeida e outra implementada nessa leva de Setembro, por exemplo. E, participei de uma conversa inicial da Eliseu de Almeida, e, eu pensando ser da Av. Jaguaré, porque um amigo me convidou para ir. E isto foi na administração municipal passada. Bem o resto é outra história.
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