Paris e Madri restringem carros no centro e investem na bicicleta
Distritos centrais de Paris se tornarão área onde pedestres, ciclistas, táxis e ônibus terão liberdade de circulação.Ciclovias terão investimento de €$100 mi.
A prefeita de Paris (França), Anne Hidalgo, estabeleceu que até 2020 o centro da cidade terá restrição de circulação de veículos poluentes. Combinada a uma série de incentivos financeiros e ao uso de energia limpa, a meta é tornar a capital francesa um local de baixas emissões de poluentes e incentivar a prática de caminhada e o uso de bicicletas e veículos elétricos. A mudança terá início em 1 de julho de 2015 e será aplicada gradualmente. A prefeitura criou uma tabela de classificação de carros, motos, ônibus, caminhões e caminhonetes de acordo com o nível de emissão de poluentes. Ou seja, quanto mais antigo o veículo, mais cedo ele terá sua circulação restrita. O poder público estuda ainda introduzir em 2016 zonas de tráfego limitado para privilegiar os pedestres, especialmente no centro de Paris. Outros bairros podem ser alvo da ação a partir da demanda do poder público local.
Investimento em ciclovias e elétricos
Hidalgo anunciou também um ambicioso plano de investir €$ 100 milhões para duplicar a quilometragem de ciclovias até 2020. A cidade também vai incentivar o aumento do uso de bicicletas e carros elétricos compartilhados, além de oferecer subsídio para compra. As bikes seguirão o modelo de sucesso do Vélib, sistema de compartilhamento referência no mundo, com mais de 20 mil unidades espalhadas em 1800 estações em Paris e mais 30 cidades na região metropolitana. Já o Autolib é um sistema de compartilhamento de veículos elétricos que começou em 2011 e tem se expandido pela cidade. Atualmente, 60% dos moradores de Paris não possuem carros.
Níveis altos de poluição
As medidas são parte da estratégia para diminuir a poluição na cidade, que frequentemente tem atingido níveis intoleráveis para a saúde humana e tem feito autoridades restringirem a circulação de veículos em determinados dias (a título de comparação, em São Paulo a mídia pede que as pessoas não saiam a pé ou se exercitem em dias de intensa poluição, incentivando ainda mais o uso de carros).
Em março de 2014, Paris alcançou picos de emissão de poluentes. Para incentivar as pessoas a não usarem seus carros, a prefeitura ofereceu transporte público, bicicletas e compartilhamento de carros elétricos de maneira gratuita para toda a cidade por um final de semana inteiro. Além disso, após 20 anos a cidade voltou a ter rodízio de veículos por placa.
Madri sem carros no centro já em 2015
Na Espanha, a Câmara de Madri anunciou que vai proibir a circulação de veículos no centro da cidade a partir de janeiro de 2015. A medida visa reduzir o nível de poluição da cidade, melhorar a locomoção e segurança de pedestres e ciclistas e diminuir acidentes de trânsito. A restrição vai valer em uma área de 352 hectares e integra o Plano de Mobilidade de Madri, que pretende diminuir o uso do carro na cidade até 2020. A fiscalização será feita por 22 câmeras de segurança. Quem for pego descumprindo a norma receberá multa de €$ 90.
Outra estratégia é o crescimento do BiciMad – sistema público de aluguel de bicicletas elétricas -, o uso de transporte público e mais caminhadas. Por fim, o limite de velocidade nas vias da área central da cidade foi reduzido para 21 km/h e o valor pago para estacionar nas ruas sofrerá aumento.
Aviso de atualização: alteramos o texto em 26 de março de 2015 para tornar clara a informação de que Paris irá restringir – e não banir completamente, como informado antes – a circulação de veículos poluentes no centro da cidade.
há um erro de interpretação sobre as medidas da prefeitura de paris contra a poluição na cidade. em nenhum momento se fala em restringir o trânsito de automóveis, mas sim de promover uma transição da base energética dos veículos. ou seja, progressivamente os veículos mais poluentes serão proibidos de circular no hiper-centro de paris. isto de forma alguma quer dizer que haverá a proibição de circulação de todo ou qualquer automóvel, mas apenas de automóveis muito poluentes. isto fica ainda mais claro quando se lê que, dentre as medidas anunciadas, a prefeitura irá subvencionar a troca de veículos utilitários antigos (mais poluentes) por veículos elétricos (menos poluentes). este artigo infelizmente contêm informações não condizentes com a realidade de paris.
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Maravilha, nos países em que as pessoas e as autoridades são educadas tudo funciona melhor.
Não só os outros devem respeitar os ciclistas, esses também deveriam respeitar os transeuntes e deixarem as calçadas para os que andam a pé. Da mesma maneira como deveriam respeitar todas as normas do trânsito e pararem de andar na contra mão. Se as cidades tivessem um sistema viário integrado, trens e metro, com respeito fiel aos horários, poderia haver maior colaboração da população, mas quem pode confiar neles? O que se vê são paredes de ônibus seguindo na mesma direção, sem menor repeito pelo usuário. Para que os projetos tenham efeito é necessário um conjunto de medidas que estamos longe de alcançar.
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O maior problema é esquecerem das pessoas idosas e das com deficiência física, que têm problema de locomoção. Elas não andam de bicicletas, nem de ônibus, usam carros e/ou táxis.
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Mas se você ler a notícia na íntegra vai ver que está liberado pra taxis tambem.
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Tudo bem que os táxis estão liberados, mas oneraria ainda mais o idoso e o deficiente, que teriam que ir até determinado ponto com veículo próprio e depois pagar para ter direito a estar em determinado local. Ou então não frequentarem estes lugares. Proibir é tirar o direito de uma outra pessoa. Mais bom senso, menos proibições.
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Não é mecânica quântica. Isto é um problema facilmente contornável e duvido que não seja considerado: Veículos elétricos, autorização especial, cota de taxi (pode pegar não sei quanto por mês que o governo cobre) e por aí vai.
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também foi comentado que carros elétricos serão compartilhados no centro e deve também estender para a cidade toda … e estes são adaptados para as pessoas “especiais”
estudei que nai é certo considerar deficientes e sim especiais.
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Que isso sirva de exemplo para o resto do mundo que incentivam, inclusive o Brasil que é o país do consumo e incentiva o uso de automóveis. Moro na cidade que já recebeu título de Cidade das bicicletas, mas não oferece nenhuma estrutura para quem utiliza a bike no dia a dia. E não falta só estrutura física, falta educação, cultura por parte da população. São poucas as ciclovias/ciclofaixas que temos por aqui, e onde existe ciclofaixas acaba virando estacionamento e as ciclovias são ocupadas por pedestres. Infelizmente o Brasil caminha na contramão em tudo que diz respeito a sustentabilidade, mobilidade urbana, etc….
Parabéns aos Países Europeus que mais uma vez estão a frente no quesito sustentabilidade.
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