#VaiTerCiclovia: Paulistanos irão às ruas defender ciclovias nessa sexta, 28/10
Diante da possibilidade de que parte das ciclovias seja retirada, cidadãos sairão às ruas de São Paulo para defender a permanência das estruturas
Evento ocorreu em 20/10/2016 – veja como foi
Diante da possibilidade de que parte das ciclovias de São Paulo seja retirada e que sua expansão seja suspensa, cidadãos sairão às ruas nessa sexta-feira, 28 de outubro, para defender a permanência das estruturas. A manifestação ocorre na última sexta-feira do mês, tradicional dia da Bicicletada (Massa Crítica), que este mês tem o tema “Bicicletada/Pedestrada Massa Crítica Outubro: vai ter ciclovia sim!” (veja a página do evento).
A pedalada/caminhada tem início na Praça do Ciclista (Paulista x Consolação – veja mapa). As pessoas se reúnem no local a partir das 19h e a saída costuma se dar às 20h. Por se tratar de um movimento horizontal, sem líderes, o trajeto é definido coletivamente na hora da saída.
Vá de bicicleta, a pé, skate, patins, cadeira de rodas, patinete ou qualquer outra forma de deslocamento ativo. Participe! A presença em massa é importantíssima para defender a permanência das ciclovias!
Compareça e ajude a defender as ciclovias da cidade!
Leve faixas e cartazes
Utilize a hashtag #VaiTerCiclovia
Cartazes e faixas
Faixas e cartazes são importantes para transmitir a mensagem através das fotos veiculadas na imprensa. Deixamos aqui algumas sugestões de frases (escreva as suas nos comentários da página).
Vai ter ciclovia | Mais ciclovias = menos mortes |
Ciclovias salvam vidas | Nenhum cm a menos – nenhum km/h a mais |
Ciclovidas | Sua pressa não vale uma vida |
Ciclovia na periferia | Ciclovia movimenta o comércio |
Ciclovia sim | Ciclovia em subida também é importante |
Ciclovia na cidade toda | Ciclovias protegem nossas crianças |
Ciclovia fica | Quem pedala sabe: ciclovia sim! |
Não existe indústria da multa | Minha vida vale mais que um carro parado |
Em 2015 milhares foram às ruas, em 45 cidades
O dia 27 de março de 2015 ficará na história da mobilidade por bicicletas no Brasil. Na noite daquela sexta-feira, milhares de ciclistas saíram às ruas para defender o direito ao uso seguro de bicicletas nas ruas e o respeito ao ciclista como cidadão.
A implantação de ciclovias na capital paulista havia sido suspensa por decisão da justiça, em decorrência de uma ação de autoria da promotora Camila Mansour, do Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP). A paralisação das obras e proibição de novas implantações causou indignação não só nos ciclistas paulistanos, mas em irmãos de pedalada de mais de 45 cidades no Brasil e no mundo.
Durante a manifestação, a liminar que proibia a continuidade da implantação das ciclovias em São Paulo foi suspensa pelo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), desembargador José Renato Nalini, causando uma alegria indescritível em quem participava naquele momento dos protestos. Somente em São Paulo eram cerca de 7 mil pessoas.
Veja fotos das manifestações em São Paulo e em outras cidades do Brasil e do mundo. Assista também o vídeo com depoimentos dos participantes desse protesto histórico, a maior manifestação pró-bicicletas que nosso país já viu.
Por que o protesto?
O que causa preocupação quanto à retirada das ciclovias são as declarações feitas pelo prefeito eleito, João Doria Jr. (PSDB), que davam a entender que mais de metade das ciclovias da cidade poderia vir a desaparecer em sua gestão – uma situação diametralmente oposta ao que estava previsto em seu Plano de Governo.
No dia 5 de outubro, o novo prefeito enfrentou sua primeira mobilização popular, ainda antes da posse. Um grupo de mais de 100 pessoas se deslocou de bicicleta até sua casa, para pedir que as ciclovias e a redução de velocidade fossem mantidas. Aos gritos de “desacelera São Paulo” e “vai ter ciclovia”, fizeram um die-in – um ato em que os manifestantes se deitam no chão, simbolizando os mortos no trânsito (veja relato, vídeo e fotos).
Nenhum km/h a mais
Em sequência à manifestação, cidadãos interessados na mobilidade a pé e com bicicleta se encontraram para discutir o cenário e debater estratégias. Entre as deliberações, foi definido o mote “nenhum centímetro a menos, nenhum quilômetro por hora a mais“.
O que diz a nova gestão
No domingo 9, Doria convidou com lideranças do movimento cicloativista para uma pedalada. Após uma breve conversa, um grupo com cerca de 30 pessoas saiu pedalando pela ciclovia da Avenida Faria Lima, com alguns acompanhando a pé em ritmo de corrida leve. O Vá de Bike transmitiu a pedalada e parte da conversa ao vivo no Facebook.
Durante a conversa, o futuro prefeito falou sobre retirada de ciclovias, sobre a relação com o comércio, concessão das estruturas à iniciativa privada, limites de velocidade e outros temas (veja aqui como foi, com fotos e vídeos). O maior avanço foi a abertura ao diálogo e a promessa de que, assim que o secretário de transportes for definido, a equipe de transição receberá as entidades de defesa da bicicleta para nova conversa.
Ainda assim, os usuários das ciclovias paulistanas continuam preocupados com as linhas de discurso, que demonstram ainda um entendimento equivocado de que as estruturas seriam um gasto que não deve ser assumido pela prefeitura, portanto precisariam ser mantidas apenas com dinheiro da iniciativa privada (e só seriam expandidas caso empresas tivessem interesse em bancar os custos). Vale apontar aqui que estudos demonstram que, para cada dólar investido em ciclovias, as cidades economizam até US$ 24.
Em outra declaração polêmica, a vereadora eleita Soninha Francine (PPS) – em quem Dória afirma ter buscado bons ensinamentos – declarou que os ciclistas da cidade “mais perderam do que ganharam” com a implantação das ciclovias (veja aqui, aos 8:20) – mesmo com as mortes de ciclistas tendo caído 60% após a implantação das estruturas (em relação ao aumento de 66% no uso do veículo na cidade).
Soninha é uma vendida….Defender retirada de ciclovias pq foram mal feitas ou pq tem falhas, ao invés de cobrar a correção de falhas….
Será que era ciclista urbana ou só ciclista de lazer? ou virou uma carrocrata?
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