Desrespeito a ciclovias aumentou 62% em São Paulo em 2017
Por Willian Cruz 29 de novembro de 2017 (atualizado em 01/dez/2017)
E a falta de cuidado com quem pedala traz mais do que autuações: as mortes de ciclistas cresceram de forma assustadora esse ano
Táxi parado sobre ciclofaixa faz ciclista se arriscar em meio aos carros com uma criança na cadeirinha. Foto: José Renato Bergo/Clicados na Ciclovia
As autuações a motoristas que trafegam em ciclovias e ciclofaixas de São Paulo aumentou 62% em 2017, numa comparação entre os oito primeiros meses do ano (2.024 multas) com o mesmo período de 2016 (1.246). As multas aplicadas por estacionar estruturas também cresceu: o aumento foi de 24% nesse mesmo período (2.027 em 2017, contra 1.632 no ano passado).
São quase 17 motoristas multados por dia por colocar ciclistas em risco, considerando-se apenas essas duas infrações. Imagine quantos não são flagrados e você terá uma medida do tamanho do desrespeito a quem pedala na cidade.
Carros sobre ciclofaixa na Vila Prudente, forçando ciclistas a trafegar na contramão
A quem questiona na página da CET no Facebook sobre o aumento do desrespeito aos ciclistas na cidade, a companhia responde que o crescimento no número de atuações resulta de um aumento na fiscalização. Mas como esse reforço se deu apenas em setembro, tudo indica que o aumento foi mesmo no comportamento de quem dirige.
Outro dado que demonstra que o aumento foi no desrespeito e não na fiscalização aparece na mesma reportagem: o número de multas manuais (registradas por agentes de trânsito e não por radares), subiu apenas 1,12% nesse período (2.261.721 em 2016 para 2.287.098 em 2017). Se as multas por desrespeito à estrutura cicloviária estivessem diretamente relacionadas ao esforço de autuação, não teriam subido 62%.
Ao mesmo tempo em que afirma que as autuações cresceram de janeiro a agosto devido ao aumento na fiscalização, o órgão admite que esse reforço aconteceu apenas em setembro, portanto fora do período avaliado.
Mortes crescem na cidade
Esse aumento no desrespeito às estruturas coincide com o aumento no número de mortes de ciclistas na gestão João Doria, número que cresceu bastante em relação a 2016. No primeiro semestre, foram 75% mais mortes que nos primeiros seis meses do ano passado.
Depois de uma pequena queda nesse crescimento no quarto trimestre (ainda assim, mantendo o índice acima de 2016), em outubro – um mês depois do reforço na fiscalização – voltamos a ter quatro mortes na cidade. Com esse número, temos ciclistas morrendo em São Paulo à taxa de praticamente um por semana.
Mortes de ciclistas em São Paulo – comparativo de janeiro a outubro (2016/2017). Fonte: Infosiga
Manifestação
Cansados das mortes constantes na cidade, pessoas de todas as idades, regiões e estilos de uso da bicicleta farão uma grande mobilização no próximo sábado (2/12), buscando uma cidade mais segura para nós e nossos filhos.
Participe, chame seus amigos e leve sua família. Confirme participação no evento e convide geral! Vamos fazer uma manifestação de peso, mostrando que existe bicicleta em São Paulo e que nossas vidas precisam de mais proteção e respeito.
8 comentários em “Desrespeito a ciclovias aumentou 62% em São Paulo em 2017”
Uma outra coisa: toda essa briga é porque a prefeitura e o estado não investem o suficiente nos transportes públicos e melhoria das vias públicas. Então o problema não ter ou não ciclovia, o problema é o descaso da falta de manutenção, melhoria e ampliação de vias, sejam elas para veículos automotores, motos, bicicletas e pedestres. Essa briga toda serve para desviar a atenção para o mal serviços que a prefeitura e o estado está fazendo com relação aos transportes e vias. Poderíamos dizer que há uma impropridade ocorrendo nestas entidades públicas.
Há outro desrespeito: a falta de paraciclos e bicicletários. Em estabelecimentos comerciais, houve implantação de algumas, mas foi retirada ou foi impraticável o uso do bicicletário.
Carro 0km: 30.000,00 impostos (IPI e outros): aprox. 12.000,00 Isso sem contar o IPVA. Agora, a bicicleta… E o motorista é que é folgado?! Além disso, a maioria usa carro (ou transp. público motorizado), não bicicleta.
A folga aqui foi em desrespeitar os locais delimitados.
Pedestre atravessando a rua para não ter que ir na faixa está sendo folgado também. Ciclista indo pra calçada está sendo folgado também. Carro na área delimitada a outro veículo é folgado, esteja ele pagando imposto ou boquete pro governo.
Os dois pagam impostos, praticamente só um grupo recebe o que pagou, em forma de obras viárias. E ciclovia é uma das obras viárias, e urbanas. Por sinal, e, esse grupo, a dos veículos automotivos, mal recebe melhorias necessárias para circular. O custo de uma malha cicloviária é muito menor. Respeito para esse meio de transporte ajuda a dos veiculos automotivos, pois mais pessoas irão adotar a bicicleta e o trânsito ficará muito melhor para quem realmente precisa de veículos automotivos. É a falta de educação, não uma questão de impostos.
Uma outra coisa: toda essa briga é porque a prefeitura e o estado não investem o suficiente nos transportes públicos e melhoria das vias públicas. Então o problema não ter ou não ciclovia, o problema é o descaso da falta de manutenção, melhoria e ampliação de vias, sejam elas para veículos automotores, motos, bicicletas e pedestres. Essa briga toda serve para desviar a atenção para o mal serviços que a prefeitura e o estado está fazendo com relação aos transportes e vias.
Poderíamos dizer que há uma impropridade ocorrendo nestas entidades públicas.
Há outro desrespeito: a falta de paraciclos e bicicletários. Em estabelecimentos comerciais, houve implantação de algumas, mas foi retirada ou foi impraticável o uso do bicicletário.
Um grupo paga imposto, outro não.
Polêmico. O que acha?
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TODOS pagam impostos meu caro, apenas isso.
E mais: ciclovia e ciclofaixa é pra bicicleta e não pra carro de motorista folgado.
Carro 0km: 30.000,00 impostos (IPI e outros): aprox. 12.000,00
Isso sem contar o IPVA.
Agora, a bicicleta…
E o motorista é que é folgado?!
Além disso, a maioria usa carro (ou transp. público motorizado), não bicicleta.
Polêmico. O que acha?
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A folga aqui foi em desrespeitar os locais delimitados.
Pedestre atravessando a rua para não ter que ir na faixa está sendo folgado também. Ciclista indo pra calçada está sendo folgado também. Carro na área delimitada a outro veículo é folgado, esteja ele pagando imposto ou boquete pro governo.
Pago a saúde pública das pessoas que vc adoece. Quer mais?
Comentário bem votado!
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Os dois pagam impostos, praticamente só um grupo recebe o que pagou, em forma de obras viárias. E ciclovia é uma das obras viárias, e urbanas. Por sinal, e, esse grupo, a dos veículos automotivos, mal recebe melhorias necessárias para circular. O custo de uma malha cicloviária é muito menor. Respeito para esse meio de transporte ajuda a dos veiculos automotivos, pois mais pessoas irão adotar a bicicleta e o trânsito ficará muito melhor para quem realmente precisa de veículos automotivos. É a falta de educação, não uma questão de impostos.