Estações vazias ou inoperantes se tornaram comuns nos últimos meses. Foto: Willian Cruz

O sistema Bike Sampa está desativado – entenda o motivo

Sistema permanecerá inativo até o final de janeiro, mas voltará com novidades

Estações serão desativadas por uma semana em São Paulo. Foto: Willian Cruz

Quem tentou utilizar o sistema Bike Sampa nessa sexta-feira, 19 de janeiro, pode ter se decepcionado: as estações estão sendo desativadas.

O sistema paulistano de bicicletas compartilhadas permanecerá inativo por uma semana, para que estações e bicicletas possam ser substituídas pelas do novo sistema. Conforme divulgamos em setembro, todo o sistema será trocado por um novo modelo de compartilhamento de bicicletas, com tecnologia mais avançada e bicicletas mais robustas.

Mudanças

Como o sistema novo foi totalmente reformulado e não tem como conversar com o antigo, a opção foi desligar tudo para iniciar a troca. A previsão da reinauguração é 30 de janeiro, inicialmente com 25 estações. A implementação completa acontece até o final do semestre, com a instalação de 260 estações e um total de 2.600 bicicletas.

As mudanças serão implantadas pela tembici., que em maio adquiriu a Samba Transportes sustentáveis e passou a operar os sistemas Bike Sampa, Bike Rio, Bike PE, Bike POA e Bike Salvador. Essas serão, portanto, as praças que receberão as novidades.

Localidades do exterior onde o sistema da PBCS está em operação. No Brasil, a região de Recife já recebeu o novo modelo. Imagem: PBCS/Divulgação

O fornecedor das bicicletas é a empresa canadense PBSC Urban Solutions, líder mundial em sistemas de bike sharing. A empresa já atua há nove anos em mais de 20 cidades em três continentes, com mais de 50 mil bicicletas, representando um número de viagens que supera os 160 milhões – um belo know-how acumulado. Sua tecnologia e equipamentos estão sendo usados em cidades como Chicago, Guadalajara, Londres, Montreal e Toronto.

O Itaú continua como patrocinador do Bike Sampa, investindo recursos para a modernização e operação do sistema de empréstimo de bicicletas da cidade desde 2012. Atualmente conta com cerca de 800 mil usuários cadastrados que já realizaram mais de 2,4 milhões de viagens com as laranjinhas somente em São Paulo. O objetivo da troca do sistema é tornar a experiência do compartilhamento de bicicleta na capital paulistana mais segura, confortável, eficiente e sustentável.

A capital de São Paulo é a segunda cidade brasileira a receber o novo sistema. A Grande Recife já opera o novo Bike PE desde 11 de setembro, com 20 estações instaladas até o momento, de um total de 80 até o final do semestre.

As novas bicicletas

Imagem: Divulgação
Imagem: Divulgação

As laranjinhas serão mais leves, ergonômicas e resistentes. Em vez de um modelo adaptado para compartilhamento, essas bicicletas foram projetadas para esse uso, explica Luc Sabbatini, presidente e CEO da PSBC.

O cesto dianteiro, que apresentava um tamanho limitado e impedia seu uso com mochilas e bolsas maiores, agora é aberto e possui um elástico grosso em toda sua volta, permitindo volumes maiores. À primeira parece não ser possível carregar uma garrafinha de água, mas percebemos que ela pode ser presa pelo elástico à frente da cesta.

Os pneus têm uma faixa refletiva na lateral. Os aros são tamanho 24, apesar da bicicleta manter a mesma distância entre eixos das bicicletas com aro 26. Isso permite a mesma agilidade de manobra em meio ao trânsito de uma dobrável, sem afetar a dirigibilidade.

Protetor de corrente e paralamas continuam sendo itens da bicicleta. A corrente tem um tensionador, que vai evitar que ela escape com facilidade. O formato envolvente do paralama traseiro ainda traz a vantagem de atuar como guarda-saias, o que aliado ao cobre-corrente impede que as roupas se sujem ou enrosquem nos raios da roda traseira.

Além de mais confortável, o selim agora é vazado, oferecendo proteção ergonômica aos homens. O canote permite subir bastante o banco, resolvendo o que era um ponto fraco do modelo anterior, e possui marcas numeradas para ajudar o usuário a memorizar e repetir posteriormente a regulagem de altura que mais lhe agrada.

Os freios são roller brake (também conhecidos como rolete ou tambor), que necessitam de menos manutenção e regulagem. As marchas continuam sendo três, pelo sistema Nexus de marchas internas (dentro do cubo traseiro).

Além dos refletores frontal, traseiro e nas rodas, a bicicleta possui um dínamo no eixo dianteiro, com luzes que se acendem assim que a bicicleta entra em movimento. Item que fazia falta na versão anterior, a iluminação consiste de luz dianteira branca e luz traseira vermelha, que funcionam em modo piscante. Elas continuam acesas por até 90 segundos depois que a bicicleta para, dando segurança em semáforos.

Estações

Imagem: Divulgação
Imagem: Divulgação

As novas estações foram foram concebidas para operar de forma ágil, inteligente e simples, sem muita poluição visual. O abastecimento é feito por painéis solares que garantem autossuficiência energética, facilitando e agilizando a instalação, além de fazer uso de energia limpa.

A implantação é modular, sendo possível adicionar ou remover docks conforme a necessidade, sem precisar fixá-los ao solo. Isso permite configurações com bicicletas de ambos os lados e formatos em L, por exemplo, permitindo ainda agilidade em possíveis readequações de layout. A média será de 20 vagas por estação.

Retirada

Além do aplicativo, a retirada poderá ser feita diretamente com um cartão de crédito no quiosque (totem), facilitando o uso para quem está de passagem pela cidade ou não possui cadastro. O quiosque tem interface de pagamento digital de fácil utilização, com comunicação sem fio que agiliza o processamento de pagamentos e a transmissão de dados.

O uso de cartão de transporte público para liberação (como o Bilhete Único paulistano, por exemplo), continuará sendo possível nas praças onde essa opção já existe.

Também haverá a possibilidade de adquirir previamente um cartão próprio do sistema, que inclusive torna a retirada mais ágil do que pelo aplicativo: ao inserir e retirar o cartão do leitor que fica no suporte ao lado da bicicleta desejada, ela será liberada instantaneamente – sem precisar ficar ostentando o celular na rua, uma preocupação dos usuários em alguns locais. Esse cartão também democratiza o acesso, pois deixa de ser necessário ter um cartão de crédito ou mesmo conta bancária para poder usar o sistema.

O aplicativo

O novo app promete permitir:

  • Planejar o passeio, pagar e desbloquear a bicicleta com o código gerado pelo aplicativo
  • Encontrar estações próximas manualmente ou usando GPS do dispositivo
  • Encontrar bicicletas disponíveis por pontos de devolução livres
  • Marcar as estações favoritas
  • Encontrar rota para um destino com informações de distância e elevação
  • Registrar as viagens com o GPS

Veja como funciona


 

21 comentários em “O sistema Bike Sampa está desativado – entenda o motivo

  1. como disseram , o projeto eh interessante, mas no meu caso, que gostaria de vir de bike da vila clementino para o itaim , nao existe a possibilidade , pois ate agora, 26/04 não existem estações na vila mariana / vila clementino.

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  2. Saudade de quando São Paulo tinha um sistema de compartilhamento de bikes, o novo bike sampa não é de compartilhamento, é de aluguel… 🙁

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  3. Aprendi a pedalar com o Bike Poa em 2015. Desisti das laranjinhas depois de um ano passando por todo tipo de problema com o sistema, mas reconheço que minha motivação pra começar a pedalar deveu-se 50% ao Bike Poa e 50% à implementação de ciclovias e ciclofaixas nos últimos anos. Torço para que essa atualização seja mais eficiente e leve mais gente ao pedal. 🙂

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  4. Entrei no site agora e já estou puto com os valores dos “planos”, pra assaltar o usuário dessa forma era melhor continuar com o bike sampa antigo.
    Já não basta a publicidade que damos ao Itaú?

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  5. Pena que esse novo sistema não tem mais períodos gratuitos!
    Só pode usar uma hora “grátis” se tiver assinatura (diária, mensal, anual).
    E se passar de uma hora paga mais 5 reais por hora.
    Andar por duas horas no plano diário custaria 13 reais…
    Bem diferente do sistema antigo, que era mais acessível e inclusivo.

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  6. Queria ver se a Prefeitura “fechasse” os 400kms de ciclovia e reabrisse só 40km em 30 de janeiro.

    O pessoal do site ia cair matando pq o prefeito não é amigão da bike etc…

    Agora o banco que patrocina o site faz isso (diminui a oferta de bikes em 90%) e o site faz uma ginástica para mostrar que é ótimo!

    Site vendido!

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    1. Não é assim cara, o Itaú não tinha obrigação nenhuma em fazer isso, mas estão fazendo e mais a mudança de técnomgia é sem dúvida a todos benéfica. O prefeito deveria estar bancando muito mais do que as 260 estações isso sim. Bike share deveria política pública de mobilidade como é no resto do mundo.

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      1. Lucas, importante reforçar que o prefeito não está bancando nada. O investimento é totalmente por conta do patrocinador. Se a gestão entrasse com parte do investimento, aí sim teríamos muito mais estações e bicicletas, em uma área muito mais ampla, porque a operação do sistema é bastante cara.

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      2. O Itaú santinho está utilizando espaço público diminuiu a oferta do serviço em 90% e está cobrando uma grana no modelo novo!

        E o Vá de Bike é só elogios!

        Isso aqui é para promover a bicicleta ou para ganhar dinheiro e promover o Itaú?

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    2. Não estão diminuindo a oferta de bike, estão refazendo o sistema, é um curto período de transição entre o sistema antigo e o novo, a tendência é de que em poucos meses teremos mais bikes e estações do que antes.

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  7. Galera

    Sem palavras. Que coisa mais linda!!!!!!!!!!! Nós ciclistas sabemos do impacto que iniciativas como esta têm sobre as cidades… cidades melhores, mais humanas.

    Parabens a todos

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  8. “A implementação completa acontece até o final do semestre, com a instalação de 260 estações e um total de 2.600 bicicletas”
    Em 2015 o Bike Sampa anunciava que queria ter 300 estações e já havia 2000 bikes em uso. Não vejo ganho em encolher o sistema e mantê-lo pequeno e nos bairros nobres. Os pontos mais próximos ao metro “sumiram” e o sistema continua tendo um único patrocinador e assim, ainda há dois sistemas concorrentes na cidade, que não conversam entre sí.
    Para elogiar mesmo, só as bikes novas e o novo sistema, se funcionar….

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    1. Desde 2015 o tribunal de contas havia barrado a renovação da parceria com a prefeitura, parece que esse problema já está sanado, depois das 260 estações a tendência é a ampliação com mais estações por toda a cidade.

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  9. Bikes modernas, estações práticas, integração com cartão de crédito ou de ônibus e cartão individual para quem não for cadastrado no sistema. Se a prefeitura cumprir sua parte em manter as ciclovias e ciclofaixas, esta reformulação no sistema tem tudo pra ser sucesso!

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