Recapeamento começou pela faixa que protegia os ciclistas do tráfego pesado da avenida. Nenhuma sinalização temporária foi instalada para garantir a segurança. Foto: Cris Bibiano

Ciclovia removida deixa ciclistas expostos a caminhões em São Paulo

Ciclovia foi retirada há três semanas, sem sinalização temporária que protegesse quem pedala. Finas e espremidas agora são comuns no local.

Foto feita de dentro de um ônibus mostra uma ciclista aguardando para entrar na avenida depois da passagem do coletivo. Veículos pesados agora utilizam a área da via que protegia quem circula de bicicleta. Foto: Cris Bibiano

André Catoto gravava um vídeo na Avenida Marquês de São Vicente para mostrar a remoção da ciclovia, quando um caminhão lhe dá uma espremida contra a calçada (assista no final da página). Podia ser apenas uma coincidência infeliz, mas a cena retrata o que muitos ciclistas têm lamentado nas redes sociais: após a remoção, motoristas trafegam por onde antes ficava a estrutura de proteção, muitos sem a menor consideração pela vida de quem está de bicicleta.

Recapeamento começou pela faixa que protegia os ciclistas do tráfego pesado da avenida. Nenhuma sinalização temporária foi instalada para garantir a segurança. Foto: Anderson Augusto

A retirada é parte de um recapeamento na avenida, que começou no dia 8 de agosto justamente na faixa que protegia quem se desloca em bicicleta. A obra ainda não foi finalizada e até agora nenhuma sinalização de segurança foi implantada.

Consultamos a CET, que confirmou se tratarem de obras de recapeamento e afirmou que a ciclovia “será refeita após conclusão dos trabalhos”. Mas enquanto isso, quem utiliza essa via está correndo risco de vida diário, há quase três semanas.

A rota é muito usada por ciclistas, principalmente quem se desloca entre a zona norte e o centro. O trajeto é plano e extenso, o que permite um deslocamento com menos esforço e mais rápido para vencer a longa distância que essas pessoas precisam percorrer diariamente.

Sinalização temporária na Rua Vergueiro surgiu no dia seguinte a um atropelamento. Foto: Alexandre Cheque

Sinalização temporária protegeria vidas

Deveria ser feita uma sinalização temporária na avenida – como fizeram na Rua Vergueiro, próxima ao centro da cidade e em local de grande visibilidade. Mas, mesmo por lá, a sinalização só saiu depois de um protesto, uma matéria da Rede Globo e um atropelamento no local.

Parece que a Prefeitura de São Paulo está esperando alguém ser atropelado na Marquês de São Vicente para pintar uma faixa branca por ali também. Ou talvez o que esteja faltando seja exposição na imprensa…

Até quando esse descaso com as nossas vidas? Até quando continuaremos sendo tratados como incômodo? Parece que para a prefeitura nossa vida não é nada, só importa a de quem está de carro.

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5 comentários em “Ciclovia removida deixa ciclistas expostos a caminhões em São Paulo

  1. Talvez isto ajude. Fizeram o “Asfalto Novo” na avenida perto de onde moro, removeram todas as marcações de solo. Quando terminaram estavan demorando de refazer as pinturas de solo, pedi para o 156 ( principalmente pelo site da internet ) refazerem a ciclofaixa. O que foi feito depois de uma semana ( acho que já estava planejado ). O curioso é que a marcação para pedestres ficou sem ser feito por mais de semanas depis da ciclofaixa estar pronto. Pedi de novo para o 156, fizeram em algumas semanas depois. Creio que se ficarmos em cima, as coisas acontecerem. Pode ser algo de subprefeitura. No meu caso, é da subprefeitura da Lapa, vizinho da de Pinheiros, que tem um certo cuidado para as ciclovias. A conclusão é que se ninguém reclamar para a prefeitura, a probabilidade de empurrarem com a barriga é grande, e, eventualmente, outros serviços como refazer a marcação de solo para veículos será feito antes, eventualmente a de pedestres e a de ciclistas poderá ser esquecido, se não houver reclamação nesse sentido. Usar o 156 tanto para carro parado na calçada como para outras irregularidades como falta de marcação de solo funciona, se houver mais gente que posta solicitações/reclamações para o 156. Preste atenção se sua subprefeitura é do tipo resistente a cultura de mobilidade por bicicletas, talvez o esforço seja maior para fazerem o que deve ser feito.

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    1. Acrescentando, as minhas reclamações foram feitas no bairro do Jaguaré, bem na periferia próximo à divisa de Osasco. Se isto pode acontecer no meu bairro, pode acontecer no seu, principalmente quando várias pessoas reclamarem sobre um problema.

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    2. Esse descaso para problemas de pedestres também ocorre, como ocorreu no caso que citei. Contudo, há vários casos que não tem ainda solução. Ciclistas são uma grupo mais unido em relação a pedestres. Agir em prol de outras formas de mobilidade, como a pé, ajuda a resolver problemas de mobilidade por bicicletas, facilitando também a mobilidade de cadeirantes e para aqueles que tem dificultade de locomoção, ajudando a melhorar a percepção das pessoas para as ciclovias também. O que se precisa são pessoas que encarem a mobilidade de forma mais ampla que somente por bicicletas. Assim, o problema com as bicicletas ganha uma dimensão maior e ganha maior importância. Estabelecimentos comerciais, por exemplo, também tem seu papel importante na mobilidade. Está cansado de ver monte de barzinhos, restaurantes colocando mesas na calçadas que praticamente atrapalham a circulação de pedestres ( e por tabela de ciclistas ) ? Pois é, o problema de mobilidade por bicicleta está conectado a outros.

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  2. também removeram a ciclovia que passava pela Rua Silva Pinto, no Bom Retiro, por conta de recapeamento da rua. Sem sinalização, sem espaço para as bicicletas, e era uma ciclovia de mão dupla em via de mão única o que gera uma tremenda insegurança.

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