Placa “proibido bicicletas” foi substituída após vídeo do Vá de Bike
Sinalização indicava proibição justamente numa ciclofaixa. CET-SP corrigiu a situação logo depois da viralização de nosso vídeo, que mostrava a placa incorreta
Você está pedalando numa ciclovia e, quando chega num cruzamento, vê uma placa do outro lado da rua: proibido bicicletas. Não, a ciclovia não acabou, mas a placa diz que você não pode seguir por ali. Como assim?
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Proibido pedalar
Publicamos recentemente um vídeo em nossas redes mostrando essa situação. Ao lado de uma ciclofaixa, a placa que, em tese, proibiria ciclistas de trafegarem pela estrutura.
A placa ficava na estrutura de proteção ao ciclista localizada na Av. Iraí, em Moema, na esquina da Al. dos Nhambiquaras.
Na descrição do vídeo do Vá de Bike, esclarecemos que a placa teria sido colocada de forma equivocada pela CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo). Foi instalada uma placa R-12 (proibido trânsito de bicicletas) onde caberia uma R-34 (circulação exclusiva de bicicletas).
Dúvidas e críticas
Assim que o vídeo foi ao ar, recebemos críticas de muitos ciclistas, que entenderam que estávamos errados em nossa crítica. Para estes, a placa se referia à calçada, como um alerta aos ciclistas para que não invadissem a área dedicada aos pedestres.
“É óbvio que é na calçada”, comentou um seguidor no Instagram. “A placa está na calçada, porque sempre tem as mulas que circulam fora da ciclovia, pela calçada ou pela rua”, dizia um comentário no Facebook. Mas, no fundo, o que essas pessoas buscavam era uma explicação coerente para a placa estar ali. Isso por ser difícil acreditar que o próprio órgão de trânsito tivesse cometido tal deslize.
Outros criticavam a CET-SP, colocando em dúvida sua capacidade técnica e sua seriedade. Entretanto, desde o primeiro momento o entendimento do Vá de Bike foi o de que se tratava de um equívoco, que certamente seria corrigido. Isso inclusive foi mencionado nas publicações que fizemos nas redes sociais.
Placa se referia à ciclofaixa
Por mais que fosse estranho, a placa realmente se referia à estrutura voltada aos ciclistas. E podemos enumerar três razões para nossa certeza.
Em primeiro lugar, não é necessário instalar uma placa proibindo pedalar na calçada. Essa proibição já está no Código de Trânsito e vale para todas as calçadas. Da mesma forma, não precisamos de sinalização proibindo estacionar automóveis nesse espaço, porque a Lei já proíbe.
Outro motivo que reforça a incorreção da placa é a sinalização nos demais cruzamentos dessa ciclofaixa. Em todas as outras esquinas, a placa utilizada é a R-34, “circulação exclusiva de bicicletas”. Se a placa desse cruzamento se referisse à calçada, todas as outras estariam dizendo ao ciclista para trafegar na calçada, mesmo com a ciclofaixa bem ao lado.
Por fim, há outra placa logo depois dessa, proibindo parada e estacionamento de automóveis. Se a regra da primeira se aplicasse à calçada, a dessa segunda placa também se aplicaria. Obviamente, a proibição de parada e estacionamento não se refere à área dos pedestres, mas à via, especificamente à faixa destinada às bicicletas.
Sinalização foi corrigida
O vídeo que mostrava a situação viralizou rapidamente. Somando as três redes sociais em que foi publicado (YouTube, Facebook e Instagram), já havia alcançado cerca de 30 mil pessoas até o fechamento desta matéria. E chegou também na equipe técnica da CET, que atuou rapidamente para corrigir a sinalização, substituindo a placa antiga pela versão correta.
Falta fiscalização
Gostaríamos de parabenizar a CET pela rápida correção da sinalização. Mas pedimos que mantenham a mesma presteza em relação a outras necessidades da infraestrutura cicloviária. Sobretudo em relação à fiscalização de motoristas que invadem as áreas de circulação de bicicletas.
As Placas de Regulamentação são importantes, mas de nada adiantam se forem ignoradas. E tem se tornado cada vez mais comum ver carros parados ou estacionados sobre as ciclofaixas. Isso é grave, bem grave, porque coloca em risco a vida de quem está de bicicleta.
Isso porque o ciclista precisa sair da ciclofaixa para desviar do veículo parado, muitas vezes tendo que trafegar de frente para os carros que vêm no sentido contrário. O vídeo do começo desta página mostra várias dessas ocorrências – todas impunes.
Essa é uma situação que expõe a vida de outras pessoas “a perigo direto e iminente”, como descreve o artigo 132 do Código Penal. É muito mais que uma infração. E muito pior que furar o rodízio, por exemplo, porque pode resultar na morte de alguém.
Algo precisa ser feito. Não dá mais para fecharem os olhos e fiscalizarem apenas Zona Azul.
O grande problema com a CET é que em certos lugares mal fiscalizam. Exemplo é a minha rua, que estamos em zona mista, tem numa ponta da rua uma casa de construção, e, como não investiram em docas, os caminhões usam a rua para estacionar e fazer carga e descarga em cima de calçada, em local proibido e em guia rebaixada que atrapalham a circulação de carros, pedestres, ciclistas, motociclistas … o local tem placa de proibido estacionar. E várias chamadas a CET, nunca houve autuação. Até evitam chegar no local, passam muito tarde, e quando encontram justificam no chamado como “Fiscalizado de acordo com as normas da CET, … ” blá-blá-blá, ou não foi encontrado a ocorrência. O que se deduz desta situação é que os fiscais da CET tem acordo com o estabelecimento ( por debaixo dos panos obviamente ), que pode envolver o atendimento do chamado. Consigo constatar essas coisas porque moro no local e posso ver o resultado dos chamados. Dito isso, agora também estou envolvendo a auditoria da CET, a cada chamado para verificarem as respostas, tempo da respostas, qual carro ( fiscal ), a hora da fiscalização, para fiscalizar a CET. Ou seja, que sempre digo é que deve ser feito por pessoas do local e que observa o comportamento dos fiscais. Em casos que nunca a CET acha a ocorrência, deve se usar a ouvidoria, pois pode ser caso de corpo mole ou acordos locais. Juntamente com a ouvidoria ( http://cetsp1.cetsp.com.br/falecomanexo/ouvidoria.aspx ) e o número do protocolo dado pela atendente do 156 a CET no geral pode resolver essas irregularidades. Como no meu caso envolve calçada que são danificadas pelo peso dos caminhões, também é melhor fazer outras denúncias, como calçada danificada, estacionamento de recuo ( estacionamento externo do estabelecimento ), etc. Quanto mais itens de denúncia é melhor. No caso das calçadas, etc, deve também verificar se há autuação, nesse caso, deve envolver a ouvidoria da prefeitura.
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Em muitos lugares onde tem ciclovia ao lado da ciclovia, não tem essa placa, como no meu bairro ( Jaguaré ). Creio que foi excesso de zelo bem intencionado, mas dá margem para mal entendimento. Ou seja, gastou-se um recurso ( placa + poste ) que poderia ser usado em outros lugares que nem tem a placa e poste. Em todo caso, embora sirva para alertar os ciclistas, mas é desnecessária. O melhor forma é investir em fiscalização, ou seja, um fiscal que olhe e oriente ciclistas. Claro, não vai resolver muito, se for uma fiscalização pouco frequente e assertiva.
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