Concepção artística da sinalização de LED que a Prefeitura de São Paulo pretende instalar nas ciclovias da cidade

Como esperamos que seja a sinalização de LED nas ciclovias, que a Prefeitura de São Paulo pretende instalar na cidade. Foto/arte: Willian Cruz/Vá de Bike

Ciclovias terão sinalização com LED em São Paulo

Além dos 700 km de sinalização de LED, Plano Cicloviário prevê 1800 km de ciclovias para 2028, de acordo com o secr. de Mobilidade e Trânsito Ricardo Teixeira

As ciclovias e ciclofaixas da cidade de São Paulo devem receber em breve sinalização especial em LED, para aumentar a segurança dos ciclistas. E além dessa novidade, a rede cicloviária deve mais que dobrar nos próximos anos, passando dos cerca de 700 km atuais para 1800 km em 2028.

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Sinalizadores com LED

O anúncio foi feito pelo Secretário de Mobilidade e Trânsito de São Paulo, Ricardo Teixeira, em entrevista exclusiva ao Vá de Bike na última quinta-feira (6), na sede da Secretaria. “Estamos contratando para sinalizar, na questão noturna, as tachinhas LED, para que a ciclovia fique acesa e o motorista enxergue o ciclista, para que ele fique mais visível para o motorista”, declarou.

Ao todo serão 700 km de iluminação por LED, que deve ser implantada de forma muito parecida com o que se vê em alguns pontos da Faixa Azul, criada para os motociclistas em algumas avenidas. Nas ciclofaixas e ciclovias, as chamadas “tachinhas” com LEDs devem ser implantadas na faixa que demarca o espaço de proteção dos ciclistas, junto aos tachões de segregação.

Secretário de Mobilidade e Trânsito da cidade de São Paulo, Ricardo Teixeira
Ricardo Teixeira nos recebeu em seu gabinete, na sede da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito. Foto: Willian Cruz/VdB

Os problemas nas ciclovias

A declaração foi dada logo após uma reunião com ciclistas, da qual participaram integrantes do Vá de Bike, Bike Zona Sul, Pedala Itaquera, Câmara Temática da Bicicleta e Associação Pedala Brasil de Ciclismo, além da Vereadora Sandra Tadeu (DEM), que viabilizou o encontro.

Durante a reunião, os ciclistas apresentaram problemas encontrados nas ciclovias da cidade. “Usamos a ciclovia da Rafael de Barros, no Paraíso, para exemplificar problemas que existem em ciclovias de toda a cidade”, conta Willian Cruz, do Vá de Bike.

Foram apontadas questões como falhas e buracos no pavimento, que podem derrubar quem pedala. O desgaste da pintura e dos tachões também foram lembrados, pois resultam em invasões de motoristas e motociclistas. E pedimos mais fiscalização sobre parada e estacionamento irregulares, que criam risco de atropelamento ao obrigar os ciclistas a saírem para a via.

Ainda solicitamos mais semáforos para ciclistas nos cruzamentos, sobretudo em ciclovias bidirecionais localizadas em ruas de mão única. E placas pedindo prioridade a ciclistas e pedestres nas conversões, para reduzir os conflitos e riscos nos cruzamentos.

Por fim, cobramos uma conexão da Ciclovia da Radial Leste com o Centro, ligando-a à malha cicloviária da cidade. Uma promessa antiga, que por nunca ter sido implantada ainda mantém isolada essa importante ciclovia da Zona Leste.

falha grave no pavimento da ciclovia da r. dr. rafael de barros
Falhas graves no pavimento, como essa na descida da R. Dr. Rafael de Barros, podem resultar até em atropelamento, caso o ciclista caia em frente a um carro que esteja passando ao seu lado. Imagem: Google Street View

Orçamento para manutenção

Segundo o secretário, há um orçamento de quase R$ 60 milhões para resolver os problemas de manutenção nas ciclovias, “depois de todo o trâmite oficial”. “Já está pra ser contratado, são quase R$ 60 milhões de manutenção para os 700 km de ciclovias”, afirmou.

“Então toda a sinalização vertical, toda a sinalização horizontal, temos agora também contrato de semáforo, tudo sendo revisto”, completou Teixeira. E além desse contrato estão sendo licitadas as tachinhas LED, “que como são coisa nova eu não posso fazer Ata de Registro de Preço”.

Incentivo ao ciclismo

Outro assunto abordado foi a necessidade de uma Área de Proteção ao Ciclista de Competição (APCC), para treinos em São Paulo, bem como a isenção de taxas da CET sobre eventos de ciclismo na cidade.

São iniciativas que não apenas incentivariam o esporte, mas estimulariam o surgimento de atletas que poderiam inspirar as novas gerações, defende Wanderley Gonzales, da Associação Pedala Brasil. “O esporte é uma importante ferramenta de inserção na sociedade. Qualquer gestor público deveria ter o tema como um ótimo investimento. Segundo a OMS, a cada US$ 1 investido no esporte são economizados US$ 3 com a saúde”, ressalta Gonzales.

Reformas criando risco de acidentes

Na reunião, pedimos maior atenção da Secretaria a reformas feitas em área de ciclovia, como na Av. Berrini (Zona Sul), onde degraus e trechos onde o pavimento está sendo refeito oferecem risco de acidentes.

ciclistas correm risco de queda e atropelamento em trechos da av. berrini que estão em obras
Enquanto alguns ciclistas desmontam e caminham por dentro de um dos trechos em obras na Av. Berrini, correndo risco de queda e ferimentos, outros optam por pedalar pelo corredor de ônibus. Não foi sinalizado desvio pela via para os ciclistas, que ficam sem alternativa ao chegar nesses trechos. Fotos: Thomas Wang/Bike Zona Sul

A ciclovia da Av. Eliseu de Almeida também foi citada, onde placas de concreto foram instaladas de forma longitudinal com aberturas onde a roda da bicicleta pode entrar, causando queda do ciclista.

vão na ciclovia eliseu de almeida pode causar acidenters graves
Se as placas tivessem sido colocadas de forma transversal, o problema não seria tão grave. O vão tem a posição e a largura ideais para um desastre, causando uma queda que pode levar até a óbito. O sinalizador foi colocado por ciclistas, que continuam alertando os colegas com plantas, madeiras e entulho, já que o problema continua sem solução. Foto: Simone Penninck/Bike Zona Oeste

Ambos os problemas podem ser vistos com mais detalhes no vídeo que está no início da página.

Novas ciclovias em São Paulo

Questionamos o Secretário sobre a promessa não cumprida de 157 km de novas ciclovias em 2022 e sobre as metas da prefeitura para os próximos anos. “O entendimento da Prefeitura é o Plano de Metas, que começou em 2020 quando começou o governo e termina em 2024. São 300 km a mais de ciclovias. Já construímos 30 km e ainda faltam 270 km, para os quais já estão sendo contratados os projetos executivos. O governo termina no final do ano que vem, então a meta é até o final de 2024. Tem recurso. E contratando o projeto, vamos fazer as obras”, declarou Ricardo Teixeira.

De acordo com Teixeira, há mais 100 km que ainda serão apresentados pelo Plano Cicloviário. Dessa forma, a cidade deve chegar ao final da gestão Ricardo Nunes (MDB) com 1100 km de ciclovias. Além disso, há a previsão de termos um total de 1800 km de ciclovias até 2028.

“O Plano Cicloviário, que é trabalhado pelo Dawton Gaia, que é o coordenador, vai apresentar mais 100 km, que a gente faz ainda no ano que vem. E pelo Plano, até 2028 são 1800 km no total. Portanto a gente vai terminar essa gestão com 1100 km e a próxima gestão tem que fazer mais 700 km”, afirmou o Secretário.

Os participantes da reunião de ciclistas com o secretário de mobilidade e trânsito de São Paulo
Participaram da reunião, a partir da esq.: Anderson Augusto (Câmara Temática da Bicicleta), Sergio Teles de Lima (Pedala Itaquera), Thomas Wang (Bike Zona Sul), Dawton Gaia (SMT), Ricardo Teixeira (SMT), Willian Cruz (Vá de Bike), Nathalia Mina (SMT) e Wanderley Gonzales (Associação Pedala Brasil). Também participou a vereadora Sandra Tadeu (DEM), que chegou pouco depois desse clique. Foto: SMT

3 comentários em “Ciclovias terão sinalização com LED em São Paulo

  1. espero que realmente faça diferença na sinlizacao, ajude os motoristas e perceber os ciclistas. E seja contratada por um preço justo.

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  2. Além de tudo exposto, vejo ciclovias sendo implantadas onde são pouco aproveitadas e onde haveria mais demanda, a custo baixo, nada.
    Ex. Av. Ricardo Jafet que já tem ciclovia em parte e acaba, onde poderia existir até o início da Imigrantes .
    Avenida do Estado tem Ciclovia em pequeno trecho , mas acaba e quem está pedalando é obrigado a ir para direita se ciclovia.
    O viaduto São Paulo, parte da Avenida do Estado, bem que poderia ter ciclovia.
    E assim, uma infinidade de pequenos detalhes que não são dados a devida atenção.
    Só se fala em projetos grandiosos como a ciclovia na Rodovia dos Bandeirantes.
    Eu pedalo pelo faixa de acostamentos de maioria das rodovias do Estado e também nas avenidas e ruas de São Paulo.
    Koiti Yoshimura.
    84 anos.

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