Reação popular faz prefeitura suspender corte de árvores em SP
Devido à forte repercussão negativa, Prefeitura suspende *temporariamente* o corte de 30 árvores antigas em avenida da zona oeste da cidade.
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Galeria de fotos da manifestação Abaixo-assinado para impedir Árvores caídas com a chuva são |
Cerca de 100 pessoas se reuniram para protestar contra a retirada de 30 tipuanas do canteiro central da avenida Francisco Matarazzo, em São Paulo, na tarde do domingo 21/07. As árvores seriam retiradas pela construtora WTorre, para ampliar em uma faixa de rolamento a pista sentido centro da Avenida Francisco Matarazzo, como uma das contrapartidas viárias exigidas para a obra do novo estádio do Palmeiras.
A manifestação foi organizada pelo Facebook por Paulo Preto e Flávia Lemos, do coletivo “Ocupe e Abrace”. O protesto foi “abraçado” por moradores do bairro e representantes de coletivos como Hortelões Urbanos, Pedal Verde, A Pompéia que se quer, Centro Cultural da Pompéia, Moradores da Vila Pompéia contra a verticalização, Árvores Vivas, Conseg Perdizes/Pacaembu e outros.
Cartazes coloridos com diversas frases foram amarrados nas árvores para chamar atenção de quem passa por lá:
Suspensão do corte é temporária
A prefeitura decidiu suspender temporariamente o corte das árvores, conforme informação publicada no Diário Oficial no sábado. A suspensão vale por 30 dias, período em que será realizado um estudo para buscar uma solução melhor.
Para Cyra Malta, funcionária da Subprefeitura da Lapa e participante do Pedal Verde, existem muitas opções de transporte coletivo para se chegar até lá e não seria necessária essa mudança. “Hoje temos a estação Água Branca de trem, a estação Barra Funda, o corredor de ônibus na Francisco Matarazzo e nós temos duas outras estações previstas – uma estação de metrô próxima ao Sesc Pompeia e uma outra perto da Praça Marrey Junior – e temos prevista a implantação do corredor de ônibus na Avenida Sumaré”, relata. “Quer dizer, tem um conjunto de intervenções urbanas que favorecem a chegada àquele ponto de evento a partir do transporte público e não do transporte individual automotivo”. Ainda segundo Cyra, as calçadas são estreitas para aquelas pessoas que fazem uso do transporte ativo, que é a caminhada.
Flávia, uma das organizadoras, concorda: “a gente espera que a WTorre, junto com o poder público, encontre uma solução que preze o transporte público da região, porque o trânsito já é caótico de qualquer jeito e não é isso que vai refrescar”.
Segundo Juliana Gatti Pereira, do “Árvores Vivas”, o plano deveria ser o de criar espaço pra mais árvores. O ideal seria “que eles tirassem da obra para colocar na via, não tirar o que a gente tem de benefício já implantado, fixo e consolidado em termos ambientais”. E conclui: “pensar em remover árvores desse porte, com essa importância para o equilíbrio ambiental da nossa cidade é um crime gigantesco”.
Luiz de Campos Jr., do projeto “Rios e Ruas”, aponta que o que está acontecendo na Av. Francisco Matarazzo é um retrocesso. “É um exemplo da contramão da urbanização da cidade. Enquanto todo mundo está falando que precisamos aumentar os espaços de drenagem na cidade, aumentar o verde, a taxa de arborização, etc., a gente vê uma empresa que para resolver o problema de fluxo de veículos pretende retirar uma ilha central onde existem várias tipuanas”.
Luiz explica que, apesar de não serem árvores nativas de São Paulo, as tipuanas da avenida são muito antigas e saudáveis. “E mais do que isso: não é uma substituição, aquele lugar vai ficar sem nenhuma árvore. Então vem exatamente na contramão do que as pessoas estão pedindo, de como as pessoas estão pensando a cidade”.
Além de todos os problemas citados, há também a preocupação com a segurança de quem vive no bairro. “A gente [do coletivo Ocupe e Abrace] acredita que a segurança está na revitalização do espaço público, não nos grandes muros das incorporadoras”, afirma Flávia Lemos.
A WTorre informou em nota que tem participado de reuniões com a Subprefeitura da Lapa, Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) e a CET, “para decidirem, em conjunto, a melhor maneira de executar as obras de contrapartidano entorno do Allianz Parque e minimizar os impactos ambientais e de mobilidade na Av. Francisco Matarazzo e na vizinhança da arena”. Reforça que a decisão final compete aos órgãos públicos e a empresa “cumprirá com as determinações que lhe forem exigidas”.
Fotos e vídeo
Veja nossa galeria de fotos e assista abaixo o nosso vídeo e uma matéria da TV Brasil:
pois é anos depois volto aqui pra falar da vergonha que fizeram naquele canteiro bonito, tiraram abrigo do ponto de onibus, diminuiram a calçada, o que dificulta para quem é mais idoso subir no onibus,sorrateiramente fizeram tudo naquela merda, a vida tá uma bosta, tudo por causa de grandes predios e construções ser humano é um lixo…
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Com este olhar para o espaço público, resolve-se também outros problemas, por exemplo, segurança. Inevitavelmente, as pessoas que estão olhando o espaço público para a preocupação deles, como as árvores, acabarão por notar as outras coisas, e, com a inclusão de outros grupos, ajudarão, também notar outros aspectos do espaço público, como trânsito, segurança, poluiçao, água, calor, etc … Esse é o aspecto positivo destas iniciativas. E é bom os vários movimentos e comunidades se conhecerem uma ao outro, podendo ajudar uma ao outro, alinhados para defesa do espaço público.
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É essa interação dos locais, formando a comunidade, defendendo e ajudando a defender, vários interesses locais que se cria relacionamentos, práticas, atitudes sustentáveis. Está pensando em sinergia ? Pode apostar. É assim que funciona. Ficar esperando que as autoridades deem seu parecer é entregar a vida a eles, e a grupos que dominam a administração pública. Resolver os problemas devem começar do local para o geral. E sempre. Acho que esse é um dos problemas recorrentes, depois de um tempo o pessoal esquece, achando que seus problemas pessoais são mais importantes, porque não faz parte do seu dia-a-dia. É a dinâmica dos relacionamentos. Se você não cultiva, com o tempo vai definhando. É a Massa Crítica. Tem que manter essa reação acesa. Caso contrário, o frio domina.
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Além disto o que é mais importante está perto de você. Nada mais natural que reagir em defesa do que está próximo.
Neste ponto aquecimento global não é a questão, aquecimento local é. Estamos no inverno, mas no Verão verão o calor que o concreto traz. É o fenômeno chamado de Ilhas de Calor. Nos EUA, hemisfério norte, está com temperaturas altas recordes. NY é uma cidade com poucas árvores, fora dos parques. Lá esse fenômeno é comum. Veja a quantidade de pessoas morrem por excesso de calor.
Problema das enchentes, devido a impermeabilização, é frequente. E vemos que há falta de coleta da água da chuva. Será que estádio do verdão capta a água da chuva ? Pois, para edificações maiores que 500 metros quadrados de área é obrigatório por lei no Estado de São Paulo. E, afinal tem que manter o verde não ? Irônico. Agora vão ter que ser verdes mesmo. Agora na 2a. divisão, por problemas de visão em sustentabilidade. Até acho que futebol pode ser sustentáve. Estando na 2a. divisão, vão ter que pensar nisto, e, espero que voltem com este pensamento. A propósito, não torço por Palmeiras ou qualquer outro time, por que acho que os clubes não são sustentáveis,dada a quantidade de recursos que consomem.
Não sei o quanto de água da chuva é retida pelos edifícios na região, mas garanto que poucos o fazem. Por exemplo, os shoppings da região, têm captação da água da chuva ? Dá para questionar se os prédios da PWC fazem coleta da água da chuva, e SESC Pompéia.
Lembram-se dos alvarás dos estacionamentos ? Somente 8% dos estacionamentos tem alvará de funcionamento ? ( Aliás, lá tem bastante estacionamento, nas ruas paralelas a da Turiassu, onde houve incidentes com colegas meus que estacionaram lá.) E isto pode significar a falta de apoio na sustentabilidade pelos empreendimentos.
E isto é responsável por não termos bicicletários nos shoppings ? Questionemos nesta oportunidade se os Shoppings West Plaza e Bourbon tem bicicletários decentes exigidos por lei. Segundo comentários do pessoal no post do próprio VáDeBike: http://vadebike.org/2011/06/shopping-de-sao-paulo-discrimina-ciclistas/, o Bourbon tem. E esse post confirma com algumas ressalvas: http://vadebike.org/2011/07/shopping-bourbon-a-saga-continua/. West Plaza perde clientela para o Bourbon, pelo fato também não atender aos ciclistas. Aí se deprende que nem em sua própria sustentabilidade o shopping West Plaza pensa. Lamentável, apesar o alto custo do make-over das fachadas, trouxe a antiga clientela que tinha antes do Bourbon. Todos sabemos que bicicleta ocupa pouco espaço, traz uma clientela mais fidelizada, e, portanto, traz uma receita mais sustentável a longo prazo. Carro estão deixando de ir por causa do trânsito monstruoso que acontece na hora do rush.
Este local é também do pessoal do Tutto Bike, que tem seus passeios noturnos nas 3as e 5as., que possivelmente, dão sua força. Aliás não é a única bicicletaria da região. A FreeCycle, onde tem suas bikes elétricas. Ou seja, a região não é fraca em termos de ciclismo. Perto de lá temos a quase ciclovia da Av. Sumaré. O que me surpreende por não ter uma na Av. Francisco Matarazzo. Ah, e a promessa do Tatto em colocar ciclovia ao lado do corredor de ônibus ? Que chantagem, derrubar as árvores para dar mais espaço para ônibus, e, por tabela carro.
Trabalhei um tempo na região. Daí o meu conhecimento da região. Lá que comecei a minha luta por vida mais saldável. Cheguei a ir ao trabalho de bike, há uns 10 anos atrás, indo de manhã cedo e voltando à noite, margeando a estrada de ferro ( locais mais planos … ). Não tinha o Bourbon e nem os bicicletários. A região da Lapa em comparação é bem complicado, de sorte que há caminhos mais cicláveis. Veja, que a região precisa melhorar em termos de “ciclabilidade”. Lapa também é o local onde está a subprefeitura da Lapa, onde a Soninha presidiu, e deu a sua contribuição para a sustentabilidade, com a tentativa de ir de bicicleta para o trabalho. Lá também tem um jornal empático chamado Jornal da Gente, que tempos em tempos faz alguma matéria sobre ciclismo.
Também pratiquei um outro hobby perto, a do aeromodelismo, onde voava no terreno da antiga Telesp, localizado na Nicolas Boer, do outro lado da ponte Pompéia ( que foi interditado por um tempo ) e onde será construído um mega condomínio, que promete trazer todo conforto de um local arborizado, etc … me pergunto se lá vai ter ciclovia. :-D. Provavelmente, sim, pelo tamanho do terreno, 250 mil metros quadrados, é um mundinho.
http://www.i-qualimoveis.com.br/news/tecnisa-apresenta-bairro-planejado-na-zona-oeste
http://jardimdasperdizesbairro.blogspot.com.br/2013_02_01_archive.html
Creio que esta comunidade vai ter um trabalho considerável combatendo a pressão imobiliária da região, por vias para carros e ônibus. Vale um feedback para estas imobiliárias sobre estas considerações, como bicicletários, ciclovia, paraciclos, etc.
É bom ver a reação desta comunidade, dada a minha experiência por estas bandas. E é um bom exemplo de como uma comunidade que pensa no seu entorno, pode ser, e na força da capacidade de mudar os rumos e melhorar a região. Foi uma boa surpresa.
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Enquanto muitos países buscam valorizar seus espaços públicos para as pessoas, aqui é onde justamente se faz o contrário em prol do transporte individual.
Brasil, um país de retrocessos!
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Isto só mostra que agir, botar a boca no trombone, e em muitos, impedem atitudes arbitrárias ou movidos por interesses de poucos. Ainda não entenderam o que são flash mobs ? O que é massa crítica ? Cidadania 2.O ? Inclusão social, e por aí afora … é isso que temos que aprender, nós da classe média.
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Já que é pra derrubar alguma coisa, que sejam esses prédios deprimentes que estão fazendo ali…
Comentário bem votado! 5 0
Ora, organizem um protesto/movimento contra … :-). Reação, feedback, massa crítica. E apertar justamente quem aprovou estas construções.
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