Ações de ocupação dão novo significado ao Baixo Centro
De 23 de março a 1º de abril, o centro de São Paulo vive o Festival BaixoCentro, que pretende ressignificar a região do Elevado Costa e Silva em nome da retomada das ruas pelas pessoas – e não pelos carros, pelos empreendimentos imobiliários, pelo cinza. E a bicicleta está inserida no Festival.
Desde 23 de março, o centro de São Paulo vive uma (re)ocupação bem diferente do habitual cenário cinza, poluído e congestionado de sempre. O Festival BaixoCentro acontece até o dia primeiro e se propõe a ressignificar a região em torno do Elevado Costa e Silva, o chamado “minhocão”, na região central e histórica da cidade que compreende os bairros de Santa Cecília, Vila Buarque, Campos Elísios, Barra Funda e Luz.
Colaborativo e independente, o projeto do festival de rua foi financiado via crowdfunding e também convida as pessoas a intervirem e participarem ativamente.
“Durante 10 dias, mais de 120 ações ocorreram no centro da cidade de São Paulo, em nome da retomada das ruas pelas pessoas – e não pelos carros, pelos empreendimentos imobiliários, pelo cinza” diz o texto publicado no site do BaixoCentro. Acompanhe a programação na página do Facebook, pelo twitter ou consultando o site do Festival.
Oficina Mão na Roda
Ocupar democraticamente o espaço público é uma das principais frentes que a promoção da bicicleta propõe aos moradores de uma cidade, fazendo com que as pessoas convivam, se conheçam, se respeitem, conversem, articulem mudanças e tenham qualidade de vida.
Por isso, o Festival BaixoCentro é uma ação que está intimamente ligada com todo nosso universo de luta por uma Cidade para Pessoas. Além do projeto da Natália Garcia, mais duas instituições ligadas diretamente ao uso da bicicleta estão envolvidas com o Festival: o Coletivo CRU e a Ciclocidade.
A Oficina Comunitária Mão na Roda, da Ciclocidade (entenda aqui), montará sua bancada este sábado 31/03, das 10h às 13h, na praça Marechal Deodoro, esquina com a Av. Angélica.
Os ciclistas da Oficina vão tirar dúvidas, ajudar a resolver problemas mecânicos das bicicletas de quem aparecer por lá, além é claro de conversar sobre pedalar como meio de transporte nas ruas de São Paulo.
Depois de dar um trato nas magrelas, os participantes saem para uma pedalada pelo Baixo Centro.
As ruas são para dançar
Com esse lema, o Festival BaixoCentro traz uma programação repleta de atividades artísticas e culturais espalhadas pelo centro de São Paulo. Mas o palco da dança tem sido alvo da especulação milionária imobiliária e do Projeto Nova Luz da Prefeitura, que prevê desapropriação de 61% das residências, demolição e reconstrução.
Historicamente, os centros das cidades são locais de grande fluxo de pessoas, com abundância de comércios e serviços. Qualquer decisão equivocada sobre esses locais terá um efeito catastrófico e irreversível de descaracterização e esvaziamento da região central.
Por isso, é importante pensar em estender e ampliar as ações do BaixoCentro para atividades com viés mais político, com participação efetiva nas decisões acerca do futuro daqueles bairros e de seus moradores.
Envolva-se com sua cidade, engaje-se em movimentos, questione o poder público, participe das decisões, reclame e sugira saídas coletivas e democráticas.
Faça da cidade a sua cidade.
A cidade também é sua!
Assista no vídeo abaixo a ação de abertura do Festival BaixoCentro, inspirada no projeto alemão Painting reality: 200 litros de tinta solúvel em água foram derramados em um cruzamento, fazendo com que os próprios automóveis espalhassem cores pelas ruas.
A ação ocorreu durante a manhã. De noite, a prefeitura já “higienizava” a rua, afastando o colorido subversivo e trazendo de volta o cinza seguro. O detalhe é que as tintas eram laváveis, ou seja, sairiam dali na primeira chuva (além de não causar dano à pintura dos carros que passaram por ali).
o problema das grandes cidades, são a falta de planejamento deverian criar o elvado ou o minhocão somente para onibos e ciclovias,en todo oseu percurso e liberado para pedestre nos fin de semana e feriados ;a real é do que adianta pensar somente nos carros criar viadutos ou tunes para escoar a demanda de carros,o centro deveria ter apenas o flucsso de onibos , bicicletas,viaturas e ter pontos estrategicos de cargas e descargas de alimentos nos centros.
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Acredito na movimentação popular, principalmente em lugares onde o estado está muito ausente. O centro é um bom exemplo de como uma cenário bonito, cheio de rios e árvores, pode se tornar tão feio. Seria uma boa ideia se as pessoas conhecessem como São Paulo era, para então entenderem que a situação atual não é o normal. Quem sabe um dia o minhocão ainda não vira um parque suspenso, com ciclovia e muitas árvores.
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