Foto: Fora do Eixo

“Praia na Paulista” atraiu mais de mil pessoas

No dia Mundial Sem Carro, evento levou mais de mil pessoas a usufruírem do espaço público de uma maneira diferente.

Foto: Fora do Eixo

Contrariando a teoria de que “a praia do paulistano é o shopping center”, mais de mil pessoas usufruíram do espaço público de São Paulo de uma maneira diferente, no Dia Mundial Sem Carro (22 de setembro).

Das 8 às 18h, aconteceu na Praça do Ciclista o evento Praia na Paulista, com muita música, gincanas, oficinas, conversas, exposições, passeios ciclísticos e mais (veja a lista completa). A diversidade do público participante foi o que mais chamou atenção, tudo em um clima de amizade e muita paz.

Recuperando o espaço perdido

Crianças também participaram das atividades. Foto: Fora do Eixo

O Dia Mundial Sem Carro traz um questionamento maior do que a discussão sobre mobilidade, já que um planejamento urbano que estimula o uso do automóvel também traz diversas outras consequências.

As áreas verdes da cidade cedem cada vez mais seu espaço para o asfalto. As crianças acabam por correr risco de atropelamento até mesmo nas calçadas, nas saídas de garagens. As áreas públicas deixam de ser vistas como um espaço para as pessoas para se tornarem meros locais de passagem, o que leva a sua degradação. Os rios sofrem do mesmo problema, pois deixam de ser patrimônio dos cidadãos para se tornarem simples incômodos a serem transpostos no deslocamento, sendo escondidos debaixo de avenidas em vez de serem recuperados. E muitas outras consequências desagradáveis.

Por isso, foram realizadas muitas atividades de convivência, que atraíram famílias com crianças e até bebês. Também foram distribuídas mudas de árvores, houve piquenique coletivo e muita conversa sobre as mudanças que precisamos na cidade e que se tornam cada dia mais urgentes.

Prefeitura não autorizou fechamento da quadra

O fechamento da última quadra da Av. Paulista – trecho que abriga a Praça do Ciclista, havia sido solicitado para o evento, porém não foi autorizado pela Prefeitura. Segundo as entidades participantes, a alegação foi de que iria atrapalhar o tráfego e que só a Parada do Orgulho GLBT e a Maratona (seria a São Silvestre?) teriam permissão para fechar a avenida.

Foto: Fora do Eixo

Vale lembrar que:

– Esse quarteirão permaneceu fechado durante as obras da linha amarela do Metrô, situação com a qual os motoristas conviveram durante todos os dias da semana, durante nove meses.

– A Ciclofaixa de Lazer teve autorização para utilizar duas faixas da avenida e fechar cruzamentos, durante praticamente todo o dia.

– A Parada GLBT e a São Silvestre fecham a avenida por inteiro, portanto a comparação não tem cabimento.

– A Lei Municipal 15.035/09 determina que, no Dia Mundial Sem Carro, o Poder Público Municipal deve “envidar esforços para promover atividades educativas e a realização de campanhas e programas para obter adeptos ao não-uso de carros, sendo a adesão ao não-uso de carros nesse dia voluntária”.

Curiosidade: o projeto original da Lei Municipal que determina a adesão da cidade de São Paulo à data (15.035/09) previa restrição ao uso de automóveis nesse dia, tendo como única penalidade uma advertência por escrito, esclarecendo a motivação da campanha (vale a pena ver a justificativa do projeto de lei). Mas o artigo foi vetado, sob a alegação de que eram medidas “restritivas e punitivas” contrárias ao caráter voluntário da adesão à data, além de alguns questionamentos acerca da legalidade da ação (veja a justificativa para os vetos).

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