O suposto agente da Guarda Civil Metropolitana, que agredia e insultava os skatistas sem se identificar, incitando-os a reagir. Um perfil de Facebook que seria dele está sendo divulgado maciçamente nas redes sociais, junto com supostos endereço e telefones.

De quem é a Praça Roosevelt?

Episódio de truculência da GCM demonstra despreparo das autoridades para lidar com a juventude e a cidade. Manifestação foi marcada para o dia 26.

A Praça Roosevelt, logo após a reforma. Foto: Prefeitura de São Paulo
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Numa sexta-feira, dia 4 de janeiro, marquei de encontrar um amigo para jogar conversa fora na Praça Roosevelt, centro de São Paulo. Ao chegar na “marquise” avistamos uma confusão gigante em torno dos carros da Guarda Civil Metropolitana. Muito corre-corre, gritaria, celulares apontados para a GCM, enquanto esta promovia perseguições a determinados jovens, com spray de pimenta nas mãos e muita truculência.

Saímos de lá apressados, com medo de sermos atingidos pelo gás que é absurdamente incômodo a nós e nocivo aos animais (eu estava com meu cachorro). Para minha infeliz surpresa, ao chegar no comércio local logo embaixo das escadarias da Praça, crianças eram carregadas nos colos das mães, chorando com as mãos nos olhos, enquanto ouvíamos a chegada do reforço policial.

Sem entender o que estava acontecendo, a população lançava suas opiniões. Esses caras são folgados mesmo, dizia uma senhora. Não tem limite, devem ter aprontado algo para a polícia ter feito isso, bem feito, disse outra. Se a praça era ruim, agora está pior por causa desses skatistas.

O agente da Guarda Civil Metropolitana que, sem farda e sem se identificar, agredia e insultava os skatistas, incitando-os a reagir. Um perfil de Facebook que seria dele está sendo divulgado maciçamente nas redes sociais, junto com supostos endereço e telefones - algo que ainda vai acabar mal. Imagem: Eduardo Régis/Reprodução

Agressões e xingamentos

Eis que na noite do dia 6 um vídeo ganhou repercussão nas redes sociais. É o registro/depoimento de um dos skatistas, Eduardo Régis, de 22 anos, que ligou a câmera ao ser brutalmente repreendido, quando tentava ajudar o amigo que estava levando uma “chave de pescoço” por um guarda à paisana. Sem identificação nem farda, o guarda era questionado pelos meninos sobre sua autoridade.

“Qual seu nome? Só quero saber seu nome. Você não tem direito nenhum de fazer isso”, dizia um dos jovens. “A GCM tá se achando no dever de tirar a gente aqui na Roosevelt porque a gente tá andando de skate. Jogaram spray de pimenta em todo mundo e ainda enforcaram meu amigo”, dizia Régis enquanto filmava.

Andar de skate em plena luz do dia justifica tanta agressão e truculência?

Assista ao vídeo. Repare, aos 32 segundos, que uma criança é atingida pelo spray de pimenta disparado por uma das agentes da Guarda Municipal.

 

Despreparo

O episódio demonstra claramente o despreparo das autoridades (que deveriam estar à serviço da população) com questões que envolvem a juventude e a cidade. Repressão e violência gratuita, principalmente em cima de quem não é bandido nem está armado, deve ser repudiada por nós!

Na Bike: Ação truculenta da Guarda Civil Metropolitana na Praça Roosevelt gera revolta em frequentadores

É comum sabermos de casos onde as autoridades policiais protagonizam cenas assim, de intolerância e abuso, típicas de ditadura disfarçada onde impõem o medo para conseguir respeito. Mesmo nas bicicletadas, Pedalada Pelada, Ghost Bikes e tantas outras manifestacões ciclísticas acabamos tendo contato com essa intimidação.

As novas tecnologias e as redes sociais têm dado uma vazão absurda a esse tipo de situação, escancarando para a sociedade um problema que já acontece e é bastante comum na calada da noite.

 

Agentes foram afastados

Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, pasta responsável pela GCM, informou que os agentes envolvidos na confusão foram identificados, afastados dos serviços externos e serão ouvidos pela Corregedoria Geral da GCM, que adotará as “providências cabíveis”. Leia a íntegra do documento.

 

De quem é a praça?

Entregue para a população em 29 de setembro do ano passado, depois de 2 anos de reforma e a um custo de 55 milhões de reais, a Praça Roosevelt se tornou um dos berços para patinadores e skatistas, ficando lotada de praticantes amadores e profissionais das modalidades.

Isso porque, mesmo sem essa pretensão, a prefeitura de SP acabou fazendo um espaço muito bom para a prática, mas que ao não contemplar oficialmente a presença delas, foram obrigadas a – mais uma vez – ocupar de qualquer jeito, sem nenhum critério nem orientação. “Sem querer, a prefeitura construiu uma pista de skate estilo Plaza no centro de São Paulo”, afirma em seu blog na ESPN o skatista e fotógrafo Otávio Neto.

Marginalizados e sem espaço, os skatistas, em especial, são a maior vítima do problema. Em 2011, mais de 400 praticantes do esporte ocuparam as ruas da região da Avenida Paulista em manifestação contra o preconceito e exigindo a legitimação na cidade, com espaço adequados e respeito. É pedir muito? Na época, os manifestantes já defendiam o direito de praticar o esporte na Praça Roosevelt, que ainda passava por reformas.

A Praça foi entregue sem contemplar quem anda de skate e, em consonância com essa mesma postura, a própria GCM trata como “vagabundos” quem prefere ocupar a praça PÚBLICA munido de uma prancha sobre quatro rodas. A polêmica já foi pauta de vários jornais que, infelizmente, repercutem a polaridade dos fatos e reforçam a pergunta: de quem é a praça, dos skatistas ou dos moradores? Mas perguntas erradas estimulam respostas erradas.

 

A Praça é de todos nós!

Independente de você gostar ou não de skate, essas pessoas têm o total direito de praticá-lo, ainda que a Prefeitura não legitime um espaço/horário para isso. A sociedade tem que se esforçar para entender que a juventude PRECISA praticar esportes, ter momentos de lazer e descobrir outras habilidades. Quantas praças você conhece que tem espaço para manobras de street? E não estamos falando de halfs, bowls e rampas.

Por tabela, o skate é ainda um meio de transporte, assim como a bicicleta, o patins e o patinete. Maneiras eficientes e saudáveis de se locomover pela cidade, sem congestionar nem poluir nosso ar. Mas tente usar skate ou patins para se locomover nas ruas para ver a receptividade “calorosa” dos motoristas…

Várias cidades do mundo já entenderam a importância dos skatistas e têm feito um trabalho fundamental de estímulo e compartilhamento da via, inclusive entre ciclistas. Aqui em São Paulo, especialmente, somos induzidos ao isolamento, individualismo, medo das pessoas e intolerância com o outro, quando na verdade o grande exercício de cidadania é justamente o oposto a isso: o uso constante da cidade, das praças, das calçadas, das ruas; a tolerância, o compartilhamento e o respeito.

 

Vandalismo

O que a GCM e os moradores do entorno chamam de vandalismo, muita gente chama de esporte. Reparem no elemento perigoso aos 33 segundos desse ótimo vídeo:

 

Praça já foi velódromo

No final do século XIX, a Praça Roosevelt era um velódromo, onde aconteciam competições de ciclismo. Inaugurado em 1892 para o ciclismo, passou a ser utilizado para o futebol a partir de 1901, sendo o segundo campo e o primeiro estádio da cidade de São Paulo.

No estádio havia uma placa em que se lia “proibido vaiar”.

 

Protesto marcado para 26/01

Na internet, um protesto contra este episódio lamentável já foi marcado e está com mais de 2 mil participantes confirmados. O evento, intitulado “Voz Ativa – Praça Roosevelt”, está sendo organizado via Facebook, onde é possível acompanhar as discussões sobre o uso compartilhado do espaço.

A manifestação pacífica será no dia 26 de janeiro, sábado, a partir das 14h, na própria Praça Roosevelt. Desde a sua inauguração a praça já recebeu diversos shows, apresentações culturais e protestos, demonstrando seu potencial agregador e revolucionário, ao trazer para a convivência toda a beleza e diversidade que temos em SP.

Enquanto os moradores do entorno da Praça Roosevelt não entenderem que a praça é pública e que, mais do que reclamar do comportamento, devem exigir a legitimação de um espaço para os skatistas, aquele local vai continuar sendo uma grande panela de pressão, pronta para explodir e lançar respingos para todos os lados – inclusive o seu.

Prepare a bicicleta, skate, patins, patinete
e vá até a Praça Roosevelt no dia 26/01

A CIDADE TAMBÉM É SUA!

Atualizado:

Há uma discussão sobre a data do evento, com sugestão de mudança. Acompanhe na página do Facebook.

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45 comentários em “De quem é a Praça Roosevelt?

  1. Os skatistas tem todo o direito de usar a praça, da mesma forma que os não skatistas tambem tem esse direito. por isso tem que haver um espaço na praça para os skatistas e um espaço para os não skatistas. não se trata de discriminação ou segregação. todos nós sabemos que as manobras podem colocar em risco as pessoas em volta. imaginem um skatista fazendo suas manobras ao lado de uma senhora de idade. eu não preciso imaginar, já vi um acidente assim. e vocês sabem o quando é complicado uma fratura em idosos.

    havendo um espaço delimitado (e respeitado) só vejo beneficios na presença dos skatistas na praça. os espaços publicos precisam ser ocupados pela população, seja skatista, ciclista, corredor ou pedestre. uma cidade onde só se utilizam os espaços privados é uma cidade falida. precisamos nos apropriar dos espaços publicos de São Paulo.

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  2. Engraçado como nessa praça colocaram bancos de madeira, lisas, para sentar, mas no resto da cidade, coloca de concreto e ondulado, para evitar as pessoas de deitar…

    No caso, mendigos, pois aqui é coisa de vagabundo deitar em praça (dai vão viajar pra londres e deitam às margens do Tâmisa e acha lindo, coisa de 1o mundo).

    Por que não fazer algo liso e resistente? pessoas podem deitar, ou sentar tranquilamente e não sofreriam nada com os skates…

    e eu prefiro que a cidade seja ocupada por pessoas, que desocupada.

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  3. Apareceu outro vídeo, ó:

    http://www.youtube.com/watch?v=F2pMMuoPgy0

    Parece ser mais do início da treta… “Cê tá numa abordági, beleza?!”

    Pelo jeito as tias gcm tavam meio histéricas, viram o mini mano brown alí todo malicioso e realista e foram descontar nele, ele chiou, juntou o enxame aí já viu né? Parece que bem na hora que corta o vídeo o grandão tá indo na direção da treta, deve ser daí que começa o vídeo do careca de camisa cinza.

    Agora vou te falar um negócio… esses skatistas já foram mais rebeldes, hein! Cês viram o moleque de bermuda bege correndo muito? :))

    Ê classe desunida!

    Fica aqui registrada a minha menção honrosa ao maluquinho de vermelho que foi o único que teve culhão de ir lá intervir pelo amigo. Aliás intervenção perfeita: Uma sequência de tentativas num crescente de força e olhando firme, em condição de superioridade. Deu chance ao grandalhão de soltar o cara, tipo “ó, já tentei duas vezes na boa, se vc não soltar vou ter que chutar sua cara…” pode ver a cara de cagasso do grandalhão aos 7 pra 8 segundos do primeiro vídeo, ele inclusive levanta a mão esquerda protegendo o rosto, e resolve soltar o mini mano brown. Quem salvou o mini mano brown foi o cara de vermelho, parabéns pra ele que não se escondeu atrás de câmera e peitou o poder de verdade! Amigo é isso aí, mandou!

    Outra coisa: não é querer ser marxista a essa altura do campeonato não mas pegaram justo o moleque que parecia o mano brown, hein! Vários justin bieber alí em volta de boa, xingando e tudo, e nêgo fingindo que nem tá vendo.

    Outra coisa marxista que me ocorreu aqui foi que com certeza, olhando assim, os maiores oprimidos dessa cena são os gcm. Tenho certeza, assim só olhando a cara que eu sou bom fisionomista, que os gcm têm menos grana, menos liberdade e menos felicidade que os skatistas que eles pareciam oprimir. No fundo é povo contra povo, uma pena mesmo…

    O que é mais bizarro dessa situação toda é que ninguém perceba isso: Nêgo faz uma praça toda lisa, perfeita pra andar de skate, deixa encher de skatista, aí bota lá o coitado do gcm ( porque vcs sabem que ninguém sonha ser gcm, né? É tipo ser lixeiro, limpador de privada… as pessoas entram nessa porque precisam, exatamente porque são ignorantes e não arrumaram nada melhor) pra coibir o óbvio. Como as pessoas já estão ignorantes a ponto de terem perdido a linguagem, a porrada come.

    Daí a solução é fazer um flashmob pra pedir uma obra… Pô, mas vcs acabaram de levar literalmente porrada do governo, e acham que a solução é mais governo? Vão fazer uma passeata pra pedir uma obra? Pô, cês sabem quem vai fazer a obra, né?

    Pô, cês são pedra ou são vidraça?

    Enquanto a gente, povo, se mata por causa de skate e pracinha aqui embaixo, o Haddad, o Kassab, o Alckmin, o Lula, o Fernando Henrique, o Serra, a Dilma, a Martha, o Malluf, o Collor e os caralho a quatro dessa gente toda convivem muito civilizadamente, frequentam os mesmos restaurantes, e se articulam pra bater nossa carteira em torno de obras em pracinha. Inclusive dia 26 de janeiro eles tão marcando um jantar pra combinar a licitação da pista de skate da roosevelt, feita a partir da demanda popular. A data na verdade ainda será confirmada pelo facebook.

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  4. O maior problema disso tudo é educação.
    Foi criada uma praça, não existe placas….é de todos.
    Segundo, se todos tivessem educação saberiam que os bancos estão sendo estragados pois são de madeira…..e se você estraga algo público é considerado vandalismo.

    Tudo está resumido a educação.

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  5. Tiago e Jorge,

    Essa diacussão de vcs não está levando a nada.
    Bora pegar umas subidas na bike pra aproveitar essa testosterona!

    Paz

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  6. Espaço público em São Paulo funciona assim: colocam o equipamento urbano alí e determinam seu uso. ERRADO!

    A Pç Roosevelt é a mais fiel representação do uso do espaço público. Um dia foi velódromo e hoje a demanda e dos skatistas.

    Querem justificar a presença truculenta da GCM? É fácil! Gere um tumulto onde os moradores da região se sintam ameaçados! Pronto! Terão uma porção de pessoas apoiando a ação violenta.

    Talvez a Praça e seus usuários ainda estejam sofrendo os ecos de um passado, não muito distante, de violência e uso indiscriminado de drogas, decorrente do abandono de anos e anos desse espaço público.

    A história da especulação imobiliária se repete em São Paulo. Uma vez o entorno revitalizada deve-se manter “a ordem” de seu uso pré-determinado justificando os valores astronômicos dos apartamentos da região e PRINCIPALMENTE DOS FUTUROS LANÇAMENTOS.

    Há menos de 10 anos, comprava-se kitnets por preços de banana ao redor da praça. Hj é um dos m² mais caros do centro da cidade.

    A GCM, entre outras coisas, é responsável pela SEGURANÇA de parques como o Ibirapuera e o Mario Covas, ambos sofrem DIARIAMENTE com furtos e roubos.

    Aline, parabéns pelo texto!!! Compartilho contigo toda minha indignação e apoio aos bróders!

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  7. Parabéns pelo texto muito bem escrito e mostrando de uma forma coerente a problemática da ocupação dos espaços urbanos. Tomei a liberdade de compartilhar no Facebook. Abraços

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  8. Concordo em parte…
    Alguns bancos de madeira novos já estão estragados ou desgastados devido as manobrar realizadas nesses bancos, fica claro para mim que banco é para sentar, quando se estraga usando como pista de skate está errado!

    Outro ponto: Próximo à minha casa, em Pinheiros, no ano passado, aconteceu um pequeno debate depois que a prefeitura decidiu colocar duas faixas de paralelepípedo nas ruas para impedir o uso de skate na região, depois de conversar com moradores descobri que o problema dos meus vizinhos não era contra a prática do esporte e sim pq os skatistas consumiam e distribuiam drogas na praça e, convenhamos quem quer isso na porta de sua casa?

    Agora a violência dos GCMs foi ridícula e desnecessária! Quero ver como a Prefeitura vai tratar isso…

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    1. É muito comum essa alegação, baseada em preconceito, de que “esses skatistas são TODOS uns maconheiros”… Joinha pra você e sua sociedade de amigos de bairro. Estão de parabéns, só que ao contrário!
      Na verdade esse tipo de reclamação parte de quem nem se dá o trabalho de conhecer e de perceber que na maior parte das grandes cidades do mundo o skateboard representa a alternativa ao tráfico e uso de drogas como vocação de bairros degradados. Os administradores com uma visão um pouco menos tacanha do que a sua já perceberam isso e proporcionam os equipamentos para que as pessoas possam ocupar o espaço. Os bancos são inadequados? Por que não faze-los da forma correta? Não vai nem custar mais caro.
      Tire os skatistas de cena e veja a prosperidade do comércio de crack voltar a florescer na praça. Tire os skatistas, e essa polícia vergonhosa vai voltar a ter bandidos de verdade com que se ocupar naquele espaço.

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      1. Tiago Barufi escreveu:
        “Os bancos são inadequados? Por que não faze-los da forma correta? Não vai nem custar mais caro.”

        Você está insinuando que os bancos estão desgastados por serem inadequados ao uso de skate? E que a forma correta seria um projeto que não sofresse desgaste pelo uso de skate?

        Bancos são inadequados para o uso de skate. Se faltam equipamentos adequados para esta ou aquela manobra, não é nos bancos de madeira que elas devem ser feitas, poxa!

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        1. Exato. Não vai custar mais caro. Quando se trata de comparar um projeto de banco de qualidade e durabilidade discutíveis a uma estrutura para prática de skate, nota-se quanto o projeto da praça poderia estar menos desconectado de sua utilização atual.
          O centro da cidade padece pelo abandono, porque as pessoas foram embora em busca de uma mítica qualidade de vida suburbana. Eu gostaria de morar em uma cidade melhor e, apesar de não saber andar de skate apóio irrestritamente esse tipo de uso do espaço na cidade.
          Skateboard não é crime, e mais que isso, é remédio para os espaços urbanos doentes. Sentar em um banco de madeira de excelente qualidade não tem eficácia comparável a isto!
          Espero que você se lembre de como era a praça antes da reforma: agora, um tanto por uma obra do acaso a região ficou melhor para o skate. O que era antes era um lugar perigoso, uma terra de ninguém e destinação apenas de viciados em drogas se tornou um dos poucos parques públicos sem grades na cidade.
          São Paulo precisa acabar urgentemente com a privatização velada dos espaços, precisa de menos grades.

          O que são uns bancos de madeira de qualidade questionável comparados à possibilidade de revitalização do espaço público?

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          1. Beleza, você diz que os bancos de madeira deviam ser substituídos por material resistente pra praticarem skateboard… Mas aí você está querendo que se torne uma praça de uso destinado ao skate, o que vai atrapalhar as pessoas que querem apenas andar ou sentar. Esse é o ideal de praça pública que você defendia?
            Ninguém comenta que a polícia já vinha a dias falando pro pessoal que não podia usar os bancos e estavam sendo ignorados. Também que foram atacados com pedrada no dia da filmagem. O vídeo não mostra tudo desde o início e tem edições com 1 e 2 minutos. Polícia foi errada? Foi! E o pessoal se fudeu pelo que fez. Mas os skatistas não são santos não…
            E quanto ao consumo de drogas, em todos os grupos de skatistas que eu conheço tem todos uma boa parte que gosta de uma maconha e distribui sim…

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        1. Não foi bem “discutir” o que você fez. Aprenda a separar as críticas à sua opinião das críticas à sua pessoa. Desta forma você poderá ter oportunidades inúmeras de discutir construtivamente.
          Me ameaçar não serve de nada. Aliás, serviu apenas para deixar registrada a sua intenção prévia, em caso de agressão de autoria desconhecida sobre a minha pessoa. Não serve pra fazer você ganhar discussões, se é que isso existe.

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    2. Sou mais um a dizer que os bancos da Roosvelt não foram feitos para sentar. Tivessem sido feitos para sentar, seriam confortáveis e não umas ripas de madeira bonitas perfeitas para manobras. Se quer ando de skate, mas não precisa ser gênio pra saber da maneira que foi construido o banco e com o material utilizado, a melhor serventia dele, infelizmente, é para manobras.

      Bancos para sentar tem encosto, são resistentes e favorecem o contato entre pessoas. Ripas planas de madeira tornam-se adequadas para encostar o corpo e fazer manobras de skate. Agora vão tentar buscar consertar um erro de projeto com “regras”, quando o correto teria sido pensar nos frequentadores, afinal a praça já era um ponto de manobras antes da reforma.

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      1. Pois é, João. Mas vc bem sabe que os bancos da cidade inteira são projetados para NÃO serem confortáveis, para “não atrair vagabundo”

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    3. O que tá em discussão na minha opinião nem é tanto o “estragar o banco”, mas a falta de preparo de um funcionário da segurança pública. É absurda a falta de preparo pra lidar com uma questão tão pequena, se o cara tá errado, destruindo o patrimônio, cumpra-se a lei, agora querer resolver tudo na porrada como tem sido nessa cidade a 8 anos é estúpido. Tem passeata, resolve na porrada, tem greve, porrada, bicicletada pelada, porrada, skatistas, porrada VTNC!
      E outra coisa, seus vizinhos estão totalmente errados e com atitudes fascistas ao vincular skatistas a drogados, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Se haviam traficantes e usuários, era o caso de chamar a polícia e não querer proibir a prática do esporte no local. É bem a cara do modo brasileiro de resolver as coisas, não consigo resolver o problema então vou proibir, proibir, proibir, e assim vai a vida cada vez ficando mais chata.

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  9. Violência só gera violência!
    Acho engraçado como uma cidade do tamanho de SP não ofereça opções pra todo mundo… Vc anda na orla de Santos e vê locais para os skatistas, pistas, rampas e tudo mais….
    Fora que se não fossem eles, a Praça Roosvelt estaria as moscas e quem sabe, não seria mais um reduto de drogados, como está acontecendo em vários pontos da cidade…
    Eu não ando de skate (só caio :P), só de bike e patins. Mas esse preconceito acontece com a bike tb… Menos, mas acontece. Quem já não levou uma fina de um motorista mal educado que atire a primeira pedra!
    O problema do brasileiro, especialmente dos paulistanos, é o individualismo… A bolha que cada um cria, as atitudes egoistas que cada um toma… As coisas não vão pra frente até mudarmos a mentalidade das pessoas.

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  10. O prefeito Haddad tem que se manifestar. Este guarda, crápula, discípulo da ditatura se mostra muito valente acompanhado. Quero ver ser macho sozinho, quero ver ele ser valentão agora com muitos querendo a sua cabeça.

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  11. aline,

    tem um pequeno erro na postagem:
    “Inaugurado em 1982 para o ciclismo, passou a ser utilizado para o futebol a partir de 1901”
    onde aparece 1982 não deveria ser 1882?

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  12. Covardia e brutalidade. É lamentável que agentes públicos não saibam lidar com pessoas.
    Se fossem motoristas com carros estacionados na calçada (afinal, faltam vagas para tantos automóveis), o tratamento seria outro (possivelmente, vista grossa). Mas skatistas, ciclistas e outros não motorizados ainda são vistos como seres diabólicos, mal sucedidos, que devem ser reprimidos.
    Parabéns ao rapaz pela atitude cidadã de filmar e divulgar o abuso. O que acontecerá com esse agente? Continuará com sua ação selvagem pela cidade?

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  13. Também acho, Rafael. Na verdade acho que o filme 1 já poderia ser entendido de uma forma bem diferente da forma que a maior parte das pessoas entendeu. Eu pelo menos, quando assisti, entendi já algo próximo da ideia passada pelo conjunto dos 2 filmes, e me surpreendi quando vi que a maioria das pessoas tinha entendido de uma forma completamente diferente. O problema é que mesmo após ver o segundo filme a maioria das pessoas continua ententendendo da mesma forma equivocada…

    Sobre a praça, acho interessante que a prefeitura tenha construído uma praça cujo melhor uso pareça ser a prática do skatismo, que esse melhor uso esteja ocorrendo, mas que a prefeitura (ou a GCM) não queira que se faça esse uso da praça! Quando conheci a praça, depois da reforma, achei que ela tinha ficado árida, pouco agradável, pouco verde, muito cimento. Então acho ótimo que ela possa ser usada de uma forma tão interessante pelos skatistas! Esse aproveitamento deveria ser louvável, incentivado, e não reprimido!

    (alí no quadro onde diz que a praça já foi velódromo, acho que o ano está digitado errado, deve ser 1892, né?)

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  14. Tem dois tipos de opiniões:

    1 – As que acham que o Tropa de Elite 1 estava certo. De que tortura e brutalidade é necessário para combater as “mazelas” da sociedade, sem nunca tratar das causas. Bem mentalidade positivista de “ordem e progresso”, ordem para o povo e progre$$o para os poderosos

    2 – As pessoas que viram os dois filmes e entenderam o recado do tropa de elite 2. Na qual as causa da violência, guerra e etc está diretamente ligada a justiça, cidadania e assim por diante.

    Espero que haja uma evolução na população da mentalidade do filme 1 para o 2 aos poucos. Pelo menos hoje em dia nós temos a internet para espalhar idéias e informações que antes não interessava para a mídia tradicional…

    Obrigado pelo post !

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