Cidade cinza - CET cede a comerciantes e remove ciclovia da Praça Vilaboim. Foto: Pedro Iaconis

CET-SP cede a comerciantes e apaga ciclovia em Higienópolis

Área de circulação pública de bicicletas volta a ser usada de forma particular, com estacionamento e valets, na Praça Vilaboim. Ciclocidade emite nota pública.

Cidade cinza - CET cede a comerciantes e remove ciclovia da Praça Vilaboim. Foto: Pedro Iaconis
Cidade cinza: CET cede a comerciantes e remove ciclovia da Praça Vilaboim. Foto: Pedro Iaconis

Em atitude questionável, a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) apagou um trecho de ciclovia no bairro de Higienópolis, em São Paulo, na Praça Vilaboim. A via para ciclistas vinha sendo bastante questionada pelos comerciantes da quadra em questão, que mesmo com a pintura de solo continuavam utilizando o espaço como área de parada para seus serviços de valet.

De acordo com o órgão de trânsito, a ciclovia será remanejada para o outro lado da praça, na continuação da rua Aracaju, virando à direita na Rua Piauí para continuar no traçado ali existente. Com a alteração, os ciclistas terão que passar ao outro lado da via em meio aos carros, para continuar na ciclovia do outro lado da praça, cruzando a frente de automóveis, quando no traçado anterior esse ponto de conflito não existia.

Cria-se uma situação com algum potencial de risco aos ciclistas para beneficiar o uso particular do espaço público, trocando área ativa (de circulação) por área ociosa (de estacionamento). Com a decisão, a CET dá alguns passos atrás nas mudanças corajosas e benéficas que vem implementando na cidade, ao proteger interesses particulares em detrimento da segurança viária.

É incrível que os clientes desses estabelecimentos não possam ser atendidos pelos serviços de valet do outro lado da via, ou mesmo ao lado da ciclovia. Parece que andar alguns metros anda mesmo muito perigoso. Vai que se esbarra em alguma pessoa “diferenciada”…

Carros estacionados sobre a ciclovia na Praça Vilaboim, mesmo com placas de "proibido parar e estacionar". Foto publicada no Twitter de José Simão, em 10/09/2014.
Carros estacionados sobre a ciclovia na Praça Vilaboim, mesmo com placas de “proibido parar e estacionar”. Foto publicada no Twitter de José Simão, em 10/09/2014.

Comerciantes pediam retirada

Matéria do Estadão publicada nesta quinta na internet destacou a pressão dos comerciantes pelo retorno das vagas de estacionamento, utilizadas também como área exclusiva de parada para seus serviços de valet. O proprietário da padaria Barcelona, na esquina das Ruas Armando Penteado e Alagoas, é apontado como “um dos envolvidos no processo que levou à desmontagem da ciclovia”. Vicente Safon, de 65 anos, declara ter juntado mais de 500 assinaturas contrárias à ciclovia, apenas entre os clientes de sua padaria.

Safon afirma não ser contra ciclovias, mas parece que seu apoio só vale se elas não passarem na rua de seu comércio. “Não sei se não vão trocar seis por meia dúzia”, afirmou ao jornal ao saber que a via de ciclistas seria realocada para o outro lado da praça. Sua padaria não tem estacionamento para receber os clientes e depende do uso do espaço público para esse fim.

A reportagem do jornal cita outro comerciante que defende a remoção da ciclovia: o gerente do restaurante Sushi Papaia, Antonio Luis de Carvalho. Segundo ele, “os funcionários dos restaurantes e os donos dos valets” estão reclamando da ciclovia, pois impede que as pessoas parem ou estacionem na porta do seu estabelecimento.

O restaurante de comida japonesa também não tem estacionamento em sua área interna para atender seus clientes, privatizando o espaço público à frente da loja para utilização como área de parada do serviço de valet. Recentemente, circularam fotos nas redes sociais mostrando carros de clientes estacionados sobre a ciclovia pelo serviço de valet, na porta do restaurante, o que gerou diversas reclamações e avaliações negativas na página do Facebook que faz referência ao restaurante.

Se é tão importante que os clientes passem diretamente de dentro do carro para dentro desses estabelecimentos, correto seria que parte de sua área construída fosse adaptada para servir como espaço de desembarque para a clientela VIP. Não se pode depender de área pública para isso, principalmente exigir que área de circulação de todos seja transformada em espaço que, na prática, se torna área particular. Mas é mais fácil e barato privatizar o espaço público, principalmente quando há conivência da municipalidade.

Quando falamos de ciclovias, falamos essencialmente de proteção à vida.

Quem defende que estacionar automóveis em uma proximidade cômoda é mais importante que a vida merece ter seu estabelecimento boicotado.

Prefeitura se justifica

No final da tarde desta quinta-feira 13, a Prefeitura divulgou uma nota em sua página do Facebook afirmando que a mudança se deve a uma readequação das linhas de trólebus e à implantação de parklets, negando que tenha havido “pressão ou recuo”. Teremos faixa de ônibus nessa rua? Teremos um ponto em frente aos restaurantes? Será proibido estacionar? Por que fazer os ciclistas cruzarem o caminho dos carros? O ciclista terá que aguardar na ciclovia, na esquina, por um tempo semafórico destinado à sua travessia, logo depois de ter aguardado o mesmo tempo no cruzamento?

Veja a nota na íntegra:

Sobre a alteração da ciclovia em Higienópolis, a Prefeitura de São Paulo informa que está apenas mudando de lado um trecho de 30 metros da ciclovia na praça Villaboim, em função da readequação das linhas de trólebus e implantação de parklets, portanto não há que se falar em pressão ou recuo.

Associação de ciclistas questiona

A Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) também se posicionou por meio de nota, questionando a retirada da ciclovia:

NOTA PÚBLICA – CICLOVIA PRAÇA VILABOIM

ciclocidadeSão Paulo, 13 de novembro de 2014.

Segundo pesquisas, mais de 88% da população paulistana aprova a implantação de ciclovias na cidade. A ação do governo é amplamente respaldada da Política Nacional de Mobilidade Urbana, que prevê a priorização dos modos não motorizados em detrimento dos motorizados. Não se trata de ser contra o carro, mas de acreditar num modelo de mobilidade mais inteligente capaz de contruir uma cidade melhor, menos poluída, menos congestionada e mais saudável.

No entanto, a pressão sobre a gestão municipal, exercida por setores economicamente favorecidos que nem sempre representam a população, mas que estão a costumados a impor seus interesses, vem prejudicar uma política amplamente aprovada e benéfica para a cidade.

O comércio da Praça Vilaboim, bem como parte de seus frequentadores, vinham sistematicamente desrespeitando a sinalização do viário, com atos de completa ilegalidade a céu aberto e colocando ciclistas em risco constante. E agora conseguiram o que queriam, removendo a ciclovia do local para exercer nela seu uso privado, como sempre fizeram.

Ao retirar 120 metros de sinalização, a prefeitura incorre no risco das concessões. Nós, ciclistas e cidadãos de igual valor, repudiamos veementemente o modo como se deu a alteração de percurso, à revelia dos maiores interessados, aqueles que têm sua vida em risco. São Paulo não deve ceder e todos os cidadãos e cidadãs devem dar seu recado: vamos boicotar os comércios que preferem lucrar com o caos urbano! Não aceitamos alterações de trajeto que dificultem o uso da bicicleta. A prefeitura deve dar prioridade ao interesse público! Queremos uma cidade para todas as pessoas, melhor e mais democrática.

Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo – Ciclocidade

38 comentários em “CET-SP cede a comerciantes e apaga ciclovia em Higienópolis

  1. É verdade, a ciclovia não deveria ter sido retirada, afinal de contas, que importância tem o comércio de uma cidade? Vamos levar toda a cidade à falência porque vocês querem andar de bicicleta! Acordem cambada! Tira o cabresto!

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  2. Perdão mas acho a atitude altamente RIDÍCULA!
    Essa semana tive o DESPRAZER de ver uma reportagem do SPTV segunda edição falando sobre o “PROBLEMA NAS CICLOVIAS DE SP”. Onde esse jornal com uma linha editorial igualmente ridícula, fala sobre os “PERIGOS” das ciclovias com “PAVIMENTO IRREGULAR”.
    Acordem! Perigo para o ciclista é pedalar no meio dos motoristas que só conseguem enxergar o mundo dentro do campo de visão da sua SUV; Perigo é dar ouvidos a moradores de um bairro que repudia qualquer tipo de “público diferenciado”; Perigo é acreditar que uma aparente maioria melhor colocada socialmente tem o direito de influenciar e banir quem realmente se importa com o meio onde vive, de uma região específica.
    Não podemos exigir as ciclovias da Europa, pois não temos ruas nem passeios como os europeus! Ponto negativo extremo pra essa ação, assim como fez revogando a proibição de taxis nas faixas exclusivas, isso demonstra a fraqueza do sistema frente a poderes “superiores”.
    Temos que sair as ruas contra decisões como essa, pelo nosso direito de ir e vir e de participar de construir uma cidade mais limpa!
    Acorda São Paulo!

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    1. Rafael, não vi a reportagem, mas acredito que se referiam à extrema buraqueira que é São Paulo. Realmente, quando pedalo, evito andar pelas ciclovias, elas não são pedaláveis em quase toda sua extensão, totalmente não funcionais. Aquilo que tem no bairro do Bom Retiro não dá pra se chamar de ciclovia, em que eles contabilizam o junção do asfalto com a calçada como área pedalável; o mesmo ocorre em outros trechos. Já comentei aqui embaixo e falo de novo: na minha opinião, opinião de quem pedala 30 km diariamente em São paulo já há alguns anos, a Prefeitura de São Paulo ainda não construiu nenhum km de ciclovia; o que ela fez foi pintar buracos e áreas de junções de meio-fio com tinta vermelha. A idéia da ciclovia é indispensável, mas do jeito que estão fazendo é um desserviço e um insulto à nossa inteligência.

      Polêmico. O que acha? Thumb up 6 Thumb down 10

      1. Brother. Não se dá pra exigir ciclovias de primeiro mundo sem vias de primeiro mundo! As ciclofaixas ou ciclovias (honestamente acredito que a nomenclatura pouco importa) faz o básico e que até hoje NUNCA tinha sido feito: Separar o ciclista do resto dos carros!
        A partir daí as coisas podem ser melhoradas!
        Pra quem falava merda da ciclovia do centro, a prefeitura já está re-pintando.
        TUDO precisa de manutenção e a prefeitura está sim fazendo a sua parte no que tange as ciclovias de SP.

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  3. Confira meus comentários entre parênteses: “XIII. Especialistas de alta qualidade proporcionam projetos de ciclomobilidade inclusiva: O planejamento e os projetos para a ciclomobilidade são levados a sério (na Holanda) em universidades, nos municípios, em setores de planejamento de tráfego e nas empresas de engenharia. Apesar dos cicloativistas e voluntários ainda estarem muito envolvidos no planejamento cicloviário, são os servidores municipais e as empresas de consultoria que fazem o planejamento e os desenhos. Na Holanda, os planejadores de trânsito e transporte fazem os planos e projetos cicloviários. Nos municípios, isso muitas vezes significa que as mesmas pessoas responsáveis pelo projeto das vias para o tráfego motorizado também são os responsáveis pelo projeto de infraestrutura cicloviária. Isso ajuda na elaboração de projetos integrados que levam todos os modos de transporte em consideração (e não somente só favorecendo a bicicleta ou só o carro!). Na maioria dos casos, projetar corretamente o setor cicloviário significa redesenhar todas as vias, não apenas adicionar ciclovias ao longo da via (erro básico na cidade de São Paulo pelo Haddad). Em muitos países, entretanto, ciclovias são projetadas pelos arquitetos responsáveis por parques e trilhas (erro básico das nossas escolas de arquitetura e urbanismo). Isso coloca o ciclismo na categoria de caminhadas e lazer. Assim, muitas vezes as ciclovias são desenhadas de modo semelhante a trilhas de parques, uma vez que são focadas no lazer e não no transporte” (Fonte: BUIS, Jeroen. Fatores de sucesso no planejamento cicloviário da Holanda – lições para o Brasil. In, MIRANDA, Antônio C. de M. Brasil Não Motorizado: coletânea de artigos sobre mobilidade urbana. Ed. LaBmol. Curitiba. 2013. P. 93).
    E concluindo: “XVIII. Cooperação: incluindo todas as partes envolvidas – ‘stakeholders’: Para garantir boa infraestrutura cicloviária, é importante incluir todos os envolvidos que possam contribuir em projetos de ciclomobilidade. Membros das agências locais e nacionais da União Holandesa de Ciclismo contribuem com sua experiência e conhecimento como ciclistas. Também quando são necessárias grandes reconstruções de vias, os moradores têm suas opiniões ouvidas (erro básico em SP). Isto cria envolvimento e leva a um maior apoio a projetos de ciclomobilidade. (Fonte: BUIS, Jeroen. Fatores de sucesso no planejamento cicloviário da Holanda – lições para o Brasil. In, MIRANDA, Antônio C. de M. Brasil Não Motorizado: coletânea de artigos sobre mobilidade urbana. Ed. LaBmol. Curitiba. 2013. P. 95).

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  4. (Ironia modo on) Para mim, esse bairro NÃO deveria ter ciclovias, nem Metrô, nem ÔNIBUS….e por fim, ser isolada completamente do resto da cidade e ter acesso somente para carros.

    Tira também as calçadas, afinal, tirando as calçadas, dá para fazer mais vias para mais carros. Ah, mas tem os funcionários das empresas e comercio local, tem as empregadas domésticas, etc….Dane-se, os patrões que vá busca-los com seu carro na estação de metrô ou ponto de ônibus mais próximo, em OUTRO BAIRRO.

    O bairro (infelizmente) vai ganhar uma estação de metrô da futura linha 6 (Laranja) (Brasilândia – São Joaquim). Não deveria nem ter. Afinal, fizeram abaixo assinado contra a estação, com tantos bairros precisando de metrô. Para quê a prefeitura e as empresas de ônibus gasta dinheiro para colocar linhas e infraestrutura se o bairro é de rico e eles podem muito bem pagar planos privados?

    Eu como contribuinte não aceito ter meu dinheiro dos impostos naquele bairro de gente mesquinha. Ironia modo off)

    Ainda bem que a maioria é a favor. Espero mesmo que a prefeitura não resolva tirar a ciclovia, depois dessa….

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    1. Cara, acorda e vê oq vc está escrevendo!
      NÃO existe nenhum km de avenidas, ruas em SP com padrão Europeu! nem Paulista, nem Faria Lima! Não tem nada de errado com o desnível nas ciclovias! Nada de errado de elas passarem pelo meio de praças! Bike tem freio, Bike tem até amortecedor se pá!
      As pessoas MORREM pedalando no meio dos carros, muito mais do que por um desnível na pista!
      Se passar pedestre na frente, o ciclista freia! se passar um ciclista na frente do carro, ele freia?
      Meu! que falta de visão é essa!
      Essa gestão está fazendo muito mais do que qualquer um imaginaria pelos ciclistas… Vamos tomar uma atitude mais ativa e defender essas ações!

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    2. Várias calçadas são piores e mais desniveladas que as atuais ciclovias! Então deveriamos parar de usa-las? e começar a se deslocar voando? As vias para os carros serão sempre muito melhor que para os outros meios de transporte, infelizmente.

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      1. As calçadas são péssimas em São paulo, é verdade. Muitas vezes deixamos de usá-las, passando pela rua, porque ora tem um poste, ora tem um carro parado pra usar a farmácia em frente, etc. A cidade inteira é quebrada, mas parece que ninguém percebe isso; comentei isso em algumas respostas acima, mas fui achincalhado. Pelo amor de Deus, não é possível que não concordem que a cidade inteira está quebrada, esburacada e solapada, com calçadas estreitas demais, abaixo da medida legal (a lei diz 1,2m de largura mínima). Eu também sou ciclista urbano, quero mais que todo mundo a ciclovia, mas isso que a Prefeitura está fazendo não é ciclovia; por exemplo, pega-se a área morta de emenda do asfalto (asfalto abaulado, curvo, a bicicleta fica como que inclinada em relação ao piso) com a calçada e pintam de vermelho, e aí, essa área é contabilizada como área pedalável, aí divide-se em dois a largura agora pintada de vermelho, “aparecendo” uma “ciclovia” de 2 mãos; acontece que essa parte junto ao meio fio não é pedalável. Gente, é só pedalar pela ciclovia e confirmar o que estou dizendo. O cara pedala uma vez por semana no parque ou na ciclo-farsa do banco Ladresco e vem aqui dizer que é assim mesmo, que nossas vias não são de primeiro mundo, e um monte de obviedades. Eu sei de tudo isso que vocês escreveram por aqui, e é por isso que eu critico; as coisas são o que são porque tem sempre alguém dizendo que “é assim mesmo”, quando na verdade deveríamos dizer “isso não deveria ser assim, dá pra mudar”.

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        1. É que quando adjetivos como o “pessímo”, que é pejorativo, fica difícil alguem concordar, mesmo que várias coisas que vc escreveu tenha sentido, acho apenas que o diálogo deve ser mais receptivo…
          O recapeamento com asfalto pigmentado irá resolver sua questão….

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  6. Cuidado ao falar dos ecochatos. Até um tempo atrás ser ecológico era cafona, agora que sp está sem agua ninguém questiona a indagação de alguns que já foram considerados ecochatos, alias o que eles disseram a anos atrás agora virou regra. O governo não é obrigado a pagar a vaga de estacionamento do meu carro, e sempre que saiu com ele eu pago pelo meu estacionamento, exigir vagas para clientes é muito errado e esses estabelecimentos não tem o meu respeito. Infelizmente, algumas pessoas só mudam seus hábitos quando a água acaba, quero dizer, quando já é tarde.

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  7. Moro em Higienópolis e uso a bicicleta e o transporte público para meus deslocamentos. Não é raro ouvir por aqui comentários de pessoas que se denominam “desenvolvidos” dizendo o quão bom é o sistema de transporte na Europa e nos Estados Unidos. Quando viajam, voltam dizendo “eles só usam bicicleta e transporte público! O Brasil não tem nada disso, é uma porcaria”.
    Ao ouvir comentários desse tipo, pensamos que tal pessoa será totalmente favorável a implantação de ciclovias e metrô. É tudo muito maravilhoso até o momento que interfira na vida dela, na sua comodidade. Enquanto reclamam da “porcaria” que é o Brasil, europeus e norte-americanos usam o dinheiro que nós, brasileiros, damos a eles todos os anos pelo turismo para construir, por exemplo, metrôs, ciclovias, calçadões para sua população viver decentemente. Depois disso, riem das nossas caras, com total razão. O individualismo e o egocentrismo são um dos principais problemas dos brasileiros. Minha esperança neste país diminui a cada dia.

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    1. Isso se chama complexo de vira-lata dessas pessoas…é normal…já comentaram comigo e eu disse que é vira-latisse….Nem preciso dizer que a carapuça serviu, né? rs

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    2. Ou seja, lindo tudo isso de transporte público e bicicletas, mas “não no meu quintal” (NIMBY = not in my backyard).

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  8. Em primeiro lugar, gostaria de saber em que estacionamento protegido os manobristas guardam os carros dos clientes. Porque, pela lei não pode deixar carro de cliente na rua, como sempre fazem, espalhados pelo bairro. Os carros devem ser guardados com segurança e com seguro.
    Será que os clientes desses valets sabem se seus carros estão bem guardados, dentro da lei? A CET não estaria incentivando a contravenção?
    Em segundo lugar, a continuação da Rua Aracaju, do outro lado da praça só tem uma faixa, pra quem desce em direção à Rua Alagoas. Como os ciclistas vão subir pela contramão nela? Vão mudar a mão de direção?
    Em terceiro lugar, ainda acho que faríamos uma boa troca se em vez de ciclovias tivéssemos as Zonas Trinta; se trocássemos “espaço” por RESPEITO.

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  9. Comprem mais carros brasileiros! agora em 72 vezes taxa de juros zero, e entrada você paga só depois do carnaval e parcelada em 3 vezes.Nós europeus e americanos agradecemos!!!!

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    1. Tem um farol de pedestres a 30 metros dali, onde poderia ser feita a travessia de pedestres que deixariam seus carros do outro lado da praça com o vallet. Alterar o caminho da ciclovia coloca mais risco do que tinha antes sim. Para melhorar a segurança dos ciclistas bastava criar um bike box no semaforo. De qualquer forma se forem instalados parklets como está no site da prefeitura menos mal.
      Embora ainda ache o ideal ali seria uma ciclovia de verdade(nao ciclofaixa) com parlets permanentes. Uma calçada larga com espaço de convivência e não uma guerra por metros para parar o carro e desembarcar.

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        1. O ciclista pode e deve pedalar mais se isso for seguro para ele e para os pedestres. A questão neste caso é que a ciclovia não colocava em risco nenhum pedestre justamente por que há um semáforo. Idoso e deficiente também atravessam semáforos e em algum caso especial não vejo problema em fazer áreas de desembarque na ciclovia, assim como tem pontos de ônibus em algumas delas.

          Sobre os paraciclos, não devia nem te responder devido ao absurdo..mas enfim para esclarecer, paraciclos fazem parte do mobiliário da cidade, ficam sobre as calçadas e não nas vias. Sua colocação é tão absurda como reclamar de alguém que está sentado no ponto de ônibus ou num banco de praça. Se alguém usa um poste para amarrar a bicicleta é justamente porque faltam paraciclos na cidade, assim como faltam lixeiras e bancos nas praças.

          Veja não sou contra readequar um ciclovia quando ela está mal colocada ou mal feita. A questão é que no caso foi meramente por uma questão de pressão dos comerciantes. Duvido que estão preocupados com a segurança de alguém. Estão preocupados é com os clientes que com preguiça de atravessar a rua vão deixar de visitar seus estabelecimentos. Esqueceram de enxergar a oportunidade de um novo perfil de cliente “batendo a sua porta”.

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      2. Um parklet nesse espaço, além de oficializar e proteger a área de parada dos valets, beneficia a quem diretamente? O objetivo de um parklet tem de ser o de criar um espaço de convivência para o cidadão, não uma extensão das mesas de um restaurante.

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        1. Concordo. Mas mas os parklets em geral são mesmo colocados em regiões de circulação e geralmente com comercio em volta. Só acho que ali não é um local que precise, porque justamente tem uma praça em frente. No final a única explicação que fica seria colocar uma faixa de ônibus. Fora isso desviar a ciclovia só servira para atender aos caprichos do comercio local.

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  12. Sinceramente, alguém acreditava que isso não iria acontecer em algum lugar? Aliás, isso abriu um precedente enorme para que comerciantes de outras regiões façam abaixo-assinado pedindo a retirada de outras ciclovias. No final das contas, o paulistano realmente (e infelizmente) fica sem água, mas não fica sem o carro.

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