Por que há ciclistas que andam no meio da rua?
Entenda por que ocupar a faixa de rolamento é uma conduta importante, recomendada por órgãos de trânsito e regra oficial em cidades do exterior.
O compartilhamento da via é uma das principais soluções para integrar as bicicletas ao trânsito. Onde não houver ciclovia ou ciclofaixa, sempre recomendamos aqui no Vá de Bike que os ciclistas ocupem a faixa de rolamento. Mas nem sempre esse procedimento é compreendido pelos motoristas – e até mesmo por alguns ciclistas.
Veja como exemplo o comentário postado por um leitor, que se identifica apenas como Paulo:
“Ok. Também ando de bike, mas cicloativistas como qualquer outro ativista exigem respeito mas não respeitam… 1,5m eu acho muita distância, principalmente levando em consideração que os ciclistas ultrapassam nossos carros a 10 20cm e andam na esquerda da pista e seguram o trânsito a 20 ou 30 por hora. Se ficassem na direita da faixa a ultrapassagem seria possível. mas ficam na esquerda [da faixa] obrigando os carros a ultrapassarem pela contramão se não quiserem andar a 20km/h. Respeito ciclistas. Detesto ciclo ativistas que se acham donos da rua.” (sic)
Paulo explicita, de forma rude, sua opinião de que as pessoas deveriam pedalar junto à sarjeta, para que os carros pudessem passar na mesma faixa onde o ciclista está. Dessa forma, ele “não atrapalharia o trânsito”.
Essa opinião é comum, derivada da ideia de que as ruas seriam feitas para os carros, não para o deslocamento de pessoas. Por essa ótica, as bicicletas seriam intrusas, podendo usar as vias apenas quando não interferirem na circulação dos automóveis. Ou seja: ocupar a faixa com a bicicleta seria um desrespeito a quem está de carro. Alguns chegam a afirmar que as bicicletas deveriam usar a calçada, para não atrapalhar os carros.
Mas por que ocupar a faixa?
É muito mais seguro para o ciclista ocupar a faixa, pois isso força os motoristas que não aceitam cumprir o 1,5 m a mudarem de faixa para fazer a ultrapassagem. Pedalando sobre a sarjeta, o ciclista acaba vítima de motoristas que acham 1,5 m muita distância e insistem em passar quase raspando.
Melhor um motorista mal educado que buzina e xinga, pensando que é o ciclista quem se acha o dono da rua (mesmo que esteja compartilhando a via em vez exigir exclusividade), do que o mesmo motorista mal educado passando a 10 cm do guidão – pensando que “tem espaço, acho que dá” – e derrubando o ciclista que teve que desviar de uma grelha aberta na sarjeta.
Motorista, ultrapasse com segurança
Quando há um caminhão ou ônibus trafegando devagar, os motoristas aguardam um momento seguro, mudam de pista e ultrapassam. O mesmo deve ser feito com a bicicleta. Basta entender que ela também é um veículo, tem o mesmo direito de circulação que os demais e possui sua limitação de velocidade, que precisa ser compreendida e aceita.
Mude de pista quando for seguro e ultrapasse a uma distância adequada, sem colocar em risco o ciclista. Você sabe fazer isso. Se não der para ultrapassar, é só aguardar. Sua pressa não vale uma vida, uma perna ou um braço de alguém.
E por mais que um ciclista ou pedestre esteja errado, nunca, mas nunca mesmo ameace sua vida com o carro para lhe dar uma lição. Algo pode dar errado e você terá que carregar consigo para sempre o peso de ter matado ou mutilado alguém, destruindo a vida dessa pessoa e de sua família.
Sarjeta não é lugar de bicicleta. Rua sim.
Ciclista, ocupe a faixa para se manter mais seguro – e seja gentil com os motoristas.
Motorista, compartilhe a via, aceitando a presença da bicicleta. As ruas são de todos.
Por que 1,5m e como fazer para respeitá-lo
Quem utiliza a bicicleta nas ruas diariamente – não apenas em parques, ciclovias e Ciclofaixas de Lazer – percebe claramente que 1,5 m é uma distância importante para não haver contato caso o ciclista se desequilibre, precise desviar de um buraco, de um desnível do asfalto ou de alguém que começa a atravessar a rua sem olhar.
Quem pedala nas ruas também sabe que nem sempre é possível manter uma trajetória continuamente reta e previsível, principalmente em nossas vias esburacadas, com asfalto irregular, caçambas estacionadas, motoristas abrindo a porta do carro sem olhar e carros saindo de garagens e esquinas sem se preocupar com pessoas que estejam passando.
A lei do 1,5 m (art. 201 do CTB) visa acima de tudo a segurança viária. Essa distância não foi tirada da cartola: nos exemplos do parágrafo acima, frear poderia significar uma queda – que também precisa do 1,5 m de segurança para não se transformar em tragédia.
Para ilustrar, algumas pessoas afirmam que Antônio Bertolucci, morto em junho de 2011 em São Paulo, caiu sozinho de sua bicicleta e por isso foi atropelado pelo ônibus que o matou. Seria dele, portanto, a culpa por sua própria morte. Mas ainda que isso fosse verdade e que ele tivesse desequilibrado do nada e caído sozinho, se o motorista tivesse guardado a distância de 1,5 m Antônio continuaria comprando seus pãezinhos com a bicicleta, todas as manhãs.
E como conseguir essa distância?
Sabemos que, para quem está no carro, nem sempre é possível avaliar a distância do ciclista. Mas conseguir esse metro e meio é, na verdade, algo bem simples: basta mudar de faixa, como haveria de ser feito com qualquer outro veículo lento, como um caminhão carregado, por exemplo.
Bicicletas têm uma limitação óbvia de velocidade, que precisa ser compreendida e respeitada. A aceleração da bicicleta não é como a do carro, em que basta engatar outra marcha e pisar num pedal sem fazer esforço.
Mas…
– E quando não há espaço para a ultrapassagem, por só ser uma via de mão dupla com uma única faixa em cada sentido?
– E se a rua for de mão única, com carros estacionados, de forma que não caberiam o carro e a bicicleta lado a lado com 1,5m entre eles?
Para responder a essas perguntas, imagine que na sua frente há um carro andando devagar, um caminhão, um ônibus ou outro veículo qualquer ocupando o espaço adiante. Como você faria a ultrapassagem? Seria obrigado a esperar? A resposta está aí, a situação é a mesma.
Tire de sua cabeça esse preconceito de que a bicicleta tem menos direito de ocupar a rua e que por isso “atrapalha” por circular devagar. Ela circula na velocidade que lhe é inerente, como um caminhão carregado ou um trator que esteja se deslocando na via. Tenha paciência.
E os ciclistas no corredor?
O leitor Paulo ainda comenta que os ciclistas ultrapassam seu carro “a 10-20 cm de distância”. Bem, provavelmente isso acontece quando o carro está parado (afinal, o mesmo comentário diz que bicicletas circulam a 20km/h). Não vejo que risco bicicletas poderiam oferecem a alguém em um carro, ao ultrapassá-lo quando parado ou em velocidade inferior a 20 km/h.
Poderíamos usar a mesma argumentação desse comentário e dizer que um carro parado ocupando a faixa “obriga as bicicletas a ultrapassarem a 10-20 cm se não quiserem ficar paradas”. Poderíamos também dizer que “respeitamos motoristas que não congestionam”, mas “detestamos quem faz isso”, generalizando-os como “carroativistas que se acham donos da rua”. Mas não seria muito justo, não é?
É melhor compreendermos por que razões um carro fica parado ocupando a faixa toda, muitas vezes por longos minutos, até conseguir se mover por 3 ou 4 metros e parar novamente. Melhor ultrapassá-lo com tranquilidade e ir embora do que começar a gritar para que o motorista saia da frente porque está atrapalhando ali parado, como muitos que dirigem costumam fazer com os ciclistas que estão em movimento.
Quando os carros estão parados, o ciclista tem todo o direito de ultrapassá-los pelo corredor. Tem esse direito até mesmo nos casos em que outros veículos não podem fazê-lo, como em uma interdição temporária da via ou uma fila de balsa (art. 211 do Código de Trânsito). E, desde que haja espaço adequado para isso e os carros não estejam em movimento, não estará se colocando em risco ao fazê-lo. Também não colocará em risco nenhum motorista, afinal é um pouco difícil derrubar um carro com o guidão de uma bicicleta.
Mas o ciclista deve ficar atento ao sinal que vai abrir e ao movimento dos carros adiante. Quando perceber que os carros começarão a se mover, deve sair do corredor e voltar a ocupar a faixa, para sua própria segurança. Sempre pedindo espaço e agradecendo a gentileza com um sorriso. Os bons motoristas compreenderão sua atitude.
Since 1998, Bogotá, Colombia has built more than 300 kilometers of protected bikeways. Streetfilms recently had the chance to explore the city’s bike network with the man responsible for building it, former mayor Enrique Peñalosa.
“When we build very high quality bicycle infrastructure, besides protecting cyclists, it shows that a citizen on a $30 bicycle is equally as important to one in a $30,000 car,” said Peñalosa. And as mayor, he walked the walk, extending the network of protected bikeways to every community.
“He spent all of the money that he had developing public space for pedestrians and bicycles,” said Carlos Felipe Pardo from SlowResearch.org. “If you go to other places, you have people in the mud walking but the cars on a perfect road and here it is the opposite.”
Now the investment in cycling infrastructure is paying off. After starting off with hardly any bike commuters, Bogota is pushing a five percent bike commute mode-share.
http://www.streetfilms.org/category/bicycles/
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Ricardo, se você nunca quiser ter contato com outro veículo na rua, você não vai conseguir andar nem na Dinamarca. Bogotá tem 400 kms de ciclovias, mesmo assim elas não cobrem toda a cidade (de 7 milhões de habitantes) e mesmo fora delas elas tem a preferência.
Sabe, difícil perder tempo discutindo com uma pessoa que “acha” que bicicleta não tem o direito de andar na rua. Você não tem que achar nada, você tem que cumprir a lei. Opinião é como bunda, todo mundo tem a sua. O post serve para orientar motoristas que respeitam a lei e querem receber dicas de como evitar um acidente, o que não é o seu caso, já que sua preocupação não passa de tentar contestar a lei, contestar um direito.
Olha, nem tudo que te ensinaram quando você era criança é verdade. Quando te disseram “Quem não tem um carro é um bosta”, logo “Se eu tenho um carro tenho mais direitos que o resto”, acredite É MENTIRA! Infelizmente algumas pessoas ainda acreditam nessa mentira e por isso ainda temos motoristas que insistem em não respeitar o pedestre, ciclista e até a mãe dele quando está fora do carro. Se esse é seu caso, repense, pois a lei do mais forte não é a melhor para nos escorar, pois sempre haverá alguém mais forte que voce.
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Cara, que mundo você vive? Você é um assassino em potencial. Provavelmente deve ser a favor do retorno da escravidão. A lei só é insatisfatória porque você acha que só porque tem um carro tem mais direitos que o resto da população. Entenda, você não é melhor que ninguém, quando sentar na privada, seu cocô será igual ou mais fedido do que qualquer um. Você não peida lavanda.
A lei que dá o direito dos ciclistas pedalar não tira o direito de ninguém. Mas você quer tirar o direito dos outros. Acorda, isso é facismo. Cuidado para essa sua ira contra os ciclistas não o transformar num Neis.
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““A lei que dá o direito dos ciclistas pedalar não tira o direito de ninguém.”
Claro que tira. Tira o direito do motorista de dirigir sem correr o risco de transformar uma raspadinha lateral (se tocar um carro) em uma morte (se tocar uma bicicleta).”
Então vamos tirar os direitos dos ciclistas para dar aos motoristas o direito de agir de maneira imprudente?
Cara, pensa antes de escrever. Ninguém está aqui p/ ser melhor que ninguém, ou para “ganhar a discussão”. Somos todos adultos e compartilhamos dos mesmos objetivos, todos queremos nos locomover de maneira eficiente e segura.
Infelizmente, a sua mentalidade (compartilhada por 99% dos Brasileiros) é o principal motivo de termos um sistema de trânsito ineficiente e perigoso.
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Ocupar a faixa é uma medida muito importante, indispensável mesmo em certas situações, mas o problema é que o Código de Trânsito simplesmente não prevê esse direito ao ciclista. Ou prevê? Alguém poderia apontar-me um artigo que, mesmo sendo interpretado da forma mais vaga possível, sustente legalmente essa prática?
O quê o CT diz, sim, é que “nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.” (Art. 58). E mais: “BORDO DA PISTA – margem da pista, podendo ser demarcada por linhas longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada à circulação de veículos.” Ou seja, ali junto à sarjeta.
Porém, se o CT nos desse o direito de ocupar a faixa, que diferença faria na prática? A lei obriga o motorista a guardar 1,5 m de distância ao passar ou ultrapassar ciclista (art. 201) e a diminuir a velocidade ao fazer-se o mesmo (art. 220). Mas quem cumpre a lei, quem sequer conhece a lei?
Uma mulher — e dizem que as mulheres são mais cuidadosas ao volante — passou tirando fino por mim. Logo a frente eu encontro parada no trânsito. Respirei fundo e tentei ser o mais educado possível ao abordá-la, apesar de estar com o corpo a mil por quase ter sido atingido. Falei a ela sobre os 1,5 m de distância, isso depois de ter dito que bicicleta era veículo reconhecido pelo CT e blá, blá, blá. Sabem qual foi a resposta? “E eu vou ter de usar fita métrica medir a distância?”.
Esse é o tipo de gente que dirige 99,99% dos carros no Brasil. E ainda há aqueles otimistas querendo educar os motoristas… Pois não há melhor educação do que punir os infratores com rigor. Sem punição rigorosa, o resto é conversa mole.
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Entendo, Ricardo. Eu nunca cobraria que alguém passasse a determinada distância de mim, apenas que passasse de forma segura. Essa distância legal serve apenas de parâmetro. Passar de forma segura: nisso se resume a questão.
E, neste caso que narrei, o questionamento foi em tom de deboche mesmo. O monólogo, quero dizer, diálogo, foi nestes termos:
EU: Você passou muito perto de mim, quase me derrubou.
ELA: Então, saia da rua, vá para a calçada.
EU: Bicicleta é veículo legal, blá, blá, 1,5 m de distância, blá, blá, blá.
ELA: E como eu vou saber, vou ter de usar fita métrica, é?
Tudo dito de forma agressiva e debochado. Claro que a conversa parou aí.
Nesta situação em específico, se ela fosse uma boa, não digo motorista, digo pessoa mesmo, ela sequer teria feito a ultrapassagem, pois não havia condições de segurança. Ela teria esperado só um pouquinho mais. Aliás, de que adiantou ultrapassar-me, se logo mais a frente eu a alcancei?
Na verdade, eu acho mesmo que ela sequer me viu. Não me viu porque não olhou. Como não olha por exemplo a maioria dos motoristas quando passa por uma faixa de pedestre: não vê faixa, não vê pedestre, não vê pitanga nenhuma.
É interessante como as pessoas são covardes… Essa mulher se sentiu certamente bem superior a mim, por “estar de carro”, por estar protegidinha ali dentro, e por eu não ser visivelmente uma ameaça a ela. Entretanto, se um bandido chegasse à janela dela e enfiasse um cano de revólver na cara dela, o que ela faria? Literalmente mijaria de medo.
É com esse tipo de gente desonrada que nós temos de lidar.
Eu sou a favor de tudo que se possa fazer para melhorar o trânsito. Contudo, sem punição rigorosa, nada feito, tudo mais sempre será em vão.
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“1) Como você sabe que essa pessoa se mijaria de medo diante de uma arma? É porque ela é mulher?”
Eu não sei, essa é apenas uma suposição muito realista, ainda mais no país do “nunca reaja”. O fato de ela ser mulher é irrelevante. Se tivesse sido um homem, meu comentário teria sido exatamente o mesmo. Quis apenas enfatizar a covardia do típico motorista de carro. Em tempo, os únicos dois conflitos sérios que tive no trânsito até hoje foram com homens, e nenhum dos dois teve a coragem de descer do veículo para agredir-me na mão. Felizmente.
“2) Como você se comportaria se soubesse que o motorista do carro que você vai abordar é um bandido armado? Você o abordaria? Você teria coragem de ir tomar satisfações com ele?”
Claro que não. Da mesma maneira que, quando em movimento em minha bicicleta, eu não “peito” nenhum motorista, pelo contrário, pedalo de forma bem defensiva, abrindo mão inclusive de meu direito, de minha preferência. Eu não sou estúpido.
Você está injustamente invertendo os papéis. Ela me agrediu. Eu não a agredi hora nenhuma, nem quando a abordei. Não a xinguei, não toquei no carro dela, não fiz nada além de falar. Por outro lado, ela poderia ter-me ferido ou matado, de graça, por nada!
Eu simplesmente não faço distinção entre um bandido de arma na mão e um bandido de volante na mão. Todos os dois são covardes porque se aproveitam de uma superioridade física momentânea para agredir GRATUITAMENTE outras pessoas. E a morte que pode advir da ação desses dois tipos de bandido é uma só.
Estou seguro de que essa mulher não teria tido um pingo da arrogância que teve, se eu tivesse chegado de arma na mão; da mesma maneira que um perigoso assaltante ficaria mansinho quando se visse desarmado no meio de uma multidão que o ameaçasse de linchamento. Isso é puro instinto humano.
“3) Você consegue se lembrar se quando você era uma criança indefesa, se sentia desamparado diante de seus pais, especialmente diante de sua mãe? Porque “essa mulher se sentiu certamente bem superior a mim” soa a uma tremenda misoginia mal resolvida. Que geralmente surge de exposição a uma mãe abusiva, ou, ainda mais comum, diante de uma mãe omissa diante de um pai abusivo.”
Ricardo, eu poderia responder a esse seu comentário simplesmente com um palavrão e dar o assunto por encerrado. O que você disse, além de muito pretensioso, é também ofensivo em mais de um aspecto. Com base em que você me chama de misógino e ainda de quebra ofende meus pais? Você me conhece ou me está julgando por essas poucas palavras que escrevi acima? Quem é você, algum psicólogo frustrado?
Pois você não poderia ter errado mais feio. Não, não sou misógino, não sou homofóbico, não sou racista, não sou facista e, acima de tudo, não sou politicamente correto. E você? Poderia ao menos dizer que também não se enquadra nessa última categoria?
Mais uma vez, o fato de ter sido uma mulher é irrelevante. Mencionei que era mulher primeiro por que era — não fico patrulhando meu pensamento, estou andando e assoviando para os PCs da vida; segundo, para contradizer essa ideia errada de que as mulheres são mais sensíveis ao volante, o que é pura conversa mole.
O sentimento de superioridade a que me referi é característico de pessoas que acham que têm mais direitos que as outras, que é precisamente o que ocorre no trânsito da parte dos motoristas em relação aos demais, principalmente os mais fracos, pedestres e ciclistas. Vai ver não é assim em sua cidade. Qual é a cidade em que você mora mesmo? Quero me mudar para ela.
Para não agir como você, que julga os outros de forma leviana, eu ia perguntar quem é você, como se locomove pela cidade, qual é o seu interesse pela bicicleta e tudo o que ela representa; porém, sinceramente, depois de ter sido “analisado” por você uma vez, não quero correr esse risco novamente.
Quase todo dia em que saio de casa sou agredido, esteja eu a pé ou de bicicleta. Mas não agrido ninguém. Isso cansa!
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Ricardo. Eu já acredito que as pessoas não deveriam usar carros no meio do tráfego. Acredito que elas deveriam usar ônibus, metro, andar a pé e de bicicleta, já que todos os demais modais, qualquer um pode ter e usar, já carros são para poucos, então não deveriam ter nem espaço nas cidades. Se eles fossem proibidos, todos teriam os mesmos direitos garantidos.
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Você não está entendendo. Carros não deveriam andar em lugar algum, pois eles só trazem problemas para a cidade. Sabe quantos carros são necessários para travar São Paulo? Não são 7 milhões (numero irreal da frota) ou 4 milhões (o numero real). Apenas 800 mil carros são necessários para transformar 11 milhões de pessoas em reféns.
Muito mais fácil pegar essas 800 mil pessoas e distribuir em outras formas de deslocamento do que tentar arrumar espaço para eles nas ruas. Por isso que os carros não deveriam andar, tire esses 800 mil carros das ruas e veja como tudo funcionaria melhor. Teria espaço de sobra para os Ônibus, os caminhões (que servem para abastecer a população) e até espaço para pedestres e ciclistas circularem com segurança.
Para de ser fanático, entenda que o único problema que realmente existe e que devemos solucionar é o problema de excesso de carros nas ruas. Não é o compartilhamento das vias, não apenas com bicicletas, mas com o resto da população.
Ontem mesmo eu fui do Campo Limpo até o centro de Ônibus. Estava uma maravilha enquanto andava no corredor de ônibus, mas bastou o ônibus ter que encarar a 23 de maio para o trânsito causado pelos carros, prejudicar mais de 300 pessoas que estavam, apenas dentro do ônibus que eu estava.
O mundo inteiro já viu que o excesso de carros é um problema grave para as cidades, só você insiste em não enxergar isso.
Claro que quando digo que carros não devem circular no “tráfego” é uma ironia, apenas porque estou fazendo o contraponto ao seu pensamento. Já que infelizmente, não vamos tirar todos os carros das ruas, que pelo menos, quem os conduza, faça com prudência e respeitando as leis, principalmente aquelas que, com o desrespeito, colocam a vida dos outros em risco.
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Rocardo,
Nova Iorque, Seul, Tóquio, Londres, Istambul, Moscou…. grandes megalópoles, não parecem integrarem “países sub-desenvolvidos”….
NY, a propósito, tem um belo de um sistema cicloviário que também envolve o compartilhamento das vias entre carros e bicicletas.
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Quer dizer que os que contrariam sua tese “são casos curiosos”. Haha.
Bom, na verdade não são apenas “curiosos”. Tanto EUA como Japão são paradigmas, dada suas força e influência, e não podem assumir o carater de simples exceção curiosa.
Ademais, definitivamente nem Turquia nem Russia são considerados países subdesenvolvidos. É verdade que esse conceito é arcaico e sequer mais aplicado pelas doutrinas geopoliticas modernas. Porém, mesmo o conceito ultrapassado não os considera subdesenvovidos.
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A propósito, só pra postar a postura do prefeito da cidade de Vilnius, na Lituânia, sobre estacionamento irregular de carros no meio da ciclovia.
Segue o link: http://www.youtube.com/watch?v=V-fWN0FmcIU
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Concordo com você Monica Bernardes. Acho que o grande X da questão é o desconhecimento das leis de trânsito! Aposto que se fizerem uma pesquisa com os motoristas praticamente nenhum deles vai dizer que conhece a lei em questão. Assim, nossa grande briga tem que ser PRIMEIRO com o poder público para que divulgue e instrua e depois, claro, puna os motoristas que desrespeitarem as normas de trânsito colocando ciclistas em perigo. Infelizmente sair pedalando no meio da rua somente porque temos este direito não resolve o problema sem falar, é claro, que é perigoso (leia-se aqui perigo de MORRER ok!). Nossa missão: Exigir do governo (e pressionar) que nossos direitos como cidadãos, que pagam impostos, sejam respeitados!
Abraços e bom pedal!
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Sou ciclista e motorista. O problema aqui em Belém do Pará é que a maioria dos ciclistas ignora as regras de trânsito e insiste em trafegar na contramão.
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Essa mentalidade que o motorista de automóvel tem que a rua é feita somente
para os carros, tem que acabar.
Muitos motoristas jogam os carros em cima dos ciclistas, para assustá-los e fazê-los desistir de pedalar na rua, pois desconhecem completamente o código de trânsito.
Campanhas permanentes de educação no trânsito deveriam ser veiculadas.
os guardas municipais tbm deveriam ser orientados,pois muitos deles desconhecem
o código de trânsito.
Motoristas, ciclistas, pedestres, todos tem que ter mais educação e bom senso.
“Gentileza gera gentileza” e tolerância torna o Mundo melhor para todos.
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Há algum modo de denunciar o descumprimento da lei, por exemplo esse do 1,5m (art. 201 do CTB)?
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Oi, Natan
Se for um carro particular, infelizmente não. Se for um ônibus ou táxi, você deve reclamar na prefeitura (em São Paulo, no telefone 156) e também na empresa. Se for um carro de empresa ou caminhão, reclame também na empresa responsável.
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Cumpre-nos divulgar esse excelente texto-esclarescimento para que não fiquemos sempre aqui falando conosco mesmo. Concordamos com tudo Willian, essa é nossa bandeira, agora… às ruas! Parabéns
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Respeito. Essa é a solução. Simples e prática.
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Se os pedestres obedecerem as faixas para a travessia e os sinais de pedestre, bicicletas e motos entre os carros não vão trazer nenhum risco.
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Se motos ou bicicletas ficarem paradas atrás dos carros uma de suas principais funções em meio ao trânsito, que é a alta mobilidade em pequenos espaços será extremamente prejudicada. Não faz sentido nenhum!
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Eider e João, os pedestres devem atravessar nas faixas sim, mas:
1) se não houver travessia em uma distância de até 50 metros, o que é muito comum, podem atravessar ali mesmo (art. 69 do CTB);
2) mesmo que atravessem no lugar errado, os demais usuários da via (o que inclui os ciclistas) devem zelar por eles, respeitando sua travessia, sua integidade física e sua vida (se é que isso precisa de lei, veja o art. 214 do CTB, item IV).
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Pode circular no corredor sim, com velocidade baixa e somente quando os carros estiverem parados. Mas recomendo só essa pratica em grande congestionamentos. Num sinal com poucos carros a frente, pare atrás e respeite a fila.
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Não concordo com sua posição em relação aos pedestres. Sou ciclista, vou ao trabalho e faço grande parte dos meus deslocamentos diários de bike, e não acho de maneira nenhuma que devemos culpar os pedestres por um acidente nem “orientá-los a atravessar na faixa”. Eu pego o corredor nos congestionamentos sim, mas em velocidade reduzida e reduzo mais ainda se vejo um pedestre ou ao passar por um veículo que me bloqueia a visão, como um caminhão ou principalmente ônibus (que pode ter descarregado pessoas). Da mesma maneira que pedimos para que os carros nos respeitem, devemos respeitar os pedestres. Sua pressa não vale uma vida (tá certo, é beem difícil uma bike matar um pedestre, mas vai machucar). Pedale com responsabilidade e seja cordial. Pode pegar o corredor, mas zele pela segurança de todos, principalmente aqueles mais fracos.
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Até onde eu saiba não existe lei que regulamente, ou seja que proiba ou permita, o deslocamento no corredor. Mas como já diserram aí o bom senso diz que vale a pena e é prudente andar devagae e de preferência quando o trâmnsito estiver parado.
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CAPÍTULO XV – DAS INFRAÇÕES
Art.: 211
Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial ou qualquer outro obstáculo, com exceção dos veículos não motorizados: Infração – grave; Penalidade – multa.
“com exceção dos veículos não motorizados” acredito que a bicicleta se encontra nessa categoria.
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respeito mútuo é o que deveria acontecer sempre , veículo é veículo , seja movido a motor , à propulsão humana ou animal , qdo nos respeitamos creio que fica tudo mais fácil e mais saudável …
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Cara… voce tem uma paciência… Nem digo que faltou desenhar.
Dá nojo os motoristas que não concordam com a lei e só porque nossa justiça nao funciona, resolve ele fazer “justiça”.
Quem acha muito nao sabe nada
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perfeito o texto 😉
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Texto perfeito! não faltou nada!Sou cicloativista e pratico trânsito há mais de 50 anos!parabéns!!!
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