Por que há ciclistas que andam no meio da rua?
Entenda por que ocupar a faixa de rolamento é uma conduta importante, recomendada por órgãos de trânsito e regra oficial em cidades do exterior.
O compartilhamento da via é uma das principais soluções para integrar as bicicletas ao trânsito. Onde não houver ciclovia ou ciclofaixa, sempre recomendamos aqui no Vá de Bike que os ciclistas ocupem a faixa de rolamento. Mas nem sempre esse procedimento é compreendido pelos motoristas – e até mesmo por alguns ciclistas.
Veja como exemplo o comentário postado por um leitor, que se identifica apenas como Paulo:
“Ok. Também ando de bike, mas cicloativistas como qualquer outro ativista exigem respeito mas não respeitam… 1,5m eu acho muita distância, principalmente levando em consideração que os ciclistas ultrapassam nossos carros a 10 20cm e andam na esquerda da pista e seguram o trânsito a 20 ou 30 por hora. Se ficassem na direita da faixa a ultrapassagem seria possível. mas ficam na esquerda [da faixa] obrigando os carros a ultrapassarem pela contramão se não quiserem andar a 20km/h. Respeito ciclistas. Detesto ciclo ativistas que se acham donos da rua.” (sic)
Paulo explicita, de forma rude, sua opinião de que as pessoas deveriam pedalar junto à sarjeta, para que os carros pudessem passar na mesma faixa onde o ciclista está. Dessa forma, ele “não atrapalharia o trânsito”.
Essa opinião é comum, derivada da ideia de que as ruas seriam feitas para os carros, não para o deslocamento de pessoas. Por essa ótica, as bicicletas seriam intrusas, podendo usar as vias apenas quando não interferirem na circulação dos automóveis. Ou seja: ocupar a faixa com a bicicleta seria um desrespeito a quem está de carro. Alguns chegam a afirmar que as bicicletas deveriam usar a calçada, para não atrapalhar os carros.
Mas por que ocupar a faixa?
É muito mais seguro para o ciclista ocupar a faixa, pois isso força os motoristas que não aceitam cumprir o 1,5 m a mudarem de faixa para fazer a ultrapassagem. Pedalando sobre a sarjeta, o ciclista acaba vítima de motoristas que acham 1,5 m muita distância e insistem em passar quase raspando.
Melhor um motorista mal educado que buzina e xinga, pensando que é o ciclista quem se acha o dono da rua (mesmo que esteja compartilhando a via em vez exigir exclusividade), do que o mesmo motorista mal educado passando a 10 cm do guidão – pensando que “tem espaço, acho que dá” – e derrubando o ciclista que teve que desviar de uma grelha aberta na sarjeta.
Motorista, ultrapasse com segurança
Quando há um caminhão ou ônibus trafegando devagar, os motoristas aguardam um momento seguro, mudam de pista e ultrapassam. O mesmo deve ser feito com a bicicleta. Basta entender que ela também é um veículo, tem o mesmo direito de circulação que os demais e possui sua limitação de velocidade, que precisa ser compreendida e aceita.
Mude de pista quando for seguro e ultrapasse a uma distância adequada, sem colocar em risco o ciclista. Você sabe fazer isso. Se não der para ultrapassar, é só aguardar. Sua pressa não vale uma vida, uma perna ou um braço de alguém.
E por mais que um ciclista ou pedestre esteja errado, nunca, mas nunca mesmo ameace sua vida com o carro para lhe dar uma lição. Algo pode dar errado e você terá que carregar consigo para sempre o peso de ter matado ou mutilado alguém, destruindo a vida dessa pessoa e de sua família.
Sarjeta não é lugar de bicicleta. Rua sim.
Ciclista, ocupe a faixa para se manter mais seguro – e seja gentil com os motoristas.
Motorista, compartilhe a via, aceitando a presença da bicicleta. As ruas são de todos.
Por que 1,5m e como fazer para respeitá-lo
Quem utiliza a bicicleta nas ruas diariamente – não apenas em parques, ciclovias e Ciclofaixas de Lazer – percebe claramente que 1,5 m é uma distância importante para não haver contato caso o ciclista se desequilibre, precise desviar de um buraco, de um desnível do asfalto ou de alguém que começa a atravessar a rua sem olhar.
Quem pedala nas ruas também sabe que nem sempre é possível manter uma trajetória continuamente reta e previsível, principalmente em nossas vias esburacadas, com asfalto irregular, caçambas estacionadas, motoristas abrindo a porta do carro sem olhar e carros saindo de garagens e esquinas sem se preocupar com pessoas que estejam passando.
A lei do 1,5 m (art. 201 do CTB) visa acima de tudo a segurança viária. Essa distância não foi tirada da cartola: nos exemplos do parágrafo acima, frear poderia significar uma queda – que também precisa do 1,5 m de segurança para não se transformar em tragédia.
Para ilustrar, algumas pessoas afirmam que Antônio Bertolucci, morto em junho de 2011 em São Paulo, caiu sozinho de sua bicicleta e por isso foi atropelado pelo ônibus que o matou. Seria dele, portanto, a culpa por sua própria morte. Mas ainda que isso fosse verdade e que ele tivesse desequilibrado do nada e caído sozinho, se o motorista tivesse guardado a distância de 1,5 m Antônio continuaria comprando seus pãezinhos com a bicicleta, todas as manhãs.
E como conseguir essa distância?
Sabemos que, para quem está no carro, nem sempre é possível avaliar a distância do ciclista. Mas conseguir esse metro e meio é, na verdade, algo bem simples: basta mudar de faixa, como haveria de ser feito com qualquer outro veículo lento, como um caminhão carregado, por exemplo.
Bicicletas têm uma limitação óbvia de velocidade, que precisa ser compreendida e respeitada. A aceleração da bicicleta não é como a do carro, em que basta engatar outra marcha e pisar num pedal sem fazer esforço.
Mas…
– E quando não há espaço para a ultrapassagem, por só ser uma via de mão dupla com uma única faixa em cada sentido?
– E se a rua for de mão única, com carros estacionados, de forma que não caberiam o carro e a bicicleta lado a lado com 1,5m entre eles?
Para responder a essas perguntas, imagine que na sua frente há um carro andando devagar, um caminhão, um ônibus ou outro veículo qualquer ocupando o espaço adiante. Como você faria a ultrapassagem? Seria obrigado a esperar? A resposta está aí, a situação é a mesma.
Tire de sua cabeça esse preconceito de que a bicicleta tem menos direito de ocupar a rua e que por isso “atrapalha” por circular devagar. Ela circula na velocidade que lhe é inerente, como um caminhão carregado ou um trator que esteja se deslocando na via. Tenha paciência.
E os ciclistas no corredor?
O leitor Paulo ainda comenta que os ciclistas ultrapassam seu carro “a 10-20 cm de distância”. Bem, provavelmente isso acontece quando o carro está parado (afinal, o mesmo comentário diz que bicicletas circulam a 20km/h). Não vejo que risco bicicletas poderiam oferecem a alguém em um carro, ao ultrapassá-lo quando parado ou em velocidade inferior a 20 km/h.
Poderíamos usar a mesma argumentação desse comentário e dizer que um carro parado ocupando a faixa “obriga as bicicletas a ultrapassarem a 10-20 cm se não quiserem ficar paradas”. Poderíamos também dizer que “respeitamos motoristas que não congestionam”, mas “detestamos quem faz isso”, generalizando-os como “carroativistas que se acham donos da rua”. Mas não seria muito justo, não é?
É melhor compreendermos por que razões um carro fica parado ocupando a faixa toda, muitas vezes por longos minutos, até conseguir se mover por 3 ou 4 metros e parar novamente. Melhor ultrapassá-lo com tranquilidade e ir embora do que começar a gritar para que o motorista saia da frente porque está atrapalhando ali parado, como muitos que dirigem costumam fazer com os ciclistas que estão em movimento.
Quando os carros estão parados, o ciclista tem todo o direito de ultrapassá-los pelo corredor. Tem esse direito até mesmo nos casos em que outros veículos não podem fazê-lo, como em uma interdição temporária da via ou uma fila de balsa (art. 211 do Código de Trânsito). E, desde que haja espaço adequado para isso e os carros não estejam em movimento, não estará se colocando em risco ao fazê-lo. Também não colocará em risco nenhum motorista, afinal é um pouco difícil derrubar um carro com o guidão de uma bicicleta.
Mas o ciclista deve ficar atento ao sinal que vai abrir e ao movimento dos carros adiante. Quando perceber que os carros começarão a se mover, deve sair do corredor e voltar a ocupar a faixa, para sua própria segurança. Sempre pedindo espaço e agradecendo a gentileza com um sorriso. Os bons motoristas compreenderão sua atitude.
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Esse comentário não tem feito muito sucesso. 0 5
Tambem, creio que, deveria haver mais campanhas educativas pela tv, jornais e revista, campanhas de conscientização, tanto para motoristas, ciclistas e pedestres, pois, todos, sem exceção,tem o dever de cumprir e seguir as leis, regras e normas…isso é pra todos e não somente para um.
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Aqui no Japão,onde estou a mais de 10 anos, nas cidades, não existe ciclofaixas ou ciclovias, apenas alguns trechos de ciclorotas, contornando o litoral. O pedestre e o ciclista, compartilham da calçada, salvo, quando não há aviso ou placa indicativa para o ciclista, este, deverá circular pela rua ou avenida.Nas vias expressas ou auto-estradas é proibido o trafego de ciclistas, nas ruas o ciclista tem a preferencia e é respeitado como tal.
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Acho muito boa essas matérias, mas vejo que a maioria dos comentários são de… ciclistas. É inteiramente compreensível que os motoristas que só dirigem carro não se interessem pela Vá de Bike, mas seria muito bom se eles começassem a ler esse tipo de coisa, pra nunca mais ouvir coisas tipo “tá pensando que é carro? sai da rua!”.
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Eu concordo que motoristas e ciclistas tem saber ocupar o mesmo espaço com respeito.
Todos os dias levo minha filha à escola de carro e busco de bicicleta, como fazer quando a maioria das ruas são de mão dupla e as pessoas andam em grupos de três ocupando uma faixa inteira? Nós quase batemos o carro porque tivemos que passar na contra mão.
Eu não tenho problemas de bicicleta, porque os próprios motoristas me dão passagem, não entro na frente de ninguém.
Eu gostaria que houvesse respeito de ambas as partes e em qualquer situação no trânsito. Obrigada.
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Andreia, me desculpe, mas se vocês quase bateram o carro ultrapassando na contramão é porque não fizeram uma ultrapassagem segura. Se não for possível ultrapassar em segurança, aguarde até que exista essa possibilidade. Se houvesse um único ciclista em vez de três, você teria que esperar da mesma forma. Se fosse um caminhão trafegando devagar, também. Basta ter paciência e ultrapassar como manda o Código de Trânsito: trocando de faixa ou, se não houver uma faixa amarela contínua na via, utilizando a mão contrária, desde que haja condições seguras para isso. Estou certo de que você é uma boa motorista e isso foi apenas um lapso. 🙂
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Será que o comentário do Paulo foi tão rude quanto as respostas a ele direcionadas? Na minha opinião a resposta dada, além de ter sido informativa em ambito geral, foi extremamente rude, arrogante e desmedida para com Paulo.
Minha opinião.
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Obrigada pelo esclarecimento. Depois que comecei a andar de bicicleta e me informar mais, passei a ser uma motorista melhor também, chego a proteger ciclistas dirigindo um bom tempo de forma a dar espaço pra pedalar com tranqüilidade. Sem atravancar o trânsito, é claro. Só me preocupo quando vejo um ciclista andando no sentido da via e de repente aparece um no sentido contrário, como ciclista e como motorista eu me assusto. Fica o impasse de quem vai por qual lado e o medo iminente de uma queda gera insegurança. Valeu!
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Bom dia, gostaria de tirar uma dúvida. A regra de 1,5m de distância é pra qquem anda do lado direito da via ou pra quem está no bordo esquerdo? Pois a lei diz que as bicicletas devem andar nos bordos da via no sentido do trânsito.
Se assim for, fica meio complicado para os motoristas e perigoso para os ciclistas, não acha?
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Oi, Regina
O 1,5m é para ambos os lados, afinal passar perto demais do ciclista o coloca em risco de qualquer maneira. E mesmo que um ciclista esteja conduzindo a bicicleta de maneira que julguemos incorreta, isso não nos dá o direito de colocá-lo em risco apenas para punir sua conduta.
Pedalar no lado esquerdo da via não é recomendado, mas permitido pela legislação. E em alguns poucos casos, torna-se mais seguro. Entenda aqui.
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Bom artigo faltou somente o exemplo que o mesmo carro que não aceita a distancia obrigatória do ciclista, quando se depara com uma caçambas de entulho estacionada de quina tomando mais de 2 metros de espaço de sua trajetória, ainda não passa “colado” abrindo espaço para não encostar na mesma. (isso sem reclamar ou buzinar).
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Lendo alguns dos comentários , percebo muita polemica sobre a questão; Primeiramente, sou ciclista há muito anos , mas também sou pedestre, e motorista ativo em S.P. e tenho 73 anos ; Deixando de lado as questões técnicas , como por ex. a distância legal de 1.5m ou ocupar ou não a pista central , o que eu vejo é a questão de educação e respeito aos demais , tanto por parte dos motoristas, dos ciclistas, dos pedestres e também dos motociclistas ; é cada um achando ,querendo e defendendo o seu ponto de vista ; e aí fica difícil harmonizar a ocupação do espaço público de modo civilizado, e acaba virando uma guerra com vitimas fatais. Agora, como ciclista, eu não me vejo em condições de ocupar a pista central de veículo , e vejo ciclistas jovens pedalando em alta velocidade entre os veículos e penso ser um risco muito grande.Vou beirando a guia ,sempre de olho pelo retrovisor ,paro antes da esquina que dá conversão para a direita e sigo quando não vejo mais veículos querendo fazer a conversão ; Ultrapassar ônibus parado no ponto , só quando vejo que o motorista está me vendo pelo retrovisor; Troco rua que é de mão , mas que é muita subida pelo que é contra mão , mas que é uma subida suave ;vou pela calçada com todo cuidado para não ofender pedestres e paro ou desso e empurro sempre que necessário para dar preferencia aos pedestres; Agradeço todos que me facilitam a passagem, sejam pedestre ou motoristas e ignoro àqueles apressadinhos e mal humorados; Assim,pedalo bike tanto para lazer como para me deslocar nas ruas e avenidas ,e mesmo desobedecendo algumas regras , nunca me vi ameaçado e nem ninguém insatisfeito e bravo comigo; Pedalar me faz sentir muito feliz.
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Sr Yoshimura, muito prazer em ler seu texto.
Eu tenho 45 anos, mas minha experiência de bicicleta é similar à do Sr. Não sou cicloativista, acho que há uma onda modista sobre esta questão, inclusive, e o Sr. resumiu exatamente o que penso sobre “andar de bicicleta” com respeito, responsabilidade e gentileza.
Obrigado por seu depoimento.
Abçs. antonio Neto.
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Olá Sr Yoshimura! Pedalo todos os dia para ir trabalhar…tenho trinta anos..vou pela rua, pela calçada, até pela contramão quando necessário…sempre com muita cautela e respeito pelos pedestres…me identifico completamente com as ideias expostas em seu texto.
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Citando ” sobre os ciclistas ultrapassarem seu carro “a 10-20cm de distância”, provavelmente isso acontece quando seu carro está parado (afinal, você mesmo diz que bicicletas circulam a 20km/h). Não vejo que risco oferecem ao lhe ultrapassar quando parado.”
Tem certeza?
Os ciclistas que criam problemas são os que passam pedalando a toda, entre os carros e normalmente não param no farol (oque coloca o pedestre em risco). Os que tentam passar a direita de um veiculo parado na direita, como um ônibus parado no ponto. Os que ocupam o canto da sua faixa, o canto esquerdo… ocupando duas faixas se o motorista respeitar a lei do 1,5m. E não os que pedalam civilizadamente.
O problema é: esses vão tornar os ciclistas mal falados… como os motoqueiros.
(Minha visão de pedestre e de motorista)
Polêmico. O que acha? 10 13
Então, eu sou dos ciclistas que passam a “toda” como você fala, pedalo como bike messenger em Curitiba a dois anos, também sou ciclista amador e corro na categoria elite na speed. Em dois anos nunca me envolvi em nenhum acidente grave e somente no começo da minha profissão foi que tive alguns problemas por não conhecer bem as ruas. Nunca tive problemas por pedalar rápido, nem por cortar no meio dos carros como motoboys fazem, nem por andar pela esquerda nem pela direita, nem pelo meio. Só tive problemas quando tentei andar no cantinho das pistas, quando andava com “medo” de me impor no transito, tive problemas pela impaciência dos motoristas nas subidas que não entendem nada de leis de trânsito e que também não aceitam que bicicleta é um veículo, mas não um motorizado, é de propulsão humana, não tem a mesma estabilidade de um carro, não tem a mesma proteção caso haja um acidente, pra ter uma ideia uma bicicleta pesa menos que uma das rodas de qualquer carro. Compare a diferença de peso, velocidade, segurança, estabilidade e vai entender o que estou falando. O código de trânsito obriga os ciclistas a se arriscarem junto aos veículos motorizados, não é uma escolha dos ciclistas, é uma lei, aí quando o ciclista com medo sobe na calçada os hipócritas dos pedestres que se julgam santos caem matando, criticando como se nunca atravessassem uma rua com o sinal fechado para eles ou como se sempre usassem as faixas nas travesseias. Agora, voltando aos ciclistas e motoristas, com minha pouca experiência nesses dois anos eu aprendi a evitar certas ruas as quais sei que os motoristas vão ser intolerantes e impacientes, aprendi que andar devagar é suicídio devido a ignorância das pessoas, aprendi que o dito homem é só um animal intelectual que age na maioria das vezes em função do próprio ego, ignorando a importância de uma vida, ignorando que nada vale mais que uma vida, aprendi que não devo criticar ninguém quando comete uma infração no trânsito pois cometo várias o tempo todo e não vou mudar, aprendi a maioria dos ciclistas são inexperientes e suas bikes não são adaptadas para fazer o que faço no meio dos carros e eles não tem a mesma resistência. Se o CTB nos fez o “favor” de nos colocar no meio dos carros com animais intelectuais que agem pensando no seu próprio tempo nunca se colocando no lugar de um ciclista, já que não fizeram ciclovias EXCLUSIVAS para que os pedestres também não atrapalhem a passagem dos ciclistas, já que NUNCA ATROPELEI nenhum pedestre em lugar algum nem mesmo furando sinal, nem cortando no meio dos carros como motoboys e mesmo que eu atropelasse com certeza os danos ao pedestre seriam poucos comparados a um carro ou moto e eu com certeza NÃO fugiria do local como vemos os motoristas fazerem pois NÃO sou covarde e assumo as consequências dos meus atos, levando em conta que também me machucaria o que implicaria em prejuízo no meu trabalho pois não sou registrado, já que o CTB fez esse favor a nós nos colocando como veículos mesmo havendo uma IMENSA diferença em todos os aspectos, então eu vou agir como se fosse um veículo, vou ocupar uma faixa com TODO direito que tenho, vou andar na esquerda, na direita dependendo de onde vou, não seria louco de cruzar uma via da esquerda pra direita arriscando ser atropelado. Incrivelmente em dois anos pedalando no meio de um trânsito caótico sendo obrigado a respirar a poluição de motoristas que não ligam a mínima para o mundo em quem vivem, sendo quase que atropelado propositalmente várias vezes duas delas por motoristas de ônibus, um da linha pública (biarticulado) e outro linha escolar, ambos tentaram nitidamente me matar com o veículo de não sei quantas toneladas, essa é a covardia que chega alguns animais intelectuais ao volante. Então se eu como ciclista profissional tenho me mantido vivo assim até agora então vou continuar, não aconselho ninguém sem experiência ficar de bobeira perto de tanta imprudência, tanta irresponsabilidade, intolerância, impaciência pedalando no trânsito. Viva a vida, viva as pessoas pacientes, viva o mundo que também é vivo! As únicas leis que me importam vem do alto, as de baixo apenas coincidem com as de cima, enquanto eu não fizer nenhum mal a nenhuma pessoa minha consciência estará limpa.
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P.S. Só pra complementar, qual é a vantagem para um motorista ou para um ciclista que o ciclista espere o sinal abrir? Levando tudo que já disse em consideração, o arranque de um carro é infinitamente superior ao de um ciclista mesmo experiente, sendo que a maioria não é, então se um ciclista ficar lá na frente parado ou mesmo no meios dos carros esperando para sair junto além dele perder tempo pois a velocidade é super inferior a de um veículo motorizado, além disso iria “atrapalhar” ainda mais o trânsito na via testando a paciência dos motoristas que todos sabem que vivem estressados em virtude do caos que eles mesmos criaram ao querer enfiar um carro para cada pessoa na via. Não é vantagem para ninguém um ciclista ficar esperando o sinal verde, não vejo nenhum problema em furar contando que cuide com os pedestres e com os veículos que estão cruzando no seu tempo devido, até hoje tive sucesso fazendo isso e mesmo sendo criticado pelos hipócritas que se julgam passiveis de erros não deixei de fazer. Fui!
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Eu até pensei em pegar o celular mas ele estava meio difícil na hora e como foi a primeira vez que passei por isso então fiquei daquele jeito querendo fazer e meio com receio, era uma das primeiras vezes que estava pedalando de noite, mas agora já deixo o celular + – no jeito para caso aconteça algo do tipo =]….e já tive vários encontros felizes…tenho uma buzina de ar comprimido na bicicleta esses dias uma moça me deu passagem e quando buzinei ela começou a “brincar” comigo buzinando também….caminhões dando passagem…tirando os sorrisos das crianças quando vêem a bicicleta com as “luzinhas” e dos adultos quando você passa e cumprimenta….graças a Deus até o momento foi a unica situação que me deixou com mais medo…ando lendo bastante como reagir a situações como essas
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Aron,
Você está certíssimo. A pista é inteira sua e para não morrer deve ocupá-la como qualquer outro veículo.
Ciclistas que andam na sarjeta prestam um desserviço à comunidade de ciclistas, reforçando o que muitos já acham, que lugar de bicicleta é em parque!
Ciclista não é barata para ficar andando na sarjeta, e quando faz isso está convidando carros, caminhões e ônibus a o ultrapassarem tirando fininha de sua bike.
braços,
Américo (Dono da rua, como todos vocês!)
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hoje estava eu voltando do serviço e por volta de umas 0:25 min estou eu na av paes de barros na faixa da direita (mais no meio da faixa da direita do que para o canto) e encosta um agile atrás de mim buzina e acende o farol alto fui com a bicicleta um pouco para o lado e o agile acelerou indo para o meio das duas faixas da direita e da esquerda e o motorista muito do simpático começa a me chingar pois eu estava na faixa da direita atrapalhando a passagem dele..informei que estava agindo da maneira correta (seguindo orientação do site Vá de Bike nao sei se interpretei mal) e expliquei que se fosse para o canto direito ele iria me “espremer até ei sair da pista…como ele estava ocupando duas faixas pois estava no meio da rua e discutindo comigo ao chegar perto do farol ele simplesmente jogou o carro para o meu lado e continuou discutindo..nessa hora eu falei por este motivo que eu estou no meio de faixa da direita para nao acontecer o que o senhor está fazendo…ele continuou chingando falando que conhecia os direitos deles e que eu estava errado..nessa hora ja tinha um carro atrás de nos dois e um do lado dele só observando o que ele iria fazer..ai ele arrancou com o agile dele e o carro que estava atrás mudou de faixa para me ultrapassar….para quem nao conhece a av paes de barros é uma avenida com duas faixas para carros e uma faixa exclusiva de onibus…..agora quero saber se eu estava errado ou certo de ficar no meio da faixa da direita…e como devo proceder em situações como essa sou novo no meio biciclistico
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Aron, já passei por situações parecidas. É claro que você não estava fazendo nada de errado e o cidadão estava te ameaçando propositalmente porque tinha certeza de que não seria punido. Ele tinha espaço para ultrapassar e por teimosia implicou com você.
É muito difícil dizer o que fazer nessa hora, porque a situação é de perigo real. Certamente gostaríamos que a fiscalização de trânsito funcionasse a contento e coibisse a conduta desse cidadão, e não faltariam artigos do código de trânsito para isso, mas esse tipo de situação exige evitar o confronto!
Conciliação, sem ser bundão. Você não fez nada de errado, mas estava num lugar e hora (cidade de São Paulo, na hora em que alguns saem dirigindo do bar) propícia para atitudes insensatas. Não vale a pena discutir com bêbados.
Eu geralmente carrego câmera (celular também serve) e fotografar a placa, comunicar ao agressor que ele está sendo gravado tem um elemento de dissuasão importante. Entretanto, a maneira de reagir deve ser uma decisão pessoal sua. Encare isso como reagir a um assalto, afinal esse cara está portando uma arma.
Um abraço, e boas pedaladas. Que cada dissabor desses (e eles acontecem) se converta em mil encontros felizes no trânsito, que acontecem com quem anda de bicicleta.
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Mais uma vez dicas de muitas utilidades. Andar em SP não é fácil…rsrsr
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