O caso de Juliana Dias também é contado no filme Luto em Luta. Foto: Gilberto Kyono

Como ocorreu o atropelamento de Juliana Dias

Veja a análise do Vá de Bike sobre o atropelamento e o cenário mais provável para o que aconteceu naquela manhã, na Avenida Paulista.

Um sorriso apagado para sempre. Foto: Gilberto Kyono

Matéria publicada originalmente em março de 2012. Importante esclarecer que naquela época a Avenida Paulista ainda não tinha ciclovia. Depois da implantação da estrutura, casos como esse não aconteceram mais. Ao menos naquela avenida.

No dia 2 de março de 2012, uma sexta-feira, eu estava na maternidade com minha esposa quando começo a ver as notícias pelo twitter. Ciclista atropelada e morta por um ônibus na Av. Paulista. Mulher, bike prata, com caixote no bagageiro. A história se repete.

Aperto no coração. Muitas amigas passam por ali diariamente e, mesmo sendo alguém que eu não conhecesse, sofreria como se fosse uma amiga próxima. Relatos iniciais no twitter afirmavam que o ônibus teria furado o sinal vermelho e acertado a ciclista em cheio, o que aumentava a revolta com o ocorrido.

Conversando com alguns amigos, descobri ainda na parte da manhã que a vítima era a Julie, mas não podíamos divulgar a informação em respeito à família, que ainda não tinha sido avisada.

Não, eu não a conhecia pessoalmente. Mas devo ter trocado um “oi” aqui e ali, já que tínhamos muitos amigos em comum e provavelmente estivemos no mesmo lugar ao mesmo tempo, em mais de uma ocasião.

Julie era mais uma de nós sendo levada.

Segunda faixa e a falta de sinalização

Juliana estava na segunda faixa da avenida, comumente usada por ciclistas. E por que usam essa faixa? Justamente PARA NÃO ATRAPALHAR OS ÔNIBUS. A faixa da direita é exclusiva dos coletivos e, como eles têm dificuldade para ultrapassar, já que os motoristas dos carros não os deixam sair dali, muitos ciclistas optam por trafegar pela segunda faixa. Tanto que bicicletinhas foram pintadas ali bicicletinhas no asfalto, por diversas vezes, aumentando a segurança de quem circula de bicicleta na avenida.

Quando havia sinalização no chão, os motoristas aceitavam melhor a presença dos ciclistas na Paulista. Mas, infelizmente, a CET preferiu apagá-las, com o argumento de que “confundiam os motoristas”. Em junho de 2011, alertamos aqui no Vá de Bike sobre o perigo de apagar essa sinalização e esclarecemos o motivo pela qual deveria ser oficializada em vez de ser retirada (leia aqui).

Mas como aconteceu?

Juntando os depoimentos de testemunhas que circularam pela imprensa, o relato do colega Rene Fernandes (que esteve na delegacia) e a experiência prática de quem já sofreu muitas agressões parecidas nas ruas, é possível fazer uma suposição mais realista sobre o que aconteceu.

O que descrevo abaixo é o cenário mais provável, em um exercício de entendimento das informações e depoimentos encontrados até o momento.

Dois criminosos

Testemunhas afirmam que um primeiro carro, de passeio, havia fechado Julie e a obrigado a fugir para a faixa do ônibus. Esse foi o primeiro criminoso, que com sua conduta irresponsável poderia ter sido o culpado direto pela morte da menina. Mas desse ela conseguiu escapar.

Julie então retornou para onde estava. Mas a ação desse motorista certamente incentivou o condutor do ônibus que vinha atrás a fazer o mesmo. Vendo o automóvel forçá-la a sair da rua, deve ter pensado em seu íntimo que a ciclista estava atrapalhando, que ela não deveria estar ali e que teria que se virar para sair da sua frente. Afinal, estava no lugar errado. Que criasse asas.

À direita de Julie havia nesse momento um ônibus, trafegando normalmente na sua faixa de direito. Então esse condutor irresponsável jogou seu veículo grande e pesado sobre a ciclista, ameaçando-a. No vídeo veiculado pela Rede Globo é possível ver o ônibus amarelo ultrapassando o outro a uma distância lateral muito pequena, com a ciclista ali no meio, o que demonstra que esse motorista, Reginaldo Santos, não lhe deu nenhuma chance.

O ônibus da esquerda deve ter tocado seu guidão. Ou, no desespero, ela se desequilibrou entre os dois veículos. Não faz diferença. Ao cair, o ônibus que estava à sua direita – e não tinha nada a ver com a história – passou por cima de seu corpo. Julie criou asas.

O motorista desse ônibus, apesar de consternado, conseguiu anotar a identificação do ônibus que causou sua queda. Desceu, olhou, se desesperou com o que viu. Mas não poderia fazer mais nada. A atitude daqueles dois motoristas – o do carro, que a ameaçou primeiro, e o do ônibus, que saiu sem prestar socorro – é indesculpável. E deveria ser inafiançável.

Fiança

O motorista que havia fugido do local do crime se apresentou durante a tarde. Foi preso em flagrante, mas o sindicato pagou a fiança de R$1.500,00 para que fosse liberado. Ele está sendo indiciado por homicídio culposo, com o agravante de estar dirigindo um veículo de passageiros.

Talvez esteja afastado da empresa, mas é bem provável que tenha dirigido seu carro particular no final de semana. O ideal seria seu direito de dirigir ser retirado por um longo tempo, para evitar que matasse mais pessoas pelas ruas. Uma pessoa assim não pode dirigir, por representar um risco à sociedade, da mesma forma que alguém que atira em local público e mata alguém “acidentalmente”, não deve mais ter porte de arma.

A Avenida Paulista não é perigosa

A Avenida Paulista é plana, reta, com quatro faixas e boa visibilidade, tornando fácil aos motoristas ultrapassar os demais veículos com segurança. Não é um local para correr, embora a sinalização permita 60 km/h e a fiscalização de velocidade seja inexistente. Aliás, 60 km/h é um limite ainda alto para uma via com um tráfego tão intenso de pedestres.

Quem matou Juliana Dias não foi a Avenida Paulista. Foi o motorista do ônibus. E, indiretamente, também o motorista do carro que a fechou.

Finas e fechadas

Infelizmente, Juliana não está mais aqui para contar o que houve. Apenas a versão do motorista que a matou será ouvida, o outro lado calou-se para sempre. As investigações terão que se basear em depoimentos de testemunhas que, talvez à exceção do skatista, não conhecem na prática a condução de uma bicicleta nas ruas, vendo a situação pela ótica de quem está dirigindo um carro. Para essas, Julie se desequilibrou e caiu por si só, “uma fatalidade”. Afinal, bicicleta é perigoso e as pessoas caem sozinhas o tempo todo. Esperamos que as imagens registradas possam ajudar a investigação.

Mas quem pedala nas ruas sabe: há motoristas que se irritam com a simples presença do ciclista na via e fazem questão de passar no espaço onde o ciclista está, mesmo que haja pistas livres para ultrapassagem. O motorista buzina, ameaça com o tamanho do carro e o barulho do motor. O ciclista que se vire para desaparecer magicamente da sua frente. Ou, pior, dão a conhecida “fina educativa”, passando propositalmente perto do ciclista para “educá-lo” a não utilizar as vias. E é isso que o motorista desse ônibus e daquele carro parecem ter feito.

Por isso dizemos #naofoiacidente. O simples respeito ao artigo 201 do Código de Trânsito Brasileiro, que determina distância de 1,5m ao ultrapassar um ciclista, teria evitado essa tragédia. Quem o desrespeita, deve levar em consideração o risco de uma lesão corporal ou morte. Se ainda assim o faz, não se pode dizer que foi um acidente. Acidente é o que não poderia ter sido evitado.

O que diz a lei

Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:
Infração – média;
Penalidade – multa.

Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu veículo e os demais, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade, as condições climáticas do local da circulação e do veículo:
Infração – grave;
Penalidade – multa.

Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
(…)
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.

Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os demais veículos:
Infração – gravíssima;
Penalidade – multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa – retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação.

Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.

Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito:
(…)
XIII – ao ultrapassar ciclista:
Infração – grave;
Penalidade – multa;

Como deveria ser

Em Bristol, na Inglaterra, um motorista de ônibus que jogou o veículo propositalmente em cima de um ciclista foi condenado a 17 meses de prisão, por direção perigosa e lesão corporal. Além do relato de testemunhas, o tribunal se baseou em imagens de uma câmera de segurança.

Por aqui, R$ 1.500,00 de fiança pagos pelo sindicato garantem que o motorista continue livre – e dirigindo.

Manifestação em dezenas de cidades

Em apoio ao ocorrido com Juliana Dias e para que não precisemos de mais Julianas, Márcias, Antônios e Anônimos, dezenas de cidades brasileiras realizaram uma manifestação conjunta na noite da terça-feira, 6 de março. Veja aqui.

Como foi a manifestação na noite do ocorrido

Veja abaixo uma bela videorreportagem sobre a manifestação realizada na mesma noite, com depoimentos de ciclistas presentes. E aqui, muitas fotos.


135 comentários em “Como ocorreu o atropelamento de Juliana Dias

  1. Até qdo a ignorancia e a estupidez vão ficar em pune? Sera que os minutos ganhos forçando a ultrapassagem da bicicleta da Juliana valeram a vida dela? Prefeito fica a dica: CICLOVIAS JÁ!!!!!!!!!!!!!!!1

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  2. Um ônibus colidiu com uma bicicleta.A bicicleta era conduzida por uma pessoa com sonhos e esperança de um mundo melhor( justamente por isso estava numa bicicleta). Foram-se sonhos e esperança dessa pessoa.Resta a lição , esperança e sonho dos que ficaram pelo exemplo de nunca se intimidar pela intransigência de poucos.
    (ao menos no Céu deve haver kms e kms de ciclovias de nuvens, e , mesmo caindo ninguém se machuca).Feliz chegada para vc Juliana!

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  3. Acho importantíssimo mostrarmos tmb o lado do motorista que a atropelou… Fiquei emocionado ao ver esta reportagem… Ele com certeza é uma pessoa de bem e isto se tornou uma tragédia em sua vida. Infelizmente já participei de um atropelamento de um andarilho em uma estrada (3 carros o atropelaram antes e não tive como escapar… acabei passando por cima tmb…) e sei o que este senhor sente. Sempre que passo pelo local me emociono. Sempre que fecho os olhos me lembro da cena….. Não desejo isto p/ o meu pior inimigo. A dor que carregamos é eterna e não tem cura…. Sou ciclista e luto por uma convivência pacífica no trânsito.
    Assistam o vídeo veiculado pela record e reflitam no outro lado tmb….
    http://noticias.r7.com/jornal-da-record/noticia/motorista-de-onibus-continua-abalado-apos-acidente-que-matou-ciclista-em-sp/

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  4. Realmente quem anda no trânsito sabe, É EXATAMENTE como descrito no texto que acontece. E ainda percebo mais, um olhar de prazer doentio de diversos motoristas quando tiram o “fino-educativo” e quando nos forçam a parar. Inúmeras vezes vi motoristas, principalmente taxistas e particulares tentando “entrar” em espaços no trânsito enquanto um sinal estava fechado que “não havia como um veículo ocupar”, só para passar a frente do ciclista.

    É lamentável ver a grande quantidade de motoristas particulares e pasmem! Que se dizem profissionais cometendo tantas infrações desnecessárias.

    Pergunto aos motoristas e à sociedade: QUAL O VALOR DA VIDA HUMANA?

    É mais importante pôr em risco a vida de um ciclista para satisfazer seu ego de estar “certo” sobre ocupar a via de transporte público!?

    O Código de Trânsito garante a presença de ciclistas nas vias, sabia?

    Seja um motorista consciente! Respeite o ciclista, hoje é um desconhecido, mas amanhã pode ser um filho seu!

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  5. Temos que comecar a dar nome aos bois ou seja, divulgar quem sao estes que quando ocausinam esses acidentes tem a cara de pau de falar que nao saiu para matar, como foi o caso do onibus que avancou o sinal quebrado e atropelou o carro matando duas pessoas.
    E facil cometer esse tipo de coisa e depois se fazer de coitado, ganho mal, trabalho tantas horas no transito, imagine se cada um de nos que ficamos horas no transito, usa se isso como desculpa.
    Temos que parar de se esconder atras de classe social, e tudo mais, antes o cara era rico nada acontecia, agora ele supostamente tem uma condicao para menos tambem ta livre.
    abraco vamos rezar para que as coisas melhorem

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  6. Pessoal,

    Amanhã, quem puder participar da Bicicletada na sua cidade ou em cidades vizinhas, compareça! Independente da opinião de cada um sobre a ideia/objetivo da Massa Crítica/Bicicletada que acontece mensalmente. A Bicicletada de hoje é para um BASTA nessa violência no trânsito com os ciclistas, skatistas, pedestres e etc. Independente do modelo da sua bicicleta, do seu poder aquisitivo, credo e etc, compareça! Convide seus amigos para um passeio em forma de protesto, tranquilo, com segurança, sem violência. A dica é: Respeitem todos, mesmo que este esteja te xingando, mandando você para aquele lugar. Mande um beijo, um abraço, dê um sorriso. Mas o importante é mostrarmos que cansamos disso tudo, mas com muita paz.

    Se você nunca participou de uma bicicletada ou algum passeio em grupo, não tenha medo/vergonha. Tenho certeza que todos lhe receberão muito bem.

    Até daqui a pouco!

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  7. Uma vida é um preço muito caro a pagar pela “ousadia” de pedalar uma bicicleta nesse transito infernal.Motoristas irresponsáveis e autoridades lenientes concorrem para os absurdos das ruas.Eles(motoristas) odeiam motos , odeiam bikes , odeiam pedestres. Só eles e seus carros merecem o privilégio de rodar sem que nada os impeça de proseguir na sua mesquinha ambição de ter as ruas somente deles!!!

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  8. No Brasil temos motoristas de todos os tipos de veículos que não poderiam em hipótese alguma estar dirigindo se fizessem um exame psicológico mais detalhado que infelizmente neste país não é necessário e assim passam os dias, as estatísticas só crescem e as autoridades desta baderna que chamamos de país não fazem nada!!

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    1. Marko, além disso, ensino de Leis e Regras de transito não passa de um “decoreba” feito em auto-escolas (CFC’s, sem trocadilhos (ou com eles?) com o famigerado gás abolido dos aparelhos de refrigeração) e posterior a prova de Legislação, um decoreba detalhado da área de exame para a prova de direção e aí temos nossos habilitados condutores…

      Educação de Transito deveria começar nos primeiros anos de escola de uma criança, com forte enfase ao respeito de pedestres e ciclistas, juntamente com noções de cidadania e respeito à pessoa próxima, mas infelizmente ainda estamos bem distantes de uma realidade dessa.

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      1. André,

        Totalmente a favor! Agora, é preciso dizer também que muitos ciclistas também precisam de educação no trânsito. Muitos. A máxima de que andar na contramão é o melhor, impera vigorosamente entre aqueles menos plugados. Eu vejo mais ciclistas na contramão do que na mão da via. Fica até chato, uma vez que pessoas que estão comigo sempre apontam esses sujeitos como “os ciclistas”. E tenho de concordar.

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        1. Concordo André, to começando agora a andar de bike, não hesito em colocar pisca alerta e sair com meu capacete. O que vejo muito é ciclista sem proteção alguma, sempre na contramão ou andando feito uns doidos na calçada. Poxa vida, já pensou atingir uma criança, um idoso, uma gestante na calçada? Cada um precisa fazer sua parte para que as coisas comecem a melhorar.

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        2. Ricardo, hoje está estampado, na primeira página de um jornal popular (não colocarei o nome, pois não tenho certeza qual) uma matéria sobre o desrespeito às leis e regras por parte de ciclistas na Paulista…
          Infelizmente, esse tipo de atitude (que acaba por ser um prato cheio a setores da imprensa) é um banho de água fria em qualquer movimento pela cidadania…

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          1. qui cabe meu mea culpa…

            Ontem ah tarde, voltando para casa, sai da Alameda Campinas e entrei na Paulista sentido Consolacao.
            Parei no farol que fica entre os cruzamentos da Pamplona e Al. Campinas. Quando o farol dos pedestres ficou vermelho e nao havia NINGUEM mais atravessando, cruzei a faixa. Havia tres pessoas chegando ja na calcada, quando uma delas apontou pra mim, falando com os outros dois acompanhantes, querendo dizer “olha ai ela que nao respeita…”…

            Fiquei com vergonha de mim mesma, disse a ela que o sinal dela ja estava vermelho… Cheguei em casa, ainda tentei argumentar com meu marido (que tb eh ciclista) dizendo que a questao eh de bom senso, pois nao se tratava de um cruzamento em si e nao havia nenhum pedestre mais na faixa… Para o que ele respondeu: “Nao importa, o sinal estava vermelho para voce e voce o furou”… :-/

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          2. Luciana, se você se sentiu envergonhada é porque no fundo você sabe que não foi correta na sua atitude. Isso é o mais importante, concientização. Ainda sou “mais pedestre do que ciclista” e meus colegas pedestres também me irritam quando atravessam na hora que não devem, e também se sentem envergonhados ao levar bronca de algum motorista. Cada um fazendo sua parte, só assim vai melhorar. Você reconheceu seu erro, agora é só não repeti-lo =)

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          3. Corrigindo**conscientização

            Mas tenho percebido uma grande quantidade de ciclista na Paulista (trabalho por aqui) que não utilizam capacete. Isso é preocupante.

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          4. Mauro,

            Exatamente isso! É como uma caixa de água furada: tanto trabalho para subir a água até lá em cima, enquanto diversos furos a esvaziam por baixo. Fica difícil!

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          5. Verônica: O capacete não é obrigatório segundo o CTB, e se olharmos as cidades mais amigáveis as pessoas (Copenhague, Amsterdã…) veremos centenas de ciclistas sem capacete.
            Mauro: Esses jornais são extremamente “oportunistas” e ficam aguardando qualquer assunto do momento pra poder mostrar a sua versão, e pelo visto ainda são preconceituosos quanto a bike, por que não mostram também o que sofre um ciclista consciente e que respeita as leis e as pessoas?

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  9. Vejo vários lados do prisma desta ação .Não dizendo que a morte da ciclista foi culpa dela mas de sua ingenuidade e falta de sim experiencia como ciclista pois tendo a visão de ciclista urbano ela andaria mais ao meio da faixa que esta próxima da faixa dos veículos de transporte coletivo ,trabalhei muito como biker mensageiro nesta via e nunca tive problemas com este tipo de veículo hoje ando por av como Av Salim Maluf,Marginal Tiete e vou pela rodovia Presidente Dutra para retornar a meu trabalho e não sofro se quer uma unica busina tocando concordo que a falta de ciclo vias para os menos experientes mas me intriga porque só ouso falar de acidentes na tv,radio,etc quando um empresario,biologa ou ciclo ativista é atropelada nas av mais famosas por sua grande burguesia pois quando o pedreiro Zé morre ,o Tião,o Cicero não se fala sobre estas pessoas que realmente vejo todos os dias indo para o trabalho nas periferias por onde ando e a muito mais ciclistas indo para o trabalho ??? Cade Falzone ,e todos os ciclo ativistas deitando no chão desculpe mas sou ciclista desde 1989 por precisão e vejo nisto sim um monte de rebeldes com causa sim só que muito sem noção da realidade do que o transporte sobre bicicletas no transito e eu tenho a lamentar por esta moça que foi morta sim pela nossa leis e regras feitas por quem não andam de bicicleta e supostos guias que não sabem seguir regras de segurança .

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    1. Roberto, parabéns pelo teu relato. Vc está coberto de razão. A perda da Juliana é imensa para todos os cidadãos, mas não é maior do que qualquer outro ciclista desta cidade ou deste país. Muitos e muitos perdem a vida (ao menos um por semana, em S. Paulo, segundo o que foi relatado na imprensa nesta semana) e não são sequer mencionados pela imprensa. Mas, infelizmente, isto está em todos os âmbitos de nossa sociedade. Se um fato qualquer acontece nos Jardins, ele existe e é amplamente divulgado; se acontece na periferia, ninguém quer nem saber… É justamente essa a maior importância de teu relato…

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  10. Ano passado, na Av. Domingos de Moraes proximo a Av. 11 de Julho fou fechado e espremido por um onibus cujo o motorista estava me vendo!

    Fui obrigado a “pular com a bike” para a calçada. Um policial que passava, de patente alta, sei pelo tipo de uniforme que estava trajando, me deu o maior “esporro” na frente de todo mundo na rua falando que eu era louco, irresponsavel e idiota por nao saber que era proibido pedalar na calçada, que calçada era lugar de pedestre, nao de ciclista!!!!

    Um camelo intentou em me ajudar esplicando ao “homem da lei que nao viu devidamente os fatos” porem ele foi escurrassado.

    Dificil pedalar numa cidade onde tem lei mas os proprios da leu tampam seus olhos.

    FALTA VONTADE POLITICA!!! GENTE, ESTE ANO TEM ELEIÇAO PARA PREFEITO, TEMOS QUE PRESSIONAR!!!!

    PACIFICAMENTE MAS TEMOS QUE FAZER VALER NOS OBRIGATORIEDADE DO VOTO!!!

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  11. É assustador ou melhor..É muito triste ler a maioria das opiniões do pessoal na Folha SP.
    http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1057175-apos-acidentes-ciclistas-marcam-para-amanha-protesto-nacional.shtml

    Já tem gente pedindo para agirem com rigor contra os ciclistas na Av. Paulista e nos demais locais. Absurdo! Galera precisa de um pouco mais de paz na vida e pensar no próximo. Dizem que é perigoso e etc, mas nenhum diz que faz sua parte no trânsito para reduzir esse “perigo” todo.

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    1. Thiago,

      Comecei a ler esses comentários desde o atropelamento e desisti. DESISTI. É incrivelmente irritante, e desestimulante, notar o imenso trabalho de mudança de mentalidade que temos pela frente. Falta muito… Muito mesmo.

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