Muitos ciclistas usam a calçada por serem ameaçados pelos motoristas quando tentam usar a via. Foto: Willian Cruz

Fiscalização e multas a motoristas – mas e os ciclistas?

Há quem defenda que ciclistas também deve ser autuados, pois cometem diversas infrações. Decidimos avaliar essa reciprocidade.

Faixa na região do Paraíso, em São Paulo, em maio de 2012. Pena terem durado apenas algumas semanas. Foto: Michele Mamede

Desde maio de 2012, a CET – Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo – tem fiscalizado e multado motoristas que colocam em risco ciclistas nas ruas. Em 2014 foram aplicadas 24.981 multas, o que corresponde, em média, a um motorista autuado a cada 21 minutos. E muitos motoristas reclamam, com o argumento de que quem está na bicicleta também deveria ser multado.

Muita gente vê nessa fiscalização um mero revanchismo de quem usa a bicicleta, uma tentativa de punir o motorista pelo simples fato de usar o carro, uma subtração de espaço do automóvel e um cerceamento do direito de quem dirige. Mas a fiscalização de respeito ao ciclista não é nada disso.

Como a Campanha de Proteção ao Pedestre, o objetivo dessa ação é proteger vidas, diminuindo acidentes e mortes. As infrações fiscalizadas – todas! – correspondem a atitudes que colocam em perigo a vida de quem está se deslocando em uma bicicleta. Não são bobagens. Entenda aqui.

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Comportamento de risco

A mecânica de deslocamento do automóvel é muito diferente da bicicleta. E é, por isso mesmo, difícil de ser compreendida por quem não tem o hábito de pedalar nas ruas. Passar perto de outro carro quando se está dirigindo não representa grandes problemas, isso acontece o tempo todo quando ultrapassamos outros veículos. Mas passar perto assim de uma bicicleta muitas vezes faz o ciclista sentir a morte por perto, pois a possibilidade de cair debaixo das rodas do veículo é iminente.

Além dessa diferença, que faz com que muitos motoristas coloquem em risco a vida de ciclistas sem se dar conta, há ainda pessoas de má índole que ameaçam os ciclistas propositalmente com seus carros. Geralmente, são pessoas que acreditam que as ruas são vias exclusivas para automóveis e que as bicicletas não deveriam utilizá-las, punindo os ciclistas que insistem nisso com buzinas, aceleradas, finas e fechadas.

O objetivo da fiscalização não é punir motoristas gratuitamente. As pessoas conscientes, que dirigem seus carros sem ameaçar os demais usuários da via, não têm com o que se preocupar.

Só o que os ciclistas esperam é que possam chegar em casa sem receber nenhuma ameaça de morte pelo caminho. Quem usa a bicicleta também tem alguém esperando em casa.

Mas por que só os motoristas?

Todos sabemos que os desrespeitos às leis de trânsito ocorrem dos dois lados. Tanto motoristas como ciclistas cometem infrações e algumas pessoas o fazem mais que outras.

Por isso, parece injustiça punir apenas os motoristas, afinal ciclistas também cometem infrações. Mas há alguns fortes motivos que tornariam injusto autuar os ciclistas nesse momento, por mais que em uma primeira análise isso pareça coerente. Vamos a eles.

Sensação de insegurança

Certamente, as infrações mais comuns de ciclistas são pedalar nas calçadas, trafegar na contramão e furar o sinal vermelho. E por que essas infrações são cometidas? Longe de endossar esses comportamentos, muito menos incentivá-los (para saber a conduta que recomendamos, leia aqui), nos prestamos a entender e explicar o que motiva os ciclistas a tê-los.

Pedalar sobre as calçadas é o exemplo mais claro: o ciclista o faz por ter medo de pedalar na rua. Uma bicicleta na calçada não é o problema em si, mas um de seus sintomas. Quando as ruas se tornarem seguras para os ciclistas, eles deixarão naturalmente de usar as calçadas, que são irregulares, interrompidas a cada esquina e com mobiliário urbano dificultando a circulação. O único motivo para usar a calçada é a sensação de segurança que isso dá.

Os ciclistas que trafegam na contramão também o fazem pela sensação de segurança. Vendo os carros se aproximando e podendo desviar deles, o ciclista se sente mais seguro do que se estivessem vindo por trás, podendo supostamente atingi-lo sem que haja oportunidade de reação. Entretanto, essa segurança é ilusória – entenda aqui.

Mas furar o sinal vermelho não parece se aplicar a esse contexto. O que um comportamento de risco como esse tem a ver com segurança? Novamente, é difícil compreender quando não se usa a bicicleta como meio de transporte.

O fato é que, quando o sinal abre, é comum que o carro atrás do ciclista não tenha paciência com sua baixa velocidade. Afinal, na frente dele há um espaço vazio, o que torna um absurdo ter que esperar por aquela bicicleta – mesmo que seja visível um novo congestionamento ali na frente. Nessa situação, é comum o mau motorista acelerar, buzinar, ultrapassar fechando ou tirando uma fina. E é para evitar essa situação de confronto, agressão e grande risco que muitos ciclistas preferem se arriscar a cruzar o sinal antes de abrir.

Há ainda um segundo motivo que leva ciclistas a furarem o sinal: ao fazê-lo, o cidadão que está na bicicleta circulará por pelo menos uma quadra sem um fluxo grande de automóveis ao seu lado. Ele prefere o risco calculado de furar o sinal ao risco imprevisível de um mau motorista colocar-lhe em perigo.

Respeitar as leis de trânsito ainda é perigoso para o ciclista. E nem todos tem o sangue frio necessário para impor seu direito de circulação como veículo, preferindo se comportar como clandestinos, tentando assim diminuir as chances de serem abatidos por quem coloca em risco suas vidas apenas para provar um ponto de vista (geralmente errado).

Quando as ruas se tornarem seguras, os ciclistas seguirão naturalmente as regras de circulação que, então, os protegerão de forma mais perceptível no viário.

Bicicleta nunca foi percebida como veículo

Historicamente, o uso da bicicleta no Brasil sempre foi algo marginal, visto como falta de opção ou comportamento inadequado. A bicicleta sempre foi tratada como um intruso no viário, que foi planejado prioritariamente para os automóveis, tratando pedestres, transporte público e bicicletas como empecilhos à circulação dos carros.

Dentro dessa cultura, propagava-se a ideia de que lugar de bicicleta era nos parques, no máximo nas calçadas. Bicicleta era algo válido como brinquedo, equipamento de lazer ou de prática esportiva. Se o ciclista insistisse em utilizá-la na rua, era instruído a fazê-lo na contramão, para desviar dos carros. Afinal, se rua é lugar de carro e o ciclista é um intruso, ele que arcasse com a responsabilidade de evitar os acidentes, dando passagem para todos os automóveis que encontrasse no caminho, se esgueirando e se escondendo nos cantos, onde não atrapalhasse a fluidez motorizada.

Nossos próprios familiares e amigos – e até os órgãos e agentes de trânsito! – recomendavam a contramão. Para dar um exemplo claro, surgiu em abril de 2012 uma polêmica no Paraná em torno de uma informação disponível no site do Batalhão de Polícia de Trânsito do Estado (BPTran), que dizia que o ciclista deveria trafegar na contramão.

E até hoje, ainda é comum os ciclistas ouvirem “sai da rua”, “vai pra calçada” ou “vai pro parque” de motoristas nas ruas. Com essa marginalização do uso da bicicleta, quem a utiliza em seus deslocamentos nunca se sentiu aceito no viário, passando a se comportar como o clandestino que o convenceram a ser, ignorando as leis que não foram feitas para ele e que o colocam em risco. Esse erro histórico, com resultado comportamental, demora a ser corrigido.

Quando a bicicleta passar a ser aceita nas ruas pelos demais usuários das vias e o poder público passar a tratá-la como o veículo que é, os ciclistas seguirão naturalmente as regras de circulação que, então, perceberão terem sido feitas também para eles.

Educação para o uso das vias

Para poder dirigir um carro ou uma moto é necessário ter aulas práticas e teóricas, além de fazer exames que demonstrarão sua aptidão para fazê-lo. Teoricamente, ele só está na rua dirigindo um veículo que possui um componente de grave risco para todos à sua volta porque se provou apto a isso. Por isso, o motorista pode ser cobrado por esse comportamento.

Para os ciclistas, não há treinamento algum. Poucas pessoas que utilizam a bicicleta sabem realmente quais são seus direitos e deveres nas ruas. Simplesmente porque não aprenderam. Não se pode cobrar um ciclista por um comportamento que ele não aprendeu ser o correto. E essa não é uma situação que se muda da noite para o dia.

O ideal seria termos educação para o trânsito nas escolas, ensinando como funciona o trânsito para quem está em um carro, uma moto, uma bicicleta, a pé ou usando transporte coletivo. Há programas de educação de trânsito para crianças, focando em bicicletas, no Canadá, Estados UnidosAustrália, FrançaReino Unido, Áustria, Dinamarca, Alemanha e Holanda. Recentemente, foi implementado um projeto em escolas da cidade de São Paulo, que pode servir de modelo e precisa ser ampliado para atender cada vez mais crianças, em todo o país.

O vídeo abaixo, legendado em português pelo Vá de Bike, mostra como se dá a educação de trânsito em bicicletas para as crianças na Holanda. Ações desse tipo são comuns no país desde 1935!

Quando os ciclistas forem instruídos sobre seus direitos, deveres e sobre a conduta mais segura nas vias, passarão naturalmente a respeitar as regras de circulação que, então, perceberão serem mais seguras para eles.

Fiscalização a quem oferece maior risco

O Código de Trânsito estabelece, corretamente, hierarquia e prioridade entre os diversos tipos de veículo que utilizam as vias: “em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores”. E isso não é à toa, pois quanto maior o veículo, maior o risco que ele oferece, senão ao seu condutor, a todos os demais usuários das vias públicas.

A não ser em situações, convenhamos, raríssimas, em que um ciclista cruze inadvertidamente a via sem dar chance para os motoristas desviarem, quem pode evitar com mais facilidade uma colisão (na verdade, um atropelamento), é quem dirige o veículo maior. É ele quem está em maior velocidade, é ele que possui o maior peso, a maior capacidade de frenagem, é sua reação que terá a maior chance de evitar a catástrofe. E, fundamentalmente, é ele quem causa o maior dano, portanto passa a ser sua a maior responsabilidade.

Um ciclista passando perto demais de um carro não coloca em risco a vida do motorista. Um ciclista que fecha um automóvel coloca em risco a própria vida. Um ciclista que avança para cima de um carro em movimento para assustar o motorista está claramente colocando a si próprio em perigo. Agora releia as situações deste parágrafo invertendo as posições.

O que se fiscaliza não é apenas uma simples conduta inadequada. É uma situação que pode matar, aleijar, deixar sequelas, destruir a vida de toda uma família, deixar crianças sem pai ou sem mãe. Não são simples infrações, são condutas inadmissíveis, que precisam ser coibidas com todos os meios disponíveis. E, avaliando por esse aspecto, as multas são consequências apenas educativas, ficando bem distantes da punição adequada quando esse comportamento é proposital.

Se você, amigo motorista, aceitar a presença de uma pessoa em bicicleta à sua frente como aceita a presença de uma pessoa em um automóvel, lembrando que sobre aquelas duas rodas se equilibra uma vida, e mudar de faixa ao ultrapassar, não terá que se preocupar nem um pouco com a fiscalização.

182 comentários em “Fiscalização e multas a motoristas – mas e os ciclistas?

  1. Por serem, reconhecidamente por todos aqui, como veículos tão diferentes, seria desejável que não precisasse disputar o mesmo espaço que veículos automotores e sim tivesse uma ciclovia separada, com interação mínima, como as calçadas, é assim na maioria dos lugares onde existem. Os riscos de acidentes seriam mínimos e o impacto das bicicletas sobre o trânsito bem pequeno.

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  2. A campanha para multar motoristas que não respeitam ciclistas não é uma norma qualquer de bons modos no transito, como dar a seta antes de virar, pois há por trás dela uma questão mais séria, de saúde pública. O objetivo é que o motorista tenha com os ciclistas um comportamento diferente de quando costuma disputar espaço com outros carros, pois o ciclista é menos capaz de agir em algumas situações, além de ser muito mais frágil.

    Não se trata de priorizar um meio de locomoção sobre outro ou incentivar o uso da bicicleta (a prefeitura continua se omitindo nesse sentido), mas apenas garantir mais segurança aos ciclistas uma vez que o número deles na cidade está crescendo espontaneamente. É portanto uma medida necessária, mas muitas outras ainda precisam se seguir.

    Sobre o caso do menino de 7 anos que foi atropelado, isso deve ir a julgamento e portanto não quer dizer que o motorista seria automaticamente culpado, pois o juiz também pode achar que parte da culpa foi da família. O objetivo das leis de transito não é julgar, mas educar e talvez diminuir as incidências de fatalidades, o que permanece perfeitamente válido no caso da “nova” norma.

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  3. Acho que a raiz de todo problema da não aceitação das bikes nas ruas e, paralelamente, das posições de limitação do espaço do pedestre é uma só: a cultura da pressa (como bem mostra aquele desenho famoso do Pateta no trânsito no Youtube). Em qualquer reclamação de motoristas, como ‘esse ciclista fica segurando o trânsito’, ‘tava atrasado e o ciclista não saía da frente’, ‘o pedestre me fez perder o sinal verde’ sempre há por trás a pressa. São os mesmos motoristas que só obedecem a velocidade da via com radares, que pensam que semáforos são faixas de largada, que saem xingando a torto e a direito… A pressa que aumenta a adrenalina e deixa todos no limite da ‘explosão’. Tenho certeza que qualquer um que dirija com calma, obedecendo os limites de velocidade e leis de trânsito, com certeza não se opõe a presença dos ciclistas nas ruas e a validação dos seus direitos. A própria questão do 1,5 pode ser refletida nessa ideia: se não estou com pressa, não me importo de mudar de faixa para ultrapassar o ciclista e, caso a via tenha uma única faixa, não me importo de esperar 5 ou 10 segundos, no máximo, que é o tempo que vou esperar para chegar no próximo cruzamento ou conversão. É a cultura da pressa que nos deixa cegos pra ver que as ruas são feitas pra locomoção e não pra corridas. Nos faz cegos pra entender que numa democracia não só o grupo dos motorizados podem dominar o uso de um espaço urbano (ruas e avenidas) que é mantido com os impostos de todos. É a cultura da pressa que anda de mãos dadas com a cultura do poder e impõe sua lei. Por isso, como já dizia a sabedoria popular: “a pressa é inimiga da perfeição”.

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    1. “Acho que a raiz de todo problema da não aceitação das bikes nas ruas e, paralelamente, das posições de limitação do espaço do pedestre é uma só: a cultura da pressa”

      Pois é, tá cheio de ciclista apressadinho tirando o espaço dos pedestres na calçada, da mesma maneira q os motoristas do trânsito, qdo furam sinal vermelho em nome da mesma pressa. A chave de tudo isso é EDUCAÇÃO, especialmente a DOMÉSTICA, sem a qual, nada adiantará muito(pra não dizer nada). Já dizia um pensador: Educai os meninos para q não seja necessário punir os homens.

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  4. Ssou ciclista (e cicloativista), mas também ando de carro, de onibus e como todos, sou um pedestre.
    Concordo em parte com a afirmação da Ligia, há muitos ciclistas que não tem o mínimo de respeito pelas leis e pelos outros motoristas, são o que nós, ciclistas conscientes, chamamos de ‘pelegos’, pejorativamente.
    Há uma grande divisão entre ciclistas, explicarei-a de forma resumida:
    -> Ciclistas conscientes: tentam seguir as leis e respeitar aos demais quando circulam, apenas desrespeitam a lei quando precisam (por exemplo: pedalar na calçada da Av. 23 de Maio é perfeitamente aceitável, já que não há como disputar com carros em vias rápidas, já que o perigo é grande)
    -> ‘Pelegos’: ciclistas que desrespeitam leis, seja por não conhecerem ou por não quererem. geralmente não tem a mínima noção delas.
    -> Ciclistas ‘de-fim-de-semana’: geralmente buscam apenas o lazer, como a criança que pedala no parque com o pai. Se crescerem e continuarem pedalando, espero que se tornem conscientes.
    Compreendo seu lado pois várias vezes já discuti com ciclistas-pelegos e muitos simplesmente são mau educados e grosseiros, o que também odeio. Por isso eu e meus colegas (ciclistas conscientes) fazemos não só campanhas de conscientização dos motoristas, mas também dos ciclistas.
    Espero que todos que lerem este comentário compreendam a diferença entre um CICLISTA (de verdade) e alguém que SE DIZ um ciclista.
    Obrigado,
    Thomas Wang
    (Bikers Group/Ciclistas SP e Bicicletas em SP e Ciclorrota)

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  5. Tenho ouvido muitos comentários nos programas de rádio sobre o 1,5 m. ao ultrapassar, o pessoal não está sabendo que a fiscalização não inclui o artigo do CTB que fala disso (infelizmente).

    Abraços

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    1. Rafael, não espalha, deixa as pessoas pensarem que serão multadas pelo 1,5m isso vai fazer alguns motoristas passarem a respeitar a lei por medo de serem multados.

      Polêmico. O que acha? Thumb up 3 Thumb down 7

  6. Mais uma vez parabéns pelo texto, Willian. Acredito que a multa deve ser aplicada com rigor, mas se esta ação for isolada, temo pelo ódio que possa fomentar entre os diferentes modais. Falo isso pois entendo as ruas como um ambiente onde as pessoas manifestam sua forma de pensar, agir, etc. A falta de respeito dos motoristas para com os ciclistas também é vista para com outros motoristas, motociclistas, pedestres, motoristas de ônibus, etc, só que a corda sempre estoura do lado mais fraco, no caso o ciclista, que paga com a vida.
    – Não seria o caso de aplicar a lei e também fazer campanhas de educação?
    – Como será abordado o assunto nas auto-escolas e qual a imoportÂncia do tema na obtenção/renovação da CNH?
    – Existe ou haverá uma preocupação de traffic calming, como é visto atualmente em muitos países?
    – Se o brasileiro é um povo tão gentil e amigável, como isso pode ser visto nas ruas?

    Mais uma vez parabéns ao Willian pelo texto, parabéns ao poder público pela iniciativa, mas ainda aguardo ansiosamente pela mudança de comportamento nas relações humanas, pois acredito piamente que por trás da máquina ainda existe um ser humano.

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  7. Bom dia

    Mais uma vez o texto muito equilibrado e sem paixões. Parabenizo o autor e informo que apesar de que aqui, em São Bernarod do campo, so termos 2 quilometros de ciclovias, em contrapartida o Dpto de Trânsito tem com a rede municipal de ensino um projeto de educação,das criança, em um espaço dedicado a este assunto. Ali elas, de bicicleta e triciclos, aprendem as regras de trânsito.

    Abraço

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  8. Sobre a infração de furar sinal vermelho, gostaria de acrescentar que em cruzamentos onde há semáforo c/ fase p/ travessia de pedestres é bem mais seguro p/ o ciclista cruzar ou fazer conversão à esquerda aproveitando essa fase e sempre atento aos pedestres.

    Polêmico. O que acha? Thumb up 8 Thumb down 6

  9. E complementando sou a favor da multa para ambos os lados, sim. Mas acho que até chegarmos a um ponto pelo menos parecido de igualdade nas condições, teremos um longo caminho de educação dos motoristas que deve ser aplicado antes. E porque dos motoristas antes? Na minha visão, pq todos que dirigem carros (inclusive eu!), dirigem um veículo com poder infinitamente maior de causar acidentes graves ou fatais. Em um ambiente de esperança, vamos torcer que essa fase inicial das multas, sirva para conscientizar ambos dos seus direitos e deveres. Motoristas e ciclistas.

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  10. Uso a bicicleta diariamente para ir ao trabalho, almoçar, retornar do almoço e finalmente regressar para casa. São 28 a 30 km todos os dias. Uso o capacete, luvas e bike tem retrovisor, refletivos nos pedais e rodas, farol e lanterna de led e alforjes. Aqui em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, o trânsito talvez possa ser considerado ainda pior que o de São Paulo. Temos uma péssima cultura de “não conceder ultrapassagens” quando informamos com gestos ou setas (qdo. automotor). É circular pela cidade e notar imediatamente. Nas vias mais rápidas, como avenidas de duas ou mais faixas é impossível transitar sem retrovisor. Você é constantemente surpreendido por verdadeiros “projéteis” de quatro rodas (as vezes 6 ou mais rodas) e percebe que a vida não é sequer notada por tantos e tantos motoristas. As vezes tomo atitudes como ocupar uma faixa inteira à direita e quando percebo o veículo mais próximo (daí a ótima utilidade do espelho retrovisor), retorno mais à direita, o que acaba, muitas vezes, obrigando o veículo a distanciar-se de você, mesmo que este esteja retomando sua posição.
    Tomo muitos cuidados, buscando rotas alternativas mais calmas quanto ao tráfego de veículos, principalmente veículos grandes, táxis e microônibus. A idéia negativa, confesso, que faço de muitos motoristas profissionais é que eles não toleram um “esportista oscioso” (pois devem pensar que estamos passeando ou fazendo esportes) e então agem agressivamente e de propósito. Que pena.

    Realmente, a solução é única em todas as esferas do conhecimento humano: E D U C A Ç Ã O.

    Isso se reflete nas salas de aulas, nas empresas, em casa e no trânsito então, parece o local ideal para liberar todas as frustrações, aflições não encaradas.

    Amo bicicletas, entendo-as como uma extenção do corpo humano, prática, barata e só traz benefícios ao ego, a saúde, ao bem estar e tantos outros benefícios. Espero, um dia, poder ver melhores médicos, melhores engenheiros, melhores policiais, melhores motoristas, melhores ciclistas e para isso, precisamos de uma melhor E D U C A Ç Ã O.

    Enquanto isso, tenhamos paciência e muito cuidado redobrado com tudo a nossa volta.

    Abraços a todos pelo o enriquecimento nas maneiras de abordarem o assunto.

    Até,

    Emerson Ribeiro
    Ribeirão Preto – SP

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  11. Eu penso (e defendo!) que só teremos uma discussão justa, no dia em que os motoristas forem para as ruas e como ciclistas sentirem na pele sobre o que tanto todo o ciclista reivindica. Hoje sou ciclista/motorista e posso dizer que dirijo de forma muito mais atenta e cuidadosa depois que comecei a pedalar. A discussão fica muito hipotética, quando as pessoas citam leis, situações, etc etc, julgam quando veêm um ciclista na calçada, (por muitas vezes o ciclista está se protegendo de uma rua, ou trecho extremamente perigoso…Ex. Av.Rebouças..SP), mas não imaginam o que eh ser constantemente ameaçado por motoristas impacientes, intolerantes, ou que simplesmente ignoram que uma fina educativa, ou uma fechada, pode significar um acidente grave ou fatal. O dia que esse mesmo motorista for para a rua e aceitar o desafio de se colocar no meu lugar ou de qualquer ciclista de SP, ele com TODA certeza, mudará de opinião. O desafio está lançado.

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  12. Quem tem mais direitos tem mais deveres também, ué. Se como ciclista eu tiver pelo menos uma faixa pra pedalar (não precisa ser seis, não precisa ser ciclovia exclusiva), onde estacionar meu veículo com dignidade, políticas públicas voltadas a utilização racional e eficiente do meu meio de transporte, aceito com alegria os deveres correspondentes. Enquanto estivermos engatinhando nesse assunto, vou continuar desmontando pra atravessar na faixa de pedestres, vou usar os equipamentos obrigatórios e também capacete (que não o é, mas prefiro usar), mas pode ser que eu tenha que COMPARTILHAR (palavra mágica)um trecho de calçada ou sair segundos antes de o sinal abrir. Sem por em risco a vida de ninguém, apenas salvaguardando a minha própria, até que chegue o dia em que o cidadão de bicicleta deixe de ser invisível e passe a fazer parte integrante da paisagem.

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  13. Excelente texto, Willian! Dá vontade de enquadrar e pendurar na parede! Apenas uma pergunta: como você acha que deveria ser tratada a educação dos ciclistas que já estão em circulação, que não são mais crianças?

    Trabalho numa empresa Holandesa e de fato, faz parte do curriculo do jardim de infância como andar de bicicleta nas ruas naquele país. Lá eles aplicam multas ao ciclista que desrespeita as leis de trânsito. Antes que alguém grite EU SEI QUE É OUTRO CONTEXTO, mas precisamos caminhar nessa direção. Ou seja, passar em cima do aparente benefício de isenção de multas e, como ciclistas, exigir sermos cobrados pelo comportamento que é esperado de nós. Mais uma vez, sei que não é o momento, mas não podemos nos acomodar, pois a transformação deve ser completa para perdurar.

    Pensando nesse contexto, acho meio leviano achar que o ciclista só coloca a vida DELE em perigo quando faz uma asneira no trânsito. É claro que ele está se expondo à um risco enorme, mas se você considerar a REAÇÃO do motorista ao tentar desviar, pode colocar em risco a vida de pessoas em outros carros, motos, pedestres e até outros ciclistas.

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    1. Multar motoristas que põem em risco a vida do ciclista não é a solução mágica pra tudo, mas é um começo.
      Gente que defende punição aos ciclistas por infrações de trânsito me lembram os defensores da igualdade no caso das cotas raciais.

      E me lembram a frase que atribuíram a um dos ministros do STJ: É o que tem para hoje.

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    2. Ligia, eu consigo entender sua linha de pensamento e vejo a lógica da sua colocação. Se você viu o vídeo que o Willian postou, você pôde observar que na Holanda as crianças aprendem a andar de bike muito, muito cedo. E sozinhas nas ruas. Isso é porque além das cidades serem menores, o trânsito é mais humano e com velocidade muito menor em função das bicicletas. A velocidade FAZ diferença quando se está freando um ônibus.

      Outra coisa que aparece no vídeo: o treinamento ao se pedalar. CRIANÇAS aprendem isso como aprendem a ler e escrever. Isso reprova, tem recuperação e tudo mais. Mas lembre-se: crianças aprendem a andar de bike, adultos a dirigir carro. O porquê disso foi mostrado por você mesma e muito bem, por “estarem dirigindo um veiculo maior,mais pesado,mais potente,com mais tecnologia”. Assim como você não precisa treinar pedestres, você apenas precisa educar o ciclista.

      Também sou a favor de aplicação a pena de multa para ciclistas e pedestres também, porquê não? Mas há de ser sensato para assumir que apenas agora, em pleno século XXI a gente no Brasil começa a parar na faixa para o pedestre atravessar, que é a coisa mais básica do universo. A natureza não dá saltos, nem qualquer mudança cultural (e o trânsito faz parte dela), mas pode ser catalizada e incentivada. O reconhecimento da bicicleta como veículo legítimo pelas autoridades é algo a ser celebrado, mas é APENAS UM PASSO em direção ao objetivo que espero que esteja claro na cabeça das pessoas que estão promovendo a mudança.

      Estamos muito longe da Holanda de 1935, você não acha ISSO um absurdo?

      PS: Não votei seu comentario negativamente, pois acho muito válido o seu ponto de vista. É exatamente desse diálogo que precisamos, pois num diálogo verdadeiro, ambas as partes estão dispostas a mudar de opinião.

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    3. Primeiro, gostaria de parabenizar sua postura gentil em vir debater o assunto de forma amistosa. Devo porém dizer que discordo da tua maneira de ver as coisas. O carro polui, a bike não, o carro faz barulho, a bike, não. O carro ocupa muito espaço na vias andando ou estacionado, a bike sabemos que não. O carro em nada auxilia na saúde das pessoas, a bicicleta faz um bem enorme, etc, etc. Qualquer governo perceberia essa larga vantagem que a bike dá em detrimento do carro. É pavoroso ver vocês motoristas parados na marginal todos os dias, é insano, é doentio. Os carros tomaram lugar das pessoas, calçadas até hoje são reduzidas para alargarem as vias.

      A culpa não é dos pais dessa criança que morreu. A culpa é do governo que tirou a calçada, o parque, a área de lazer dessa criança pra entupir todos os espaços com automóveis. Nossa luta como ciclistas vai além, ela quer recuperar a cidade para as pessoas.

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    4. Ligia, eu estudei todas as mortes de ciclistas que ocorreram nos últimos 6 anos e uma coisa posso te garantir. Realmente nem todas as mortes são de responsabilidade dos motoristas. Mas se considerássemos apenas elas, teríamos em São Paulo menos mortes de ciclistas do que em Copenhaguen.

      A maioria das mortes, no mínimo poderiam ter sido evitadas pelo motorista, isso quando a culpa não é toda do motorista. Ciclista totalmente culpado é exceção e não regra. A regra é o motorista imprudente tirar a vida do ciclista.

      Você nunca me verá xingando o motorista que anda em horário de rodizio, ou estaciona na zona azul sem cartão. Colocar as infrações dos ciclistas no mesmo patamar daquelas que colocam outro em risco, isso sim é um absurdo. Ciclista que comete infrações, no máximo incomoda alguns motoristas. Mas motorista infrator pode tirar a vida de alguém, até de outro motorista e é isso que condenamos.

      O texto é maravilhoso, mas se você não quer aceitar aí não tem jeito. Então só peço para fazer a sua parte, pois a cidade esta mudando e muito em breve será raro ver ciclistas cometendo infrações porque elas serão desnecessárias. Você só precisa ter paciencia.

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      1. O texto esta excelente. Andre se estudou os acidentes dos ultimos 6 anos deve divulgar todos, pois eh uma informacao relevante para o debate de ciclomobilidade. Colocar todos os dados , gerar graficos, analisar como evitar, etc…

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        1. Isso mesmo Marcelo, assim conseguimos ser objetivos quanto aos acidentes. O grande problema é que somente sabemos dos acidentes pela mídia. E a mídia distorce os fatos. Temos que ter um observatório destes acidentes. A exemplo do excelente “Observatório da Imprensa” ( http://www.observatoriodaimprensa.com.br/ ), tocado pelo Alberto Bins, por falar em imprensa/mídia. Tenho como exemplo a iniciativa da Cascade Club ( http://www.cascade.org/About/ ) que tem uma atitude madura a respeito, e criou o BikeWise ( http://www.bikewise.org/ ) para que todos colaborassem e termos uma coleta mais abrangente dos incidentes. Embora este site até funcione em São Paulo ( pois o mapa é de abrangencia mundial ), é melhor que tenhamos integrados aqui.

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    5. Ligia,

      Entendo o que você quer dizer, embora sua argumentação seja bastante frágil. Ao longo de sua explanação você discorre sobre o recente caso do menino de 7 anos e, imediatamente, encadeia o pensamento de que quem está na bike “está acima do bem e do mal”. Acaba, dessa forma, associando dois raciocínios baseados na emoção num mesmo parágrafo.

      Primeiro que este caso não é referência. Para todos os outros em que ciclistas adultos são conscientes dos perigos do trânsito, a defesa do texto do Willian é PLENAMENTE válida.

      Pessoalmente, sou contra as infrações dos ciclistas, embora entenda que há motivos, como o texto os apresenta. Agora, punir o condutor da bicicleta que não teve treinamento para tal, só com a bandeira da igualdade a qualquer custo chega a ser uma injustiça.

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    6. Eu discordo muito com a igualdade entre os modos. Eles não são iguais, por isso, as regras, deveres, direitos e responsabilidades são diferentes.

      Se todos os modos de deslocamento devessem ser tratados de modo igual, para que calçadas? Coloca todo mundo na rua. Eu ficaria muito feliz de correr a pé a 40km/h junto dos carros. Se eu for muito devagar, deveria ser multado?

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      1. Só não apóio o seu texto, Lígia, no q tange a bicicleta com habilitação – até pq, é um veículo relativamente fácil de pilotar… No resto, concordo com vc.

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      2. Morena Flor, leia o texto de novo. Não há comparação entre o motivo que leva um motorista a furar sinal vermelho (pressa ou simples mau hábito arraigado, como os imbecis daqui de Manaus que correm pra passar no amarelo e acabam passando no vermelho) e o motivo de ciclistas para cometerem infrações (segurança, ainda que às vezes seja ilusória). Eu mesmo estava voltando do trabalho hoje e passei por uma rua estreita e engarrafada onde não passava uma agulha nem entre os carros nem pelo corredor da direita. Tive que subir na calçada. TIVE que subir. Simples assim. Empurrei a bicicleta enquanto havia pedestres por perto e pedalei na calçada quando não havia mais. Assim que pude, desci pra rua. Porque eu, que faço a maior força pra respeitar as leis, de vez em quando me vejo obrigado a furá-las, mas sempre obedecendo o princípio de cuidar do mais fraco – o pedestre.
        Se um ciclista machucar um pedestre, ele deve ser punido como qualquer um que causa lesão corporal (porque um ciclista MATAR alguém, como um carro mata, acho que beira o impossível) mas nada de punir-nos por coisas erradas que nós somos obrigados a fazer pelos motivos expostos.

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    8. Ligia, me responde uma coisa. Você para num semáforo as 3h00 da madrugada, seja lá qual o ponto que você estiver da cidade, ou faz como a maioria dos motoristas, que ao perceber que não vem nenhum carro no outro sentido, fura o vermelho?

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      1. Luis, o ciclista ir para a calçada é normalmente por medo do que os motoristas vão fazer com ele na rua. Você igualar o respeito que os ciclistas pedem dos motoristas, com a suposta falta de respeito do ciclista de trafegar na calçada é um absurdo por vários motivos, o primeiro deles é o fato de que não são os ciclistas, estejam eles na calçada ou na rua os responsáveis pelas mais de 43.000 morte no trânsito por ano. Segundo o motorista ao jogar o carro em cima do ciclista por achar que ele não tem o direito de andar na rua, ou que está sendo folgado de ocupar o espaço do carro, está não só desrespeitando a lei e o direito de usar a via pública, como também está desrespeitando a vida do ciclista ao coloca-la em risco de forma proposital. Em comparação o motivo do ciclista ir para a calçada é por medo dos motoristas irresponsáveis e/ou mal intencionados. E além disso o risco que um ciclista oferece a um pedestre é infinitamente menor que o risco que os motoristas oferecem a pedestres, ciclistas, motociclistas e outros motoristas.
        Dizer que os ciclistas precisam primeiro respeitar as regras para só depois terem o direito de pedir respeito, é um enorme desrespeito a todas as vítimas de trânsito, não só as 43.000 mortes por ano, mas também as milhares de vítimas sem mortes, ou o motorista passa a entender que a partir do momento que ele se senta atrás do volante é a mesma coisa que andar com uma arma carregada e engatilhada e ele tem a responsabilidade de fazer tudo que seja possível para evitar matar alguém, absolutamente independente da atitude do outro, ou continuaremos sendo um dos campeões de morte no trânsito.

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        1. Calçada não é lugar de bicicletas. Sou pedestre, idoso, e vivo sendo acossado por ciclistas, inclusive ja fui atropelado na calçada,num lugar onde eles não deveriam estar. Se os motoristas não respeitam os ciclista , isto não da direito a eles de desrespeitarem os pedestres. Pedir que ciclistas respeitem as regras e normas de segurança jamais será desrespeito com quer quer que seja. Vejo todos os dias ciclistas fazendo todo tipo de barbaridade no transito e não vejo nenhuma campanha para educa-los. Não sou motorista, não sou ciclista eu sou vítima dos dois que não se respeitam e nem respeitam os outros. O resto é conversa pra boi dormir.

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          1. Pedir que ciclistas respeitem as regras, não é desrespeito, e não foi isto que eu disse, eu disse que exigir que eles respeitem as regras para só então aceitar que eles peçam respeito dos motoristas é um absurdo e um desrespeito as milhares de pessoas que estão morrendo porque os motoristas as estão atropelando.
            Como sociedade é infinitamente mais prejudicial o desrespeito do motorista do que o desrespeito do ciclista, e por isso condicionar um ao outro é um absurdo.
            É a velha falacia do “tu quoque”, e como toda falácia é absolutamente inválida como um argumento, e no caso em questão é mais absurda ainda pois nem um “tu quoque” de verdade ela é tendo em vista que um é um desrespeito pela vida e o outro um desrespeito pelo espaço do outro.
            Ninguém está negando que ciclistas usam as calçadas, nem dizendo que é certo, eu mostrei que os motivos dos desrespeitos já são diferentes o suficientes para impedir uma comparação direta, e juntando aos motivos a diferença entre os resultados de cada desrespeito, fica absurdo comparar uma coisa com a outra e mais absurdo ainda condicionar uma coisa a outra.

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          2. Luis, você tem toda razão, calçada não é lugar para bicicletas, exceção talvez às crianças. Não estou defendendo o uso das calçadas, estou apenas explicando porque elas são utilizadas e porque continuarão sendo. Nada que se fizer para mudar isso surtirá efeito, nem mesmo multas e apreensões, a única coisa que resolve é tornar os motoristas conscientes de que a bicicleta deve circular nas ruas e que a vida dessas pessoas deve ser preservada. Isso faria naturalmente com que os ciclistas passassem a usar as ruas. Hoje quem faz isso sente sua vida ameaçada e nem todos se sentem seguros para usar os asfalto. Entre correr um risco de morte e desrespeitar alguém sem oferecer um risco no mesmo patamar, a pessoa opta pela segunda opção.

            A título de exemplo, imagine que você vai passar por um trecho de calçada onde toda sua largura é tomada por uma tampa de bueiro que está quebrada e “bamba”, ameaçando virar de lado e te engolindo no buraco: você vai passar mesmo assim, porque afinal “é o certo” e rua não é lugar de pedestre, ou vai passar pelo cantinho da rua, para sua própria segurança?

            Claro que nada disso justifica quem passa rápido pelos pedestres na calçada, fazendo com que as pessoas saiam de sua frente, muitas vezes com carga na bicicleta. Quem insiste em usar a calçada tem que ter a consciência de que está invadindo um espaço que não é seu, que está sendo um intruso e uma ameaça potencial à circulação de outros, e se comportar de maneira que não coloque ninguém em risco, seja circulando devagar e parando para dar preferência a quem está a pé ou, preferencialmente, desmontando da bicicleta. O mesmo vale para atravessar pela faixa de pedestres.

            Sobre campanhas para educar ciclistas, elas existem sim, embora talvez não no formato ou abrangência que você espera. Recentemente foram colocadas faixas pela cidade pedindo que o ciclista respeite os pedestres, como parte da campanha de proteção a estes. Essa campanha também veiculou vários vídeos na internet, alguns deles com ciclistas falando sobre a importância de respeitar o direito de circulação (e por consequência a integridade física) de quem está a pé. No Vá de Bike mesmo incentivamos a condução segura da bicicleta, usando a rua e respeitando o elo mais fraco do trânsito, que é quem está a pé (porque respeito ao pedestre vai muito além de não trafegar na calçada, inclui até mesmo parar antes da faixa onde não há semáforo de travessia).

            Só fiquei curioso pelo trecho que que você diz que ciclistas e motoristas “não se respeitam”. Pode me dar um exemplo de ciclista desrespeitando um motorista e colocando em risco sua vida? Porque só vejo o contrário.

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          3. Desculpe, mas você é um tipo de pessoa que a sociedade precisa realmente educar (não é nem reeducar). O que você põe em questão é o seu direito e dane-se a vida dos outros. Viver em sociedade não é isso. E se existe desrespeito ainda, é pura e simplesmente porque existem pessoas que pensam assim, como você.

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        2. Absurdo mesmo é uma pessoa idosa( ou não), senhoras com carrinho de bebê ,deficiente físico com cadeira ou mesmo apoiado em sua bengala ser acossado, atropelado, humilhado por ciclistas irresponsáveis que insistem em trafegar nas calçadas. Calçada não é lugar de bicicletas. Muitos dos que fazem passeatas com suas bicicletas exigindo respeito dos motoristas são os mesmos que correm/trafegam de bicicleta nas calçadas desrespeitando o direito dos pedestres. O que falta mesmo é educação. O motorista não respeita o ciclista que não respeita o pedestre e o pedestre por sua vez atravessa fora da faixa desrespeitando a Lei. Sou pedestre e quero ter o direito de andar nas calçadas sem ciclistas me atormentando.

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          1. Luis, imagine que a calçada fosse reservada somente para CÃES (hipoteticamente) e por isso, você deveria andar na rua, ocupando a faixa da direita, certo? Pois bem, você não só desrespeitaria isso e andaria na rua, como diria: “Eu vou andar na calçada porque é mais seguro, apesar de eu saber que o meu lugar “certo” é andar na rua, na faixa da direita.

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          2. Você percebe que quando você usa a frase:

            “Absurdo mesmo é uma pessoa idosa( ou não), senhoras com carrinho de bebê ,deficiente físico com cadeira ou mesmo apoiado em sua bengala ser acossado, atropelado, humilhado por ciclistas irresponsáveis que insistem em trafegar nas calçadas”

            Você está argumentando que isto é mais absurdo do que as mortes provocadas por desrespeito dos motoristas com os ciclistas? Você percebe que está colocando o acossamento, e a humilhação de alguém acima da vida de outro?

            Você fala que:

            “Muitos dos que fazem passeatas com suas bicicletas exigindo respeito dos motoristas são os mesmos que correm/trafegam de bicicleta nas calçadas desrespeitando o direito dos pedestres”

            Porém você não conhece as pessoas que fazem passeatas exigindo respeito, ou você vai me dizer que reconheceu a maioria de ciclistas em algum protesto como sendo os mesmos que você viu agindo dessa forma?

            Dizer que são os mesmos ciclistas não faz com que sejam, se você realmente reconheceu a maioria que estava em um protesto, gostaria que desse os nomes deles ou pelo menos uma descrição, que possibilite a identificação dos mesmos, caso contrário vou ter razão em dizer que você está simplesmente mentindo para tentar provar um ponto.

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        3. O ciclista tem medo do que os motoristas vão fazer com ele no asfalto e vai para a calçada normalmente em alta velocidade(principalmente os entregadores, amedontrar os pedestres principalmente as crianças e os idosos que ao contrario do que voce diz corre risco sim de sérios acidentes , com lesões graves. Quanto a não respeitar os motoristas voce ve isso a toda hora ciclista trafegando na contramão, fazendo ziguezague, rebocando skatistas. Ja vi até ciclista segurando na carroceria de caminhão e de ônibus. Coloca em risco a vida dele e a dos outros irritando os motoristas que derepente tem que se desviar deles ou até mesmo se envolvendo em acidentes provocados pelos ciclistas. Ciclista na calçada amedontra e coloca em risco os pedestres. Calçada NÃO não é lugar de ciclistas.

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          1. Sr. Luis, tirou as palavras de meus teclados! Também não sou motorista, não sou ciclista, não sou skatista. Sou uma jovem mulher com filhos pequenos que já receberam várias “finas” e até xingamentos por parte desse grupo por andar na calçada sem “prestar atenção”. Opa! A calçada não é de prioridade dos pedestres? Eu tenho que dar espaço para os coleguinhas de 4 rodinhas? As coisas acontecem de maneira torta no Brasil! Antes da comoção em prol a vida dos ciclistas, deveriam obrigar a uma espécie de aulinha do Detran e registro das magrelas para que possam ser orientados a respeitar as leis de trânsito (que todos, até pedestres são obrigados a respeitar) e receberem punição em caso de infração grave como correr na calçada, cortar as pessoas e botar a vida dos pedestre em risco! Aliás, nos países desenvovlidos existe a lei do mais fraco e mais forte respectivamente: caminhões, onibus, carros grandes, pequenos, motos, biciclietas, skatistas, patins e pedestres! Aprendam!

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      2. Luis, os ciclistas pedalam nas calçadas por medo de pedalar nas ruas. E é por isso que pedem respeito aos motoristas, para não precisarem mais se esconder nas calçadas. Dilema de tostines.

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        1. De qualquer modo, o mínimo que qualquer ciclista deve fazer é respeitar os pedestres, não pedalar rápido próximo a eles, não tirar fina! (familiar isso, né?). Em alguns países, é permitido pedalar na calçada até 10 km/h. Não acho uma boa, pq aqui acabaria por excluir o ciclista das faixas de rolamento.

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    10. Parei de ler aqui: “…uma vez que querem sair dos limites dos parques e figurarem como alternativa de transporte… “.

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