Muitos ciclistas usam a calçada por serem ameaçados pelos motoristas quando tentam usar a via. Foto: Willian Cruz

Fiscalização e multas a motoristas – mas e os ciclistas?

Há quem defenda que ciclistas também deve ser autuados, pois cometem diversas infrações. Decidimos avaliar essa reciprocidade.

Faixa na região do Paraíso, em São Paulo, em maio de 2012. Pena terem durado apenas algumas semanas. Foto: Michele Mamede

Desde maio de 2012, a CET – Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo – tem fiscalizado e multado motoristas que colocam em risco ciclistas nas ruas. Em 2014 foram aplicadas 24.981 multas, o que corresponde, em média, a um motorista autuado a cada 21 minutos. E muitos motoristas reclamam, com o argumento de que quem está na bicicleta também deveria ser multado.

Muita gente vê nessa fiscalização um mero revanchismo de quem usa a bicicleta, uma tentativa de punir o motorista pelo simples fato de usar o carro, uma subtração de espaço do automóvel e um cerceamento do direito de quem dirige. Mas a fiscalização de respeito ao ciclista não é nada disso.

Como a Campanha de Proteção ao Pedestre, o objetivo dessa ação é proteger vidas, diminuindo acidentes e mortes. As infrações fiscalizadas – todas! – correspondem a atitudes que colocam em perigo a vida de quem está se deslocando em uma bicicleta. Não são bobagens. Entenda aqui.

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Comportamento de risco

A mecânica de deslocamento do automóvel é muito diferente da bicicleta. E é, por isso mesmo, difícil de ser compreendida por quem não tem o hábito de pedalar nas ruas. Passar perto de outro carro quando se está dirigindo não representa grandes problemas, isso acontece o tempo todo quando ultrapassamos outros veículos. Mas passar perto assim de uma bicicleta muitas vezes faz o ciclista sentir a morte por perto, pois a possibilidade de cair debaixo das rodas do veículo é iminente.

Além dessa diferença, que faz com que muitos motoristas coloquem em risco a vida de ciclistas sem se dar conta, há ainda pessoas de má índole que ameaçam os ciclistas propositalmente com seus carros. Geralmente, são pessoas que acreditam que as ruas são vias exclusivas para automóveis e que as bicicletas não deveriam utilizá-las, punindo os ciclistas que insistem nisso com buzinas, aceleradas, finas e fechadas.

O objetivo da fiscalização não é punir motoristas gratuitamente. As pessoas conscientes, que dirigem seus carros sem ameaçar os demais usuários da via, não têm com o que se preocupar.

Só o que os ciclistas esperam é que possam chegar em casa sem receber nenhuma ameaça de morte pelo caminho. Quem usa a bicicleta também tem alguém esperando em casa.

Mas por que só os motoristas?

Todos sabemos que os desrespeitos às leis de trânsito ocorrem dos dois lados. Tanto motoristas como ciclistas cometem infrações e algumas pessoas o fazem mais que outras.

Por isso, parece injustiça punir apenas os motoristas, afinal ciclistas também cometem infrações. Mas há alguns fortes motivos que tornariam injusto autuar os ciclistas nesse momento, por mais que em uma primeira análise isso pareça coerente. Vamos a eles.

Sensação de insegurança

Certamente, as infrações mais comuns de ciclistas são pedalar nas calçadas, trafegar na contramão e furar o sinal vermelho. E por que essas infrações são cometidas? Longe de endossar esses comportamentos, muito menos incentivá-los (para saber a conduta que recomendamos, leia aqui), nos prestamos a entender e explicar o que motiva os ciclistas a tê-los.

Pedalar sobre as calçadas é o exemplo mais claro: o ciclista o faz por ter medo de pedalar na rua. Uma bicicleta na calçada não é o problema em si, mas um de seus sintomas. Quando as ruas se tornarem seguras para os ciclistas, eles deixarão naturalmente de usar as calçadas, que são irregulares, interrompidas a cada esquina e com mobiliário urbano dificultando a circulação. O único motivo para usar a calçada é a sensação de segurança que isso dá.

Os ciclistas que trafegam na contramão também o fazem pela sensação de segurança. Vendo os carros se aproximando e podendo desviar deles, o ciclista se sente mais seguro do que se estivessem vindo por trás, podendo supostamente atingi-lo sem que haja oportunidade de reação. Entretanto, essa segurança é ilusória – entenda aqui.

Mas furar o sinal vermelho não parece se aplicar a esse contexto. O que um comportamento de risco como esse tem a ver com segurança? Novamente, é difícil compreender quando não se usa a bicicleta como meio de transporte.

O fato é que, quando o sinal abre, é comum que o carro atrás do ciclista não tenha paciência com sua baixa velocidade. Afinal, na frente dele há um espaço vazio, o que torna um absurdo ter que esperar por aquela bicicleta – mesmo que seja visível um novo congestionamento ali na frente. Nessa situação, é comum o mau motorista acelerar, buzinar, ultrapassar fechando ou tirando uma fina. E é para evitar essa situação de confronto, agressão e grande risco que muitos ciclistas preferem se arriscar a cruzar o sinal antes de abrir.

Há ainda um segundo motivo que leva ciclistas a furarem o sinal: ao fazê-lo, o cidadão que está na bicicleta circulará por pelo menos uma quadra sem um fluxo grande de automóveis ao seu lado. Ele prefere o risco calculado de furar o sinal ao risco imprevisível de um mau motorista colocar-lhe em perigo.

Respeitar as leis de trânsito ainda é perigoso para o ciclista. E nem todos tem o sangue frio necessário para impor seu direito de circulação como veículo, preferindo se comportar como clandestinos, tentando assim diminuir as chances de serem abatidos por quem coloca em risco suas vidas apenas para provar um ponto de vista (geralmente errado).

Quando as ruas se tornarem seguras, os ciclistas seguirão naturalmente as regras de circulação que, então, os protegerão de forma mais perceptível no viário.

Bicicleta nunca foi percebida como veículo

Historicamente, o uso da bicicleta no Brasil sempre foi algo marginal, visto como falta de opção ou comportamento inadequado. A bicicleta sempre foi tratada como um intruso no viário, que foi planejado prioritariamente para os automóveis, tratando pedestres, transporte público e bicicletas como empecilhos à circulação dos carros.

Dentro dessa cultura, propagava-se a ideia de que lugar de bicicleta era nos parques, no máximo nas calçadas. Bicicleta era algo válido como brinquedo, equipamento de lazer ou de prática esportiva. Se o ciclista insistisse em utilizá-la na rua, era instruído a fazê-lo na contramão, para desviar dos carros. Afinal, se rua é lugar de carro e o ciclista é um intruso, ele que arcasse com a responsabilidade de evitar os acidentes, dando passagem para todos os automóveis que encontrasse no caminho, se esgueirando e se escondendo nos cantos, onde não atrapalhasse a fluidez motorizada.

Nossos próprios familiares e amigos – e até os órgãos e agentes de trânsito! – recomendavam a contramão. Para dar um exemplo claro, surgiu em abril de 2012 uma polêmica no Paraná em torno de uma informação disponível no site do Batalhão de Polícia de Trânsito do Estado (BPTran), que dizia que o ciclista deveria trafegar na contramão.

E até hoje, ainda é comum os ciclistas ouvirem “sai da rua”, “vai pra calçada” ou “vai pro parque” de motoristas nas ruas. Com essa marginalização do uso da bicicleta, quem a utiliza em seus deslocamentos nunca se sentiu aceito no viário, passando a se comportar como o clandestino que o convenceram a ser, ignorando as leis que não foram feitas para ele e que o colocam em risco. Esse erro histórico, com resultado comportamental, demora a ser corrigido.

Quando a bicicleta passar a ser aceita nas ruas pelos demais usuários das vias e o poder público passar a tratá-la como o veículo que é, os ciclistas seguirão naturalmente as regras de circulação que, então, perceberão terem sido feitas também para eles.

Educação para o uso das vias

Para poder dirigir um carro ou uma moto é necessário ter aulas práticas e teóricas, além de fazer exames que demonstrarão sua aptidão para fazê-lo. Teoricamente, ele só está na rua dirigindo um veículo que possui um componente de grave risco para todos à sua volta porque se provou apto a isso. Por isso, o motorista pode ser cobrado por esse comportamento.

Para os ciclistas, não há treinamento algum. Poucas pessoas que utilizam a bicicleta sabem realmente quais são seus direitos e deveres nas ruas. Simplesmente porque não aprenderam. Não se pode cobrar um ciclista por um comportamento que ele não aprendeu ser o correto. E essa não é uma situação que se muda da noite para o dia.

O ideal seria termos educação para o trânsito nas escolas, ensinando como funciona o trânsito para quem está em um carro, uma moto, uma bicicleta, a pé ou usando transporte coletivo. Há programas de educação de trânsito para crianças, focando em bicicletas, no Canadá, Estados UnidosAustrália, FrançaReino Unido, Áustria, Dinamarca, Alemanha e Holanda. Recentemente, foi implementado um projeto em escolas da cidade de São Paulo, que pode servir de modelo e precisa ser ampliado para atender cada vez mais crianças, em todo o país.

O vídeo abaixo, legendado em português pelo Vá de Bike, mostra como se dá a educação de trânsito em bicicletas para as crianças na Holanda. Ações desse tipo são comuns no país desde 1935!

Quando os ciclistas forem instruídos sobre seus direitos, deveres e sobre a conduta mais segura nas vias, passarão naturalmente a respeitar as regras de circulação que, então, perceberão serem mais seguras para eles.

Fiscalização a quem oferece maior risco

O Código de Trânsito estabelece, corretamente, hierarquia e prioridade entre os diversos tipos de veículo que utilizam as vias: “em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores”. E isso não é à toa, pois quanto maior o veículo, maior o risco que ele oferece, senão ao seu condutor, a todos os demais usuários das vias públicas.

A não ser em situações, convenhamos, raríssimas, em que um ciclista cruze inadvertidamente a via sem dar chance para os motoristas desviarem, quem pode evitar com mais facilidade uma colisão (na verdade, um atropelamento), é quem dirige o veículo maior. É ele quem está em maior velocidade, é ele que possui o maior peso, a maior capacidade de frenagem, é sua reação que terá a maior chance de evitar a catástrofe. E, fundamentalmente, é ele quem causa o maior dano, portanto passa a ser sua a maior responsabilidade.

Um ciclista passando perto demais de um carro não coloca em risco a vida do motorista. Um ciclista que fecha um automóvel coloca em risco a própria vida. Um ciclista que avança para cima de um carro em movimento para assustar o motorista está claramente colocando a si próprio em perigo. Agora releia as situações deste parágrafo invertendo as posições.

O que se fiscaliza não é apenas uma simples conduta inadequada. É uma situação que pode matar, aleijar, deixar sequelas, destruir a vida de toda uma família, deixar crianças sem pai ou sem mãe. Não são simples infrações, são condutas inadmissíveis, que precisam ser coibidas com todos os meios disponíveis. E, avaliando por esse aspecto, as multas são consequências apenas educativas, ficando bem distantes da punição adequada quando esse comportamento é proposital.

Se você, amigo motorista, aceitar a presença de uma pessoa em bicicleta à sua frente como aceita a presença de uma pessoa em um automóvel, lembrando que sobre aquelas duas rodas se equilibra uma vida, e mudar de faixa ao ultrapassar, não terá que se preocupar nem um pouco com a fiscalização.

182 comentários em “Fiscalização e multas a motoristas – mas e os ciclistas?

  1. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

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    1. R Dois, discordo do seu comentário, pelo seguinte. Você parte do princípio de que o carro tem que ter reservado seu espaço exclusivo na rua. Mas devemos lembrar que a rua é anterior aos carros. Elas não foram construídas para os carros, porque existem bem antes da invenção do automóvel.

      Além disso, é inviável construir ciclovia na cidade toda. Em nenhum país isso foi feito. Mesmo na Holanda e na Dinamarca, os carros convivem com as bicicletas na maioria das ruas. As ciclovias só estão instaladas nas avenidas de maior movimento.
      Abraços.

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      1. Desta maneira temos que criar as ciclovias nas cabeças das pessoas. Explicando: através de educação e condicionamento, as pessoas automaticamente respeitar as vias virtuais. Através de uma comunicação constante e ampla e pervasiva. Não vai adiantar comunicação por um curto período de tempo. E, além disto, nós também fazemos parte desta comunicação. Quando encontrar ciclistas ou motoristas, tente apontar a irregularidade. Com ciclistas é fácil, várias vezes abordei ciclistas e comunicar que calçada não é ciclovia, e que se for passar por pedestres, dê preferência a eles, e, ao ultrapassá-los, faça-o desmontado da bicicleta. Educação é para todos, inclusive para nós, ciclistas. Nós temos que aprender a dar o exemplo.

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  2. Vemos que quanto mais discutimos, e até mesmo gerando polêmica ( que muitos não gostam ), melhora a nossa compreensão sobre o comportamento da nossa sociedade e usuários das vias públicas. É importante esta discussão. E é importante o registro desta discussão, pois evita repetição desnecessária e melhora o nosso aprendizado.
    Anos após anos, a tendência o pessoal tentar educar na marra, através de soluções legalistas e fiscalizatórias, como forma de tutela. É uma solução cara, ineficaz e lenta.
    Como somos pessoal mais instruídos e de formadores de opinião, acho que temos outras formas de resolver o problema do comportamento dos usuários de vias públicas.
    Temos à nossa disposição, vários instrumentos da internet, devemos saber usar estas ferramentas de forma melhor. Primeiro, nós usarmos estas ferramentas de outras formas. Além das tradicionais fóruns, redes sociais. A prefeitura já tem um SAC na internet ( o de São Paulo pelo menos ) para informar os pontos críticos, e problemáticos e que necessitam de ações. Ferramentas como Bikewise (http://www.bikewise.org/), é uma ferramenta dos EUA, que é perfeitamente possível usar por aqui, pois o mapa não tem fronteiras, … é promovido pelo CBC Cascade Bike Club ( http://www.cascade.org/About/ ) pode ajudar a planejar rotas e identificar problemas que podem levar ações junto à prefeitura, eventualmente, pode levar a gerar alguma lei. É um site colaborativo como a comunidade de ciclistas deve ser. Assim, irá promover um melhor educação ( tanto nossa como a de outros ), melhores informações e melhor planejamento e solicitações para a contraparte pública, melhor educação para todos.

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  3. Vamos para a prática. Ando todos os dias de bike em SP e muito, mas muito raramente vejo ciclistas desrespeitarem as regras de trânsito; ao contrário, uma porcentagem considerável de motoristas desrespeitam ciclistas. Portanto nada mais justo do que se enfatizar a fiscalização e multas contra estes.
    Medidas para “reabilitação e conscientização” para ciclistas já está sendo feita com o curso que a CET está promovendo http://vadebike.org/2013/05/curso-para-ciclistas-cet-sao-paulo/

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  4. Gente, acabei nem lendo a matéria toda por uma questão de tempo disponivel. Prometo ler com calma chegando em casa. Mas gostaria de levantar uma questão.. Multar Ciclista não seria injusto se PEDESTRES também fossem multados… Diversas razões pra isso, atravessar fora da faixa e sujar a rua são as infrações mais comuns entre os pedestres também… Isso é uma discussão sem sentido.. o importante é cada um fazer sua parte. Lembrando a nós que pedalamos que furar um semáforo pode implicar em um acidente grave seja com um carro, moto ou mesmo um pedestre. Cautela SEMPRE.

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      1. E se o motorista não consegue medir a distância de 1,5 m com “exatidão” suponho também não se possa exigir que o pedestre atravesse em uma faixa que fique a, por exemplo, 30 metros, e que muitas vezes nem dá para visualizar.

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    1. Sinty, você tem quantos anos 5? Porque esse comentário parece coisa de criança, e mimada ainda. Seja adulto e dialogue como gente grande, aponte quais argumentos foram tendenciosos, quais as falácias e se acha que foi imparcial exponha o outro lado, veja por exemplo o comentário da Ligia Marques, ela discorda do texto e foi capaz de expor a ideia dela de forma a contribuir para a discussão. Agora chegar aqui e falar “Eu não gosto de vocês, vocês são feios, bobos e chatos com cara de melão” como foi o seu caso vira briguinha de criança de 5 anos e não ajuda em nada a evoluir o debate.

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  6. A lei foi feita para todos, ciclista, pedestres ou nao, nao estou dizendo que colocamos vidas em risco mas que para sermos respeitados tb precisamos dar o exemplo, acho que vc esta equivocado sobre meu comentario, alem de que, se batermos em um pedestre com a bike e estivermos sem capacete vamos nos machucar e com certeza machucar bastante o pedestre, nao se esqueça, de uma coisa, brigar pelos nossos direito começa qdo damos o exemplo.

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    1. Eu discordo totalmente desta visão de que os ciclistas deveriam primeiro respeitar todas as regras para só depois poder exigir que os outros o façam.
      Exatamente por conta desta diferença que existe no potencial de danos a terceiros é que não acho que brigar por nossos direitos só começa quando damos exemplo.
      Veja bem não estou dizendo que concordo com ou que pratico o desrespeito pelas regras de trânsito, no meu caso é exatamente o contrário sou bem caxias com relação as regras, dou volta no quarteirão para não pegar contramão, paro em farol vermelho, etc…
      Porém não acho isso pré-requisito para exigir que alguém, que caso não obedeça as regras tem grande chance de me matar, obedeça.
      Vou além, as regras que existem hoje são feitas exclusivamente pensando na fluidez dos automóveis, desta forma não acho correto exigir que pedestres e ciclistas as cumpram, no dia que as regras levarem em consideração mais do que a fluidez automotiva tudo bem, mas hoje do jeito que é eu acho que ciclistas e pedestres devem sim desobedece-las.

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  7. Saio do Butanta todos os dias para trabalhar de Bike, passo perrengue na Ponte Cidade Universitaria, p/ chegar a Praça Panamericana para pegar a CicloVia da Pedroso de Morais e da Faria Lima, olha a coisa se resume mais no fato real do que em estudos, me chingam quase todos os dias na passagem da ponte C.U, motoristas nao respeitam meus sinais, etc, e isso todo ciclista passa ou sabe, mas digo aos Srs que tb Ciclistas andam como malucos na cilovia, atravessam sinais vermelhos, chingam os proprios ciclistas que estao mais lentos, nao usam capacetes, luvas, andam no meio da via em zig zag sendo que a ciclovia ta ali para servi~los, andam na contramao, etc, entao eu digo, se vao multar os carros, multem tambem ciclistas mal educados, que nao respeitam semaforos, que nao usam capacete, luva, enfim sou um ciclista de 46 anos e sempre andei de Bike, mas a gente reclamar de carros e nao fazer nossa parte é absurdo.

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    1. Marcos, você só está esquecendo de uma diferença muito grande que é justamente o que justifica a criação de todo um aparato estatal para coibir os abusos dos motoristas com multas, testes de aptidão, etc…
      O motorista que desrespeita as regras coloca a vida dos OUTROS em risco, já o ciclista coloca a PRÓPRIA vida em risco. São os carros e não as bicicletas os responsáveis pelas 1500 mortes por ano na cidade de São Paulo.
      Portanto ter ciclistas mal educados tornasse um problema ridículo comparado a ter milhares de pessoas morrendo por causa de motoristas mal educados e só faria sentido ter um aparato estatal para tentar coibir os abusos dos ciclistas após termos resolvido a falta de educação assassina dos motoristas.
      PS.: Capacetes e luvas não são equipamento obrigatórios.

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  8. O importante é pensar que na Holanda, TODOS os motoristas de carro um dia andaram de bicicleta nas ruas e são capazes de compreender a fragilidade de um ciclista quando está entre os carros, e por esta razão serão zelosos. Bem diferente do que podemos enxergar aqui em diversos comentários, motoristas recalcados que ficam falando sobre ciclistas na calçada serem uma ameaça. No dia que estas pessoas já tiverem tentado pedalar em uma avenida movimentada e perigosa como a Paulista, e compreenderem quão perigoso é pedalar entre os carros, aí eu respeito esta opinião. Até lá, estão falando sem propriedade.
    Em tempo: pedalo na Av. Paulista várias vezes por semana (sim, entre os carros), mas sei na pele o quanto é perigoso. Enquanto não há alternativa segura e decente, não condeno as pessoas menos experientes de andar na calçada, mesmo sendo errado. Jamais falaria para minha mãe de 70 anos pedalar na Av. Paulista porque a calçada é proibida.
    Este é o ponto: não há alternativa segura, e isto é obrigação do governo. Enquanto não ocorre, as pessoas são obrigadas a encontrar seus próprios meios, ainda que não permitidos. É resultado da completa omissão da sociedade neste assunto.

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  9. Multa para TODOS!

    Pedestre babacas que passam pela rua embaixo de passarelas pq estão com preguiça de subir nela. MULTA! Não respeitou o farol de pedestre? MULTA

    Ciclistas furando farol? MULTA! Aproveitando o farol de pedestre sem desmontar? MULTA!

    Motorista tirando fina? MULTA! Parando em cima da faixa? MULTA!

    Se todo mundo for fiscalizado e multado acaba o “mas pq ele pode e eu nao?”. Se todo mundo for multado, todos vão lutar pra melhorar a infraestrutura d todos. Desce a canetada em todos os motorista que tirarem fina de ciclista pra ver quem vão ser os primeiros a exigir ciclofaixas/vias…

    Claro que a infraestrutura atual não permite que se cobre tanto em algumas partes, ja que a falta dela impossibilita que se faça o correto, mas onde da pra cobrar (perto de passarelas, perto de ciclovias, perto de faixas de pedestre, em lugares tipicos de tomar uma fina de motoristas) tem q ter fiscalização multando.

    Assim vamos acostumando as pessoas a respeitar as leis e COBRAR por espaços melhores para todos.

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      1. Cara, isso me fez lembrar de alguns países em que o cidadão se cuspir no chão leva multa, se fumar na calçada leva multa, se falar alto leva multa! Genial! O resultado dessa multaiada toda: O povo com o cu no ponto respeita e a convivência é muito melhor!!!

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    1. Não precisa multar todo mundo para acabar com o “mas pq ele pode e eu nao?” basta responder que o pedestre atravessar fora da faixa não coloca a vida dos OUTROS em risco, mas o motorista furar o farol de pedestre sim.
      Você tem o direito de colocar a SUA vida em risco, mas não tem o direito de colocar a vida dos OUTROS em risco. Simples assim!!!

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  10. “Pedalar sobre as calçadas é o exemplo mais claro: o ciclista o faz por ter medo de pedalar na rua. Uma bicicleta na calçada não é o problema em si, mas um de seus sintomas. Quando as ruas se tornarem seguras para os ciclistas, eles deixarão naturalmente de usar as calçadas (…)”

    Quer dizer que até lá (quando as ruas se tornarem seguras), os ciclistas continuarão atropelando os pedestres em cima das calçadas?
    Até lá valerá a lei do mais forte?

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    1. Celso, em primeiro lugar a incidência de atropelamentos de pedestres por ciclistas nas calçadas é muito pequena. Do jeito que você coloca até parece que vários pedestres estão sendo atropelados por dia por ciclistas nas calçadas.
      Em segundo lugar do ponto de vista de proteção da vida é muito pior um atropelamento de um ciclista por um carro do que de um pedestre por uma bicicleta.

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      1. Felipe falou tudo, só adiciono um detalhe que poucos comentaram na questão dos ciclistas que por vários motivos se vem forçados a circularem em calçadas….muitas vezes se um ciclista atropelar um pedestre ele pode se machucar tanto ou mais que o próprio pedestre…ao contrario de ser atropelado por um carro..onde somente ele sai machucado!

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  11. … Lilian querida. Amei o comentário do Fausto. Aliás todos tem razão mas êle foi o mais concreto nas posições que coloca. Achei a pesquisa fantástica e são pessoas como você, inteligentes,cultas e capazes que fazem a diferênça na mudança de comportamentos das pessoas e icluem aquêles que nem estavam incomodados com coisas tão importantes sairem do comodismo. Promovem a inclusão social também quando coloca o “ser cidadão” como participante do direito de ir e vir. Parabéns meu amor.É assim que se faz. Diálogos são imprecindíveis nas coisas que devemos mudar(leis morais,sociais,cidadania,e, até compaixão… Beijos. tia Célia.

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  12. WILLIAN, SO TENHO UMA COISA PRA TE DIZER!

    MANDOU BEM DE NOVO AMIGO!!! TXT INCRIVEL, COERENTE E ESCLARECEDOR!

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  13. Opa Willian ! Valeu! Muito legal e educativo o video! Bem interessante mesmo!
    Porém, infelizmente não dá para comparar nossa cultura, educação, movimentação popular e ativistas que reinvidicam, com a Holanda!
    Já começa pelo tamanho, a Holanda é bem menor que o Brasil todo portanto mais fácil de resolver as coisas rápido,é um pais também muito plano, lá tanto a população como o governo leva as coisas a sério, aqui o povo só é unido quando acontece uma tragédia, demais é cada um vendo seu lado e ponto! Sou brasileiro amo o Brasil, mas é e sempre foi assim! O Brasileiro dificilmente luta pelos seus direitos e quando luta, ou exige como muitos ativistas é através da baderna e bagunça ou a força, que não é a forma correta! Nossos politicos se preocupam mais com leis que rendem $$$$ isto é fato!
    Agora claro que se a gente cruzar os braços e ficar quieto, nunca seremos ouvidos, todo mundo deve e tem o direito de reinvidicar seus direitos, e acredito assim como na Holanda o povo conseguiu um dia conseguiremos, só resta saber quando será este dia e como o governo realizará as reinvidicações com vontade mesmo de verdade ou com aquela velha vontade que já conhecemos bem!
    É continuar pedindo, cobrando de forma responsável e conciente e aguardar para ver !
    Sou totalmente a favor de Ciclovias pra tudo que é lado se possivel sempre ao lado das avenidas e ruas principais de cada cidade, ou faixas protegidas unica e exclusivamente para uso dos Ciclistas também, espero ver este sonho um dia!
    Mas que ainda vai um bom tempo , vai! Só espero que depois da Copa do Mundo aqui no Brasil as coisas não caiam no esquecimento, e projetos não fiquem mofando na gaveta!

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  14. A verdade é que o Brasil está longe de ser uma Holanda, até hoje durante todos estes anos, nunca se conseguiu educar e concientizar o transito, já é dificil uma convivencia pacifica de motorista x motorista x pedestre x motociclista x onibus x taxis e agora x Ciclista !
    A Holanda e outros paises de primeiro mundo, tem uma mobilidade urbana tão maravilhosa, porque já está difundida na cultura deles a anos e que diga-se de passagem é muito superior a nossa, as leis então nem se falam funcionam e a infroestrutura então anos luz da nossa realidade,aqui temos ruas que nem calçada tem para o coitado do pedestre, ruas que nunca foram projetadas para o futuro, para a expansão,asfalto mais remendado que a camera de qualquer bike! além disto a cultura do Brasileiro infelizmente é de individualismo, são poucos que pensam e respeitam o todo, a maioria se contenta em o que esta bom para ele e fim de papo se não esta NEM AI para o outro!
    Esta é que é a verdade, a gente querer, escrever falar como deveria ser é uma coisa, mas não depende só de Governo não depende de um todo que parou no tempo, e agora quer do dia para noite que este tempo seja recuperado, e não é bem assim não!
    O problema do Ciclismo e do transito aqui no Brasil é muito mais profundo que todo mundo imagina!
    A curto prazo resolver esquece a longo prazo talvez!

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  15. O texto está irretocável.

    E a Ligia, que enxerga o mundo absolutamente pela ótica distorcida do rodoviarismo, não entendeu uma linha dele.

    A contribuição do pessoal do Vá de Bike está sendo inestimável para o processo de transformação do trânsito brasileiro, que mata por ano muito mais do que qualquer guerra civil no mundo. Misteriosamente, o brasileiro (generalizando!) não se indigna com essa realidade horrorosa.

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    1. Luciana, não é assim q se dá um debate saudável. Ela não está simplesmente na “ótica do rodoviarismo”(oi?) e sim colocando em pauta os lados do trânsito e q todos merecem ser respeitados e, ao mesmo tempo, devem respeitar, sendo assim, deve haver legislação para TODOS, e concordo plenamente com ela.

      Fragilidade não implica em IMPUNIDADE, se até pedestre pode ser multado, pq ciclista não? direitos e deveres para todos, é assim q se procede em um país sério(q, infelizmente, não é o caso do Brasil)

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