Obras da ciclovia da Av. Paulista, em 5 de março de 2015. Foto: Tatiana Lowenthal

Nota em resposta à ação do MPE contra as ciclovias em São Paulo

Entidades divulgaram nota em resposta a ação que pede suspensão da implantação de ciclovias e restauração de locais em obras, como a Av. Paulista. Divulgue.

Obras da ciclovia da Av. Paulista, em 5 de março de 2015. Foto: Tatiana Lowenthal
Obras da ciclovia da Av. Paulista, em 5 de março de 2015. Foto: Tatiana Lowenthal

Nesta quarta-feira, 18 de março, o Ministério Público Estadual (MPE) entrou com uma ação civil pública com pedido de liminar, exigindo a paralisação imediata de todas as obras cicloviárias em andamento na cidade, com multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento. A ação também pede que a prefeitura “recomponha a pavimentação” nas obras que ainda não estejam terminadas, como no caso da Av. Paulista, também com multa diária no mesmo valor e prazo de 30 dias para realização.

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O questionamento da ação não se limita apenas ao método de implantação das estruturas, mas abrange a política pública em si, colocando em xeque a promoção do uso de bicicletas em uma cidade como São Paulo, e contrariando diretrizes do Plano Diretor Estratégico (Lei nº 16.050/14) e da Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587/12).

A ação só terá efeito se avalizada pela justiça. Ela foi distribuída para o Juiz Luiz Fernando Rodrigues Guerra, da 5ª Vara da Fazenda Pública, que a avaliará e emitirá parecer sobre o caso. Para quem quiser acompanhar, o número do processo é 1009441-04.2015.8.26.0053 e ele pode ser consultado aqui.

Vale lembrar que liminar de teor semelhante já foi suspensa pelo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), desembargador José Renato Nalini, no caso da ciclovia da Madre Cabrini, por entender que se evidenciava “risco de dano à ordem, à segurança e economia públicas”. Saiba mais.

Nota

A Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo), junto com Instituto CicloBR, ITDP (Institute for Transportation & Development Policy), União de Ciclistas do Brasil (UCB) e o próprio Vá de Bike, e diversas outras organizações e entidades relacionadas no final da nota, vêm a público manifestar sua indignação frente à ação proposta pelo MPE, que representa um retrocesso. Queremos melhorar a política cicloviária paulistana e transformá-la em uma política de Estado, entendemos que há erros pontuais na implantação, mas o programa é uma exigência legal amparada por legislações federais, estadual e municipais e não aceitaremos nenhum passo no sentido contrário ao de uma cidade mais ciclável, humana, segura, inclusiva e justa.

Veja abaixo a nota divulgada nesta quinta-feira 19, por associações e entidades de ciclistas, como resposta à ação do MPE contra as ciclovias. A ação do MPE pode ser consultada neste endereço.

Resposta ao pedido de liminar, feito pelo Ministério Público Estadual, para a paralisação das obras de ciclovias

A Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo vem, juntamente com as organizações abaixo citadas, manifestar sua indignação frente ao pedido de paralisação das obras de implantação do sistema cicloviário da cidade de São Paulo, ação engendrada pelo Ministério Público Estadual (MPE) – 3º Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo – por meio da promotora Camila Mansour Magalhães da Silveira.

A ação civil pública proposta, com pedido de liminar, questiona não apenas o método de implantação de tais estruturas, mas a importância da política pública em si, colocando em xeque a promoção o uso da bicicleta em uma cidade como São Paulo.

Sem querer esgotar o assunto, cabe recordar aqui os benefícios de se promover o uso da bicicleta:

  • para se preservar vidas, pois a bicicleta é frágil frente ao tamanho e velocidade dos demais veículos nas ruas e almeja-se uma cidade onde idosos e crianças possam ocupar as ruas sem medo;
  • para a saúde pública, promovendo qualidade de vida e reduzindo internações, gastos com medicação de uso continuo, prevenindo doenças cardiovasculares, pressão alta e ajudando a controlar o diabetes, além de reduzir o sedentarismo e a obesidade, melhorar a saúde do idoso e aumentar a expectativa de vida;
  • para a mobilidade urbana, promovendo a migração dos modos motorizados para a bicicleta e melhorando a fluidez e o impacto do tráfego;
  • para a segurança pública, promovendo uma nova relação com a cidade, ocupando e humanizando os espaços públicos;
  • para a redução da poluição atmosférica e sonora advindas do uso excessivo de carros, lembrando que de acordo com pesquisa do Instituto Saúde e Sustentabilidade, nos próximos 16 anos a poluição atmosférica matará 256 mil pessoas no Estado (quase 44 pessoas por dia) e a concentração de partículas poluentes no ar levará a internação de 1 milhão de pessoas e a um gasto público estimado em mais de R$ 1,5 bilhão, com pelo menos 25% das mortes (59 mil) ocorrendo na capital;
  • para o comércio, pois ciclistas são clientes potenciais que passam em baixa velocidade e não exigem grandes áreas de estacionamento, podendo facilmente parar em frente a uma vitrine, entrar numa loja, conhecer um serviço;
  • para atender à demanda existente pelo uso da bicicleta, uma vez que a Pesquisa de Mobilidade da Região Metropolitana, realizada pelo Metrô em 2012, registrou 333 mil viagens diárias em bicicleta durante os dias úteis, mesmo com a infraestrutura ainda reduzida, deficiente e desconectada;
  • para a redução do stress causado aos cidadãos pelos congestionamentos, trazendo ganhos para a qualidade de vida e saúde individuais, melhorando os relacionamentos interpessoais e humanizando o trânsito e a cidade;
  • para a retomada do uso das ruas pelas crianças, sendo uma opção de lazer que resgata uma faceta da infância há muito esquecida nas regiões mais urbanizadas da cidade, e considerando que já temos crianças utilizando as ciclovias junto a seus pais, com o potencial de em dado momento passarem a pedalar sozinhas até suas escolas;
  • para a economia de tempo dos cidadãos, sobretudo nos horários de pico, quando a velocidade média dos automóveis chega a meros 6,9 km/h em alguns casos;
  • para uma democratização do acesso à cidade, permitindo que todos os cidadãos tenham acesso a todos os pontos da cidade, já que as falhas do transporte público e priorização histórica do deslocamento em automóvel acabam dificultando o acesso a determinadas áreas e bairros a quem não se utiliza de um carro;
  • para o estímulo à troca de modal, reduzindo os congestionamentos pelo uso excessivo do automóvel e a lotação dos transportes públicos.

Para quem anda de bicicleta em São Paulo, 2014 pode ser considerado um ano histórico. A cidade saltou de 63 km para mais de 200 km de infraestrutura cicloviária, em cerca de 7 meses. O plano para 2015 é chegar a 463 km de vias exclusivas e segregadas. O Plano Diretor Estratégico, cuja revisão se iniciou em 2013 e foi sancionado em Julho de 2014, teve a participação direta e ampla de ciclistas e da população como um todo na construção dos capítulos relativos à bicicleta e na priorização dos modos ativos de transporte, em detrimento dos motorizados individuais, seguindo diretrizes do Plano Nacional de Mobilidade Urbana (ver Artigo 6º). Este atual cenário de avanços já rende resultados importantes e não pode ser colocado em xeque mediante uma liminar unilateral e profundamente questionável.

Os resultados de tais políticas podem ser observados no aumento do uso da bicicleta na cidade, especialmente no centro expandido, a área mais privilegiada pela implantação de ciclovias e ciclofaixas até o momento, onde a infraestrutura cicloviária atende também a demanda das bicicletas de carga, melhorando o compartilhamento entre bicicletas cargueiras e pedestres. Outro aspecto interessante observado no centro com a implantação das estruturas cicloviárias é a demanda por calçadas, que continuam exíguas e insuficientes. Como exemplo prático desse aumento no uso de bicicletas, podemos citar as contagens de ciclistas feitas pela Ciclocidade na Avenida Eliseu de Almeida. Ali, houve um aumento de mais de 50% no uso da bicicleta, poucos meses após a implantação de uma ciclovia.

A ação no Ministério Público cita a todo instante a segurança de quem anda de bicicleta como premissa para sua ação, esquecendo-se que é justamente a infraestrutura cicloviária que garante a ciclistas segurança, conforto e praticidade em seus deslocamentos. A medida também questiona a necessidade de aferir a frequência de ciclistas como justificativa para a implantação de uma ciclovia ou ciclofaixa. Tal ponto não leva em consideração a função que essa infraestrutura cumpre, que é essencialmente a de induzir a demanda. Isso em uma cidade que necessita, há muito tempo, aumentar significativamente o uso de modais alternativos menos poluentes que o carro em suas ruas. A cidade de Bogotá (Colombia), antes da implantação da sua rede cicloviária de 350km, amargava um percentual de viagens feitas de bicicleta que não superava 1%. Hoje em dia a cidade já conta com 7% das viagens realizadas em bicicletas; comprovando, outrossim, que infraestrutura cicloviária induz demanda e promove a migração de outros modais para a bicicleta. Como exemplo local, podemos citar a Av. Faria Lima, onde quase inexistiam bicicletas circulando devido à agressividade do viário e hoje as contagens realizadas pela Ciclocidade nesta via apontam para mais de 1700 ciclistas no horário contabilizado, chegando a um fluxo de 193 bicicletas por hora no pico.

O relatório fotográfico e detalhado na ação do MPE apresenta problemas e casos pontuais na implantação das ciclovias e ciclofaixas e que certamente deveriam ser solucionados e que também são alvos de contínua cobrança por parte dos ciclistas. São buracos, poças d’água, falhas na pintura, bocas de lobo, grelhas, entre outros casos. No entanto, tais falhas não deveriam comprometer a política pública em si, como sugere a ação do MPE, uma vez que as soluções são de baixa complexidade e custo. Seguindo a lógica argumentativa da promotoria, certamente teríamos de proibir a circulação de veículos motorizados em praticamente toda a cidade, em decorrência da qualidade do asfalto, da proliferação de buracos nas vias e dos problemas recorrentes com semáforos.

O MPE afirma: “Ainda hoje, o veículo [automóvel] é o modal de transporte que transporta o maior número de pessoas neste Município”, o que é um equívoco grave. A maior parcela da população de São Paulo desloca-se a pé ou por meio do transporte público, segundo a pesquisa de Origem e Destino do Metrô, de 2007. Uma pesquisa mais recente, da Rede Nossa São Paulo/IBOPE, aponta que, para quem faz uso diário dos meios de transporte, o carro é a opção de apenas 20% das pessoas, enquanto transportes públicos, somados, equivalem a 34% – mesma porcentagem de quem anda a pé. Apesar de não ser o veículo mais utilizado, é fato que o automóvel é aquele que mais ocupa espaço nas vias, sendo o maior responsável pelo congestionamento na cidade, assim como pela poluição, ruído e estresse da população, constituindo imensos prejuízos diários ao munícipio. É bom lembrar inclusive, que as obras de implementação viária da cidade nunca foram debatidas publicamente, mas impostas pelos diversos governos.

Ao questionar o interesse público em se investir nas estruturas cicloviárias, a promotora mostra desconhecimento da realidade da cidade. A mesma pesquisa já citada da Rede Nossa São Paulo/IBOPE mostra que 88% das pessoas são favoráveis à construção e ampliação das ciclovias. Ela diz ainda que 71%  dos entrevistados trocariam o carro por uma alternativa eficiente e segura; destes, 40% citaram a bicicleta, desde que houvesse infraestrutura adequada. As ciclovias e ciclofaixas estão sendo implementadas onde antes havia automóveis estacionados, ou seja, imóveis, devolvendo para a circulação pública e garantindo fluidez ao tráfego de veiculos a um espaço viário que estava ocioso e “privatizado”, sem qualquer beneficio coletivo. A que interesse público coletivo a promotora se refere, portanto?

O MPE fala em participação pública. Os moradores da cidade de São Paulo foram ouvidos nas discussões do Plano Diretor Estratégico e nas discussões do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes a respeito do planejamento cicloviário da cidade. Uma Câmara Temática de Bicicleta está em funcionamento na cidade de São Paulo justamente para acompanhar a implantação do sistema cicloviário. O Ministério Público nesta ação, ao contrário do Poder Executivo, em nenhum momento procurou ouvir quaisquer das organizações aqui assinadas. Nem tampouco as obras viárias tiveram participação pública, e foram no entanto realizadas sem questionamento do MPE.

Ao sugerir desfazer a ciclovia da Avenida Paulista, uma obra discutida desde seu projeto e já em adiantado estágio de implantação, o MPE ensaia danos àquilo que ele próprio defende: o bom uso do dinheiro público e o interesse e bem-estar coletivos. A ciclovia da Paulista foi apresentada e debatida em audiências públicas, em reuniões com a sociedade civil e com organizações interessadas. Além disso, sempre foi bem recebida por quem usa bicicleta. Isso porque a via não é apenas uma das mais utilizadas por ciclistas na cidade; ela é uma infraestrutura cicloviária simbólica, em uma avenida historicamente marcada por tragédias. Sem a ciclovia, a Paulista é a via mais perigosa da cidade para quem anda de bicicleta, o que ressalta, mais uma vez, a importância da estrutura em salvar vidas.

A promotora pede ainda que se “restabeleça a funcionalidade do local”, na Avenida Paulista, para a “segurança dos munícipes”. Ou seja: o ciclista, do ponto de vista da ação, não é munícipe (ou não deve ser tratado como tal). Quando o Ministério Público questiona “para onde irão os ciclistas em dias de chuva” (sic) afirmando que “o transporte público não dará conta”, lança um enigma penoso e vazio em si mesmo: o que sugere o MPE? Que ciclistas que não quiserem pedalar na chuva deixem de existir em tais dias? Ou que utilizem carros, congestionando ainda mais o já caótico trânsito individual motorizado?

Possivelmente a promotora e sua equipe não tenham se dado conta do fato que entre as cidades com maior utilização de bicicleta no mundo estejam diversas cidades de clima instável e temperado, que oferecem condições climáticas muito mais exasperantes do que São Paulo. Podemos citar as cidades de Portland, Nova Iorque, Copenhagen, Amsterdam e Oslo. Portanto, é absolutamente equivocado dizer que as chuvas trariam uma redução do uso deste modal, que viesse a justificar a não implantação de estrutura cicloviária; além do fato da nossa cidade possuir uma chuva previsível, concentrada em alguns meses e longos períodos de estiagem. Além, claro, de existir capa de chuva, o que ocorre também com os motociclistas.

A Ciclocidade e as organizações abaixo assinadas solicitam que o Poder Judiciário rejeite o pedido de liminar, assim como o Tribunal de Justiça o fez no absurdo caso recente da ciclovia da Rua Madre Cabrini, na Vila Mariana, onde houve o entendimento de “risco de dano á ordem, à segurança e economia públicas”.

Urge transformarmos a política cicloviária paulistana em uma política de Estado, para muito além de uma gestão ou um mandato, e não aceitaremos nenhum passo no sentido contrário ao de uma cidade mais ciclável, mais humana, mais segura, inclusiva e mais justa. O Ministério Público Estadual representou hoje, surpreendentemente, um retrocesso. Retrocesso este que deve ser aparado pelo próximo a examinar a questão – o Poder Judiciário.

 

Assinam:

Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo

Instituto CicloBR de Fomento a Mobilidade Sustentável

ITDP Brasil

UCB – União de Ciclistas do Brasil

Rede Bicicleta para Todos

Instituto Aromeiazero

CicloZN

CicloButantã

Bike Zona Sul

Movimento Ciclovia Eliseu de Almeida

Preserva Vila Pompéia

bike.tv.br

Coletivo Ideia Nossa

Vá de Bike

Coletivo Pedal Verde

Bike é Legal

Eu Vou de Bike

oGangorra

Instituto Passuaré

Sistema Negro de Som

Rodas de Leitura

Bike Anjo

218 comentários em “Nota em resposta à ação do MPE contra as ciclovias em São Paulo

    1. Oi Walter, peço que entre em contato com e-mail da Ciclocidade – contato@ciclocidade.org.br, manifestando seu desejo de acompanhar os trabalhos (temos um GT específico da Ciclocidade com esse foco). A Camara Temática acaba de ser oficializada, ainda não teve seu primeiro encontro, mas a ideia é que seja um espaço de diálogo com poder público e que lá a gente tenha condições de qualificar o que vem sendo realizado, não apenas ciclovias mas outras dimensões de uma política cicloviária, como educação e campanhas, por exemplo

      Abs, Gabriel diretor da Ciclocidade

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  1. O texto está formidavelmente bem escrito. Parabéns aos autores do texto! A promotoria deveria se sentir envergonhada depois de tomar conhecimento dos presentes argumentos.
    Retroceder, jamais!!
    Um abraço

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    1. Eu acho mesmo que a responsabilidade tem que ser do município.
      Mas isso não invalida a questão central:
      Fazer ciclovia não é o que estraga calçada.
      Não faz sentido ser contra ciclovia porque a calçada é ruim. Temos que lutar pelas duas coisas: Calçadas melhores para segurança dos pedestres e cadeirantes E ciclovias para a segurança dos ciclistas (sendo que ciclovias também são de uso dos cadeirantes).
      Então em vez da gente ficar se enfrentando, basta nos juntarmos em movimentos como o grupo “SAMPAPÉ”, que luta por tudo isso e eu apoio.
      Juntos é que vamos melhorar a cidade, não um contra o outro.

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  2. Vi algumas manifestações de cadeirantes aqui e gostaria de dividir uma experiência. Como estou vindo de bike para o trabalho, precisei ir à um banco distante uns 4 km e resolvi ir a pé exatamente nesta semana. Não fui de bike para não transpirar. Caros, a vida e locomoção de um cadeirante deve ser muito difícil nesta cidade. Trabalho em uma região “nobre” (Torres pouco antes da ponte estaiada na marginal pinheiros) mas projetada exclusivamente para quem tem motor. Quase caí varias vezes nas calçadas péssimas, obras impedindo a calçada e jogando o pedestre na lama ou na rua. E o desafio que é atravessar ANDANDO de um lado para outro do rio. Deveria ser algo natural. Mas as pontes foram feitas exclusivamente para carros. Mas o mais notório foi a agressividade dos motoristas apressados para seus compromissos inadiáveis. E confesso aqui, eu também dirigia assim, agressivo. Nada como experimentar uma situação de uma perspectiva diferente. Sinceramente, pensei o caminho todo em como uma pessoa com dificuldades de locomoção deve se sentir humilhada e impedida no seu direito de ir e vir. Fora os riscos. Deixo aqui o meu respeito e admiração aos cadeirantes que vencem esses desafios todos os dias. E parabéns para todas as iniciativas que transforme São Paulo numa cidade prioritária para pessoas.

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    1. Obrigado pelas palavras Humberto.

      Parece, lendo os comentários, que ciclistas, motociclistas, motoristas e pedestres são inimigos mortais. Todos se esquecem que quem conduz a bicicleta, dirige a moto ou o carro, ou caminha pelas calçadas são PESSOAS.

      Não preciso escrever aqui que já fui vítima e também já presenciei a falta de respeito para com o cadeirante, o cego e o idoso, de pedestres, motoristas, ciclistas e, pasmem, até de outros cadeirantes. Infelizmente este tipo de comportamento faz parte do caráter de muita gente, independentemente de sua condição.

      Que cada um respeite o outro, a necessidade do outro, a dificuldade do outro e viveremos em um mundo melhor.

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      1. Mas é isso que queremos, Evandro.
        Ninguém aqui é contra melhorar calçadas, que você precisa e nós também.
        Mas é você que está sendo contra as ciclovias, então quem não está respeitando a necessidade do outro?
        Juntos seremos melhores do que um contra o outro.

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  3. Esse papo de que não houve planejamento é só mais um pretexto de quem é, completamente, contra ciclofaixa na rua. Para esse povo só deveriam existir as ciclovias em lugares isolados, como são as da Marginal, a da Faria Lima e a da Eliseu de Almeida, pois essas não “prejudicam” o trânsito. Então ciclofaixa na rua, nunca terá o aval desse povo, mesmo que seja planejada por 30 anos e seja com asfalto impecável. Afinal, pra eles que não as usam, ciclovias e ciclofaixas precisam ser impecáveis, mesmo que ruas e calçadas não o são.

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  4. Segundo dados estatísticos, 28% dos passageiros usam carro, porem eles ocupam 78% do espaço das vias, enquanto 68% dos passageiros da cidade usam transporte publico, e ocupam 8% do espaço (fonte revista superinteressante), isso numa pesquisa que considera apenas veículos motores. 400km de ciclovias não repesenta 1% deste espaço ocupado por carros, o que reduziria a capacidade de transporte da cidade em 0,3% ou menos, ao passo que o Va de Bike já demostrou que a implantação de ciclovias aumentou em 50% a quantidade de ciclistas numa via. Logo mesmo que as ciclovias sejam pouquíssimo utilizadas, o transito absurdo de SP e velocidade média patética dos carros (segundo a mesma revista, comparável a de uma galinha), faz com que 400km de ciclovias transportem mais pessoas em bicicletas do que o mesmo espaço ocupado por automóveis.

    Isso considerando o atual cenário, que ainda é de baixo uso, mas com a expectativa de aumento de demanda (nas poucos vezes que ando de transporte publico durante a semana, vejo cada vez mais ciclistas passando), essa razão deve aumentar gradativamente, tendo em vista que a tendencia da velocidade média dos automóveis é cair para níveis ainda mais alarmantes e numero de ciclistas crescer com o isentivo publico. Isso torna ainda mais lastimável iniciativas como essas do MP, mas vendo a resistência que boa parte dos paulistas tem, acredito que já foi um milagre o prefeito ter construído tantas vias para nós.

    Só fico com pena que não deu tempo de sair a ciclovia da Helio Pelegrino, se ela fosse construída 90% do meu caminho pro trabalho seria em ciclovias, um verdadeiro sonho europeu, estava até pensando em comprar uma fixa com coroinha pra vir girando na boa nos dias que tivesse mais cansado e aposentar o transporte motorizado de vez. Vamos continuar rezando pra dar tempo até o fim do mandato.

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      1. Não, a obra é executada pela prefeitura e já começou, no trecho que liga a Faria Lima ao Ceagesp. Só não encontrei as informações de qual o andamento das obras, mas como está prevista para outubro deste ano, acredito que não vai ficar pronta a tempo, pois as obras requerem grande intervenção para ligar a Faria Lima ao Ibirapuera. Sera que consigo com a prefeitura o andamento desta obra, já que ela está em execução?

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    1. Minha segurança, integridade física dos meus amigos, conhecidos e demais usuários da via em bicicleta ou a pé >>>>>> seu amontoado de baboseiras.

      Se tem alguma denúncia de crime a fazer (superfaturamento? fraude?), FAÇA, ou estará sendo conivente!

      O resto é fanfarronice.

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  6. Sou executivo de uma empresa nacional. Tenho dois carros em casa. Mas quando uma ciclovia foi implantada nas proximidades de onde moro, (Av. Escola Politécnica ) resolvi experimentar, justamente em setembro de 2014, no dia mundial sem carro. Resultado: meu dia mundial sem carro está durando até hoje!!! Claro que as ciclovias tem muitos problemas, mas ainda assim elas tornaram mais seguro o uso da bicicleta como meio de transporte. A cidade precisa atender prioritariamente quem anda a pé, em veículos não motorizados e de transporte público, nesta ordem. O ministério publico propõem uma ação que desrespeita a vida! Porque?

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  7. A rede de 400km de ciclovias foi PLANEJADA no Plano de Metas (Meta 97) que, por sua vez, contou com dezenas de audiências públicas durante sua elaboração. A AEPPSP inclusive participou deste processo e conferiu a seriedade das devolutivas. O Plano de Metas orienta o Plano Plurianual que, por sua vez, orienta o orçamento anual. Não procede, portanto, a acusação de que as ciclovias não foram planejadas ou de que não houve participação da população em sua concepção.
    Meta 97: http://planejasampa.prefeitura.sp.gov.br/metas/meta/97/

    Atenciosamente,
    Associação dos Especialistas em Políticas Públicas do Estado de São Paulo
    http://facebook.com/aeppsp

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    1. Ainda bem que não depende de gente como você que não sabe nem pra onde vai nem pra que serve os impostos que paga e que pensa só no próprio **.

      Aproveita e se informa um pouco mais, vai uma ajudinha:

      http://vadebike.org/2009/02/o-ipva-e-um-imposto-injusto/

      Ah, eu pago IPTU tbm, e não é pouco não.

      Quanto a calçada, a manutenção dela cabe ao dono da casa. Você cuida da sua? Espero que sim.

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    2. A mesma pergunta feita pela 3° vez e ainda não respondida:

      – QUAL foram as ciclovias e QUANTAS HORAS você passou observando para concluir que são “ciclovazias” ou “ninguém usa”?
      – Como uma foto de uma fração de segundo pode servir para “contar” quantos ciclistas passam por uma ciclovia o dia todo?
      – Se eu fotografar uma calçada, uma rua, os trilhos do metrô, o oceano, o céu vazios isso significa então passa NENHUM pedestre, carro, trem, navio ou aviões neles o dia todo?
      – Onde está escrito NA LEI que você tem você mais direitos por pagar IPVA e IPTU?

      E finalmente, porque quem é contra várias vezes costuma usar essa lógica troncha?

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    3. Folgados vírgula….
      Olha o respeito, e se tiver ombridade responda as perguntas do SavianoMarcio com coerência nas respostas…

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    4. Justamente por suas colocações bizarras é que nada deve mesmo depender de você: ainda resta um pouco de senso comum no mundo. Gente como você não tem capacidade de determinar o destino de ninguém.

      Se você paga seus impostos, não faz nada além da sua obrigação e não tem ‘direito’ de andar com seu carro, tem uma permissão para isso que pode ser revogada em caso de mau comportamento.

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  9. Sou presidente de uma organização de trinta anos chamada Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ) e temos uma rádio chamada Rádio Juventude (radiojuventude.com.br), e gostaríamos de assinar a nota também.

    Obrigado

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  10. De uma coisa eu tenho certeza; essa juíza do MPE só conhece bicicleta por imagem e vídeo! e, além do mais não conhece a cidade de São Paulo! qualquer um com um minimo de inteligência sabe que a decisão dessa promotora é de cunho político e não para defender interesse da população de São Paulo! assisti uma reportagem em que na audiência uma pessoa questionava ela do porque da decisão e ela não soube explicar! mas mesmo assim, por birra resolveu barrar a construção dos restantes das ciclovias, fez isso de maneira autoritária e ainda fez o absurdo de mandar desmanchar parte das obras que estão em andamento, ignorando tudo o que já foi gasto e o que vai gastar para se cumprir uma determinação criminosa dessa! criminosa sim! porque ela está fazendo isso por birra e interesse político e rasgando dinheiro da população que paga seus impostos para que estes mesmos impostos lhes retornem em formas de benefícios. tenho comigo que o concurso ou nomeações para juízes, promotores, desembargadores e ministros do supremo deveriam ser mais criteriosos e rigorosos para parar de colocar no cargo uma incompetente como esta que determinou a paralisação das obras das ciclovias!

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    1. Para eles, bicicleta é só para lazer…

      Para paises desenvolvidos, bicicleta é um meio de transporte.

      Dai vemos porque o Brasil é subdesenvolvido.

      Depois não sabe porque o transito não para de aumentar. Talvez deva achar que tem que construir mais pontes, mais avenidas, enfim, continuar entupindo a rua de mais vias para mais carros!

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  11. Pessoal saiu a liminar, o juiz impediu a construção de novas ciclovias e clicofaixas, mas manteve a construção das ciclovias em andamento, a da Paulista inclusa. Ou seja, parcial vitória dos ciclistas.
    De qualquer forma, dessa liminar pode ainda haver recurso e o tribunal mudar a decisão.

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