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Recife (PE) é uma das cidades brasileiras que vem implantando ciclovias e estimulando acesso seguro ao uso da bicicleta como meio transporte sustentável. Foto: Daniel Tavares/PCR

“Cidades Pedaláveis” busca uso seguro da bicicleta para 25 milhões de pessoas

Quatro cidades brasileiras participam da iniciativa global Cycling Cities, que pretende criar 1700 km de ciclovias e estimular mais 25 milhões de pessoas a pedalarem em segurança até 2025 em todo o mundo

Em um movimento global que redefine as paisagens urbanas, a campanha Cidades Pedaláveis (Cycling Cities) está impulsionando uma transformação no modo como nos deslocamos, promovendo o uso da bicicleta como uma alternativa segura, inclusiva e acessível para todos.

A iniciativa, que hoje conta com a participação de 34 cidades líderes e 47 organizações parceiras, foi lançada em 2021 durante a COP26, em Glasgow, pelo ITDP (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento). O objetivo é proporcionar acesso seguro à bicicleta a mais 25 milhões de pessoas até 2025, garantindo um futuro mais sustentável e humano para nossas cidades.

Tornando as cidades pedaláveis

Cada cidade participante tem oportunidades e desafios únicos, desde aquelas que procuram expandir o investimento em infraestrutura até as aqueles que estão focadas na construção de uma cultura de ciclismo em comunidades marginalizadas.

O ITDP fornece aos membros da campanha acesso a recursos, ferramentas, conexões e orientação para ajudá-los a criar um futuro onde todas as cidades possam ser cidades cicláveis. Como, por exemplo, o curso autoguiado e gratuito Mastering the Cycling City, que fornece contexto, orientação e estudos de caso para melhorar o uso da bicicleta como meio de transporte nas cidades.

No Brasil, cidades como Fortaleza, Niterói, Recife e Rio de Janeiro têm se empenhado na transformação dos espaços urbanos, visando proporcionar ambientes seguros e propícios para a mobilidade por bicicleta. Elas se juntam a localidades como Nova York, Santiago e Cairo, entre muitas outras em todo o mundo.

Com mais de 400 km de ciclovias construídas desde 2023, a campanha pretende alcançar mais de 1700 km de estruturas cicloviárias até 2025.

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Avenida de Los Insurgentes, na Cidade do México, está dentro do conceito de “ruas completas”: espaço adequado para os pedestres, transporte coletivo e ciclovias estimulam o uso de outras formas de se deslocar para além do automóvel. Foto: ITDP/Divulgação

Bicicleta como solução em tempos de crise

A campanha surgiu como resposta aos desafios impostos pela pandemia de COVID-19, quando se evidenciou o papel da bicicleta como solução resiliente e flexível durante crises, sejam de saúde, climáticas ou desastres naturais. Frente aos desafios de distanciamento social e às mudanças nos padrões de deslocamento, mais de 100 cidades rapidamente implementaram mais de 2.000 km de ciclovias temporárias, respondendo à crescente demanda por alternativas de transporte seguro.

O papel crucial da bicicleta durante a pandemia se refletiu no aumento de 48% nas viagens de bicicleta em cidades que adicionaram infraestrutura cicloviária temporária, em comparação com aquelas que não o fizeram. E algumas dessas estruturas vieram a se tornar permanentes, como é o caso da ciclovia da Av de Los Insurgentes, na Cidade do México.

Outras iniciativas também ajudaram a ampliar o uso da bicicleta naquele momento. Por exemplo, mais de 45 cidades ofereceram sistemas de compartilhamento de bicicletas gratuitos ou com desconto para trabalhadores essenciais durante os primeiros meses de bloqueio.

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Sistemas de bicicletas compartilhadas também contribuem para aumentar o uso desse meio de transporte sustentável. Foto: Willian Cruz/VdB

Crescimento no uso traz benefícios às cidades

A adesão global à bicicleta como meio de transporte vem redefinindo a paisagem urbana. Seu uso crescente tem levado diversas cidades ao redor do mundo a investirem em infraestrutura cicloviária de alta qualidade e políticas de apoio. Nesse cenário, a campanha global Cycling Cities pretende influenciar 250 cidades a adotarem planos que as tornem mais amigáveis ​​aos ciclistas até 2025.

Os benefícios das pedaladas vão além da saúde individual, promovendo ar mais limpo, comunidades mais saudáveis e ruas menos congestionadas. A bicicleta não apenas reduz as emissões de CO2, mas também oferece uma alternativa acessível e eficiente para viagens curtas, ampliando o acesso a empregos, escolas e destinos diversos.

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Ciclistas pedalam em ciclovia do Rio de Janeiro. Foto: Willian Cruz/VdB

Cidades pedaláveis

A campanha Cidades Pedaláveis visa transformar as ruas, tornando o ciclismo acessível e seguro para todos, com a meta ambiciosa de proporcionar a proximidade de ciclovias seguras a 25 milhões de pessoas até 2025. O mundo agora está diante da oportunidade de redefinir nossas cidades, priorizando modos de transporte sustentáveis e equitativos, e a bicicleta emerge como uma peça fundamental nesse cenário transformador.

Cidades e entidades da sociedade civil e dos setores público e privado podem aderir à campanha nesta página. Além de informações sobre a iniciativa e o curso gratuito de formação, o site ainda traz material de referência para entender melhor o assunto.

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