Parte da ciclovia já está até pintada. Foto: Camila Oliveira

Ciclovia da Faria Lima quase pronta, mas falta o essencial

A ciclovia da Av. Faria Lima, em São Paulo, não pode ser considerada entregue enquanto não houver sinalização que a torne segura.

Ciclovia já está pintada em praticamente toda sua extensão. Foto: Camila Oliveira

Com bastante atraso, a ciclovia da Av. Faria Lima finalmente ficará pronta, ajudando centenas de ciclistas que passam por ali diariamente.

Porém, se os cruzamentos e retornos não forem sinalizados (e parece que não o serão tão cedo), a ciclovia acabará por colocar os ciclistas em risco, oferecendo um perigo maior do que se estivessem pedalando na faixa direita da avenida.

Isso porque os motoristas viram em velocidade, olhando apenas se há carros vindo no sentido oposto da avenida, o que oferece enorme risco de atropelamento. Como já dissemos aqui no Vá de Bike inúmeras vezes, a prioridade nessas intersecções deve ser do ciclista, sob pena de tornar a ciclovia mais perigosa que a rua (veja explicação no box mais abaixo).

Trabalho de aplainamento do piso, logo após a aplicação do concreto já tingido.

Novas informações

Recebemos respostas da subprefeitura de Pinheiros às perguntas que estavam pendentes (veja matéria anterior).

Fomos informados que o atraso se deve à “dificuldade nos serviços de enterramento dos cabos”, além de ter sido necessário um “maior tempo e cuidado para manejo das espécies arbóreas no canteiro central”.

Quanto ao trecho onde existem pontos de ônibus sobre a ciclovia, interrompendo o caminho do ciclista e impossibilitando seu uso, a subprefeitura respondeu que essa alteração é de responsabilidade da SP Obras. Tentaremos obter uma posição.

Perguntamos se haveria sinalização dando prioridade ao ciclistas nos cruzamentos e conversões. A sub respondeu que haverá sinalização, a ser implantada pela CET, sem detalhar como ela seria.

Finalização manual da guia rebaixada, com o concreto ainda fresco.

Pavimento

Uma reclamação recorrente quanto ao trecho mais antigo da Ciclovia Rio Pinheiros é de que o pavimento fica escorregadio quando molhado. No trecho novo, isso foi evitado utilizando um processo especial de pintura (saiba mais).

Na ciclovia da Av. Faria Lima, não foi necessária a aplicação de tinta para tornar o pavimento vermelho. Um pigmento em pó foi acrescentado ao concreto, sendo misturado ainda dentro do caminhão, de forma a aplicá-lo já na coloração desejada.

Trecho além da Faria Lima

Há um trecho sendo construído na Av. Pedroso de Morais/Fonseca Rodrigues, que aparenta ser continuação da ciclovia. Essa obra está gerando uma certa polêmica, pois cidadãos e associações de bairro pensavam se tratar de uma ciclovia, o que a subprefeitura tem negado.

Trata-se de um passeio (calçada) para pedestres. As placas, inclusive, informam que a obra se refere a “Implantação dos Passeios e Adequação de Acessibilidade”, não fazendo nenhuma referência a ciclovia.

Segundo a sub, estão sendo realizados estudos para transformação desse trecho em ciclovia. “A princípio o contrato foi para implantação de calçadas, mas executamos a infraestrutura prevendo a adaptação para ciclovia”. Não haverá iluminação, mas a informação é de que ela está prevista nesses estudos de adaptação.

Cabe frisar que o projeto original, anunciado em 1995, já previa a implantação de ciclovia também neste trecho. Não entendo p0r que foi construída ali apenas uma calçada, ignorando tanto a demanda quanto o projeto original. Espero que a adequação não seja simplesmente pintar o chão. Ciclovia não é uma simples calçada vermelha.

Esse trecho, por certo, acabará sendo usado por muitos ciclistas, que correrão riscos nos cruzamentos.

No trecho antigo da mesma ciclovia, a prioridade continua sendo do automóvel, o que coloca em risco a vida do ciclista.

Pontos de risco

Os maiores pontos de risco de uma ciclovia de canteiro central são as conversões, pois os motoristas, com sua atenção voltada apenas para a parte asfaltada do viário, podem não ver os ciclistas que se deslocam pela ciclovia e fechar seu caminho inadvertidamente – ou mesmo atropelá-los, com consequências trágicas.

Ciclovias em que o ciclista precisa desviar de carros parados nos cruzamentos, ou torcer para que alguém na faixa esquerda não faça uma conversão, colocam em risco sua vida em vez de protegê-la. Por conta disso, a ciclovia pode se tornar mais perigosa do que na avenida, por ter pontos de risco claros e inevitáveis.

Quando isso ocorre – como na mal projetada ciclovia da Av. Sumaré, também em São Paulo – a maior parte dos ciclistas continuará usando a avenida. E os críticos à bicicleta vão alegar que não adianta construir ciclovias, já que ninguém usa mesmo. Para que seja utilizada, precisa estar em local que já seja caminho natural dos ciclistas e precisa ter sido projetada e sinalizada corretamente.

Nas ciclofaixas do bairro de Moema, sinalização correta da CET nos cruzamentos reforça a prioridade de circulação. Imagem: Canal Futura/reprodução

Ciclovias devem proteger vidas

Para acabar com esses pontos de risco, a solução seria eliminar as conversões, fazendo com que os automóveis contornem uma quadra para cruzar a avenida, em vez de simplesmente virarem à esquerda – como, por sinal, é feito na Ciclofaixa de Lazer, aos domingos. Quando não se aceita abrir mão dessa comodidade em nome da segurança, a solução recomendada é utilizar um semáforo, para indicar a ciclistas e motoristas o momento certo de cruzar em segurança.

O asfalto das áreas comuns, em toda a extensão da ciclovia, deve ser pintado de vermelho como nos trechos segregados, com faixa de contenção branca, demonstrando claramente a prioridade de circulação das bicicletas nessas intersecções (prioridade que, por sinal, é prevista em Lei).

Espera-se que, por ser uma estrutura segregada, uma ciclovia seja segura o suficiente para que nossas crianças e nossos idosos também pedalem por ela. Se não for, é sinal de que foi construída apenas para que as bicicletas não incomodem quem não aceita sua presença nas ruas.

Continuaremos de olho! Já basta a situação lamentável do trecho existente, que tem até pontos de ônibus no meio da ciclovia.

24 comentários em “Ciclovia da Faria Lima quase pronta, mas falta o essencial

  1. Andei nessa ciclovia ontem para ir do meu trabalho até o Metrô Faria Lima. Um ponto chato a respeito dessa ciclovia é que ela começa no cruzamento com a Av. Cidade Jardim e eu trabalho no cruzamento com a Juscelino Kubitschek. Por acaso há uma previsão de extenderem até lá? Ou melhor ainda, até a República do Líbano?

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    1. Ricardo, o projeto original previa uma extensão maior, mas o canteiro central foi reduzido no trecho logo após a JK, como medida de “contrapartida viária” do Shopping JK Iguatemi. Ou seja, para tentar diminuir o congestionamento causado pelo complexo comercial, a WTorre foi instruída pela CET a eliminar as chances de se estender a ciclovia por ali. Agora, só recuperando o espaço que foi cedido aos carros.

      Eu não me conformo com esse pensamento retrógrado de tentar diminuir co congestionamento incentivando ainda mais o uso do automóvel. É como tentar resolver um problema de obesidade afrouxando o cinto.

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  2. “Ainda que fosse construído da Mofarrej até a República do Líbano, numa extensão de 12km, estaria levando de onde a onde? Um transporte de alta capacidade deve conectar pontos de interesse em termos de fluxo de pessoas, com terminais nas pontas para fazer a coleta a distribuição de passageiros vindos de outras linhas/modais.”

    Sim, um corredor de 12 Km ou mais, indo até o Jabaquara se possível. Sobre a questão “de onde até onde?”. Bom, acho esse um eixo dos mais importantes, pois atravessa regiões de uso residencial e comercial e poderia articular viagens entre casa e trabalho.

    Saindo de perto do viaduto Mofarej ele poderia captar passageiros da linha 8, Diamante, da CPTM (Estação Imperatriz Leopoldina). Seguindo pela Av. Dr. Gastão Vidigal, o corredor cortaria o eixo Av. Jaguaré / Queiroz Filho / Cerro Corá que continua, percorrendo o espigão. Do outro lado desse eixo está Osasco.
    Seguindo pela Av. Prof. Fonseca Rodrigues temos o bairro do Boaçava, bairro nobre da zona oeste e o parque Villa Lobos, outro destino muito procurado principalmente aos finais de semana.
    Em seguida, o corredor chegaria a Praça Panamericana, um “nó” importante pois está próximo à ponte da Cidade Universitária, um ponto de convergência das viagens que procuram cruzar o rio ou entrar na marginal. A Estação da CPTM também está próxima e pode ser uma alternativa de caminhos também.
    Seguindo pela Pedroso de Morais, atravessando bairros residências, também nobres chegamos ao início da Faria Lima e ao famoso Largo da Batata. Outro nó importante pelo grande número de linhas de ônibus que passam por ali e também pela Estação Faria Lima da linha 4 amarela do Metrô.
    * Todos esses pontos que estou colocando são áreas de embarque e desembarque de muita gente, pois há essa possibilidade de usar o corredor como perimetral de eixos radais.
    Ao entrar na área da Faria Lima, o corredor perde e ganha passageiros pois articula outros três eixos. Rebouças / Consolação, Cidade Jardins/ Augusta e Santo Amaro / 9 de julho.
    “A construção da ciclovia no canteiro central não prejudica a uma maioria, como você pontuou, porque não piora uma situação existente”.
    Me expressei mal. Queria dizer que ela deixa de beneficiar essa maioria, pois se não piorou uma situação existente, ao meu ver, dificulta uma melhoria significativa no trânsito da reunião nos deslocamentos de uma região significativa da cidade pelas grandes possibilidades do tal corredor. Uma intervenção desta, se bem feita, reflete positivamente em todo o eixo.

    Uso a ciclovia e comprovo o seu benefício. Apenas questiono sua inserção na cidade e seu papel em um sistema de transportes tão desorganizado. A organização desse sistema passa por um dimensionamento das demandas de viagens em determinados eixos. Esse é um desses eixos. Sua demanda é gigante para a oferta de deslocamentos existente. Não me parece lógico e nem pertinente a construção desse ciclovia no lugar onde está.

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    1. Bruno, seus argumentos são bastante coerentes e você tem razão, ajudaria mesmo, principalmente integrando com CPTM e indo até o Jabaquara, onde temos uma rodoviária! Porém continuo discordando da maneira como a coisa é colocada: a ciclovia não pode ser culpada por não haver um sistema de transporte coletivo eficiente naquela canteiro central. Se ela não tivesse sido construída, nada teria sido construído e esse é o ponto.

      Se a ciclovia for substituída no futuro por uma linha de BRT ou outra forma de transporte de massa, excelente, desde que a segurança dos ciclistas no trajeto seja preservada. E se precisaríamos de uma ciclovia ou não, dependeria da característica que a via adotaria após essa mudança. Se sua velocidade caísse e o fluxo de automóveis fosse reduzido de forma compatível com o compartilhamento, as bicicletas poderiam utilizar a via junto aos automóveis; caso contrário, teríamos algo como a atual Av. Santo Amaro, proibitiva para as bicicletas (o que é péssimo, pois é uma via importante de ligação, com altimetria favorável, que representaria um caminho plano, curto e rápido para quem se desloca em duas rodas sem motor pela cidade).

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      1. William,

        Concordo com o seu ponto. A ciclovia não pode ser culpada, não é minha intenção fazer isso.

        “Se a ciclovia for substituída no futuro por uma linha de BRT ou outra forma de transporte de massa, excelente, desde que a segurança dos ciclistas no trajeto seja preservada. E se precisaríamos de uma ciclovia ou não, dependeria da característica que a via adotaria após essa mudança. Se sua velocidade caísse e o fluxo de automóveis fosse reduzido de forma compatível com o compartilhamento, as bicicletas poderiam utilizar a via junto aos automóveis”

        Concordo plenamente, essa é a questão que eu queria levantar.

        Valeu, William.

        Abraço

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  3. Dou minha cara a tapa aqui, mas gostaria das mais sineras opiniões.

    A Av. Faria Lima é um dos corredores mais importantes do ponto de vista das viagens casa-trabalho e trabalho-casa, na região sudoeste de São Paulo. Essa via articula deslocamentos do eixo Rebouças-Consolação-Eusébio Matoso captando tanto viagens do metrô (linha 4- amarela) quanto dos ônibus.

    Pergunto eu, como ciclista/cidadão/passageiro: A construção de uma ciclovia no canteiro central da Av. Faria Lima não prejudica, de certa forma, uma maioria?

    Sim, não devemos priorizar um modal sobre o outro. A bicicleta também é importante.

    Sim, é uma política de incentivo ao uso de bicicletas em relação ao uso de automóveis.

    Mas não é uma reflexão válida?

    O canteiro central da Faria Lima não estaria servindo um número maior de cidadãos se recebesse a implantação de um corredor de ônibus do tipo BRT? Aos moldes da Av. Rebouças, mas com aprimoramentos, melhores acessos, transposições, etc.

    Pela demanda no Eixo Faria Lima poderia ser um corredor de grande capacidade com duas faixas para ultrapassagens, etc. O restante, uma ou duas faixas, poderiam ser compartilhados por carros, motos, bicicletas, etc.

    Os ciclistas voltam para a faixa da direita, onde estão “contemplados” pelo tal código de transito brasileiro e a Avenida ganha em capacidade de transporte.

    Claro, o melhor dos mundos seria uma linha de metrô cobrindoo eixo Faria Lima – Berrini (que inclusive já foi sugerida por ai), mas vamos por partes.

    Estou falando bobagem?

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    1. Oi, Bruno

      Uma iniciativa não invalida a outra. É claro que precisamos também de mais transporte público. Mas não sei se um BRT seria a melhor solução ali, pois é um trecho de apenas 2km. Ainda que fosse construído da Mofarrej até a República do Líbano, numa extensão de 12km, estaria levando de onde a onde? Um transporte de alta capacidade deve conectar pontos de interesse em termos de fluxo de pessoas, com terminais nas pontas para fazer a coleta a distribuição de passageiros vindos de outras linhas/modais.

      Mas concordo que deveria haver um corredor de ônibus de verdade por ali, para retirar os ônibus do meio do congestionamento causado pelos carros. Essa avenida é parte do trajeto de dezenas de linhas. Mas tudo tem que ser planejado com cuidado, para não haver pontos de estrangulamento como no corredor da 9 de julho + Santo Amaro, que possui locais onde os ônibus precisam se misturar ao fluxo de carros, congestionando todo o corredor.

      Nesse cenário de corredor junto ao canteiro central, a ciclovia poderia tanto continuar por ali (desviando por trás dos pontos de ônibus) como poderia ser passada para o lado direito da via, junto à calçada.

      A construção da ciclovia no canteiro central não prejudica a uma maioria, como você pontuou, porque não piora uma situação existente. Prejudicaria se eliminasse o espaço do ônibus. A ciclovia foi colocada ali para preservar a vida das pessoas que *já* utilizavam a avenida em seus deslocamentos.

      Sobre ciclistas usando avenidas, vale ler estas duas matérias:
      Ciclistas podem circular em avenidas de tráfego rápido? Por que insistem em fazê-lo?
      Por que os ciclistas continuam usando a Avenida Paulista, apesar dos riscos

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  4. Olá William,
    o trecho entre a Cidade Jardim e a Rebouças está bem sinalizado na minha opinião, com faixas pintadas adequadamente nas ruas, semáforo específicos para os ciclistas, faixas onde há fluxo de pedestres, etc. É claro que não é perfeito mas está melhor que o nível que encontrei na Alemanha por exemplo. É claro que aqui a sinalização precisa realmente ser muito melhor pois o respeito dos motoristas é quase nulo. Entretanto acho que temos que valorizar pois a atenção à sinalização tem melhorado na minha percepção.
    Com relação ao trecho pedroso/fonseca, me parece ao passar por lá que é bem mais uma ciclovia que uma calçada sim. Apesar da sinalização inexistente o posicionamento das rampas já indica uma intenção em recuar o ponto de parada dos carros nos cruzamentos para dar espaço às bikes.
    Ah, fica como sugestão atualizar o trecho pronto da Faria Lima lá no seu mapa.
    Um abraço!

    Felipe Lengert

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    1. Estou preparando uma matéria com muitas fotos da ciclovia, de ponta a ponta, e falarei desse trecho. Obrigado pela sugestão de atualizar o mapa, não tinha lembrado disso. Tem ciclovias a incluir nele ainda.

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  5. Usei pela primeira vez a tal ciclovia, este ultimo domingo, desde o parque Villa Lobos até a um pouco depois do Tomie Otake.

    Confesso que achei extremamente perigosa, mesmo em um domingo quando o fluxo de carros é pequeno! Vi crianças pedalando com seus pais e muitos outros ciclistas por lá, aliás, presenciar pais ensinando seus pequenos desde cedo a respeitar as regras é animador (ex. Havia um pai com um garoto de cerca de 7-8 anos, guiando seu trajeto: – Isso, agora vamos contornar, olha pra direita, vê se não vem carro, Agora fica atrás de mim para as outras bikes passarem 🙂

    Eu, sinceramente, NAO vou utilizar mais este trajeto, até que as devidas sinalizações sejam instaladas. É muito confuso, pois a cada esquina há um fluxo de carros diferente: uma tem farol e o fluxo vem da esquerda, a outra é só um retorno e não tem farol (essas pra mim são as mais perigosas, depois o fluxo vem da direita, dos dois lados, socorro! A pista apresenta curvas acentuadas quase nas esquinas, para podermos acessar as rampas ( em uma delas, não percebi isso e voei pra rua…batendo minha bike na chão com tudo…um viva aos amortecedors!) Me sinto mais segura fazendo o mesmo trajeto pela Diogenes…

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  6. Willian, você sabe que estão reformando a (pseudo)ciclovia da Sumaré. Pois tenho uma boa e uma má (a de sempre) notícia a respeito.

    A boa é que a ciclovia será estendida nas duas extremidades, atingindo a Capote Valente de um lado, e a Turiaçu (onde passa a ciclorrota da Lapa) de outro.

    A má (de sempre) é a seguinte. Recebi um infomativo/propaganda eleitoral do ver. M. Aurélio Cunha. Por ele, descobri que a iniciativa de “reforma do canteiro central” foi iniciativa dele, por meio de emenda parlamentar.

    Beleza. Segue então elucidativos trechos do informativo daquele que promove a obra, a demonstrar a imprestabilidade (de sempre) dessa ciclovia para o transporte diário (e porque deverei continuar usando a motofaixa):

    “Após as obras o canteiro central poderá ser usado para caminhadas, corridas e ATÉ MESMO para uso de bicicletas”

    “O local é frequentado por moradores de (…) como opção de lazer, para caminhadas e passeios de bicicleta, principalmente aos fins de semana.”

    “Marisa Cambraia, de 55 anos, que passeava com seu cachorro no trecho já construído, é moradora da região e acha o canteiro central uma boa opção para aqueles que buscam alterantivas de lazer (…).”
    “Perguntada se os ciclistas irão atrapalhar as caminhadas, ela respondeu: ‘olha, os ciclistas vão querer tomar conta, mas a gente desvia (risos)'”

    Legenda de uma foto da (antiga?) (pseudo!) ciclovia: “Pista para caminhada procurou preservar as árvores”.

    Conclusão: Nada contra o uso do canteiro central de avenidas como opção de lazer. Pelo contrário. Acho louvável, tendo em vista a falta de áreas verdes e de lazer na cidade.
    Mas que não chamem oficialmente aquilo de ciclovia, pois quando estivermos pedalando na avenida, a caminho do trabalho (ou médico, padaria, mãe, namorada, reunião, cinema, mercado…) nos bordos da pista, vamos ouvir (como já ouvi) antes de uma cortada ou fina educativa: “Vá para a ciclovia! e, cazzo, aquilo não é uma ciclovia e nem será. Pior que se aquilo for oficialmente uma ciclovia, estaremos legalmente errados ao não a utilizarmos.

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  7. Willian, na av. Sumaré também está rolando umas obras no canteiro central, onde há uma suposta ciclovia. Vc sabe de alguma coisa dessa avenida?
    Abs

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  8. William, passei esta semana aí nesta ciclovia e pelo que percebi a sinalização da ciclovia onde tem semaforo está ok, tem aquele farol com desenho de uma bicicleta que fica vermelho e verde, agora nos retornos sem semaforo tem uma placa de pare para o ciclista, por incrível que pareça e contrariando o CTB a CET nao da a preferencia para o ciclista que circula pela ciclovia.

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  9. Precisamos de ciclovias permanentes em São Paulo,seguras,sinalizadas 24 horas por dia e sete dias por semana,pra nos transportarmos,não só pra lazer mas também pra trabalhar,estudar se locomover em toda a capital.

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  10. Ciclovias nos permite andar de bicicleta com segurança e usar como meio de transporte. Bom pra saúde,cabeça,trânsito,estresse ,o estado economiza na saúde , acidentes de carros e menos poluição.

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  11. Fico feliz e revoltado ao mesmo tempo. De ficar feliz eu nem preciso comentar, agora de revoltado vocês podem imaginar

    1 – PELO AMOR DE DEUS, falem com os ciclistas antes de fazer uma ciclovia. Uma ciclovia é como uma rua, não é apenas para diversão aos domingos. Porque eles não fazem ruas em zigue e zague e as ciclovias retas. Afinal o ciclista gasta sua própria energia, enquanto o carro pode ficar “passeando” pelo asfalto.

    2 – Explica para a prefeitura que Newton demonstrou os conceitos de inércia faz um bom tempo. Se um ciclista escorregar numa dessas curvas direcionadas para a rua, não vai ter como parar a tempo. O mais seguro e lógico seria deixar um espaço entre a ciclovia e a rua, assim fica mais seguro caso ocorra algum imprevisto. Malditos arquitetos, querem deixar a via toda bonitinha e esquecem da funcionalidade da construção. Esses mesmos erros foram cometidos nas ciclovias de Santos

    3 – Planejamento público zero, transparência zero. AFF

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    1. João, pelo que soube, os moradores preferiam uma ciclovia. Mesmo quem apenas dirige e não pretende usar a bicicleta é favorável a ciclovias, principalmente se não diminuírem o espaço do automóvel.

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      1. Mas essa pseudo calçada se integra com a antiga Ciclovia da Pedroso, portanto não tem lógica nenhuma aquilo virar uma calçada, até porque já existe calçada nessas vias. Agora que é uma bizarrice fazer aqueles “S”, só para os carros poderem entrar na conversão a esquerda sem desacelerar é o cúmulo e até mesmo perigoso.

        O mais sensato seria desviar o cruzamento da Ciclovia (ou calçada) para o meio da área central e não para os extremos. Assim haveria espaço para o carro entrar no retorno, aguardar um ciclista atravessar a via, passar pelo ciclista e então entrar na pista contrária.

        Mas vai demorar para nossos engenheiros aprenderem a fazer algo realmente bom para os ciclistas.

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