Desabamento da passagem de pedestres na Ponte dos Remédios. Pelo título da matéria, parece até que o problema foi só o congestionamento. Imagem: Reprodução

Prioridades (invertidas) de São Paulo

Os investimentos, prioridades e preocupações da Prefeitura de São Paulo beneficiam direta ou indiretamente o espaço do automóvel, prejudicando e colocando em risco quem circula a pé ou em bicicleta. Um exemplo claro é o descaso com a passagem de pedestres da Ponte do Morumbi. Leia.

Desabamento da passagem de pedestres na Ponte dos Remédios. Pelo título da matéria, parece até que o único problema foi o congestionamento. Imagem: Reprodução

São Paulo é enorme e tem diversos de problemas complexos a serem resolvidos. Sua gestão não é fácil, isso é fato e todos já entendem. Mas o que é difícil de aceitar é a clara submissão que a cidade impõe aos seus cidadãos pedestres e ciclistas diante dos cidadãos motoristas.

Os investimentos, prioridades e preocupações direta ou indiretamente beneficiam o espaço do automóvel e, muitas vezes, retiram o que resta de espaço nas ruas para prestigiar os interesses de uma parte apenas da população.

Recentemente, por exemplo, a avenida São João (que passa embaixo do Elevado Costa e Silva) teve a calçada do lado direito reduzida para alargar a via dos carros (estacionados). Assim como ela, várias outras ruas e avenidas passam pelo mesmo processo de alargamento, o qual claramente não tem como prioridade o transporte público (com corredores ampliados e mais eficientes), muito menos o bem estar e segurança de pedestres e ciclistas.

O jornalista e bike repórter Felipe Aragonez registrou mais um caso de desrespeito escancarado para quem precisa atravessa a Ponte do Morumbi – uma das poucas pontes que contempla uma passagem para as pessoas.

Segundo ele, “há mais de dois anos a passarela está com três grandes buracos, atrapalhando a passagem de ciclistas e pedestres”. Felipe já registrou reclamação no site da Prefeitura, mas nada foi feito nem parece ter previsão. É uma vergonha, um desrespeito. Revoltante.

O que será que a Prefeitura está esperando para consertar os buracos e facilitar a vida dos pedestres? A passagem de pedestres desabar, como aconteceu na Ponte dos Remédios? Alguém se ferir? Nascer uma árvore? Ou o buraco ficar tão grande a ponto de atrapalhar o tráfego (e aí sim justificar alguma intervenção emergente)?

Até quando as pessoas que não utilizam um carro continuarão marginalizados, invisíveis e esquecidos pela administração pública? Pedestres e ciclistas EXISTEM e devem ser priorizados nas ações. Omissão mata.

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4 comentários em “Prioridades (invertidas) de São Paulo

  1. É a mesma coisa aqui em Campinas, no túnel Joá Penteado (que, aliás, demorou 20 anos pra ser concluído!)as calçadas são muito apertadas,você se espreme entre a grade de proteção e a parede dotúnel.Ambas estão imundas de fuligem e a prefeitura nem lava…Fico com as roupas sujas, parecendo um mendigo mesmo.O pior é que o tunel é o caminho de milhares de estudantes que vem de onibus para o SENAI Roberto Mangue.Realmente os governantes pensam que pessoas sem carro são indigentes…

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  2. A ponte da jaguara (odeio chama la de de dos remédios ehehe) já teve vários problemas, lembram quando durante da gestão celso pitta parte da ponte caiu?

    Não era para esse calçamento cair em tão pouco tempo de reforma.

    Aliás essa é uma ponte maravilhosa para ciclistas ela é larga o que dá uma sensação de segurança para quem quiser atravessar pedalando, e se não se sentir seguro dá para atravessar pela passagem que é larga e com um fluxo de pedestres pouco intenso.

    Sinto saudade de pedalar por ela para ir até o parque Villas Boas Leopoldina (que desde a gestão Serra que prometem entregar ele completamente )

    Aliás essa ponte me dá calafrios, pensar que ela é pequena e velha e que deveria ter outra ponte para direcionar melhor o fluxo de caminhões que vão sentido castello branco e que vem da anhaguera sentido ceagesp. Uma ponte que terminaria na avenida gastão vidigal com corredor de onibus vindo direto da Anhaguera e indo para a faria lima.

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  3. essa ponte é uma vergonha, ontem vi um ciclista subindo essa ponte no horario de pico, deu pena do cara se arriscando no meio de tanto carro pois a passagem segura é tão estreita que não conseguiria passar pois muitas pessoas desciam no lado contrário. nem que ele quisesse poderia desmontar da bike e empurra-la então ele preferiu seguir pela pista mesmo levando buzinada e farol alto dos motoristas.

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  4. A prefeitura vai arrumar tudo isso com certeza MAS só depois que alguém se machucar feio ou morrer e é claro a globo televisionar. 🙁
    Passo nessa ponte quase todos os dias e infelizmente essa situação é real.

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