Ser ciclista

Texto enviado por leitor expressa parte do que sente quem adota a bicicleta como meio de transporte. Leia e inspire-se.

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Texto enviado pelo leitor Lucas Neiman.

Meu motor não é 1.0 nem 1.4. É meu próprio corpo, meu esforço.

Minha buzina é uma campainha, e só serve pra dizer ‘bom dia’.

Meu ar condicionado é o vento que bate no rosto.

Minhas janelas nunca estão fechadas. São meus olhos, meus sentidos.

Meu MP3 player é o canto dos pássaros e os sons da cidade ao longe.

Meu escapamento é meu suor que, em vez de poluir, purifica.

Meu stress no trânsito? Não existe.

Não me sinto preso, enclausurado. O mundo se abre ao meu redor. E não me passa despercebido.

Eu não passo pela cidade, eu pertenço à cidade.

Eu nunca estou atrasado. O caminho é a melhor parte, não o destino.

Minha saúde está garantida. E ainda não contribuo para prejudicar a dos outros.

Meu carro? É minha bicicleta!

Mude seu dia. Mude sua vida. Mude sua cidade. Mude seu mundo.

Vá de bike!

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17 comentários em “Ser ciclista

  1. Primeiro foi abolir o carro. Trabalhando e morando no mesmo lugar, num local próximo de tudo que precisava, e numa casa sem garagem. Depois foi comprar uma bicicleta para passear. Que não usava nunca. Aí, devagarinho, foi buscar uma coisa ali, levar outra lá, e lá se vão quase 10 anos de alegria.

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  2. Excelente texto! Parabéns Lucas!
    Você conseguiu registrar de forma poética vários aspectos envolvidos no ato de pedalar:
    bom humor, saúde, beleza, sustentabilidade, conhecimento, prazer, pertencimento.
    Ótima percepção em um texto muito bonito.

    Gostei também da ideia do Luciano. 😉

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  3. Legal mesmo o texto, mas bem romantizado pra realidade… Em São Paulo o ciclista é quase um marginal no trânsito, os motoristas em sua maioria não respeitam e ameaçam a todo tempo. Nessas condições é difícil relaxar, é tenso…

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    1. Daniel, o texto é romantizado e otimista sim, admito. Mas seu comentário também é pessimista, né? Não existe só lado bom, como não existe só lado ruim. E felizmente não é a maioria dos motoristas que não respeitam, pelo menos na região onde mais circulo (centro expandido). São minoria, mas o susto que causam e a agressão que praticam nos chocam tanto que ficamos com a tendência a nos precaver contra todos, fazendo com que qualquer motorista que passe por nós seja visto como ameaça em potencial. Relaxe um pouco mais, meu amigo – ainda que sem baixar a guarda. 😉

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      1. Desculpe Willian, relendo o texto depois de um tempo soou pessimista mesmo, efeitos de duas fechadas bruscas ridículas que tomei na época. Uma delas foi uma ultrapassagem pela direita de um motorista com toda família no carro.
        É uma maravilha andar de bike, seria uma solução em São Paulo e eu admiro muito o pessoal que utiliza como meio de transporte único. No meu uso e na minha opinião não temos a cultura nem a estrutura de segurança, por isso não evito me arriscar na rua, esse stress torna esse transporte inviável pra mim.
        Mas é claro, hoje em dia é melhor do que no passado, pois temos mais pessoas pedalando nas ruas, e isso já é um avanço muito bom pra cidade e pra sociedade.

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  4. Expressou bem o que é ser ciclista, claro, passamos alguns perrengues e tal, mas não é o bastante para causar um desestímulo.
    Algo que não me apetece é ter um carro, pra onde eu quero ir, a bike é o suficiente, tanto em deslocamentos urbanos como em cicloviagens. Carro só é bom para situações emergênciais, onde a bike é insuficiente, mas dá para viver sem.

    Não só pedalo porque a bike é ecologicamente correta, claro, me importo com a causa da sustentabilidade mas antes de tudo, pedalo porque gosto e tenho prazer pela autonomia de ir e vir com meu próprio esforço.

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  5. A coisa não é só esse mar de rosas que estão pintando. Em SP eu sinto medo, pavor de pedalar! Por mais de uma vez quase fui esmagado por motoristas de ônibus. Porque eu estava pedalando na avenida um motoqueiro me derrubou da bicicleta propositalmente. Ele quis me punir e por pouco um ônibus que vinha logo atras não termina o serviço. Ciclista querem parecer bem legais, mas diferente de outros motoristas, nem se cumprimentam quando se cruzam. São mais individualistas.
    Mas nem tudo isso me impede de sair por ai montado na minha magrela!

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  7. Não querendo ser o do contra… Gostei bastante do texto, mas a parte do stress não é totalmente verdade… Pelo menos para mim. Eu uso a bike como meio de transporte em São Paulo e dá sim um stress; não pelo tráfego parado, mas pelos vários motoristas que acham que o ciclista é um estorvo e agem como se a bicicleta fosse um extraterrestre a ser eliminado! Meu trajeto não inclui ciclovias ou ciclofaixas, portanto, sinto tudo o que foi descrito, mas um pouquinho de stress também!! No mínimo, por instinto de sobrevivência!!

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  8. Parabéns ao LUCAS acho que expressou o que a maioria dos ciclistas sentem, andar de bicicleta é algo incrivel, até mesmo para quem também é motorista como eu, pois ao andar de bike, vc aprende a ter mais respeito pelas pessoas, mais educação, menos pressa, zero de estress e muito mais saude, ai quando vc pega o carro para dirigir transfere tudo isto ao volante.
    Pode ver todo ciclista que dirige, é bem difrente daquele motorista ranzinza, estressado e mal educado que só faz besteira e gorsserias no transito.
    Bicicleta além de saúde passa educação e respeito!

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    1. Valdemir, também me tornei um motorista muito mais consciente depois que comecei a circular de bicicleta pelas ruas. Era o que precisava para eu entender de verdade que pequenas atitudes impensadas ao volante podem causar estragos irreparáveis na vida de outras pessoas.

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