Futura ciclovia da Marginal Pinheiros
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Na manhã de sexta-feira, dia 25, o +Vá de Bike!+ percorreu o caminho da futura ciclovia da Marginal Pinheiros, junto com funcionários da CPTM, Soninha Francine, CicloBR, Transporte Ativo e outros cicloativistas. Fomos convidados para conhecer o percurso e fazer sugestões.
Segundo informações prestadas pela CPTM no local, as obras começariam nessa segunda-feira, dia 28, com previsão de entrega de até 120 dias.
Percurso
Na fase inicial, a ciclovia irá da estação Vila Olímpia da CPTM até perto da represa Billings, num trajeto de cerca de 14km. A idéia é ampliá-la até o Parque Vila Lobos, num total de 22km, mas para isso precisa ser estudada a criação de um acesso ao parque.
Pelo que o CicloBR apurou no local, também precisa ser feita uma recuperação do asfalto nesse segundo trecho.
Veja o mapa que o +Vá de Bike!+ preparou, com o percurso total da ciclovia, clicando na imagem ao lado.
A pista
Já existe uma pista no local, utilizada hoje pela EMAE. Essa via é praticamente uma ciclovia pronta, como já mostrou o CicloBR no ano passado, faltando apenas os acessos a ela. Hoje ela é utilizada por veículos de manutenção da EMAE e por alguns funcionários da empresa que a usam como atalho para fugir do trânsito da Marginal.
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Segundo a CPTM, estes não poderão mais utilizar a pista, enquanto os veículos de manutenção, que precisam realmente utilizá-la, continuarão fazendo isso bem sinalizados e em velocidade compatível com a presença de ciclistas. Isso não deve ser um problema, já que a pista tem quase quatro metros de largura e pode muito bem ser compartilhada com os poucos veículos que realmente precisam passar por ali.
Não vejo necessidade de pintar a pista de vermelho, já que ela não está inserida em meio ao tráfego comum das ruas e não precisa ser destacada em relação a outras faixas. Seria interessante apenas pintar o símbolo da bicicleta no chão e, futuramente, sinalizar as saídas.
Em todo esse primeiro trecho, da Estação Vila Olímpia até perto da Billings, o asfalto está ótimo. No caminho inteiro vi apenas UM buraco e, mesmo assim, não era lá grande coisa.
Gradil
A pista segue praticamente todo o caminho acompanhando os trilhos do trem, a uns bons metros de distância. Mas, por segurança, será colocada uma grade em toda essa extensão, para evitar que alguém resolva arriscar a vida se aproximando dos trilhos.
Acessos
A maior dificuldade são os acessos: de início haverá apenas dois, um em cada ponta. Outros estão sendo estudados, pois envolvem alterações nas pontes. Não é possível utilizar os mesmos acessos das estações porque eles não levam além dos trilhos e porque eles ficam além das catracas – e a idéia é que o acesso à ciclovia seja gratuito, claro.
Adaptar as pontes pelo caminho para permitir o acesso dos ciclistas é realmente a melhor solução, até porque serve como forma de integrá-los ao tráfego, com sinalização e travessias adequadas, ao sair da ciclovia e voltar para as vias de uso comum. E o acesso fica muito mais simples e prático se feito diretamente pela ponte em vez de obrigar o ciclista a entrar pelas estações, até porque elas ficam apenas de um lado do rio e nem sempre junto a pontes.
Vila Olímpia
O acesso será feito por uma passarela, que hoje é de uso restrito, ao lado da estação. Essa passarela é composta de vários lances de escada, mas será adaptada para ter rampas. A adaptação está em estudo.
Autódromo
Na outra ponta, que fica perto da estação Autódromo (porém do lado “de cá” do rio), a proposta é fazer uma praça de serviços ao ciclista, com banheiros, posto de consertos e outros serviços que estão sendo estudados. Aliás, seria bom colocar alguns banheiros ao longo do trajeto…
Nesse local é possivel fazer um acesso relativamente simples à R. Miguel Yunes, sem precisar de passarela ou adaptações.
Cenário
O que mais me impressionou foi o cenário que encontrei ali. Eu esperava ver uma paisagem desolada, apenas com lixo e mau cheiro, mas me surpreendi: apesar de poluído e sujo, o rio é muito bonito. Em volta, muitas árvores, flores, pássaros e capivaras. Dali de baixo temos uma visão diferente da cidade.
Saindo da estação Vila Olímpia em direção à Autódromo, entre a ciclovia e os trilhos do trem há um canteiro largo com árvores e plantas de vários tipos. Algumas pequenas árvores exibiam pequenos frutos alaranjados em cachos, misturados a algumas flores roxas eventuais. Outras tinham todas as folhas em tons de vermelho. Outras ainda estavam totalmente floridas.
É possível ver e ouvir muitos pássaros pelo caminho. Embora o congestionamento da Marginal entoe ao fundo o costumeiro “mi-mi-mi!” dos motociclistas, o som dos pássaros se fez ouvir em várias ocasiões. Chegamos a ver um pica-pau com a cabeça alaranjada, garças, alguns pássaros com um rabo bem longo e fino (não faço idéia de qual a espécie, nunca tinha visto) e outros mais comuns à fauna urbana, como pardais e um pássaro marrom de peito alaranjado que eu também não sei qual é (desculpem, não entendo muito de aves, só as admiro).
O rio, largo e de águas tranquilas, com suas margens verdes e as garças voando por cima, dá uma visão bonita, mas estragada eventualmente por alguns montes de plástico acumulados na margem oposta. Conforme avançamos em direção à represa, era possível ver cada vez mais lixo boiando no rio e o paisagismo foi deixado de lado. Espero que, agora que a margem começará a ser frequentada, estendam o trabalho de paisagismo até o trecho “menos nobre”.
Lixo
Nas partes onde há um maior acúmulo de lixo no rio e as balsas trabalham fazendo a limpeza, é possível ver muito plástico boiando. Há algumas pilhas de lixo e entulho na margem oposta, que foram retirados do rio. A maior parte do lixo é composta de plástico: garrafas PET, sacos plásticos, embalagem de amaciante, de margarina, de biscoito. Até aquele papelzinho amassado que muita gente joga pela janela do carro ou “deixa cair” disfarçadamente ao andar na rua periga estar ali, boiando ao lado de inúmeras bitucas de cigarro.
Percebe-se, pelas estações de flotação e balsas, que há um esforço em tentar limpar o rio, mas não adianta limpar se o lixo continua chegando. Além de lixo “visível”, há esgoto misturado à água. E o esgoto que vai parar no rio é todo de construções irregulares e favelas sem saneamento básico, que descarregam direto nos rios, certo? Errado. Há muitos edifícios de classe média e classe alta, não muito antigos (alguns até novos) que descarregam o esgoto na galeria de águas pluviais, aquela por onde escorre a enxurrada em dias de chuva depois que entra numa boca de lobo. Aquela galeria desemboca em um rio, levando com ela tudo que for jogado ali, seja o lixo que estava na rua ou o esgoto daquele prédio bonitão que você nem desconfia.
E o cheiro?
No início do percurso, dava para sentir o cheiro do rio, mas de forma suportável. Duas estações depois, o cheiro havia sumido, voltando só na altura das estações de flotação, lá na frente. Dizem que com o aumento da temperatura da água em dias de calor, as bactérias realizam mais seu trabalho de decomposição do esgoto que está misturado no rio e o cheiro fica mais forte.
Potencial turístico
Se for possível limpar o rio a ponto de eliminar o lixo “visível” e o esgoto invisível (mas perceptível), as margens do rio seriam ótimas para lazer e, por que não, passeios turísticos. Seria possível inclusive estimular passeios turísticos de bicicleta, alugando as magrelas para os visitantes de outras cidades e países conhecerem a cidade por outro ângulo.
Em alguns pontos, poderia haver restaurantes ou cafés, atraindo frequentadores para as margens durante os finais de semana e talvez até durante a semana. As margens já estão muito bonitas e podem ficar ainda mais se o rio for despoluído.
Avaliação
A ciclovia pode ajudar centenas (talvez milhares) de ciclistas que trafegam pela Marginal Pinheiros todos os dias. A área de várzea da Marginal, sem subidas, aliada à falta de alternativas viáveis ao ciclista em quase todo o percurso, já torna a Marginal Pinheiros a escolha de muitos ciclistas, ao menos em parte do trajeto. Na ciclovia, eles estarão protegidos do tráfego agressivo das pistas que a rodeiam.
Mas ainda é necessário criar vários acessos, para atender também a quem precisa entrar ou sair da ciclovia antes dos pontos incial e final. Isso está nos planos, mas não pode demorar.
Se for criado um acesso da Ciclofaixa de Lazer (que liga os parque do Ibirapuera, do Povo e das Bicicletas aos domingos) até a entrada dessa ciclovia, ela se tornará uma ótima opção para quem quiser fazer um passeio diferente de bicicleta no final de semana.
A experiência de pedalar ali e se sentir perto do rio que a cidade esqueceu vale a pena.
Vídeo
Assista a matéria em vídeo produzida pelo +Vá de Bike!+, com imagens gravadas na futura ciclovia:
Sugestões
Veja aqui as sugestões do +Vá de Bike!+ para que a ciclovia da Marginal Pinheiros seja realmente útil e importante para a mobilidade por bicicleta na cidade de São Paulo.
Leia mais no Último Segundo.
Fotos: Willian Cruz / +Vá de Bike!+
Pedalante,
Subprefeito tem de fiscalizar os seus próprios fiscais… Não é que nem o Janio Quadros, que sai por aí multando quem para em cima da faixa de pedestre. Eu ADORARIA poder sair autuando, mas não tenho esse poder.
O que não quer dizer que não fiscalize com meus olhos e não acione meus agentes vistores. Vivo ligando para os Supervisores – “tem uma obra estranha aqui”; “essa árvore já foi vistoriada? Tem de remover ou só podar?”; “Boca-de-lobo suja!”; “comércio com jeito de irregular – verifiquem por favor”; “remendo mal feito em obra da Sabesp”; etc. etc. etc.
Mas existem outros funcionários públicos designados para isso. Alguns, veja você, ganham mais do que eu (essa história dos 18 mil por mês é furada, continuo com o mesmo salário de antes). E uma das coisas que enchem o saco na Subprefeitura é ter de ficar pressionando (algumas pessos, não todos) para que trabalhem, trabalhem direito, trabalhem sem precisar cobrar o tempo todo… Mas é meu dever, até como justiça para quem trabalha muito e ganha a mesma coisa, sem falar nos direitos dos cidadãos. Aliás, é o dever chato de todo chefe, infelizmente.
Sobre a ausência de bicicletários no Senac – vou ver o que cabe fazer. Sabe por que? A Lei, que eu adoro (votei entusiasmadamente a favor), diz :”Art. 8º Os terminais e estações de transferência do SITP, os edifícios públicos, as indústrias, escolas, centros de compras, condomínios, parques e outros locais de grande afluxo de pessoas deverão possuir locais para estacionamento de bicicletas, bicicletários e paraciclos como parte da infra-estrutura de apoio a esse modal de transporte”. Mas não estabelece nenhuma sanção para quem não cumprir – seria uma multa? De que valor? Portanto, o melhor a fazer é negociar com o Senac. A Sub Lapa, aliás, já instalou dezenas de paraciclos por aí, mas é óbvio que são insuficientes.
Sobre o “abandono” do bairro da Lapa: olha, nosso trabalho pode ser uma merda, mas abandonada a Lapa não está. E alguns lugares que estavam, sim, abandonados há anos (Jaguara, Jaguaré, Ciingapura da Água Branca) e outros estão recebendo um trato agora, o que nos sobrecarrega muito. Enfim, não é por falta de esforço que não conseguimos deixar tudo lindo.
Abs,
Soninha
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O que é produtivo Willian? Já não sei mais, mas garanto que sei muito bem o que é improdutivo. Atualmente moro na região por onde vai passar a ciclovia e não defendo ciclovias apenas e não defendo respeito apenas. Defendo que a bicicleta seja considerada um modal na cidade pelos nossos gestores e técnicos que influem diretamente no nosso futuro.
Essa Ciclovia com acesso em todas as pontes e diversas passarelas será um alento aos ciclistas da região, além de fomentar o uso da Bicicleta na Zona Sul e Oeste, área que a ciclovia irá passar e que responde a Sub Prefeita que participou da vistoria. Mesma sub prefeita que devia ganhar míseros 6 mil reais por mês e que deve se beneficiar de um justo aumento na minha opinião. Defendo a tese de que bons salários trazem bons quadros para o poder público e inibem a corrupção. Trabalhar de graça já chega eu.
Bem pra não deturpar ainda mais os comentários com assuntos nada a ver com a matéria, quero atentar num outro detalhe. São vários os especialistas que apontam que as ciclovias tem que ser práticas e atraentes para atraírem os ciclistas. Além do mais são indicadas para locais onde as velocidades são superiores a 60 km/h, portanto as marginais Tietê e Pinheiros devem sim ter ciclovias, não só totalmente segregadas nas margens do rio, como junto com suas calçadas, inclusive para que o ciclista acesse com segurança. É assim até na Holanda, porque não tem que ser assim aqui também?
É isso, eu agradeço Soninha pelo seu empenho para que essa ciclovia saia do papel e apesar de questionar algumas posições pessoais a respeito de outras obras, me coloco a disposição para continuar colaborando no que for necessário, para que as bicicletas ganhem espaços na cidade de São Paulo.
André Pasqualini
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Mestre willian, ( Andre e sub prefeita , que pro ventura venham nos ler)
1- Sobre a atuação da sub-prefeita:
Uma coisa é a questão política e política partidária, e entendo que a cidadã em questão deve sim, ter uma atuação em nossa cidade, estado e país. Isso é democracia, e ela é construída com participação.
2- Eticamente falando, quando se é nomeado/a para um cargo público, tem q estar a disposição, seja qual for o salário ( que por sinal os sub-prefeitos obtiveram um reajuste, elevando o valor para + de R$18 mil bruto); no cargo, tem-se funções administrativas/políticas. O que entendo, é que o bairro se encontra abandonado…e se tem tempo para vistoriar outras regiões da cidade, pq não cuidar da fiscalização no bairro que habita/administra?
3- Volto a insistir: ‘elles prometem, fazem jogo duplo, afagos..” ou como bem disse a Renata Falzoni – esmolas, migalhas -; depois reclamamos, xingamos, escrevemos…e ‘elles se indignam conosco e jogam pra torcida’; Sempre é bom lembrar, o que clamamos é por respeito ( manifesto dos invisivéis);
4- Aqui uma reflexão, que tenho a concordar ipsis literis: http://migre.me/7RDn
p.s. A vsitoria no dia e horaŕio na possível ciclovia da marginal, fora realizada na região de Pinheiros- conforme relatos.
Sobre a fiscalização de servidores públicos: O ministério público cuida disso (sic!);
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Pedalante, duas coisas…
Primeiro a Ciclovia irá passar pela região da Lapa, já que o trecho entre a Cidade Universitária e o Jaguaré faz parte da jurisdição da Sub Prefeita que acompanhou a vistoria.
Vejo que você, há tempos está monitorando os passos da Sub Prefeita da Lapa, já que parece gostar disso, deixo algumas sugestões.
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/subprefeituras/spcl/organizacao/0003
Monitore também esse Subprefeito do Campo Limpo, o qual está com um projeto de uma Ciclovia ligando o Capão Redondo com a Ponte do Morumbi desde 2007 e até agora nada. Inclusive essa ciclovia resolveria a questão do acostamento da Marginal Pinheiros que foi surrupiado pela CET meses atrás.
http://www.ciclobr.com.br/temp/mapa.pdf
Tem outro Subprefeito do Butantã que está com o projeto cicloviário do Butantã nas mãos e parece que a coisa empacou na obra da Eliseu de Almeida que não quer acabar nunca.
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/subprefeituras/spbt/organizacao/0005
Outro subprefeito que seu monitoramento pode ser muito produtivo é o da Capela do Socorro.
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/subprefeituras/spcs/organizacao/0004
Esse daí construiu uma Ciclovia “ridícula” junto as margens do Guarapiranga que deve ter uns 10 fragmentos, fazendo o ciclista ser obrigado a pedalar na calçada (contra a lei) em diversas situações, como pode ser visto nessa galeria.
http://ciclobr.multiply.com/photos/album/113/113#photo=6
Fica a sugestão, como te acompanho a muitos anos e já percebi o seu empenho em monitorar certas pessoas em cargos públicos, creio que seus préstimos podem ser úteis nesses casos mencionados. Inclusive vou dar essa sugestão do Milton Jung da CBN, que tem a campanha “Adote um Vereador”, para que ele amplie os horizontes criando a campanha “Adote um Subprefeito”? Que acha?
Abraços
André Pasqualini
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Mestre Willian,
Acredito que aqui em SP, as coisas funcionam assim: ‘eles fazem de conta, que nos apoiam, dão tapinhas, vão em eventos, aparecem nos horários do fato’. Nos agimos, reclamamos. e o ciclo novamente se repete.
Cargo nomeado é cargo nomeado para cumprir funções administravas e ponto.
Uma das obrigações legais de um sub-prefeito/a é fiscalizar e implementar as leis em sua jurisdição.
Só para citar um caso: Em março de 2009 ( por ocasião do WNBR), uma usuário do modal bicicleta se dirigiu ao Senac Lapa ( fica a 3 quadras da sub-prefeitura da Lapa), foi impedida de guardar sua bicicleta, de amarrar no poste, por um func da unidade – conformes relatos. Agora no final de setembro a história vem a público. E o que foi feito desde então? nada. Mas, pedalar em uma vistoria na futura ciclovia na marg. pinheiros, às 08h sem problema. Não é mesmo. Só para lembrar, SP tem leis sobre estacionamento de bicicletas ( 14266 de 2007 art 8º, vc já até escreveu sobre isso). Docve ironia, não é mesmo? O bairro que adminsitra fica sem fiscalização e nos continuamos sem nossos direitos ( como bem lembra a Renata Falzoni ).
p.s. sou morador do bairro da Lapa há 43 anos, sei o que aqui acontece ou não. Se precisar de outros relatos de abandono por parte do poder público municpal, posso elencar mais…
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Pedalante, respeito sua posição mas discordo que ela só deva participar de soluções para problemas interregionais só quando a Lapa se tornar o país das maravilhas… 🙂
Quanto ao horário, eu também me atrasei aqui no trabalho e fiquei até mais tarde para compensar. Aliás, tenho horas adicionais de monte que eu já havia feito em outras ocasiões. Creio que a situação dela seja parecida.
Sobre elencar relatos de abandono, seria mais produtivo relatar diretamente no blog dela ou no twitter em vez de discutirmos um a um aqui. Mas vá em frente, afinal a participação popular é importante para a construção de uma cidade melhor!
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Pedalante,
O horário determinado para o trabalho d@ Subprefeit@ é “40 horas semanais” – o que é ridículo, porque eu trabalho muito, mas muito mais do que isso. Dificilmente saio da Sub antes das nove da noite; muitas vezes não almoço; fim-de-semana sem trabalhar? Há séculos não sei o que é isso. É muito trabalho, muito mesmo. Só quem está ao lado consegue imaginar. A gente não bate cartão na entrada, muito menos na saída…
De todo modo, não considero que minha inspeção ali, por estar fora da estrita jurisdição da Lapa, tenha sido uma escapada do trabalho. Ela faz parte do trabalho. Essa coisa de “isso está fora da minha jurisdição” seria uma maneira de eu trabalhar muito menos, aliás. Educação está fora da minha jurisdição, saúde também, assistência social idem, moradia… Mas são problemas que afetam a cidade de modo geral e o território em que eu trabalho também; eu não deixo de participar de debates, encontros, seminários e ações concretas que digam respeito aos problemas (e soluções) para a cidade, só porque alguns deles estão além das fronteiras administrativas da Sub Lapa.
Lutei aguerridamente para que saísse a ciclovia na pista de serviços da EMAE/CPTM. Em reuniões de negociação com CPTM e EMAE por outros assuntos, trouxe o tema à pauta e intercedi junto ao Serra para que ele mediasse/resolvesse os conflitos entre as duas empresas. Deu certo. CPTM pediu para que eu organizasse uma pedalada de vistoria e eu fui. Aquela linha da CPTM passa pela Lapa; a pista de serviços também. Isso já seria suficiente para justificar minha presença ali, mas eu estaria presente mesmo que não passasse…
Enfim, é isso. 1) Meu “horário de expediente” ultrapassa em muito as obrigações estipuladas no holerite; 2) Meu “expediente”, eu acredito, vai muito além das tarefas estritamente confinadas às “fronteiras” da Sub Lapa, porque é impossível separar completamente a Lapa do resto do mundo e dizer “isso não tem nada a ver com a gente”.
Abs.
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Fico feliz pela notícia, e parabenizo todos envolvidos no projeto.
A questão de acessos é um “ponto” muito importante no projeto. Se complicar e não tiver “fluidez” nos acessos, muitos simplesmente não vão “acessar” e continuar a pedalar pelos seus caminhos “tradicionais”.
Se precisar desmontar da bike, já é um incoveniente de fazer desistir e continuar pela marginal.
Se utilizassem as mesmas entradas do trem (ainda bem que não) eu jamais iria utiliza-la. Só o tempo de “vencer” os “obstáculos” para “entrar e sair” seria o mesmo tempo de eu chegar em casa. A mobilidade e fluidez são de extrema importãncia nos acessos.
Imagino que se não forem observados e bem projetados a ciclovia se tornará um simples ponto de recreação como um parque(o que já é bom) e não servirá pra parcela que usa como transporte.
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Fico muito feliz com a notícia. Espero que também seja levada em consideração a instalação de bicicletários e duchas, para que a bicicleta seja um meio de transporte atraente para o trabalhador de baixa renda.
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Olá Mestre Willian,
2 coisas:
a) Sobre a futura ciclovia na marg. sem discordar de seu texto, só gostaria de acrescentar algo da memória que foi assinado por nossa amiga MÁRCIA PRADO,(que transvivenciou tragicamente em jan de 2009) e por outr@s –
“Preferimos crer que podemos fazer nossa cidade mais humana, do que acreditar que a solução dos nossos problemas é alimentar a segregação com ciclovias.”…
b) Uma pergunta: ETICAMENTE falando, vc saberia dizer qual o horário de expediente da sub-prefeita, que os acompanhou na manhã, na sub prefeitura da Lapa?
O local da vistoria, na marginal pinheiros pertence a área administrativa da sub-prefeitura da Lapa?
Abraços
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Danilo, não tem projeto de iluminação, o que considero um erro, mas o lance é abrir e encher aquilo de ciclistas, aquela ciclovia tem que ficar aberta 24 horas e ter, no mínimo, uns 10 acessos e um em cada ponte. As pistas dos carros são nossas barreiras e o absurdo é eles limitarem nosso acesso.
Se não construissem grades separando a ciclovia da linha do trem, teria muito ciclista aproveitando a Marginal travada para pular a cerca e acessar a ciclovia no meio dela (eu faria isso facilmente)
Mas é inaugurarem e depois ficar em cima. O projeto dos acessos está com o Rui Otake e em breve teremos uma reunião com eles para debater a questão dos acessos.
[]s
André Pasqualini
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Eu quis dizer: Haverá iluminação?
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Essencial para o sucesso da ciclovia em questao de transporte é a criação de diversos acessos, inclusive para o outro lado do rio onde a oferta de transporte já é aquém do ideal. Outro ponto que vejo como importante é a questao da segurança. Ela será iluminada. Como será a questão do tráfego noturno, para que as pessoas possam utilizá-la para voltar do trabalho. Haverá policiamento de bike tb?? Ou algum posto. Acho isso importante pois tem vezes que são 18h e já é noite.. Agora, seria lindo se houvesse ciclovia dos dois lados, conectadas como uma possivel ciclovia na Marginal Tietê, conectadas com os parques, USP, e algumas saídas em bairros onde existissem percursos ciclaveis.
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O projeto todo é muito bom e o começo da revitalização de parte da cidade.
Somaria a ele uma passarela de ciclistas e pedestres que unisse a USP ao Villa Lobos e acesso a ciclovia.
Seria positivo também uma opção de acesso dos ciclistas as estações de trem.
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Aguinaldo e Danilo, os acessos ainda estão sendo discutidos e simplesmente não podem ficar apenas nesses dois. Senão, como comentou o luddista no Twitter e o TomCox aqui nos comentários, ela será apenas mais uma via de lazer – o que não é de todo ruim, a cidade precisa de bem mais que isso.
Pedalante, ciclovias realmente segregam e não são a solução milagrosa para a questão da bicicleta na cidade, como bem lembrou sua citação do Manifesto dos Invisíveis, que também assinei junto com você, Márcia e tantos outros. Mas em alguns casos elas são importantes por proteger o ciclista do tráfego pesado de outros veículos. Claro que não podemos é aceitar uma política de meia dúzia de ciclovias como solução definitiva para a bicicleta em São Paulo (ou em qualquer cidade), mas lutar pela sua aceitação e reconhecimento de seu direito de circular em meio ao fluxo viário, principalmente junto aos motoristas dos automóveis. Vou postar em breve aqui uma conversa que tive por e-mail com o Antonio Miranda sobre esse assunto. Quanto ao expediente da subprefeita, acho que o comentário dela esclarece um pouco a questão. Vale lembrar que a Soninha apóia o uso da bicicleta na cidade pelo menos desde 2007, quando era vereadora.
Mauricio, há um bicicletário na estação Vila Olímpia, que não tem ducha mas tem um banheiro onde é possível se trocar e fazer uma higiene básica. A estação Jurubatuba também têm bicicletário e há alguns outros em Shopping Centers pelo caminho (veja mapa aqui). Mas vestiário com chuveiro seria realmente uma boa nesses bicicletários!
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me emocionei com seu relato, a esperança de ter uma cidade limpa e bonita, com cidadãos que amem suas áreas verdes, árvores e rios, e se revoltem com a transformação de potenciais áreas de lazer em passarelas de concreto para os carros, reconhecendo o grande erro que as gerações passadas cometeram. 23 de maio, radial, sumaré, água espraiada, marginais… o erro continua a ser cometido, e 90% da população é a favor da ampliação da marginal. depois querem ir morar na europa.
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Que ótima notícia! Essa ciclovia, muito mais que a ciclofaixa domingueira, tem potencial para provocar transformações urbanas muito positivas, abrangentes e duradouras. Será um grande presente para São Paulo, com uma fração do dinheiro gasto em obras como a Nova Marginal. Gostaria de saber o nome dos políticos diretamente envolvidos nessa iniciativa para votar neles nas próximas eleições.
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