Leitor afirma que bicicletas não podem usar as ruas, para não atrapalhar os carros

Um debate complexo no Vá de Bike: o leitor Ricardo Dirani tem toda a certeza de que ciclistas não devem usar as vias e que elas são de uso exclusivo dos automóveis. Veja seus argumentos e a opinião do Vá de Bike.

Um debate complexo anda acontecendo nos comentários de um dos textos do Vá de Bike. Um leitor, Ricardo Dirani, tem toda a certeza de que ciclistas não devem usar as vias e que elas seriam de uso exclusivo dos carros.

Sua argumentação se baseia no artigo 58 do Código de Trânsito, que afirma que os ciclistas devem usar os “bordos da pista”. Para Dirani, isso corresponde ao meio-fio e as bicicletas devem circular sobre a sarjeta. “É por onde eu vejo todo mundo que é louco de colocar uma bicicleta no meio do trânsito em Sampa”, afirma o leitor, apesar de sua página no Facebook contar que ele reside em Campinas.

Baseado em sua interpretação subjetiva da lei, Ricardo Dirani dispara frases que demonstram intolerância e falta de respeito pela vida humana, como quando diz que as Bicicletadas são “crimes”, comparando uma interrupção temporária no trânsito de automóveis (por causa de bicicletas, não por causa de outros carros) a assassinatos e estupros.

De uma lei extensa e intrincada como é o Código de Trânsito, Ricardo – não o Neis, dessa vez o Dirani – utiliza apenas um pequeno trecho de um único artigo para embasar sua argumentação egoísta e preconceituosa, deixando de perceber que o todo do Código de Trânsito prima principalmente pelo respeito à vida humana, acima até do direito de circulação.

Embora o discurso do leitor me incomodasse muito, pelo preconceito e agressividade sutilmente embutidos e por estimular atitudes agressivas contra ciclistas, evitei ao máximo escrever uma resposta até agora. Tento não entrar em conflito com quem comenta no Vá de Bike, permitindo seu direito de se expressar por mais equivocado que o leitor esteja, mas não posso correr o risco de permitir que algum desavisado acredite nos absurdos escritos ali.

Portanto, respondo com minha opinião através deste post. O direito de expressão do leitor continua valendo, afinal os comentários são abertos a qualquer um.

Frases

Algumas das frases que me estimularam a escrever este post:

“Sim. É crime [circular a uma velocidade baixa]. Cheque o artigo 48 [na verdade, se referiu ao 58, que diz para utilizar os bordos da pista]. Vocês têm que circular por via própria, e na ausência desta, junto ao meio fio, para não impor sua velocidade ao resto do trânsito.”

“Ah, mas disso eu tenho certeza [que as Bicicletadas continuarão ocorrendo]. Como continuarão acontecendo assassinatos e estupros. Sempre haverão [SIC] pessoas que se consideram acima da lei.”

“Na ausência da ciclovia, você tem que trafegar colado ao meio fio. Você não fica com uma pista só para você. Entende isso?”

“Estaremos pensando em um regime em que ruas são feitas para carros, e calçadas para pedestres, e que ciclistas têm que se encaixar em algum lugar no meio, ao invés de achar que têm um direito que não têm de ocupar qualquer coisa da pista que vá alem de seus ‘bordos’ *quando* não há acostamento ou ciclovia.”

A opinião do Vá de Bike

Ruas para pessoas

Ruas não são feitas para carros. Ruas são feitas para pessoas. Aliás, as ruas sempre foram feitas para as pessoas, desde o início. Para que elas se deslocassem em uma taba, em uma vila, em uma cidade.

Com o tempo, essas pessoas passaram a se deslocar em cavalos, em carroças e depois em máquinas movidas a motor, mas as ruas continuaram sendo essencialmente para levar essas pessoas para onde precisam ir, não importando o veículo que utilizem.

Bordos da pista

Quanto a ciclistas “acharem que têm um direito que não têm” ao ocupar a faixa, vamos rever o que diz o Código de Trânsito:

Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.

Bem, quando não há ciclovia, ciclofaixa ou acostamento – e dentro de uma cidade isso significa quase sempre – deve-se utilizar os bordos da pista. E é esse um dos pilares da argumentação. Pois vamos analisar esse aspecto.

Em primeiro lugar, o texto diz “os” bordos. Perceba que o artigo está no plural. Isso significa ambos, tanto no lado esquerdo quanto direito. Claro que não vamos utilizar a pista esquerda de uma avenida, sejamos razoáveis. Mas para sair em uma conversão permitida à esquerda, quando essa faixa serve apenas a quem vai virar em uma rua ou fazer um retorno, ou em ruas de tráfego menos intenso, onde na faixa direita circulam ônibus, é importante saber que esse uso é permitido por lei.

Em segundo, até onde vai o bordo? Vejamos a definição de bordo no Código de Trânsito Brasileiro:

BORDO DA PISTA – margem da pista, podendo ser demarcada por linhas longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada à circulação de veículos.

Bordo é, portanto, a margem da pista. Mas até onde ele vai? A lei não diz. Até as “linhas longitudinais de bordo”? Essas linhas só existem quando há acostamento e, nesse caso, a bicicleta deve circular por ele (o que obviamente é mais seguro). Não havendo bordo demarcado, o bordo vai até onde meu entendimento o levar, já que a lei não o especifica. E meu entendimento o leva até onde for necessário para que minha segurança seja garantida. Entenda por que mais adiante.

Um exercício de compreensão

Pedalando muito próximo ao meio-fio, maus motoristas que desrespeitam leis forçam passagem pela mesma pista e colocam em risco o ciclista, sem se importar com sua vida.

Vamos imaginar por um instante, apenas por um breve instante, que a argumentação desse leitor estivesse correta, que houvesse uma demarcação de bordo nas vias e que o ciclista só devesse mesmo pedalar sobre a sarjeta, correndo o risco de bater o pedal no meio-fio, de entalar a roda em uma grelha ou de não conseguir desviar de um buraco, caindo em meio aos carros.

Como todos os outros artigos do Código de Trânsito continuam valendo, quando Ricardo Dirani passasse com seu carro ao lado de um ciclista ele teria que respeitar o artigo 201, que o obriga a passar a uma distância de um metro e meio da bicicleta que está ali espremida junto ao meio-fio.

Como as faixas de circulação não conseguem abrigar a largura de um automóvel, mais 1,5m de distância, mais a largura de uma bicicleta, Dirani teria de mudar de faixa para fazer a ultrapassagem dentro da lei e sem colocar em risco a vida do ciclista. Para ele, portanto, seria totalmente indiferente se o ciclista está se jogando na calçada ou pedalando bem no meio da faixa, uma vez que seria necessário mudar de faixa de qualquer forma.

Não entendo então o porquê de tanta celeuma, já que o Sr. Dirani se mostra bastante cioso com o cumprimento das leis e não deixaria de cumpri-las apenas para provar um ponto de vista, sobretudo se isso implica em colocar vidas em risco.

Tenho certeza também que o Sr. Dirani respeita o artigo 192, que diz para manter distância lateral segura e não colar na traseira dos demais veículos, incluindo-se aí as bicicletas. Também dá preferência aos ciclistas em cruzamentos, de acordo com o artigo 214, e diminui a velocidade a ultrapassar uma bicicleta, conforme o art. 220 item XIII. Sabe ainda que os veículos motorizados são sempre responsáveis pela segurança dos não motorizados, de acordo com o art. 29 §2º.

Por mais que um ciclista, um pedestre ou até outro sagrado motorista esteja infringindo uma lei de trânsito, essa infração não justifica uma reação violenta e que incorra em crime de tentativa de lesão corporal ou de homicídio como forma de punir ou de “educar” alguém que esteja agindo incorretamente na via. Pense nisso.

Acima de tudo, quero crer que o Sr. Dirani respeita a vida humana, como pessoa de bem que pretende ser. Aquele ciclista utilizando a rua poderia ser seu amigo, se ele se desse a chance. Pode ser um pai, uma mãe, um filho sendo esperado por pais preocupados, o grande amor da vida de alguém. Dê-lhe o direito de chegar inteiro em casa.

Ciclista, ocupe a faixa

Sim, ocupe a faixa. Além de ser seu direito, é muito mais seguro. Não se importe se alguém com pensamento equivocado vai buzinar atrás de você, gritar impropérios contra sua mãe, esmurrar o volante e babar no banco de couro.

É melhor um motorista te xingar e mudar de pista para ultrapassar do que passar com o retrovisor a 10 centímetros do seu guidão, colocando sua vida em risco. E, mesmo que ele o faça, ocupando a faixa você tem um espaço de fuga à sua direita. Estando colado ao meio-fio, você só pode torcer para que ele não encoste em você com uma tonelada de metal a 70km/h.

Veja aqui no Vá de Bike por que ocupar a faixa e como fazê-lo de forma segura. Valorize sua vida, não a opinião de quem não se importa com ela.

169 comentários em “Leitor afirma que bicicletas não podem usar as ruas, para não atrapalhar os carros

  1. Mas Ricardo, não se trata de “suprimir dissenções”. Peraí! Inclusive por que se há alguma “dissenção” aqui, nós, ciclistas, a provocamos, ao dizer olha, tá ruim assim, não quero ir de carro, não. Numa cidade movida à máquina, a gente desceu do carro e disse chega. Só que quem ficou no carro disse fodam-se. E a gente diz foda-se não, meu amigo, por que eu quero viver. A discussão é basicamente essa, concorda? Vc diz que é ruim para o motorista ter ciclista na rua. Eu digo que é ruim para o pedestre ter ciclista na calçada. Existe uma legislação específica sobre isso, vc acha que a gente ia concordar e dizer ah, ele tem razão, é, galera, vamos para a calçada. Fodam-se os pedestres. É nóis. Não é isso. Nossa conversa não é essa, nossa luta cotidiana não é essa. A gente quer respeito, e por isso a gente respeita, todo mundo, não só os digníssimos senhores consumidores de petróleo, diesel, etanol, ou o que for. A gente não vai desistir de andar no meio da pista, pelos nove motivos que eu te dei e que vc ignorou. A gente não vai desistir de fazer da bike um meio de transporte. Muitos já morreram, outro tanto ainda vai morrer, infelizmente, por inconsequência, por intolerância, por violência. E mesmo assim – pode procurar as estatísticas, se quiser, eu não vou me dar ao trabalho de colocar aqui, sinto muito – mesmo assim, ainda não vai dar nem um terço, um quinto, um sexto das mortes envolvendo veículos. por que deus proteje as criancinhas, os bêbados e, como vc ou outro alguém disse mais pra cima, os loucos de sair de bicicleta na cidade de São Paulo. Ou em qualquer outra cidade, por que na real os motoristas têm uma tendência à violência em qualquer lugar. Vai falar comigo ou não?!

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    1. Ei Priscila, acho que o jeito é você chamar ele pra pedalar.
      Mas algo me diz que ele vai ter tanto medinho de pedalar quanto de falar com você.

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  2. Aliás, o blog mandou bem. Sendo um (entre vários outros, claro) dos contestadores da linha esdrúxula de raciocínio do RD acompanhei a discussão de perto. E num dia desses me veio o receio de que algum desavisado visse algum vestígio de razão nos comentários do RD.

    Antes que eu tivesse a idéia de pedir alguma providência nesse sentido, vi que já havia sido tomada.

    Continue com o bom trabalho!

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      1. Blá, blá, blá…
        Vai opinar na Folha então, meu filho.

        Como você disse, aqui é um blog de ciclistas.

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      2. Caro Dirani, é um mito dizer que as pessoas no Brasil não pedalam ou não se interessam por bicicleta: http://laedevolta.com.br/blog/2011/04/05/os-mitos-contra-as-bicicletas-nas-cidades-brasileiras-ninguem-usa-bicicleta-como-transporte/ Um trecho:

        “O argumento de que bicicleta não é vista como meio de transporte no Brasil pode ser facilmente contestado. O povo Brasileiro já usa bicicleta com freqüência, muito obrigado. O país é o terceiro maior fabricante de bicicletas do mundo e o quinto maior mercado consumidor. Metade deste consumo tem por objetivo o transporte e apenas 17% é para lazer. Os dados são da Abraciclo.”

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          1. Caro Dirani,

            Acho que meu texto não ficou claro para você. Disse lá que além de ser o quinto maior mercado consumidor, metade destas bicicletas são usadas no trânsito. Aliás, fiz uma atualização para deixar isto mais claro: Temos quase tantas bicicletas quanto carros no trânsito, cerca de 33 milhões! No total de bicicletas (considerando outros usos além do transporte), temos quase o dobro de bicicletas (65 milhões) no país em relação a carros. Motos não chegam nem perto, são apenas 14 milhões. Os dados são do Denatran.

            Ou seja, não somos uma minoria. Aliás, somo maioria no trânsito! Veja a ironia da situação: Pessoas pedalando já são maioria no Brasil e ainda sim este é o tipo de transporte que recebe menos atenção e o que mais sofre preconceito. Se isso não é motivo para protestar, eu não sei o que é.

            E protestar, meu caro, é transgredir regras. É discordar de leis abusivas e ações opressoras e fazer valer aquilo que achamos certo. Se o código de trânsito estivesse sendo respeitado, não precisaríamos protestar, concorda? Ninguém mais notifica o departamento de trânsito porque eles não respondem ou negam o pedido. Eu já fiz isso duas vezes e nunca obtive resposta do Detran-ES. Aí, para ficar dentro da lei, tenho que ficar em casa, baixar a cabeça e usar o carro? Me desculpe mas eu não acredito num Brasil onde todo mundo é acomodado e conformado. Eu acredito num Brasil que pode mudar pra melhor.

            Um abraço,
            Ricardo

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          3. Caro Dirani,

            Primeiro, obrigado por sua participação e comentários. Mas, continuando a conversa, você parece que não quer enxergar o elefante branco na sala. Sobre os números apresentados, não, eles não são representativos da cidade de Santos. Eles se referem a uma pesquisa com “421 residências e 1497 moradores”. Com números tão pequenos, os resultados teriam que conter um mínimo de análise estatística para ter qualquer valor para toda cidade. Não há níveis de confidência, margens de erro, medidas de extrapolação da amostra, etc. Ou seja, da forma que está, os números só valem para estas 1497 pessoas. É muito pouco.

            Mas vamos assumir por um momento que estes números estejam corretos. Isto significa que UMA cidade, dentre tantas outras, usa muito menos bicicletas no Brasil. Da mesma forma, posso te dar um exemplo do outro lado da escala. Rio Claro, SP, com 190 mil habitantes, tem cerca de 150.000 bicicletas em circulação todos os dias e apenas 60.000 carros. (http://jornalcidade.uol.com.br/rioclaro/dia-a-dia/editorial/56994-Atencao-com-as-bicicletas) Desconfio que na maioria das cidades pequenas e médias do Brasil, o número de bicicletas é maior que o de carros.

            Mas de fato em cidades grandes a proporção de bicicletas infelizmente é baixa. Em SP, que o entrevistado do seu link afirma “acho uma vergonha com tanto trânsito, canteiros centrais bem arborizados, mas pouco utilizados por pedestres, nenhuma ciclovia e raríssimas bicicletas no trânsito”, a proporção é de menos de 1% (http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/okata_5_gt_transportes1_1292265774.pdf). Mesmo assim são quase 300 mil bicicletas no trânsito todos os dias e o número quase dobrou nos últimos 10 anos. Um crescimento muito maior que o de carros. No Rio a proporção é maior, 3,4%, e mais de 640 mil viagens (http://www.ta.org.br/site/banco/7manuais/workshop/Apresentacoes/BicicletasMetro-MetroRio.pdf). Note que o Rio é a cidade com maior número de ciclovias do Brasil e já tem programa de bicicleta pública. Além desta proposta de integração com o metrô.

            Mas o uso nas cidades grandes é menor não porque menos pessoas querem usar este tipo de transporte. O motivo principal é o medo e, correlacionado a ele, a falta de infraestrutura para bicicletas e o respeito aos ciclistas. Em SP é curioso notar que as proporções mudam de acordo com a região e o tipo de uso. Em viagens curtas o uso da bicicleta é muito maior. O mesmo vale para as faixas de renda mais baixas. Fica claro uma divisão social que provavelmente também estigmatiza a bicicleta. A pesquisa é muito boa: http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/files/sintese_od_2007.pdf.

            A propósito, meu sobrenome é “Lage”, não “Lages”.

            Um abraço,
            Ricardo

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          1. Meu caro,

            Muito cuidado com assuntos dos quais você não conhece. Você simplesmente enfraquece todo o resto dos seus argumentos, mesmo que eles sejam bons.

            O que você afirmou sobre Gandhi é completamente infundado. Não, os ingleses não tem mérito nenhum no trato com Gandhi. Eles foram, sim, covardes. Não eram capazes sequer de assassiná-lo, com medo das consequências de tal ato. A Índia também não mergulhou numa crise por conta de seu assassinato. Ao contrário, foi graças a ele que a situação não foi pior e o país não se fragmentou por completo.

            Sobre isto escrevi em 2008, enquanto morava na Índia: http://laedevolta.com.br/blog/2008/09/26/aniversario-de-gandhi-e-um-esclarecimento-sobre-a-independencia-da-india/

            Se você se interessa pelo assunto, recomendo também o livro India after Gandhi.

            Depois desse seu erro crasso para simplesmente querer provar um ponto, não tenho mais interesse nenhum em argumentar contigo.

            Obrigado pelos comentários até aqui.

            Um abraço,
            Ricardo

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  3. Antes eu me espantava com esses motoristas de carro que não sabem dividir a rua.
    Agora nem ligo mais para eles.
    Sei que são uma minoria, então nem vale a pena. Só peço uma coisa, passe longe de mim e de qualquer ciclista quando avistar um à sua frente, combinado?
    Só quero ir para o trabalho e chegar em casa bem, assim como você e todos nós.

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  4. Como sempre, Willian, um texto muito assertivo e de grande valia para ciclistas urbanos.

    Também me ofereço a fazer bike anj@ para quem precise se libertar das calçadas. (e dos perigos dos cruzamentos de quem some e reaparece da calçada para rua o tempo todo)

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  5. ah, ricardo e leandro, se vcs quiserem, eu faço bike anjo com vcs. de boa.
    e até onde eu sei, ricardo significa “príncipe valente”, e leandro tem alguma relação com leão (o animal mais corajoso que existe). não é?
    vamos lá, façam valer a vontade de suas mães. eu não ia gostar de saber que meu filho, que se chama leonardo (coração de leão) me saiu um belo de um bunda-mole. coragem, homens. coragem!

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  6. hahahaha

    não só bunda-molice ou falta de coragem, parece que motorista barrigudo de colesterol lá em cima sente uma INVEJA, um ego ferido de ver o ciclista passando ao lado, feliz da vida e com toda a saúde do mundo, enquanto o mesmo está lá, no anda e para, a 10km/h, rezando pra chegar logo em casa… que tristeza hein….

    A pior hora do dia para o motorista é a melhor hora do dia para o ciclista, e disso só resta o carrocrata se conformar e pronto.

    Mas o Carlos tem toda razão, quem solta uma abobrinha primitiva dessas jamais saiu do Brasil, o que é uma pena.
    Mas deixemos esse cara de lado, coitado, já teve a atenção que queria, só resta continuar levando a vidinha dele enquanto vamos VIVENDO as nossas. 😉

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    1. Acho que não precisa sair do Brasil, Adriano. Aliás, acho que não precisa nem sair de casa. Basta acesso a Internet para ler e ver como muitas cidades do mundo tratam bem os seus ciclistas.

      Aliás, aposto que muita gente que sai do Brasil volta sem se dar conta disso. Não é a viagem propriamente dita mas a cabeça aberta que faz a diferença.

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  7. ah, willian, esqueci de dizer (embora tenham dito o contrário) seu texto está muito bem articulado, e isso de vc ir colocando os artigos, matou a pau. parabéns.

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  8. mas é muita falta de coragem pra um marmanjo! todos os dias eu pego a minha bicicleta, boto meu filho na garupa e vamos embora. mas não pela calçada, por que o pedestre, o cadeirante, o idoso, a mãe com um carrinho de bebê, a mãe com um carrinho de feira, a mãe com os dois filhos, o cara correndo, a moça levando o cachorro pra passear, todos eles já quase não têm calçada, e alguém ainda sugere que eu bote a minha bicicleta no meio de tudo isso? ou é piada ou o sujeito nunca anda na rua. amigo, um conselho: põe o seu pezinho numa calçada e depois me diz como seria se ainda por cima tivesse um ciclista lá. não dá, vc vai ver que não dá. e aí não vai ficar falando merda. as ruas serão mais seguras quando forem ocupadas. só assim. e não é só pra bicicleta que isso serve. por isso eu insisto, e engrosso o coro: temos que andar nas ruas.
    1. por que é um direito nosso, previsto em lei;
    2. por que é mais seguro;
    3. o motorista tem mais visibilidade se estamos no meio da faixa, e não espremidos num canto;
    4. não corremos o risco de ter o rosto ou o corpo arranhado por árvores ou arbustos;
    5. temos uma margem de segurança em caso de motorista com instinto assassino que fecha ou tira fina;
    6. não corremos o risco de atropelar um pedestre que eventualmente saia no meio fio pra desviar de buracos, árvores ou para dar passagem a outros pedestres;
    7. não corremos o risco de bater o pedal na guia;
    8. não corremos o risco de colocar a roda num bueiro, o que faria com que a bicicleta empinasse e nosso corpo seria jogado longe;
    9. e principalmente, por respeito ao espaço do pedestre.

    entende agora? vc nos deu um único motivo para não usar a rua ou a avenida. eu te dou 9 motivos para um ciclista não andar sobre a calçada. 10, se incluir o código de trânsito, mas eu não tenho certeza absoluta de que é proibido por lei um ciclista ocupar a calçada. mas eu acho que é, sim.

    satisfeito?

    o carro é seu. a rua, de todos.
    e pra morrer, colega, basta estar vivo. já dizia minha avó. não é preciso ter tanto medo assim.

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  9. Moro em Aalborg, norte na Dinamarca.

    Esta semana vou ver se faço um vídeo de uma rua movimentada daqui onde não há ciclovia, ciclofaixa nem bordo para mostrar como é que um motorista deve se portar quando se depara diante de uma bicicleta. Eles andam atrás dela e esperam até se sentirem seguros para ultrapassar ou até que ela entre em alguma outra rua.

    Educação no trânsito é isso.

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      1. Caro Ricardo Dirani, tem que começar de alguma forma, concorda? Se ficarmos sempre culpando o tamanho da cidade, o clima, etc., nada vai mudar e teremos cada vez mais tráfego e poluição.

        Copenhague na década de 70 não tinha toda essa extensa rede de ciclovias e quando propuseram a mudança, muitos reclamaram. Falavam que era muito frio, que os carros seriam prejudicados, que o comércio seria reduzido, etc. etc. yada yada. pergunta hoje para um cidadão de lá se eles querem voltar ao que era?

        Então o que precisamos é fazer valer o código de trânsito e reivindicar junto as autoridades mais segurança para ciclistas para que o mesmo seja cumprido. É dando o exemplo e fazendo nossa parte na política que mudaremos a situação do trânsito no Brasil. Não importa o clima ou o tamanho da cidade. O que faz o trânsito melhorar é a conscientização dos motoristas e melhoria da infraestrutura para ciclistas.

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          1. Obrigado Dirani.

            Respondendo a sua pergunta, é difícil não cair na tentação de tentar convencer o outro ou de não admitir o erro. Nesta questão da bicicleta, eu acho que estou certo e expus meus argumentos para tal. Você expôs os seus e continuo não concordando contigo.

            Se você não tiver nada a acrescentar ao que foi dito, o assunto deve se encerrar para evitarmos ataques pessoais. 🙂 Não temos que necessariamente convencer uns aos outros, apenas trocar idéias.

            Abraços,
            Ricardo Lage

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          2. A propósito, intolerância não tem lado. Independente de opinião, vai haver intolerância contra o diferente onde há consenso. É uma pena mas aqui mesmo alguns comentários são desnecessários por se tratarem basicamente de ataque pessoal. O do Vado e o do Guilherme são dois deles.

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  10. O que podemos fazer, com relação a este infeliz, é simplesmente ignorar a pagina dele no facebook. O que ele argumenta nao nos acrescenta em nada, portanto, nao temos por que ficar acessando. Vamos continuar formando opiniões e ciclistas ativistas. Bikeabraços a todos

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  11. O que falta é uma consciência a respeito da bicicleta.

    Poucos sabem como é diferente estar dentro de um carro e estar sobre uma bicicleta. Na bicicleta, o vento parece mais forte e os buracos mais perigosos. É completamente diferente a sensação de ultrapassar (ou ser ultrapassado). Se um carro passa perto de outro carro, nada acontece. Se um carro passa a essa mesma distância de uma bike, a sensação é bem mais sentida…
    Antigamente, fazia o meu trajeto (atualmente faço de bike) de carro. Ao fazer o mesmo trajeto de bicicleta, foi como se estivesse usando outra rua. Tudo diferente.

    Acho então que a conscientização é o melhor caminho a ser tomado. Seguida pela punição. E principalmente, seguida pelo aumento do número de ciclistas.

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  12. O Ricardo Dinari é mais uma prova para a minha teoria de que um fator responsável pela agressividade dos motoristas para os ciclistas é a covardia daqueles.

    O motorista adoraria ter a coragem daquele ciclista, que enfrenta o caos do trânsito e todos aqueles veículos automotores enormes, mas não tem. Isso se torna em uma repulsa e uma raiva que é descontada na boa e velha “fina corretiva”, por exemplo.

    Todo motorista agressivo é um potencial ciclista bunda-mole.

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    1. Todo motorista agressivo é, antes de tudo, um covarde. Como bem demonstrou o Ricardo lá de Porto Alegre e o Ricardo daqui, “corajoso” e “desassombrado” colega de comentários.

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  13. Muito bom o texto, William. Os comentários citados já tinham me chamado muita atenção naquele tópico.

    Mas é muito engraçado ver os comentários. Algumas vezes parece que vamos apenas trocar as máquinas e mantermos o mesmo senso assassino.

    Acho que quem opta por ir de bike está escolhendo não a opção mais rápida ou mais ecológica (isso tb existe, claro), mas escolhe um outro tipo de vida e uma mentalidade que precisa ser diferente. Quem sai de bike na luta contra o tempo e lidando com todo o estresse pessoal (como fazem os motoristas de automóvel) está perdendo o seu tempo. E correndo um sério risco de perder a vida. Com ou sem razão.

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