Muitos ciclistas usam a calçada por serem ameaçados pelos motoristas quando tentam usar a via. Foto: Willian Cruz

Fiscalização e multas a motoristas – mas e os ciclistas?

Há quem defenda que ciclistas também deve ser autuados, pois cometem diversas infrações. Decidimos avaliar essa reciprocidade.

Faixa na região do Paraíso, em São Paulo, em maio de 2012. Pena terem durado apenas algumas semanas. Foto: Michele Mamede

Desde maio de 2012, a CET – Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo – tem fiscalizado e multado motoristas que colocam em risco ciclistas nas ruas. Em 2014 foram aplicadas 24.981 multas, o que corresponde, em média, a um motorista autuado a cada 21 minutos. E muitos motoristas reclamam, com o argumento de que quem está na bicicleta também deveria ser multado.

Muita gente vê nessa fiscalização um mero revanchismo de quem usa a bicicleta, uma tentativa de punir o motorista pelo simples fato de usar o carro, uma subtração de espaço do automóvel e um cerceamento do direito de quem dirige. Mas a fiscalização de respeito ao ciclista não é nada disso.

Como a Campanha de Proteção ao Pedestre, o objetivo dessa ação é proteger vidas, diminuindo acidentes e mortes. As infrações fiscalizadas – todas! – correspondem a atitudes que colocam em perigo a vida de quem está se deslocando em uma bicicleta. Não são bobagens. Entenda aqui.

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Comportamento de risco

A mecânica de deslocamento do automóvel é muito diferente da bicicleta. E é, por isso mesmo, difícil de ser compreendida por quem não tem o hábito de pedalar nas ruas. Passar perto de outro carro quando se está dirigindo não representa grandes problemas, isso acontece o tempo todo quando ultrapassamos outros veículos. Mas passar perto assim de uma bicicleta muitas vezes faz o ciclista sentir a morte por perto, pois a possibilidade de cair debaixo das rodas do veículo é iminente.

Além dessa diferença, que faz com que muitos motoristas coloquem em risco a vida de ciclistas sem se dar conta, há ainda pessoas de má índole que ameaçam os ciclistas propositalmente com seus carros. Geralmente, são pessoas que acreditam que as ruas são vias exclusivas para automóveis e que as bicicletas não deveriam utilizá-las, punindo os ciclistas que insistem nisso com buzinas, aceleradas, finas e fechadas.

O objetivo da fiscalização não é punir motoristas gratuitamente. As pessoas conscientes, que dirigem seus carros sem ameaçar os demais usuários da via, não têm com o que se preocupar.

Só o que os ciclistas esperam é que possam chegar em casa sem receber nenhuma ameaça de morte pelo caminho. Quem usa a bicicleta também tem alguém esperando em casa.

Mas por que só os motoristas?

Todos sabemos que os desrespeitos às leis de trânsito ocorrem dos dois lados. Tanto motoristas como ciclistas cometem infrações e algumas pessoas o fazem mais que outras.

Por isso, parece injustiça punir apenas os motoristas, afinal ciclistas também cometem infrações. Mas há alguns fortes motivos que tornariam injusto autuar os ciclistas nesse momento, por mais que em uma primeira análise isso pareça coerente. Vamos a eles.

Sensação de insegurança

Certamente, as infrações mais comuns de ciclistas são pedalar nas calçadas, trafegar na contramão e furar o sinal vermelho. E por que essas infrações são cometidas? Longe de endossar esses comportamentos, muito menos incentivá-los (para saber a conduta que recomendamos, leia aqui), nos prestamos a entender e explicar o que motiva os ciclistas a tê-los.

Pedalar sobre as calçadas é o exemplo mais claro: o ciclista o faz por ter medo de pedalar na rua. Uma bicicleta na calçada não é o problema em si, mas um de seus sintomas. Quando as ruas se tornarem seguras para os ciclistas, eles deixarão naturalmente de usar as calçadas, que são irregulares, interrompidas a cada esquina e com mobiliário urbano dificultando a circulação. O único motivo para usar a calçada é a sensação de segurança que isso dá.

Os ciclistas que trafegam na contramão também o fazem pela sensação de segurança. Vendo os carros se aproximando e podendo desviar deles, o ciclista se sente mais seguro do que se estivessem vindo por trás, podendo supostamente atingi-lo sem que haja oportunidade de reação. Entretanto, essa segurança é ilusória – entenda aqui.

Mas furar o sinal vermelho não parece se aplicar a esse contexto. O que um comportamento de risco como esse tem a ver com segurança? Novamente, é difícil compreender quando não se usa a bicicleta como meio de transporte.

O fato é que, quando o sinal abre, é comum que o carro atrás do ciclista não tenha paciência com sua baixa velocidade. Afinal, na frente dele há um espaço vazio, o que torna um absurdo ter que esperar por aquela bicicleta – mesmo que seja visível um novo congestionamento ali na frente. Nessa situação, é comum o mau motorista acelerar, buzinar, ultrapassar fechando ou tirando uma fina. E é para evitar essa situação de confronto, agressão e grande risco que muitos ciclistas preferem se arriscar a cruzar o sinal antes de abrir.

Há ainda um segundo motivo que leva ciclistas a furarem o sinal: ao fazê-lo, o cidadão que está na bicicleta circulará por pelo menos uma quadra sem um fluxo grande de automóveis ao seu lado. Ele prefere o risco calculado de furar o sinal ao risco imprevisível de um mau motorista colocar-lhe em perigo.

Respeitar as leis de trânsito ainda é perigoso para o ciclista. E nem todos tem o sangue frio necessário para impor seu direito de circulação como veículo, preferindo se comportar como clandestinos, tentando assim diminuir as chances de serem abatidos por quem coloca em risco suas vidas apenas para provar um ponto de vista (geralmente errado).

Quando as ruas se tornarem seguras, os ciclistas seguirão naturalmente as regras de circulação que, então, os protegerão de forma mais perceptível no viário.

Bicicleta nunca foi percebida como veículo

Historicamente, o uso da bicicleta no Brasil sempre foi algo marginal, visto como falta de opção ou comportamento inadequado. A bicicleta sempre foi tratada como um intruso no viário, que foi planejado prioritariamente para os automóveis, tratando pedestres, transporte público e bicicletas como empecilhos à circulação dos carros.

Dentro dessa cultura, propagava-se a ideia de que lugar de bicicleta era nos parques, no máximo nas calçadas. Bicicleta era algo válido como brinquedo, equipamento de lazer ou de prática esportiva. Se o ciclista insistisse em utilizá-la na rua, era instruído a fazê-lo na contramão, para desviar dos carros. Afinal, se rua é lugar de carro e o ciclista é um intruso, ele que arcasse com a responsabilidade de evitar os acidentes, dando passagem para todos os automóveis que encontrasse no caminho, se esgueirando e se escondendo nos cantos, onde não atrapalhasse a fluidez motorizada.

Nossos próprios familiares e amigos – e até os órgãos e agentes de trânsito! – recomendavam a contramão. Para dar um exemplo claro, surgiu em abril de 2012 uma polêmica no Paraná em torno de uma informação disponível no site do Batalhão de Polícia de Trânsito do Estado (BPTran), que dizia que o ciclista deveria trafegar na contramão.

E até hoje, ainda é comum os ciclistas ouvirem “sai da rua”, “vai pra calçada” ou “vai pro parque” de motoristas nas ruas. Com essa marginalização do uso da bicicleta, quem a utiliza em seus deslocamentos nunca se sentiu aceito no viário, passando a se comportar como o clandestino que o convenceram a ser, ignorando as leis que não foram feitas para ele e que o colocam em risco. Esse erro histórico, com resultado comportamental, demora a ser corrigido.

Quando a bicicleta passar a ser aceita nas ruas pelos demais usuários das vias e o poder público passar a tratá-la como o veículo que é, os ciclistas seguirão naturalmente as regras de circulação que, então, perceberão terem sido feitas também para eles.

Educação para o uso das vias

Para poder dirigir um carro ou uma moto é necessário ter aulas práticas e teóricas, além de fazer exames que demonstrarão sua aptidão para fazê-lo. Teoricamente, ele só está na rua dirigindo um veículo que possui um componente de grave risco para todos à sua volta porque se provou apto a isso. Por isso, o motorista pode ser cobrado por esse comportamento.

Para os ciclistas, não há treinamento algum. Poucas pessoas que utilizam a bicicleta sabem realmente quais são seus direitos e deveres nas ruas. Simplesmente porque não aprenderam. Não se pode cobrar um ciclista por um comportamento que ele não aprendeu ser o correto. E essa não é uma situação que se muda da noite para o dia.

O ideal seria termos educação para o trânsito nas escolas, ensinando como funciona o trânsito para quem está em um carro, uma moto, uma bicicleta, a pé ou usando transporte coletivo. Há programas de educação de trânsito para crianças, focando em bicicletas, no Canadá, Estados UnidosAustrália, FrançaReino Unido, Áustria, Dinamarca, Alemanha e Holanda. Recentemente, foi implementado um projeto em escolas da cidade de São Paulo, que pode servir de modelo e precisa ser ampliado para atender cada vez mais crianças, em todo o país.

O vídeo abaixo, legendado em português pelo Vá de Bike, mostra como se dá a educação de trânsito em bicicletas para as crianças na Holanda. Ações desse tipo são comuns no país desde 1935!

Quando os ciclistas forem instruídos sobre seus direitos, deveres e sobre a conduta mais segura nas vias, passarão naturalmente a respeitar as regras de circulação que, então, perceberão serem mais seguras para eles.

Fiscalização a quem oferece maior risco

O Código de Trânsito estabelece, corretamente, hierarquia e prioridade entre os diversos tipos de veículo que utilizam as vias: “em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores”. E isso não é à toa, pois quanto maior o veículo, maior o risco que ele oferece, senão ao seu condutor, a todos os demais usuários das vias públicas.

A não ser em situações, convenhamos, raríssimas, em que um ciclista cruze inadvertidamente a via sem dar chance para os motoristas desviarem, quem pode evitar com mais facilidade uma colisão (na verdade, um atropelamento), é quem dirige o veículo maior. É ele quem está em maior velocidade, é ele que possui o maior peso, a maior capacidade de frenagem, é sua reação que terá a maior chance de evitar a catástrofe. E, fundamentalmente, é ele quem causa o maior dano, portanto passa a ser sua a maior responsabilidade.

Um ciclista passando perto demais de um carro não coloca em risco a vida do motorista. Um ciclista que fecha um automóvel coloca em risco a própria vida. Um ciclista que avança para cima de um carro em movimento para assustar o motorista está claramente colocando a si próprio em perigo. Agora releia as situações deste parágrafo invertendo as posições.

O que se fiscaliza não é apenas uma simples conduta inadequada. É uma situação que pode matar, aleijar, deixar sequelas, destruir a vida de toda uma família, deixar crianças sem pai ou sem mãe. Não são simples infrações, são condutas inadmissíveis, que precisam ser coibidas com todos os meios disponíveis. E, avaliando por esse aspecto, as multas são consequências apenas educativas, ficando bem distantes da punição adequada quando esse comportamento é proposital.

Se você, amigo motorista, aceitar a presença de uma pessoa em bicicleta à sua frente como aceita a presença de uma pessoa em um automóvel, lembrando que sobre aquelas duas rodas se equilibra uma vida, e mudar de faixa ao ultrapassar, não terá que se preocupar nem um pouco com a fiscalização.

182 comentários em “Fiscalização e multas a motoristas – mas e os ciclistas?

  1. “Interessante”, para não dizer “distorcida” ou “mutilada”, é a visão que jornais, tevê e revistas procuram nos passar, a nós, paulistanos, acerca da verdadeira realidade do tráfego de bicicletas nas ruas. Porque unicamente o noticiário é sempre no mesmo sentido: ciclovias e reivindicações dos ciclistas. A cobertura é sempre unidirecional: a favor da causa cicloativista. Nunca mostra mazelas, que é o que ciclistas fazem quando fora de ciclovias. Aliás, só fazem. Por que ignorar bikes quando não em ciclovias?

    Apoiar a cicloatividade é corretíssimo, todavia deixar de mostrar uma faceta do trânsito relegada à própria sorte – bicicletas sem fiscalização, expondo ciclistas a acidentes, e pedestres idem – é desserviço: fora de ciclovias, o comportamento habitual de ciclistas beira a irracionalidade, tal a imprudência. Percebe-se fácil.

    Nas ruas paulistanas, o trafegar de bicicletas é troço esquisito. Muito mal comparando – mas comparação cabe – é como o transitar da verdadeira “sub” frota de carros velhos – igualmente imunes de fiscalização: sem placas, sem faróis, pneus carecas – carcaças “maltrapilhas”, conduzidas por motoristas que pouco se importam em correr riscos ou expor outrem. Inacreditavelmente sem qualquer restrição legal, rodam. Bicicleta até também é “assim”: não têm placas, campainha, espelhinhos; ciclista faz o que o oportunismo impõe – e então circula sem qualquer restrição. Geralmente representando perigo para pedestre.

    Ciclista cavalga sua bicicleta, no asfalto, à revelia de normas de trânsito. Respeita… nada! Ignora semáforo (ou não?). Pedala na calçada (é sensato?). Invade faixa de pedestres, vai na contramão etc. Alguns, só? Queira-se observar. Certamente, para quem pedala – exceto na hora de reivindicar – bicicleta não deve ser tão “veículo”, assim, como reza o Código. Pois vale “tudo”! Ciclista sobe na calçada por “segurança”? Ponhamo-los TODOS, então!

    “Interessante” também é quando “especialistas” de trânsito emergem no noticiário dos jornais: sempre endossando apoio ao cicloativista, jamais recriminando o lado “mau”, a agressividade das bikes sobre pedestres e a imprudência generalizada.

    Sendo como é, então, pedalar na calçada ou na contramão nem deve (deveria) ser infracional. Aliás, o próprio Código incoerentemente abre perigoso espaço às bicicletas quando permite “compartilhar” calçadas: bicicletas e pedestres são por “natureza” imiscíveis. A simultaneidade é perigo de acidentes. Permitir contramão é como receitar veneno ao doente, mais ou menos: de que vale estabelecer mão de direção?

    O Código é bom: ruim é a Gramática. Porque o verbo “desmontar” (bicicleta na calçada) não é conjugável por quem pedala. “Fiscalização” é sujeito oculto (inexistente?) quando o discurso envolve bicicletas. E “civilidade” é o tipo do complemento nominal que evapora quando a locução – envolvendo ciclistas – é “respeito à…”. Exagero?

    Rubens Cano de Medeiros
    RG 5342264-8

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  2. Cicloativistas exercitam intensamente o “direito de espernear” – muito justo, até – por implantação de ciclovias e afins, e por medidas de segurança para ciclistas, contra a agressividade dos carros – no que são atendidos pela CET.

    Porém, há um “outro lado” da realidade das bicicletas nas ruas. A qual nem parece existir – para a mídia, para a autoridade de trânsito, para o prefeito – para os jornais principalmente – a realidade do comportamento, via de regra, fora das ciclovias. Total revelia à legislação de trânsito.

    Podemos facilmente constatar, pois salta aos olhos, que bicicletas fora de ciclovias afrontam o espírito de urbanidade, expondo principalmente pedestres a riscos de atropelamento. Riscos que dificilmente cicloativistas admitirão.

    Para o Código, bicicleta é veículo – não obstante circularem SEM “tudo”: placas, faróis, “buzina”, espelho. Claro, sob a indiferença de todos nós, cidadãos que, em termos de trânsito, procuramos levar a melhor no que der – pedestre ou condutor. Bicicletas sobem nas calçadas com a mesma “naturalidade” com que nela o pedestre deveria gozar de primazia. Ciclistas pedalam imprudentemente em contramão, rente ao meio-fio, o que é boa receita para pegar quem for atravessar – tanto que a CET até deveria espalhar placas por aí: “Pedestre, cautela – bicicletas, sempre, na contramão”.

    A isso somem-se outras muitas irregularidades, perigosas para o pedestre: bicicleta ignora semáforo; invade faixa com pedestres atravessando, manobras loucas – mas para os jornais, para o prefeito e o secretário ao qual a CET se subordina, bicicleta só remete a… ciclovias!

    Duas perguntas podem ficar no ar: primeiro, por que a CET – exceto ciclovias – nada faz absolutamente para coibir, na medida do viável, o mau comportamento, via de regra, de todos ciclistas? Segundo, por que nós, todos os cidadãos, também não exigimos, da CET, que as bicicletas, como estatui o Código, sejam fiscalizadas? Aliás, deveríamos exigi-lo com a mesma “garra” com que cicloativistas esperneiam – por ciclovias.

    Rubens Cano de Medeiros
    RG 5342264-8

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  3. Pedalar na calçada, diz a lei, é proibido: Código de Trânsito – mas, e daí ? Pois se não há repressão, “Inês é morta” – quero dizer, a lei. Quando bastaria tão-só a mera “lei do bom-senso”. Para fazer ver a um ciclista (irracional que fosse) o inadmissível de cavalgar uma bicicleta na calçada, no meio de quem caminha. Pois pedalam na calçada (e não são poucos) por oportunismo e pretextos. Como por exemplo esquivar-se dos carros. Ou falta de ciclovias – aliás, que brotam sem parar! Pedalar na calçada, invocando a lei do bom-senso, é para crianças. Ou adulto conduzindo uma. Fora disso, nunca! E quanto a ciclovias, claro que são necessárias. Mas cabem reparos. É o caso de ciclovias implantadas em ruas do Centro. Em ruas de mão única de tráfego. Tais ciclovias, pintadas junto do meio-fio, comportam duas mãos de direção (cada qual, estreita) para as bicicletas – lado a lado, de modo que ciclistas, em sentidos opostos, podem se acidentar. E mais: perigoso para o pedestre que atravessar – pois intuitivamente temos a tendência de (só) olhar no sentido do fluxo da rua – não o contrário. Mais sensato e seguro, para todos (até para motoristas), seria que as bikes voltassem por outra rua, paralela ou não. Então em ciclovias assim prevalece o inusitado: o próprio Poder Público, a quem cabe cumprir a lei, a afronta duas vezes. Vai contra o Código e contra a lei do bom-senso, simultaneamente: coloca “oficialmente” bikes… na contramão! Que urbanista viu nisso uma “solução” ? Bicicletas, assim, na contramão, circulam à revelia. Quanto ao pedestre, ao alcance delas ? Ora, resta-lhe engolir o sapo!

    Rubens Cano de Medeiros
    São Paulo

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    1. Art. 59: Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.

      Art. 58, Parágrafo único: A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa.

      Quanto a ciclistas circularem na calçada “com o pretexto” de esquivar-se dos carros, sugiro que passe pela experiência de pedalar pela pista local da marginal Pinheiros, ou na Av. Sapopemba com uma criança na cadeirinha, para que possa compreender que o que realmente motiva as pessoas a utilizarem a calçada não é um simples pretexto. Aliás, ciclovias são uma ótima maneira de tirar esses ciclistas da calçada, mas como você é contrário a elas, fico imaginando qual seria sua solução.

      Sobre a ciclovia ir por uma rua e voltar pela paralela, lhe falta a percepção de que os cidadãos realizando deslocamentos humanos, tanto o ciclismo de transporte quanto o pedestrianismo, buscam sempre o caminho mais curto e mais plano. É como colocar faixas de pedestre a 500 metros de distância uma da outra em uma avenida e não querer que as pessoas atravessem fora delas (o que também é garantido por lei, consulte o artigo 69 do Código de Trânsito).

      Esse comentário não tem feito muito sucesso. Thumb up 8 Thumb down 17

      1. Willian, vc deveria inclui estas tbm.

        Antes de mais nada, sou ciclista, utilizo transporte publico e tbm ando de carro.
        Sei muito bem o quais são os problemas que cada um passa.

        BICICLETA – veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.
        CICLOMOTOR – veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de combustão interna, cuja cilindrada não exceda a cinqüenta centímetros cúbicos (3,05 polegadas cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação não exceda a cinqüenta quilômetros por hora.
        MOTOCICLETA – veículo automotor de duas rodas, com ou sem side-car, dirigido por condutor em posição montada.
        MOTONETA – veículo automotor de duas rodas, dirigido por condutor em posição sentada.

        Quer passar pela calçada ou atravessar com a bike na faixa? O CTB manda desmontar:

        Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios (…)
        § 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e deveres.

        Buzina, espelho e “sinalização” na frente, atrás, dos lados e nos pedais (que pode ser entendida por refletivos) são obrigatórios pelo Código, mas capacete não:

        Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:
        (…)
        VI – para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo.

        Deixar de andar com a bicicleta em fila única pela rua é infração média:

        Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, em fila única, os veículos de tração ou propulsão humana e os de tração animal, sempre que não houver acostamento ou faixa a eles destinados:

        Vcs são formadores de opinião e deveriam promover o bem comum.
        Gostando ou não, querendo ou não querendo se todos respeitam as regras, que neste caso são as leis, fica muito mais fácil o uso compartilhado de todo e qualquer espaço publico.
        Vc sempre estão exigindo que se cumpra as regras de direito dos ciclistas mas nunca exigem que os ciclistas cumpram as leis de deveres.
        Tempos atrás eu sugeri a alteração do texto sobre as leis de trânsito que esta escrito neste site e vc disse que eu estava procurando pelo em ovo. Um dos assuntos foi ultrapassar o sinal vermelho. Qual foi mesmo o resultado do acidente na esquina da Av. Paulista com a Brig. Luiz Antônio? Um ciclista, além de furar o sinal vermelho e fezer uma conversão proibida foi atropelado e veio a falecer. O que aconteceu depois?? As entidades e ciclistas começaram a protestar para diminuir a velocidade da Av. Paulista, mas eu não vi nenhuma manifestação para os ciclistas respeitarem um pouco, mas só um pouquinho as leis de trânsito.
        Faço uma sugestão.
        Vá ao parque do Ibirapuera num domingo qualquer e fique no portão de entrada perto da praça do porquinho e faça uma estatística.
        Quantos ciclistas cruzam a Av. Quarto Centenário na faixa de pedestre e respeitam o pedestre.
        Faça esta estatística e poste aqui.

        Volto a insistir, por favor, promovam o bem comum e tenho certeza que vcs terão muito mais adeptos nas suas campanhas.
        Eu serei um deles.

        Defender uma classe é muito gratificante, mas defender uma classe sem se preocupar com os seus atos não é nada legal. Defendam os ciclistas, mas defendam os pedestres tbm. O pedestres são a parte mais fraca nesta disputa.

        Att.

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  4. Passo diariamente pela região da Paulista e vejo todo tipo de absurdo cometidos tanto por pedestres, carros e bikes. Carros ameaçando pedestres na travessia, bikes furando semáforos em alta velocidade, costurando entre os pedestres na faixa de travessia, pondo em risco os transeuntes, pedestres andando entre os carros, enfim, ninguém respeita ninguém. O problema aqui é educação, seja lá de quem for. Então, ao invés de ficar com mimimi, um tentando empurrar a culpa pra cima do outro, vamos a partir de agora fazermos nossa parte em buscs de uma convivência pacífica entre as partes; obviamente, como em qualquer sociedade, isdo implica em abrirmos mão de algumas coisas em prol de uma vida melhor para todos. É egoísmo querermos somente as vantagens de akguma coisa, todos somos cidadãos e temos direito de nos deslocarmos da maneira que nos convier, DESDE QUE NÃO CAUSEMOS PREJUÍZOS AO OUTRO, seja lá quem for. Civilidade é o termo correto. O sujeito que estaciona na rua ocupando o espaço onde caberiam dois carros, o pedestre que joga lixo nas ruas, o ciclista que fura o semáforo, são todos pessoas egoístas, que pensam somente em si mesmas, não sabem viver em sociedade. Para estas, o importante é a conveniência própria, os outros que se danem; Gérson já dizia: “Afinal, você gosta de levar vantagem em tudo, certo?”

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    1. Perfeito.
      Educação, respeito, cidadania, civilidade… Isso que falta às pessoas, em qualquer papel, motorista, ciclista, pedestre ou outro.
      O paradigma hoje é de egoísmo, conveniência, de levar vantagem, muitas vezes as pessoas agem assim inconscientemente e por inércia. Quando surge uma ‘ameaça’ ao seu modo de vida reagem de forma intolerante, o que pode ser verificado nos comentários, e, algumas vezes, até agressivamente.
      Temos que parar e pensar se faz sentido, se é justo, se não estamos passando por cima do direito dos outros etc.

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  5. Pessoal, está faltando tolerância em uns, e sobrando de outros. Permissividade e omissão, faltando firmeza no bom senso. Pedestres também tem bronca de motorista que fica estacionando na calçada, sendo que estes ocupam mais espaço da calçada, e, mesmo assim, os motoristas ficam na maioria das vezes impunes, porque não há quem insista em estabelecer o uso da calçada para pedestres e ocasionais ciclistas que respeitem os pedestres. Também há de convir que pedestres também não respeitam as regras de circulação. Mantendo-se à direita para que outro pedestre possa vir em sentido contrário sem ter que ficar desviando dos seus iguais pedestres. Ciclistas podem circular na calçada, desmontados, e empurrando a bicicleta. Montado, se, não houver pedestres. E se de repente houver, obedecer as regras de circulação na calçada, mantendo-se à direita, no mínimo, e se a calçada for larga o suficiente. Senão, desmonte e empurre a bicicleta. É sinal de respeito. E respeito todo mundo gosta. Então ao invés da negação e da reprimenda, exija respeito. Fale com o ciclista para que desmonte e faça-o empurrar a bicicleta. Não ficar falando dele pelas costas, é muito covarde esta atitude, além de beirar a hipocrisia.

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  6. Acho interessante como alguns motoristas se defendem com unhas e dentes quando o assunto é ciclista na via, engraçado é que alguns caminhões são mais lentos que os ciclistas e não vejo motoristas jogando seus carros em cima deles.

    Passo sempre pela ciclovia da Faria Lima e sempre há pedestres andando nela, porem isso não me incomoda em nada. Desde que o pedestre não ocupe toda a ciclovia, acredito que o espaço urbano pode ser compartilhado por todos, basta termos cuidado.

    Mas eu já desisti desse país, nosso problema não é infra-estrutura, é falta de respeito ao próximo. Só um milagre pra mudar o caos que esse país se tornou.

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  7. Da mesma forma que um pedestre consegue atravessar no semáforo cor vermelha, se não vem carro. Um ciclista tmb consegue. Da uma volta na Paulista para vc ver que tem vários pedestres atravessando no vermelho e atrapalhando os carros a entrarem nas ruas, quando o semáforo está verde pro carro. O problema eh que Brasileiro não tem educação. Precisamos educar, se não sempre será essa mesma merda em tudo!

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  8. Enquanto ainda existirem imbecis homicidas em potencial dirigindo automóveis, não adianta multar esse ou aquele.
    Existem multas pra excesso de velocidade, ainda assim os imbecis homicidas em potencial dirigem em alta velocidade quando sabem que ali não existe radar ou policial de trânsito para multá-lo.

    A “vontade” que alguns motoristas tem de que se multe também os ciclistas não é vontade de ver um trânsito melhor, isso nem passa pela cabeça deles. É uma vingancinha infantil, de quem pensa “ah, eu não posso, eles podem?” Por aí se vê o nivel dos imbecis homicidas em potencial.

    No fim das contas, somos todos pedestres. Mas acredito que quem está em cima da bike tem uma leve vantagem na questão moral, porque já se conscientizou que a cultura do “as ruas são para os carros” é ultrapassada e na verdade sempre foi errada, afinal ruas não foram construídas para carros (no caso aqui é preciso que as pessoas conheçam um pouco de História mas a maioria dos imbecis homicidas em potencial não tem muito amor aos estudos).

    Polêmico. O que acha? Thumb up 6 Thumb down 7

    1. Luiz, concordo em parte com vc.
      Pergunte para alguém que tem uma criança pequena e que algum dia tentou andar de bike com o seu filho aos domingo na ciclo-faixa.
      A resposta será que ele não vai mais levar os seus filhos para a ciclo-faixa porque os ciclistas não respeitam quem esta andando e não querem crianças nem quem anda devagar andando nas ciclo faixa.
      A cultura de que as leis são para os outros e que cumpra a lei que me beneficie é cultuado por todos, seja os motoristas, motociclista, ciclista e pedestre.
      O termo a rua é publica esta deturpada porque cada acha que a rua é sua.
      Precisamos mudar isso. Os espaços publicos devem ser compartilhado do maneira ordenada.

      Polêmico. O que acha? Thumb up 5 Thumb down 4

  9. Não é tudo ou nada, não é uma simples questão de certo ou errado, há muito a ponderar. Os ciclistas não estão sempre certos ou errados quando desrespeitam a lei. Cabe a quem acha que estão errados, abrir a mente, se colocar no lugar do outro, para tentar entender, e cabe aos ciclistas admitirem que muitas vezes desrespeitam quando não é necessário (quando é por segurança), por simples comodidade.
    Concordo com os argumentos apresentados nos texto para ciclistas desrespeitarem leis, visando a segurança. Porém, o desrespeito não é válido quando é por comodidade. Isto vale não só para ciclistas, motoristas e pedestres também furam a lei inúmeras vezes por comodidade.
    Sou pedestre, ciclista e motorista, o que me proporciona observar as situações do ponto de vista destes três papéis. Observo diariamente situações em que o desrespeito é feito por segurança ou por comodidade, confesso que a maioria das vezes é por comodidade, de todas as partes, ciclistas, pedestres e motoristas. Cabe observar que, dos três, o motorista tem o maior potencial (massa e velocidade) de causar danos, então é o que deve ter mais responsabilidade e cuidado com relação à segurança. O motorista precisa se policiar para não criar situações de risco, como tirar fina de ciclistas ou pedestres, mesmo que estejam errados, a vida em primeiro lugar.
    Como ciclista ando na rua e procuro evitar ao máximo contra-mão e andar na calçada. Quando não é possível pedalar na rua, é melhor empurrar a bicicleta na calçada, mas quando é possível, devemos andar na rua e ocupar uma faixa e sempre estar bem VISÍVEL. Já levei diversas finas e digo que é uma sensação horrível, com isso até entendo, mas não concordo, porque alguns pedalam na calçada. Acredito que muitas finas são feitas intencionalmente, por maldade, mas muitas outras eu acho que o motorista simplesmente não tem noção do quão perigoso é isto para o ciclista, agem como se fosse outro carro.
    Falando em não ter noção, tem muito ciclista que não tem noção de que pedalar na calçada é errado. Na ponte que atravesso a pé todo dia, cruzo com vários ciclistas na via de pedestre, 95% estão pedalando. Claramente não é uma situação em que estão pedalando na calçada por segurança, poderiam muito bem estar empurrando a bicicleta. Mas estão pedalando porque é mais rápido ou porque é desconfortável ir a pé com a sapatilha. Pode-se notar que alguns nem têm consciência de que estão errados.
    É certo desrespeitar o espaço do próximo, e até mesmo colocar sua segurança em risco, porque é mais cômodo para mim? Isto é egoísmo, é se achar mais importante que os outros. Pense nisto, motorista, ciclista, pedestre, cidadão. Muitos falam em “respeitar para ser respeitado”, está certíssimo, mas não se deve esperar ser respeitado para respeitar, assim não funciona.
    Multar ciclistas também? Sou a favor, mas não sei se é o momento, se já estamos preparados, tanto em estrutura, como em consciência e educação. Deve haver punição, mas também educação, e esta deve vir antes. Deveria ter aula de educação no trânsito e cidadania em geral desde o ensino fundamental.
    Emplacar/licenciar bicicletas? Acho que este não é o caminho, acabaria por desincentivar este meio de transporte tão barato e democrático, as pessoas de baixa renda seriam afetadas drasticamente, parariam de utilizar bicicleta como meio de transporte. Dadas as condições do parágrafo anterior, como multar ciclistas futuramente? Pelo CPF, mas também os pedestres (vide lei do RJ que multa pelo CPF quem joga lixo no chão). Para pessoas de baixa renda, poderia haver distribuição de kits de segurança (ONGs e governo) para deixar as magrelas conforme a lei manda e, acima de tudo, seguras.
    Resumindo, para melhorar a relação entre motoristas, ciclistas e pedestres, cada um deve: respeitar para ser respeitado (na ordem que está escrito); abrir a mente, se colocar no lugar do outro, procurando entender, pois muitas vezes é justificável desrespeitar a lei em prol da segurança; deixar de ser egoísta; investir em educação.
    Para finalizar vou listar três atitudes da maioria dos ciclistas que devem melhorar: Pedalar à noite sem estar visível/sinalizado, às vezes de carro só é possível vê-los quando se está ‘em cima’, quanto mais parecido com uma árvore de Natal, em termos de luzes e refletores, melhor; pedalar na via de pedestre sem necessidade; pedalar no cantinho da faixa, deve ocupar a faixa, por segurança, evita ser espremido.

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  10. A matéria é pertinente! Os fatos são evidentes! Foram apontados hipóteses para o cometimento de infrações por parte dos ciclistas! Justificável ou não a melhor alternativa para cada caso: educação, respeito ao próximo e bom senso!

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  11. Por que os ciclistas insistem em trafegar pelas calçadas ameaçados os pedestres, principalmente os mais idosos e as crianças? cobram dos motoristas o respeitos que eles não dão aos pedestres.

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      1. Acho que ele não generalizou. Se for assim, quando o argumento “ando na calçada por segurança” tbm é generalizar que todos os motoristas não respeitam os ciclistas.
        Vá na USP e veja se os ciclistas respeitam a faixa de pedestres.
        Vá no parque do ibirapuera e veja se quando os ciclistam estão andando fora da faixa exclusiva respeitam os pedestres.
        Inclusive na faixa exclusiva do parque do ibirapuera, nos locais onde a pista esta pintada de vermelho a preferência é do pedestre e posso garantir que 99,99% dos ciclistas não respeitam.

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        1. Generalizou sim, Decio. E sua comparação não faz muito sentido. “Andar na calçada por segurança” é consequência do comportamento de *alguns* motoristas, ninguém diz que todos são assassinos. Um único que tente matar um ciclista iniciante uma única vez será motivo para ele não arriscar mais usar a via.

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          1. Infelizmente não generalizou não.
            Os ciclistas, ou os que assim se denominam, usam a calçada não só por “medo” de “*alguns*” motoristas mas por que lhes é conveniente, é mais cômodo, segundo seu próprio entendimento.
            *Alguns* ciclistas transitam entre calçadas e ruas do modo que bem entendem, nem um pouco preocupados com a segurança do pedestre, tampouco com a própria, como eu pude presenciar e ser vítima.
            Vejo que aqui é pregado respeito e civilidade do motorista ao ciclista, preponderantemente, mas a recíproca não é verdadeira, basta sair pela rua para presenciar a irresponsabilidade de muitos ciclistas.
            O que se vê neste site é só um ponto de vista, um lado da moeda, a opinião do ciclista ou quem o defende algumas vezes de modo intransigente, o que não necessariamente é a verdade.

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            1. Fabiano, ao trafegar pela calçada, o ciclista encontra buracos, degraus, pessoas, lixeiras, caixas de correio, cachorros, sacos de lixo, corre o risco de ser atropelado por um carro saindo com pressa de uma garagem e tem que parar a cada esquina para descer a guia e para ver se tem algum carro virando. Não entendo como isso pode ser conveniente o cômodo. O fazem por segurança mesmo. Se você não quer acreditar nisso, paciência, fique com suas certezas. Certamente você entende mais do comportamento dos outros do que os próprios.

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              1. Willian,

                eu ainda percorro um trecho de calçada na minha rota diária. Principalmente, quando estou com a minha esposa. Ela ainda tem mais insegurança do que eu em uma quadra extremamente problemática.

                Isso já me gerou algumas crises de consciência. Já pensei em filmar o trecho, como forma de argumentação. Mas a verdade é que não preciso provar nada. Em resumo, cheguei em algumas conclusões:

                1) Se eu posso esperar o respeito de um veículo maior quando uso a pista, posso me responsabilizar pelo menor quando preciso usar a calçada. É o mesmo conceito, só que me sinto mais confortável em cuidar do mais fraco do que esperar o mesmo esmero do mais forte.

                2) Não importa bem por onde ir, mas, sim, a certeza de que eu vou conseguir voltar (para casa, para minha família, o que seja).

                3) Não vou de bicicleta para chegar mais rápido, para levar vantagem, para ser melhor do que outro. Se eu pensasse assim eu continuaria sendo um motorista de bicicleta.

                4) Eu sei que estou errado e farei o possível para minimizar isso ao máximo. Empurrar uma bicicleta por alguns metros é muito mais digno do que me impor como “mais forte na calçada”.

                5) Eu não espero que um dia tudo mude e eu possa respeitar as regras. Eu tento a cada dia conquistar este espaço e, sem dúvida, está cada vez mais fácil respeitar as regras.

                6) Eu não respondo por todos os ciclistas, assim como ninguém responde por todos os motoristas. Todo mundo que sai de casa vive experiências com pessoas idiotas. Independe do modal delas.

                7) Sim. O ciclista precisa ser educado, treinado e conscientizado. Quanto mais informação e educação melhor. Um pouco de altruísmo também vai bem.

                Um abraço e parabéns pelo post.

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    1. porque de bicicleta na calcada é mais seguro do que na rua com os carros. instinto de sobrevivência humana. não da pra reclamar antes de se construir uma infraestrutura de ciclovias adequada que proporcione um mínimo de seguranca para se pedalar.

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      1. Agora é a oportunidade para por isto a prova. E temos carta branca para reclamar para CET de carros que param na ciclovia. Vão ser multados, com a nossa insistência. Que nós ciclistas, obriguemos a usar as ciclovias, ou ciclofaixas, que seja. Tem que ocupar estes espaços. Senão fica válido a argumentação tanto de pedestres e motoristas. Então que nos auto-eduquemos a usar as ciclovias adequadamente onde houver.

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        1. Acho que por um bom tempo as novas ciclofaixas e ciclovias, e até as já existentes, vão ter uma taxa de ocupação pequena, pois muitas ainda ligam ‘nada a lugar nenhum’.
          No meu bairro por exemplo, implantaram algumas ciclofaixas, mas não são úteis para o dia a dia de quem não trabalha no bairro, não levam a lugares úteis ou interligados e não têm integração com bicicletários. Uma delas eu poderia utilizar para ir até a estação de trem e, assim, substituir o ônibus, contudo esta estação não tem bicicletário.
          Então vão ser mais utilizadas por lazer ou por quem trabalha e mora no bairro. Enquanto a rede não for extensa e tiver estrutura de apoio, vai haver subutilização que vai servir de argumento contra. Mas o fato real não é que não há demanda, mas que o que existe não atende a muitos (demanda suprimida).

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    2. Instinto de sobrevivência humana. Muitas dessas pessoas que pedalam nas calcadas são justamente idosos e criancas, porque alí se sentem mais seguras.

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    1. Como a rua é feita para todos, até carroceiros (está lá, no Código de Trânsito) minha sugestão é que se façam carrovias. Isso vai proteger todo mundo das “colisões” (que tecnicamente são atropelamentos). Enquanto as carrovias não ficarem prontas, que façam buzinaços, manifestações, usem a mídia para pressionar e andem a pé ou de transporte público (mas só onde houver corredor). 😉

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    1. 1- só tem como reivindicar por ciclovias se já houver pessoas pedalando. senão fica dificil justificar a demanda.

      2- “rua é lugar de carro” é um conceito do século passado baseado em uma sociedade “car-centric”. A nossa sociedade moderna atual expressa claramente a vontade da revisão e mudanca deste conceito, afim de tornar as cidades mais amigaveis.

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