Ciclovia da Av. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais dois vindo atrás. Foto: Willian Cruz

Ciclovias de São Paulo não custaram R$ 650 mil/km na gestão Haddad

Matéria que afirma serem “as mais caras entre 10 cidades” ignora alguns fatos e adequa outros, com o objetivo de depreciar a implantação na capital paulista

Ciclovia da Av. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais dois vindo atrás. Foto: Willian Cruz
Ciclovia da R. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais os dois vindo atrás que ficaram fora da imagem. Ou seja, 6 ciclistas em um minuto – demanda ignorada pela matéria da revista. Foto: Willian Cruz

Em fevereiro de 2015, a revista Veja São Paulo, a “vejinha”, publicou uma matéria alegando que as ciclovias de São Paulo custaram R$ 650 mil reais por km, com alguma “inocência matemática” para chegar nesse valor. A conta justificaria a alegação de que as estruturas paulistanas seriam as mais caras do mundo. No ano seguinte, a Isto É repetiu a fake news, perpetuando a falsa informação, que continua circulando até hoje.

A princípio, resolvi ignorar a matéria da Veja São Paulo. A mim, o cálculo era tão obviamente equivocado que não mereceria o esforço de um esclarecimento. Mas o texto começou a viralizar de uma forma que me senti na obrigação de trazer a informação correta. Você pode concordar ou não com as contas que vou apresentar, mas pelo menos leia o que eu tenho a dizer.

Mais do que simplesmente informar sobre o assunto, a matéria foi construída com o objetivo claro de passar uma opinião. Para isso, utilizaram várias informações que já eram de conhecimento público, cortaram a parte que não lhes interessava, temperaram carregando nas tintas para dar o sabor desejado e serviram de forma a conduzir o raciocínio para o conceito no qual a matéria foi pautada: o de que o plano de ciclovias da capital paulista só serviria para desviar dinheiro. Vamos aos detalhes.

Ciclovia da Avenida Paulista já era usada antes da inauguração. Foto: Willian Cruz/VdB

O tom da reportagem

A prefeitura da capital paulista, naquele ano de 2016, estava sob o comando do petista Fernando Haddad. E a matéria começava citando supostas irregularidades no processo de contratação das empresas que implantariam as estruturas. Se houvesse alguma irregularidade nesse processo, é claro que isso deveria ser apurado. Mas da maneira correta e a partir de suspeitas sólidas.

Na matéria havia dúvidas e questionamentos, publicados com tintas de denúncia. Mas não passavam de suposições. E apesar de não se sustentarem e não terem um fundamento claro, acabaram servindo como “prova” incontestável para boa parcela de seus leitores. E como uma preparação para conduzir o raciocínio dos leitores através da seletividade das informações, que seria apresentada a seguir.

Informações que prestamos foram ignoradas

Uma repórter da revista entrou em contato comigo uma semana antes da publicação para obter ajuda com a matéria, em forma de dados e informações. Isso, diga-se de passagem, é algo completamente normal e corriqueiro: atendo jornalistas ao telefone quase todos os dias.

Ela me perguntou se a ciclovia da Paulista era importante e eu respondi que sim. Expliquei os motivos, esclarecendo que fazer a ciclovia nas paralelas não seria uma boa solução e falando sobre a grande utilização da avenida por quem usa a bicicleta como transporte, mesmo sem haver ainda ciclovia.

Contagem feita em 2014 já mostrava 2 ciclistas por minuto na Vergueiro, no horário de pico da tarde. Mas essa informação não interessou aos jornalistas. Foto: Rachel Schein

Falei da contagem de ciclistas realizada na Paulista 5 anos antes e falei de outras contagens, como Faria Lima, Eliseu, Inajar de Souza e Vergueiro. Sobre essa última destaquei que, pouco após a inauguração, foi feita uma contagem que detectou 2 ciclistas por minuto no pico da tarde. E que naquele momento, alguns meses depois, já se formava uma pequena fila de ciclistas quando os sinais fechavam, relatando até que naquela semana mesmo havia três ciclistas à minha frente e outros dois vindo mais atrás (não por acaso, a foto em destaque nessa matéria).

Ainda acrescentei que se eles fizessem uma breve contagem entre 18 e 19 h, na altura do Paraíso, ficariam impressionados com a quantidade de ciclistas. E que esse era um dos indicadores de que a ciclovia da Paulista teria em breve alta utilização, semelhante ou até superior à da Faria Lima.

Importância e utilização da ciclovia da Avenida Paulista foram ignoradas na matéria. A estrutura só serviu aos jornalistas para inflar o custo médio. Foto: Willian Cruz

E de tudo isso que eu expliquei, o que entrou na reportagem? Que a Faria Lima, a Eliseu e a Rio Pinheiros eram “os melhores trechos em funcionamento”, como sequência de um parágrafo que começava dizendo que “a maioria das faixas aparenta não ter muita utilidade prática como transporte público”.

Não falaram nada sobre a Vergueiro. Porque afinal era uma ciclovia do modelo novo, do projeto que estava sendo criticado, então era uma estrutura da qual a matéria não poderia falar bem. Também não citaram, nem de leve, a importância e o potencial de utilização da ciclovia da Avenida Paulista, porque também não lhes convinha, já que o objetivo da matéria não era informar.

Ciclovia Rio Pinheiros citada como “bom exemplo”

Forte ângulo de inclinação é o principal problema dos novos acessos. Foto: Rachel Schein
Ciclovia Rio Pinheiros: acesso com escadaria em forte ângulo de inclinação, exigindo grande esforço e oferecendo risco de queda. Foto: Rachel Schein

A Ciclovia Rio Pinheiros foi citada como um dos “melhores trechos em funcionamento” em São Paulo, um bom exemplo de ciclovia útil para o transporte. O curioso é que não havia naquele momento estatísticas abertas sobre a Ciclovia Rio Pinheiros, que sofria interdições constantes, tinha poucos acessos (alguns com escadarias perigosas) e muitas reclamações sobre assaltos na pista da margem oeste.

Por essas razões, a estrutura era (e ainda é) muito menos utilizada para commuting do que seu verdadeiro potencial. Quem utilizava ou acompanhava aquela ciclovia, já sabia disso: mas sendo uma ciclovia inaugurada por José Serra, decidiram usá-la para contrapor sutilmente ao que estava sendo feito por Haddad, mostrando-a como ciclovia modelo.

Ainda afirmavam que ela tinha “piso bem conservado, boa sinalização e fluidez”. Se fluidez significa não precisar fazer paradas, claro que ela teria fluidez, pois não é integrada ao viário! Não é necessário parar em semáforos e cruzamentos, pois fica isolada, às margens do rio.

Mas se você considerar como parte da fluidez a facilidade em acessá-la, fica bem difícil sustentar essa afirmação. Muitos ciclistas a evitam, pois “fluem” bem melhor por fora dela, já que em alguns casos é necessário aumentar o trajeto em até 4 km para conseguir usar a ciclovia, em comparação com o uso da pista local da Marginal.

Quanto à sinalização, não há muito o que sinalizar além do pavimento. Ainda assim, no trecho mais antigo a pintura já estava bastante desgastada.

Os primeiros 14 km da Ciclovia Rio Pinheiros, inaugurados em fevereiro de 2010, custaram R$ 714.285 por km, consistindo basicamente de recapeamento asfáltico de uma pista de serviço que já existia, com pintura em vermelho. Mas para a matéria da Veja, ela tem boa fluidez, piso bem conservado e boa sinalização. Divulgar o custo não ajudaria a compor o cenário que queriam pintar na matéria, portanto deixaram a informação de lado, mesmo sendo relevante no contexto.

Faria Lima incluída para subir a média

Finalização manual da guia rebaixada na Avenida Faria Lima. Foto: Willian Cruz/VdB

O dinheiro para a expansão da Ciclovia da Faria Lima (por sinal, um projeto que já tinha pelo menos 10 anos) vem de outro lugar, da Operação Urbana Faria Lima. Os recursos são provenientes da outorga onerosa de potencial adicional de construção (CEPACs) e outras modificações à legislação de uso e ocupação do solo, concedidas aos proprietários de terrenos contidos no perímetro da Operação Urbana interessados em participar.

É um dinheiro que já estava previsto, que não poderia ser usado para obras fora da Operação e que engloba tanto a ciclovia como outras intervenções adjacentes, como reforma de calçadas e readequações do viário. Por esses custos adicionais, essa obra não deveria entrar no cálculo do custo médio por km de ciclovia na cidade. Ou deveriam abater todos os gastos adicionais e manter só o da ciclovia em si.

Mas não: foi colocada e na íntegra, só para subir a média. E ainda por cima era uma obra que seria tocada por qualquer prefeito que tivesse sido eleito, pois já estava em andamento.

É correto incluir as reformas das calçadas de toda a avenida no cálculo dessa média, comparando com países onde as intervenções se limitaram à área de construção da ciclovia? Você decide.

Eliseu de Almeida também forçou a média para cima

Máquinas pesadas foram necessárias para as alterações no canteiro central da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Mauricio Martins
Máquinas pesadas foram necessárias para as alterações no canteiro central da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Mauricio Martins

Quem conhece a região da Eliseu de Almeida há mais tempo sabe que debaixo daquele canteiro central há o Córrego Pirajussara. Por isso o espaço é elevado em diversos pontos, o que tornou a intervenção mais complexa.

Foi preciso deixar tampas de serviço em alguns pontos da ciclovia, para que pudessem ser utilizadas como acesso de serviço ao córrego. Houve readequação do viário em alguns pontos, além de toda a construção do pavimento. Pouco provável que as ciclovias que serviram como comparação para calcular as médias em outros países tenham características semelhantes.

Ah, o primeiro trecho da Ciclovia da Eliseu de Almeida, entregue em 2014, utilizou recursos provenientes de emendas de vereadores.

É correto usar um projeto com características diferenciadas no cálculo dessa média, comparando com países onde as intervenções costumam se resumir a isolar um trecho do viário para a circulação de bicicletas, segregando no máximo com um meio-fio? Você decide.

Av. Paulista foi mais uma a inflar a média

Concreto pigmentado foi utilizado na Ciclovia Pirajussara, na Av. Eliseu de Almeida. Foto: Willian Cruz
Ciclovia da Av. Paulista usará concreto pigmentado, como nesta foto das obras da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Willian Cruz

O custo da ciclovia da Avenida Paulista foi alto porque, como no caso da Faria Lima, não foi só a ciclovia a ser implantada. Houve intervenções como a reforma das calçadas na Bernardino de Campos e a passagem de fibras óticas pelo subsolo do canteiro central – que, por sinal, foi totalmente alargado, elevado e reconstruído.

É correto colocar o valor total da obra nessa conta, comparando com estruturas de países onde essas intervenções não fizeram parte dos custos? Você decide.

Estruturação da matéria

Conduzir o raciocínio não é complicado para quem tem experiência nisso. Os elogios rasgados à importância das ciclovias no início da matéria tem o objetivo de desarmar o leitor que é favorável a elas, convencendo que a matéria está do mesmo lado que ele, que a intenção é ter ciclovias sim. Uma ótima estratégia de comunicação para fazer a argumentação contrária descer mais suave. Como vi em um comentário na minha timeline: “mas eles até elogiaram as ciclovias, não devem ter exagerado na matéria…”

Custo médio

Como ficaria o gráfico com a comparação de custos retirando os projetos que têm perfil bastante diferente do que costuma ser feito nas "segregated bike lanes" criadas lá fora.
Como ficaria o gráfico com a comparação de custos, retirando os projetos que têm perfil bastante diferente do que costuma ser feito nas “bike lanes” criadas lá fora. São Paulo passaria a se equiparar a Copenhagen e Amsterdam.

Ficou bem interessante o gráfico comparando o custo médio de ciclovias ao redor do mundo. Convenhamos que “apuração de um time de correspondentes no exterior” não é bem uma fonte, mas ok, os valores até que estão dentro do esperado. Só me pergunto por que ele não tinha aparecido antes, quando se falava amplamente que “200 mil por km seria um completo absurdo”. Talvez para não contrariar a mensagem que estavam tentando passar até então?

A propósito, se tivessem feito uma rápida busca por imagens de ciclovias em Berlim, a cidade que está no topo dessa lista, teriam uma boa ideia de como elas eram por lá: havia ciclovias sobre a calçada; locais onde o ciclista circulava a um palmo dos ônibus; trechos onde não havia nem tachões, só uma faixa branca; e situações de pavimento irregular e conversões esquisitas, que deixariam os críticos paulistanos de cabelo em pé. E isso custando mais que o dobro da infraestrutura padrão implantada nas ruas de São Paulo.

Eu realmente gostaria de ver um gráfico com o custo médio do km de avenida, ponte ou viaduto em São Paulo e no resto do mundo. Se alguém que nos lê se animar a fazer a pesquisa, apontando corretamente as fontes (em vez de “correspondentes no exterior”), publicaremos aqui. Duvido que a comparação seria usada para questionar a necessidade de tais estruturas.

Para saber mais sobre a “inocência matemática” da matéria, recomendamos a leitura do artigo Corrigindo os cálculos da revista Veja, publicado por Rafael Calabria no site Diário da Mobilidade. Além de comentar os cálculos, traz informações sobre o custo de algumas ciclovias em outros países.

É correto incluir no cálculo projetos com intervenções bem mais amplas do que o tradicionalmente feito em outros países? É ético induzir o leitor a concluir que as ciclovias daqui custaram muito mais do que deveriam, com base nesse cálculo equivocado? Você decide.

Contra as ciclovias

Desde o início do plano de 400km de ciclovias da gestão Haddad, sempre esteve em andamento um movimento contrário às estruturas, organizado e estruturado por políticos de oposição e com apoio dos editores de jornais e revistas tradicionais.

Isso ficava claro quando ao ler matérias como essa da Veja São Paulo, como outra do Estadão que esclarecemos aqui ou mesmo as redes sociais de alguns vereadores ou deputados de renome (que as criticam até hoje). O objetivo era claramente partidário e fazia parte da disputa pelo poder, mas trazia riscos diretos sobre nossas vidas e nossa integridade física – não só pela possibilidade de reverterem o processo de implantação, nos deixando novamente nus em meio a motoristas intolerantes (o que chegou a ser tentado), mas também pelas agressões e ameaças crescentes de motoristas a ciclistas nas ruas, que passaram a nos ver como coniventes com tudo de ruim que se imputava ao partido político do prefeito, só por circularmos de bicicleta nas ruas.

O pior de uma matéria como essa é contribuir para acirrar o preconceito com ciclistas na cidade, um efeito que pode, indiretamente, levar a ferimentos e mortes por intolerância no trânsito. Mas duro mesmo é ter que aguentar gente com dificuldade de interpretação (ou desonestidade argumentativa mesmo) dizendo aos quatro ventos que “o quilômetro de tinta tá custando 650 mil”, como cheguei a ler muito por aí. E se você contesta, ainda é chamado de “petista”, com toda a conotação negativa possível, quase criminosa, como se você fosse conivente com tudo que acontece de errado no país, só por acreditar que as pessoas que usam a bicicleta merecem ter suas vidas protegidas por ciclovias.

Ciclovias salvam vidas

Ghost Bikes como a da jovem Juliana Dias (na Av. Paulista) nos lembram o quanto estruturas de proteção são necessárias na cidade. Foto: Willian Cruz

Enquanto se discutirem os pelos desse ovo, pessoas continuarão morrendo por falta de segurança no viário e pelo comportamento irresponsável de alguns motoristas. E o objetivo das ciclovias é justamente proteger quem se desloca de bicicleta.

Na mesma época em que a revista publicava essa matéria, era instalada a décima sétima Ghost Bike de São Paulo, uma bicicleta branca em memória de Noel Moreno Leite, que perdeu a vida na Av. Belmira Marin, zona sul da capital. E pouco depois, em 9 de fevereiro, uma moça não identificada foi atropelada na Av. João Paulo I, Freguesia do Ó, Zona Norte. Em nenhum dos dois locais havia ciclovia.

Um exemplo bastante claro da necessidade de ciclovias é a Av. Eliseu de Almeida. Prometida desde 2004 e mesmo com um fluxo diário de mais de 600 bicicletas (2012), a ciclovia só teve seu primeiro trecho concluído dez anos depois, em 2014.

Mortes frequentes, como as de Lauro Neri (2012), Nemésio Ferreira Trindade (2012), José Aridelson (2013) e Maciel de Oliveira Santos (2014), teriam sido evitadas se as gestões anteriores tivessem atendido à demanda popular e às várias manifestações realizadas na avenida e junto à subprefeitura.

Com o primeiro trecho pronto, em 2014, foram contados 888 ciclistas em 14h, um aumento de 53% em relação a 2012. Quase mil pessoas por dia que passaram a circular de forma bem mais segura, sem o risco a que foram expostos Neri, Trindade, Aridelson, Santos e tantos outros anônimos todos os dias.

367 comentários em “Ciclovias de São Paulo não custaram R$ 650 mil/km na gestão Haddad

  1. Vale ressaltar, meus caros colegas, que a produção de bicicletas no Brasil tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, segundo “Associação brasileira de fabricantes de motocicletas[Abraciclo]”. Em 2018, houve aumento de 16% na produção em comparação ao ano anterior.

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  2. De qualquer maneira 650mil por km é caro pra caramba (óbvio que houve desvio)…A grande maioria da “ciclovia” é uma piada, é apenas uma faixa pintada de vermelho e muito mal feito por sinal…
    É evidente que a veja tem uma posição oposta ao PT, mas é de se preocupar também quando alguém defende cegamente um político ou partido.
    #Paz

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    1. Mais um O.TÁRIO que acreditou na matéria da veja sem pesquisar…

      Bom, o que vai esperar da massa de manobra?

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  3. Ciclovia é sustentabilidade, infelizmente alguns ainda não tenha este conceito; parabéns pela iniciativa de construir ciclovias.

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  4. Vamos lá, moderação. Por favor. Prove que esse não é mais um dos blogs financiados pelo PT e aprove meus comentários.

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      1. Engraçado, Tiago. Mas escrevi um comentário bem extenso, com vários argumentos embasados em notícias de outros veículos de comunicação e mesmo em minha própria vivência profissional na engenharia civil. E esses argumentos e notícias sustentavam com fundamentos as manobras criminosas do PT em relação às ciclovias e as manipulações tendenciosas dos escritos deste blog. Mas a moderação censurou tudo. Por que será??

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        1. Talvez pq você esteja querendo partidarizar a discussão? Esse é um blog de cicloativismo, pessoas que amam e gostam de bicicleta, usando principalmente como meio de transporte e que defendem a mesma como mais um modal complementar aos demais meios de locomoção.

          E você vem dizer que o blog é financiado pelo PT. E depois vem com mimimi pq seus comentários foram censurados?

          Faça o favor….

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        2. Daniel, o sistema segura automaticamente alguns comentários para moderação, por razões diversas. Como era um texto bem longo sem quebras de linha, talvez o algoritmo tenha confundido com spam, sei lá. De qualquer forma, já foi liberado. Todas as opiniões são aceitas aqui, desde que não se desça o nível. Grande abraço e obrigado por opinar.

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      2. Só um PS, Tiago: a CUT e o MST também já existiam antes do PT assaltar o Governo Federal. Nem por isso deixaram de receber muita grana (nossa grana!) do PT. Melhore seu argumento.

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  5. O custo médio por metro linear de 700 reais não diz respeito apenas à ciclofaixa da Paulista. E, ainda se fosse o caso, nada justifica o gasto de 15 milhões de reais para se fazer 2.700m de ciclofaixa, mesmo havendo a necessidade de se refazer a pavimentação. Esta seria uma obra para custar, na pior das hipóteses, 40% desse valor. Já foi apurado pela Jovem Pan que a suposta empreiteira contratada para obras na Paulista, identificada como Consórcio Semafórico Paulista, é uma representação fantasma com sede num prédio de apartamentos residenciais ao lado do Metrô Belém! Portanto, o nosso amigo William Cruz omitiu no seu artigo que as irregularidades já estão sendo comprovadas, sim! Além disso, na Paulista, todos os cabeamentos e serviços públicos já eram subterrâneos. Não havia a necessidade de enterrá-los. Portanto, usar essa justificativa para o alto custo da reconstrução do pavimento é a maior balela, conversa pra boi dormir. E, se realmente fosse verdade, por que não foram refeitos os pavimentos em todos os lugares em que as ciclofaixas foram implantadas?? Por que a coisa mais fácil de encontrarmos são extensões pintadas indiscriminadamente sobre buracos e até mesmo sobre terra batida?? Isso sem entrarmos no mérito da forma leviana como estas ciclofaixas são planejadas: trechos interrompidos bruscamente por obstáculos perigosos, como postes e pilares de viadutos, ou extensões inteiras que engolem calçadas, obrigando os pedestres, que já não têm vez nenhuma nessa cidade, a correrem o risco de também serem atropelados por ciclistas! A prova cabal desse má planejamento foi o número de mortes em acidentes envolvendo ciclistas ter aumentado, segundo dados levantados pela PM, Jovem Pan e Estadão. Duas mortes em 1 mês só na Amaral Gurgel! E nem me venham com esse argumento absurdo de que as mortes aumentaram porque aumentou o número de ciclistas! Ora! As ciclofaixas não deveriam ser implantadas justamente para garantir o trânsito seguro dos ciclistas?? É o mesmo absurdo que afirmar que o número de mortes de pedestres aumentou porque foram construídas mais calçadas! Por que esses dados o Datafolha e a Folha de S. Paulo não mostram?? Talvez pela mesma razão que a Folha sempre foi palanque para a esquerda defensora do PT, ou pela mesma razão que o Datafolha ainda aponta Lula como o favorito nas próximas eleições. Ou pela mesma razão que o Datafolha reduzia sempre em 6 vezes o número de manifestantes na Paulista pedindo o Impeachment da Terrorista do Chefe! E, finalmente, a pergunta de 5 milhões de dólares (porque 4 milhões têm que ir pro bolso do Haddad): por que não foi implantado 1 centímetro sequer de ciclovia nas periferias e rincões longínquos da cidade?? Por que sempre em vias ou bairros de maior visibilidade?? Talvez o senhor Haddad pense que andar de bike seja coisa só para a elite, assim como o Lula pensa que tênis não é esporte pra pobre, que tem que se conformar em jogar bola na rua! Ou, então, a coisa é mais simples mesmo: o Haddad Suvinil resolveu fazer lobby pra turma dos ciclochatos composta por esquerdas-caviar dos bairros centrais (Jardins, Vila Madalena, Perdizes etc) . Afinal, ele precisa da grana preta dos ciclochatos riquinhos pra financiar a sua reeleição. Uma desgraça que, felizmente, para alívio do povo paulistano, tem chances mínimas de ocorrer.

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  6. Olá pessoal, desde o início do ano, depois que terminei meu TCC, tomei como hábito andar de bicicleta, perdi peso, tenho me sentido mais animada e no último mês conheci o Vadebike.org e amei, vocês estão de parabéns!!!

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  7. Gostei do texto. Achei claro e lúcido. So ficou faltando a fonte para o custo do quilômetro de ciclovia pelo mundo.
    E só para reforçar, a bicicleta é um meio de transporte interessante porém nem todos podem usá-lo. Seja por incapacidade física, seja pela distância a ser percorrida ou até porque não tem um lugar onde tomar um banho e trocar de roupa antes de começar a trabalhar.
    A prefeitura e o governo do estado tem a obrigação de oferecer transporte público de qualidade para todos e não apenas criar ciclovias.

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  8. a passarela de cosmos na rua ICURANA também vai desabar a qualquer momento as estrutura metalica ja esta toda apodrecida , por ser um material de pécima qualidade , metalom ja esta todo comprometido , e nunca vem um fiscal examinar , passa mais de 200 motos diaria nela , ja não suportamos tanto ruido de motos !! é preciso alguém tomar providencia

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  9. Ciclovia é importante mas não pode virar uma panacéia, as obras dos outros modais precisam continuar e os carros não podem ser ignorados, ainda mais quando, durante anos, o próprio governo nos incentivou a comprá-los com desonerações de impostos para “aquecer” a economia, ação que nos levou a atual estagflação. Eu ando de carro porque trabalho longe e não tenho condições de ir de bike, e mesmo se tivesse, pensaria mil vezes, já que a segurança é temerosa e a minha empresa não conta com chuveiros para os funcionários, ou seja, a coisa não é tão simples assim.

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  11. Bom dia. Excelente artigo.
    Deixo umas sugestões : levantar o número de bicletas vendidas na cidade de São Paulo e pesquisar em algumas oficinas o movimento de reforma e revisão. Eu mesmo fiz nas duas bikes lá de casa. E, finalmente, será que o Itau errou ao patrocinar as bikes? Eles devem ter os números de uso das bikes.

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