Ciclovia da Av. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais dois vindo atrás. Foto: Willian Cruz

Ciclovias de São Paulo não custaram R$ 650 mil/km na gestão Haddad

Matéria que afirma serem “as mais caras entre 10 cidades” ignora alguns fatos e adequa outros, com o objetivo de depreciar a implantação na capital paulista

Ciclovia da Av. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais dois vindo atrás. Foto: Willian Cruz
Ciclovia da R. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais os dois vindo atrás que ficaram fora da imagem. Ou seja, 6 ciclistas em um minuto – demanda ignorada pela matéria da revista. Foto: Willian Cruz

Em fevereiro de 2015, a revista Veja São Paulo, a “vejinha”, publicou uma matéria alegando que as ciclovias de São Paulo custaram R$ 650 mil reais por km, com alguma “inocência matemática” para chegar nesse valor. A conta justificaria a alegação de que as estruturas paulistanas seriam as mais caras do mundo. No ano seguinte, a Isto É repetiu a fake news, perpetuando a falsa informação, que continua circulando até hoje.

A princípio, resolvi ignorar a matéria da Veja São Paulo. A mim, o cálculo era tão obviamente equivocado que não mereceria o esforço de um esclarecimento. Mas o texto começou a viralizar de uma forma que me senti na obrigação de trazer a informação correta. Você pode concordar ou não com as contas que vou apresentar, mas pelo menos leia o que eu tenho a dizer.

Mais do que simplesmente informar sobre o assunto, a matéria foi construída com o objetivo claro de passar uma opinião. Para isso, utilizaram várias informações que já eram de conhecimento público, cortaram a parte que não lhes interessava, temperaram carregando nas tintas para dar o sabor desejado e serviram de forma a conduzir o raciocínio para o conceito no qual a matéria foi pautada: o de que o plano de ciclovias da capital paulista só serviria para desviar dinheiro. Vamos aos detalhes.

Ciclovia da Avenida Paulista já era usada antes da inauguração. Foto: Willian Cruz/VdB

O tom da reportagem

A prefeitura da capital paulista, naquele ano de 2016, estava sob o comando do petista Fernando Haddad. E a matéria começava citando supostas irregularidades no processo de contratação das empresas que implantariam as estruturas. Se houvesse alguma irregularidade nesse processo, é claro que isso deveria ser apurado. Mas da maneira correta e a partir de suspeitas sólidas.

Na matéria havia dúvidas e questionamentos, publicados com tintas de denúncia. Mas não passavam de suposições. E apesar de não se sustentarem e não terem um fundamento claro, acabaram servindo como “prova” incontestável para boa parcela de seus leitores. E como uma preparação para conduzir o raciocínio dos leitores através da seletividade das informações, que seria apresentada a seguir.

Informações que prestamos foram ignoradas

Uma repórter da revista entrou em contato comigo uma semana antes da publicação para obter ajuda com a matéria, em forma de dados e informações. Isso, diga-se de passagem, é algo completamente normal e corriqueiro: atendo jornalistas ao telefone quase todos os dias.

Ela me perguntou se a ciclovia da Paulista era importante e eu respondi que sim. Expliquei os motivos, esclarecendo que fazer a ciclovia nas paralelas não seria uma boa solução e falando sobre a grande utilização da avenida por quem usa a bicicleta como transporte, mesmo sem haver ainda ciclovia.

Contagem feita em 2014 já mostrava 2 ciclistas por minuto na Vergueiro, no horário de pico da tarde. Mas essa informação não interessou aos jornalistas. Foto: Rachel Schein

Falei da contagem de ciclistas realizada na Paulista 5 anos antes e falei de outras contagens, como Faria Lima, Eliseu, Inajar de Souza e Vergueiro. Sobre essa última destaquei que, pouco após a inauguração, foi feita uma contagem que detectou 2 ciclistas por minuto no pico da tarde. E que naquele momento, alguns meses depois, já se formava uma pequena fila de ciclistas quando os sinais fechavam, relatando até que naquela semana mesmo havia três ciclistas à minha frente e outros dois vindo mais atrás (não por acaso, a foto em destaque nessa matéria).

Ainda acrescentei que se eles fizessem uma breve contagem entre 18 e 19 h, na altura do Paraíso, ficariam impressionados com a quantidade de ciclistas. E que esse era um dos indicadores de que a ciclovia da Paulista teria em breve alta utilização, semelhante ou até superior à da Faria Lima.

Importância e utilização da ciclovia da Avenida Paulista foram ignoradas na matéria. A estrutura só serviu aos jornalistas para inflar o custo médio. Foto: Willian Cruz

E de tudo isso que eu expliquei, o que entrou na reportagem? Que a Faria Lima, a Eliseu e a Rio Pinheiros eram “os melhores trechos em funcionamento”, como sequência de um parágrafo que começava dizendo que “a maioria das faixas aparenta não ter muita utilidade prática como transporte público”.

Não falaram nada sobre a Vergueiro. Porque afinal era uma ciclovia do modelo novo, do projeto que estava sendo criticado, então era uma estrutura da qual a matéria não poderia falar bem. Também não citaram, nem de leve, a importância e o potencial de utilização da ciclovia da Avenida Paulista, porque também não lhes convinha, já que o objetivo da matéria não era informar.

Ciclovia Rio Pinheiros citada como “bom exemplo”

Forte ângulo de inclinação é o principal problema dos novos acessos. Foto: Rachel Schein
Ciclovia Rio Pinheiros: acesso com escadaria em forte ângulo de inclinação, exigindo grande esforço e oferecendo risco de queda. Foto: Rachel Schein

A Ciclovia Rio Pinheiros foi citada como um dos “melhores trechos em funcionamento” em São Paulo, um bom exemplo de ciclovia útil para o transporte. O curioso é que não havia naquele momento estatísticas abertas sobre a Ciclovia Rio Pinheiros, que sofria interdições constantes, tinha poucos acessos (alguns com escadarias perigosas) e muitas reclamações sobre assaltos na pista da margem oeste.

Por essas razões, a estrutura era (e ainda é) muito menos utilizada para commuting do que seu verdadeiro potencial. Quem utilizava ou acompanhava aquela ciclovia, já sabia disso: mas sendo uma ciclovia inaugurada por José Serra, decidiram usá-la para contrapor sutilmente ao que estava sendo feito por Haddad, mostrando-a como ciclovia modelo.

Ainda afirmavam que ela tinha “piso bem conservado, boa sinalização e fluidez”. Se fluidez significa não precisar fazer paradas, claro que ela teria fluidez, pois não é integrada ao viário! Não é necessário parar em semáforos e cruzamentos, pois fica isolada, às margens do rio.

Mas se você considerar como parte da fluidez a facilidade em acessá-la, fica bem difícil sustentar essa afirmação. Muitos ciclistas a evitam, pois “fluem” bem melhor por fora dela, já que em alguns casos é necessário aumentar o trajeto em até 4 km para conseguir usar a ciclovia, em comparação com o uso da pista local da Marginal.

Quanto à sinalização, não há muito o que sinalizar além do pavimento. Ainda assim, no trecho mais antigo a pintura já estava bastante desgastada.

Os primeiros 14 km da Ciclovia Rio Pinheiros, inaugurados em fevereiro de 2010, custaram R$ 714.285 por km, consistindo basicamente de recapeamento asfáltico de uma pista de serviço que já existia, com pintura em vermelho. Mas para a matéria da Veja, ela tem boa fluidez, piso bem conservado e boa sinalização. Divulgar o custo não ajudaria a compor o cenário que queriam pintar na matéria, portanto deixaram a informação de lado, mesmo sendo relevante no contexto.

Faria Lima incluída para subir a média

Finalização manual da guia rebaixada na Avenida Faria Lima. Foto: Willian Cruz/VdB

O dinheiro para a expansão da Ciclovia da Faria Lima (por sinal, um projeto que já tinha pelo menos 10 anos) vem de outro lugar, da Operação Urbana Faria Lima. Os recursos são provenientes da outorga onerosa de potencial adicional de construção (CEPACs) e outras modificações à legislação de uso e ocupação do solo, concedidas aos proprietários de terrenos contidos no perímetro da Operação Urbana interessados em participar.

É um dinheiro que já estava previsto, que não poderia ser usado para obras fora da Operação e que engloba tanto a ciclovia como outras intervenções adjacentes, como reforma de calçadas e readequações do viário. Por esses custos adicionais, essa obra não deveria entrar no cálculo do custo médio por km de ciclovia na cidade. Ou deveriam abater todos os gastos adicionais e manter só o da ciclovia em si.

Mas não: foi colocada e na íntegra, só para subir a média. E ainda por cima era uma obra que seria tocada por qualquer prefeito que tivesse sido eleito, pois já estava em andamento.

É correto incluir as reformas das calçadas de toda a avenida no cálculo dessa média, comparando com países onde as intervenções se limitaram à área de construção da ciclovia? Você decide.

Eliseu de Almeida também forçou a média para cima

Máquinas pesadas foram necessárias para as alterações no canteiro central da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Mauricio Martins
Máquinas pesadas foram necessárias para as alterações no canteiro central da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Mauricio Martins

Quem conhece a região da Eliseu de Almeida há mais tempo sabe que debaixo daquele canteiro central há o Córrego Pirajussara. Por isso o espaço é elevado em diversos pontos, o que tornou a intervenção mais complexa.

Foi preciso deixar tampas de serviço em alguns pontos da ciclovia, para que pudessem ser utilizadas como acesso de serviço ao córrego. Houve readequação do viário em alguns pontos, além de toda a construção do pavimento. Pouco provável que as ciclovias que serviram como comparação para calcular as médias em outros países tenham características semelhantes.

Ah, o primeiro trecho da Ciclovia da Eliseu de Almeida, entregue em 2014, utilizou recursos provenientes de emendas de vereadores.

É correto usar um projeto com características diferenciadas no cálculo dessa média, comparando com países onde as intervenções costumam se resumir a isolar um trecho do viário para a circulação de bicicletas, segregando no máximo com um meio-fio? Você decide.

Av. Paulista foi mais uma a inflar a média

Concreto pigmentado foi utilizado na Ciclovia Pirajussara, na Av. Eliseu de Almeida. Foto: Willian Cruz
Ciclovia da Av. Paulista usará concreto pigmentado, como nesta foto das obras da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Willian Cruz

O custo da ciclovia da Avenida Paulista foi alto porque, como no caso da Faria Lima, não foi só a ciclovia a ser implantada. Houve intervenções como a reforma das calçadas na Bernardino de Campos e a passagem de fibras óticas pelo subsolo do canteiro central – que, por sinal, foi totalmente alargado, elevado e reconstruído.

É correto colocar o valor total da obra nessa conta, comparando com estruturas de países onde essas intervenções não fizeram parte dos custos? Você decide.

Estruturação da matéria

Conduzir o raciocínio não é complicado para quem tem experiência nisso. Os elogios rasgados à importância das ciclovias no início da matéria tem o objetivo de desarmar o leitor que é favorável a elas, convencendo que a matéria está do mesmo lado que ele, que a intenção é ter ciclovias sim. Uma ótima estratégia de comunicação para fazer a argumentação contrária descer mais suave. Como vi em um comentário na minha timeline: “mas eles até elogiaram as ciclovias, não devem ter exagerado na matéria…”

Custo médio

Como ficaria o gráfico com a comparação de custos retirando os projetos que têm perfil bastante diferente do que costuma ser feito nas "segregated bike lanes" criadas lá fora.
Como ficaria o gráfico com a comparação de custos, retirando os projetos que têm perfil bastante diferente do que costuma ser feito nas “bike lanes” criadas lá fora. São Paulo passaria a se equiparar a Copenhagen e Amsterdam.

Ficou bem interessante o gráfico comparando o custo médio de ciclovias ao redor do mundo. Convenhamos que “apuração de um time de correspondentes no exterior” não é bem uma fonte, mas ok, os valores até que estão dentro do esperado. Só me pergunto por que ele não tinha aparecido antes, quando se falava amplamente que “200 mil por km seria um completo absurdo”. Talvez para não contrariar a mensagem que estavam tentando passar até então?

A propósito, se tivessem feito uma rápida busca por imagens de ciclovias em Berlim, a cidade que está no topo dessa lista, teriam uma boa ideia de como elas eram por lá: havia ciclovias sobre a calçada; locais onde o ciclista circulava a um palmo dos ônibus; trechos onde não havia nem tachões, só uma faixa branca; e situações de pavimento irregular e conversões esquisitas, que deixariam os críticos paulistanos de cabelo em pé. E isso custando mais que o dobro da infraestrutura padrão implantada nas ruas de São Paulo.

Eu realmente gostaria de ver um gráfico com o custo médio do km de avenida, ponte ou viaduto em São Paulo e no resto do mundo. Se alguém que nos lê se animar a fazer a pesquisa, apontando corretamente as fontes (em vez de “correspondentes no exterior”), publicaremos aqui. Duvido que a comparação seria usada para questionar a necessidade de tais estruturas.

Para saber mais sobre a “inocência matemática” da matéria, recomendamos a leitura do artigo Corrigindo os cálculos da revista Veja, publicado por Rafael Calabria no site Diário da Mobilidade. Além de comentar os cálculos, traz informações sobre o custo de algumas ciclovias em outros países.

É correto incluir no cálculo projetos com intervenções bem mais amplas do que o tradicionalmente feito em outros países? É ético induzir o leitor a concluir que as ciclovias daqui custaram muito mais do que deveriam, com base nesse cálculo equivocado? Você decide.

Contra as ciclovias

Desde o início do plano de 400km de ciclovias da gestão Haddad, sempre esteve em andamento um movimento contrário às estruturas, organizado e estruturado por políticos de oposição e com apoio dos editores de jornais e revistas tradicionais.

Isso ficava claro quando ao ler matérias como essa da Veja São Paulo, como outra do Estadão que esclarecemos aqui ou mesmo as redes sociais de alguns vereadores ou deputados de renome (que as criticam até hoje). O objetivo era claramente partidário e fazia parte da disputa pelo poder, mas trazia riscos diretos sobre nossas vidas e nossa integridade física – não só pela possibilidade de reverterem o processo de implantação, nos deixando novamente nus em meio a motoristas intolerantes (o que chegou a ser tentado), mas também pelas agressões e ameaças crescentes de motoristas a ciclistas nas ruas, que passaram a nos ver como coniventes com tudo de ruim que se imputava ao partido político do prefeito, só por circularmos de bicicleta nas ruas.

O pior de uma matéria como essa é contribuir para acirrar o preconceito com ciclistas na cidade, um efeito que pode, indiretamente, levar a ferimentos e mortes por intolerância no trânsito. Mas duro mesmo é ter que aguentar gente com dificuldade de interpretação (ou desonestidade argumentativa mesmo) dizendo aos quatro ventos que “o quilômetro de tinta tá custando 650 mil”, como cheguei a ler muito por aí. E se você contesta, ainda é chamado de “petista”, com toda a conotação negativa possível, quase criminosa, como se você fosse conivente com tudo que acontece de errado no país, só por acreditar que as pessoas que usam a bicicleta merecem ter suas vidas protegidas por ciclovias.

Ciclovias salvam vidas

Ghost Bikes como a da jovem Juliana Dias (na Av. Paulista) nos lembram o quanto estruturas de proteção são necessárias na cidade. Foto: Willian Cruz

Enquanto se discutirem os pelos desse ovo, pessoas continuarão morrendo por falta de segurança no viário e pelo comportamento irresponsável de alguns motoristas. E o objetivo das ciclovias é justamente proteger quem se desloca de bicicleta.

Na mesma época em que a revista publicava essa matéria, era instalada a décima sétima Ghost Bike de São Paulo, uma bicicleta branca em memória de Noel Moreno Leite, que perdeu a vida na Av. Belmira Marin, zona sul da capital. E pouco depois, em 9 de fevereiro, uma moça não identificada foi atropelada na Av. João Paulo I, Freguesia do Ó, Zona Norte. Em nenhum dos dois locais havia ciclovia.

Um exemplo bastante claro da necessidade de ciclovias é a Av. Eliseu de Almeida. Prometida desde 2004 e mesmo com um fluxo diário de mais de 600 bicicletas (2012), a ciclovia só teve seu primeiro trecho concluído dez anos depois, em 2014.

Mortes frequentes, como as de Lauro Neri (2012), Nemésio Ferreira Trindade (2012), José Aridelson (2013) e Maciel de Oliveira Santos (2014), teriam sido evitadas se as gestões anteriores tivessem atendido à demanda popular e às várias manifestações realizadas na avenida e junto à subprefeitura.

Com o primeiro trecho pronto, em 2014, foram contados 888 ciclistas em 14h, um aumento de 53% em relação a 2012. Quase mil pessoas por dia que passaram a circular de forma bem mais segura, sem o risco a que foram expostos Neri, Trindade, Aridelson, Santos e tantos outros anônimos todos os dias.

367 comentários em “Ciclovias de São Paulo não custaram R$ 650 mil/km na gestão Haddad

    1. […]Tirando as três obras citadas, a implantação teve custo médio de R$ 180 mil por quilômetro[…]

      Comentário bem votado! Thumb up 10 Thumb down 1

  1. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

    Esse comentário não tem feito muito sucesso. Thumb up 12 Thumb down 25

    1. Ricardo, o brasileiro vive de pão e circo. Querremos ser o que não somos. Vejam as milhares de incoerências que este prefeito faz todos os dias. Ele quer que todos nós se lixem. Não quer saber se vai ajudar ou piorar. Ele quer ser maior que o rei. Ele manda fazer e pronto sempre na calada da noite. Pinta buraco. Pinta terra. Pinta calçada só não pinta bicicleta. Sabe porque?? Não temos segurança pública para andar de bicicleta. Não temos ruas retas. Não temos um povo educado. Por outro lado a cidade parece aquele seriado “The Walking Dead”. Não tem iluminação. Não tem segurança. Não tem asfalto. Vejam as avenidas Anhanha Melo, Juntas Provisórias, Salim Farah Maluf. É uma calamidade. Buracos e mais buracos. Na Anhanha Melo não tem faixa pintada a mais de 10 anos fora a maldita obra do Monotrilho que destruiu a Vila Prudente. Pergunta se algum prefeito anda de metro, bicicleta ou onibus. Quem deles usa o SUS ou as AMAs. Vivemos uma incrível inversão de valores. Temos que engolir tudo e quieto e parece que o povo gosta. Sinceramente eu desisti do Brasil. Tenho 42 anos e já coloquei na minha cabeça que preciso sair deste país. Cansei de tudo. Nunca resolverão nada. O buraco, as favelas, as praças abandonadas sempre ficarão lá. Ninguém nunca irá resolver nada. Só passam uma “cuspe” em cima e dois dias depois tá lá o buraco novamente. Tiram os criminosos de uma favela e colocam em outra. Aliviam penas. Leis que não se cumprem…Portanto meus amigos…realmente a ciclofaixa é a coisa mais importante a ser feita realmente. Não temos nenhuma outra prioridade. Realmente eu cheguei a conclusão que sou eu que estou errado e como diz o velho ditado…os incomodados que se mudem…Fui!

      Comentário bem votado! Thumb up 24 Thumb down 17

  2. O Dnit – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – mantém em seu site séries histórias, por estado, dos custos médios de construção de rodovias, obras de arte (pontes, viadutos, etc) e outras obras civis correlacionadas em valores pagos em licitações. Chama-se sistema SICRO (Sistema de Custos Rodoviários). É tudo dividido por itens e subitens de produtos e serviços utilizados na construção e os preços dados por quantitativos.

    O manual de uso está aqui
    http://www.dnit.gov.br/servicos/sicro/manual-de-custos-rodoviarios

    A série histórica de preços para o estado de São Paulo (última atualização em novembro/2014) está aqui
    http://www.dnit.gov.br/servicos/sicro/sudeste

    Thumb up 1 Thumb down 0

    1. Putz, M.Mig, como você gosta de café requentado, hein? Depois de mais de 300 comentários? Deixa dessa redundância, passa um café fresquinho aí.

      Comentário bem votado! Thumb up 6 Thumb down 2

    2. Ih, mais um inocente que caiu na matéria amadora da veja sensacionalista.

      Mas vamos lá. Calculo deles está totalmente errado. No link abaixo você vai saber o porque:

      https://diariodamobilidade.wordpress.com/2015/02/09/corrigindo-os-calculos-da-revista-veja-2/comment-page-1/#comment-72

      5 Simbolos da cultura rodoviarista de São Paulo:

      http://viatrolebus.com.br/2015/03/5-simbolos-da-cultura-rodoviarista-em-sao-paulo/

      Investir em modais alternativos como a ciclovia e corredores de ônibus, significa pensar no futuro.

      http://viatrolebus.com.br/2015/03/investir-em-ciclovia-e-pensar-no-futuro-diz-professor-da-fgv/

      Nota oficial de exclarecimento sobre as ciclovias de São Paulo

      http://www.capital.sp.gov.br/portal/noticia/5314

      Pesquise e veja como foi a experiencia em Bogotá, NY, Buenos aires, Londres e outras…

      Comentário bem votado! Thumb up 8 Thumb down 3

    3. Não adianta senhores, os comentários aqui são iguais aquele filme Feitiço do Tempo. Todo é igual rsrs. Parece até um robozinho fazendo os comentários “não sou contra ciclovias, mas…”. O Willian devia colocar um captcha pra tentar barrar esses robôs.

      Comentário bem votado! Thumb up 11 Thumb down 2

  3. Fabricio
    Apenas estou avaliando a obra em si. Porém não não vejo outra razão para não tornar publico os problemas e a utilidade pratica das ciclovias senão motivação politica. Se você consegue ver outra razão, peço que a publique. Também não tem como categorizar essa obra como “corajosa” a não ser por distorção causada por ideologia politica

    Thumb up 1 Thumb down 2

    1. Se for assim, as obras do metrô também são motivação politica. Politicas ou não, qual obra de governo que seja, não é politica? Tudo é politico, não sejamos ingênuos.

      Thumb up 1 Thumb down 0

  4. Fabricio
    Apenas estou avaliando a obra em si. Porém não não vejo outra razão para não tornar publico os problemas e a utilidade pratica das ciclovias senão motivação politica. Se você consegue ver outra razão, peço que a publique.

    Thumb up 0 Thumb down 2

    1. M. Mig. A questão é simples. Eu não quero esconder nada, até porque os problemas estão lá pra todo mundo ver. A minha motivação para não ficar o tempo todo “esperniando” publicamente quando vejo algum problema é que isso não ajuda a prefeitura a resolver-los.
      Quem tem o papel de noticiar é a imprensa. O meu papel como cidadão é cobrar o poder público para que ele seja eficiente e faça bom uso dos recursos. E eu uso os meios que eu tenho à disposição para isso que são os canais de discussão com a sociedade.
      Dialogar com os interessados, se mobilizar e participar do dia dia da cidade traz muito mais resultado do que ficar fazendo comentário de desabafo em redes sociais e matérias da veja.
      pra você ver, se o MP tivesse procurado qualquer uma das associações de ciclistas para ouvir os dois lados antes de abrir um processo com argumentação totalmente equivocada, não teria pago o mico de ver o juiz indeferir praticamente tudo o que foi pedido.
      Se você quer saber eu não não apoiei o Haddad a eleição. Votaria nele por causa da Erundina, mas ela saiu da chapa então desisti de apoiar.

      Thumb up 1 Thumb down 0

  5. Alexandre

    Desculpe mais uma vez mas no fundo, você vê quem critica as ciclovias (de forma fundamentada) como criticas ao atual prefeito, o sua opinião é partidária e ideológica e não pragmática, você não quer que a imagem do atual prefeito seja manchada por esse “tiro n´água”. Escrevi um extenso texto mas percebi que não adianta explicar a quem não quer ouvir

    Thumb up 2 Thumb down 1

    1. Eu não vi nas postagens dele qualquer viés político, mas sim, argumentações sensatas e pertinentes.

      Então, sem partidarizar, sim?

      Thumb up 1 Thumb down 0

  6. Alexandre

    Desculpe mais uma vez mas no fundo, você vê quem critica as ciclovias (de forma fundamentada) como criticas ao atual prefeito, o sua opinião é partidária e ideológica e não pragmática, você não quer que a imagem do atual prefeito seja manchada por esse “tiro n´água”.

    Thumb up 0 Thumb down 1

  7. Alexandre

    Desculpe mais uma vez mas no fundo, você vê quem critica as ciclovias (de forma fundamentada) como criticas ao atual prefeito, o sua opinião é partidária e ideológica e não pragmática, você não quer que a imagem do atual prefeito seja manchada por esse “tiro n´água”

    Thumb up 0 Thumb down 1

  8. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

    Esse comentário não tem feito muito sucesso. Thumb up 1 Thumb down 6

    1. Mas é claro que precisa ter uma malha. E não dá para esperar ter 300, 400 km de metrô para só então ter uma malha cicloviaria. Metrô é uma obra lenta, demorada e CARA.

      Várias cidades que hoje possuem grandes malhas metroviárias levaram decadas para chegar nesse total. E não dá para os ciclistas esperarem 20, 30, 40 anos para ter uma malha cicloviaria como alternativa ao transporte publico e ao carro. Nada impede que se construa metrô e ciclovias ao mesmo tempo.

      Thumb up 0 Thumb down 0

      1. Acredito que só o fato de não se ter a integração e infra nas ruas já inviabiliza a ciclovia, exigindo verdadeiros projetos, logicamente mais demorados, mas planejados. O “tal de projeto simultâneo” que fala dá nisso que temos hoje: ciclofaixas implementadas de maneira porca e oferecendo riscos aos próprios ciclistas e pedestres, é só ver nas fotos e vídeos: ainda vai negar a péssima e proibitiva implantação, apenas com umas tartarugas e tinta para pintar faixa? Separar um cantinho da pista e pintá-la é fácil. Quero ver fazer mais uma pista de fato, alargar ruas e comprar terrenos para essa implementação, construir grades de proteção, tornar os acostamentos planos… Isso a prefeitura não faz… Portanto tem que esperar sim, infelizmente, pois a porcaria dessa cidade não tem planejamento algum e quando se quer fazer alguma coisa é essa desgraça politiqueira que vem empurrando qualquer coisa. Se todos os projetos fossem planejados como o da Paulista, nada a comentar. E um grande problema que não vejo exigirem, até maior que a falta de vias para se andar, claramente é onde deixar a bicicleta: deveriam começar por fazer estacionamentos seguros e com tempo mais flexível para deixar as bicicletas. Eu mesmo aderiria ao uso de bike se tivesse mais estacionamentos próximos da onde trabalho. Próximo da estação já tem, mas só pode deixar no máximo 48 hrs, além de não ter estacionamento para deixar a bicicleta quando chego no destino. Lógico, mesmo assim não tenho o mínimo de estímulo para andar no centro, com vias estreitíssimas e tendo que dividir esse espaço com pedestres (já vi idosos se dando mal muito bem nessas vias mal feitas de duas mãos onde é apenas uma mão para carros…).

        Thumb up 0 Thumb down 2

        1. “Eu mesmo aderiria ao uso de bike se tivesse mais estacionamentos próximos da onde trabalho. Próximo da estação já tem, mas só pode deixar no máximo 48 hrs, além de não ter estacionamento para deixar a bicicleta quando chego no destino.”

          Onde você trabalha, Renan? Não tem como deixar a bicicleta lá? Ah, e por que “só” 48 horas, já não é tempo demais?

          Thumb up 0 Thumb down 0

            1. “Do que adianta ter garagem de bicicletas se elas não podem ficar lá por mais de 2 dias? Como ficam as pessoas que não trabalham de sábado e domingo?”

              Ainda não entendi seu raciocínio, Renan. Não importa o dia da semana, você chega de bicicleta, guarda ela no bicicletário (ou público, ou particular, da própria empresa, por exemplo) antes de iniciar o expediente e, ao final dele, pega a sua bicicleta e vai embora, pedalando de volta pra casa.

              Mas teu expediente dura 48 horas ou mais, é isso?

              Thumb up 0 Thumb down 0

              1. É por isso que aos poucos perde-se o apoio. Como não conseguem pensar nem um pouco nesse tipo de situação???

                Thumb up 0 Thumb down 0

              2. Nunca parou para pensar que você não é obrigado a seguir um trecho inteiro entre sua casa e o trabalho. Se o cara mora em Itaquera e trabalha em Pinheiros, você vai falar para ele ir trabalhar de bike??

                Thumb up 0 Thumb down 0

              3. Sim, penso sim nessa situação: o(a) trabalhador(a) mora na Zona Leste, como no seu exemplo, mas longe de uma estação de Metrô ou de um grande terminal de ônibus. Então, com sua bicicleta, ele se desloca até aí, a deixa num bicicletário e continua o trajeto através de transporte público de massa, ida e volta. Pronto.

                Outra situação: o filho(a) desse trabalhador(a) gostaria de ir de bicicleta para a escola, mas… Não é muito longe, mas ele precisa passar por ruas e avenidas sem ciclovias, e é muito perigoso sem elas. E como não há rede cicloviária, a própria escola não garante um espaço apropriado (bicicletário) para as bicicletas dos(as) alunos(as). Mas se houvesse demanda (criada justamente pelas ciclovias), a própria escola teria que providenciar o bicicletário.

                Ah, e a escola passaria a fornecer educação de trânsito continuada para pais e alunos, inclusive com informações precisas sobre os benefícios da bicicleta, além de outros muito sabidos, como meio de transporte.

                Ah(2), ia esquecendo: não sei se você está informado, Renan, mas a reforma da ciclovia da Radial Leste está em projeto, viu? Inclusive com continuação dela até o centro da cidade.

                Thumb up 0 Thumb down 0

              4. Cicero, você ainda está se fazendo de songo mongo…. E se você vai para a estação a pé, devido a um trecho de ladeira ignorante que até a pé difícil de ser realizado? Dou diversos exemplos: Vila Madalena, São Joaquim, Paraíso (se você mora na direção da Aclimação…), Alguns trechos da Saúde com ladeiras até a estação… Pois bem, e ao chegar na estação de destino, você desce nela e aí sim lá é viável se utilizar bicileta? (Exemplo: trechos planos da Paulista, Faria Lima, Vergueiro, trechos da marginal, etc). Na volta, você pegará novamente essa estação, mas você não mora na região, e nem levará a bicicleta de volta para casa. Então você deixará a bicicleta estacionada no bicicletário, volta para sua casa de metrô ou trem e só retorna ao trabalho na segunda (hoje é sexta, por exemplo). Entendeu? Estranho? Pense um pouco mais e verá que não é nada estranho pela ótica de uma integração de modais. Então não e apenas um “pronto”…

                Seu exemplo da criança é um pouco equivocada. Em São Paulo, as crianças só não vão sozinhas a escola por segurança (por exemplo, abordagem por estranhos, assaltos, raptos, etc). Esse é o principal motivo de não irem sozinhas a escola. Se fosse só por uma questão de transporte, isso seria fácil de resolver, mas não é esse o caso e nunca foi… Só para sua informação, todas as escolas de bairro que vejo possuem bicicletário, e muitos alunos vão de bicicleta sem precisar de ciclovia.

                Thumb up 0 Thumb down 0

              5. Renan, eu escrevi sobre uma situação genérica, esquemática, pra uma compreensão mais fácil, digamos assim. Mas pra cada caso, pra cada dezena de casos, pra cada centena de casos, pra cada milhar de caso, um decisão, uma solução, uma adaptação, né?

                E uma dessas é: no trecho com ladeira, você desce com bicicleta e sobe desmontado. Ou quando você está a pé você não sobe ladeira porque você está a pé? Eu moro numa região alta, pra “sair” daqui é uma maravilha, pra voltar, claro, nem tanto. Mas eu racionalizo: em trechos poucos íngremes de bicicleta, outros desmontado. Pronto.

                E outra é: dar abrangência a um sistema de compartilhamento de bicicleta, público ou privado, conectado com ciclovias e transferência de modais (ônibus, Metrô).

                Agora, você tem que dar uma opção abrangente, né?, que no debate aqui é: uma planta cicloviária para a utilização de milhares de pessoas, mas onde cada um, cada dezena, cada centena possa fazer o uso mais apropriado e específico dela.

                Bom, quanto ao exemplo escolar… Queria que você antes explicasse melhor: sim, crianças crianças não vão sozinhas pra escola, elas vão com a mãe ou o pai, irmãos ou irmãs maiores, outras crianças, mas acompanhadas por alguém responsável… E essa gente toda não poderia estar de bicicleta também?

                E aí você diz que todas as escolas de bairro que você conhece “possuem bicicletário, e muitos alunos vão de bicicleta”. Eu poderia questionar isso. Quer dizer, não isso, não esse fato que você observou, mas que você incorreu numa contradição aí, que primeiro você fala uma coisa, e depois outra que…

                Mas deixa estar. O que eu não quero é enfatizar mesmo é essa última parte: “…e muitos alunos vão de bicicleta sem precisar de ciclovia.” Puxa vida, Renan, a impressão que me passa é que pra você tanto faz a segurança dessas crianças que vão de bicicleta pra escola, é isso?

                Thumb up 0 Thumb down 0

            2. Renan, não sei a qual bicicletário vc se refere, mas creio que seja o largo da batata. Esse seu caso é meio estranho, deixar a bike no fds justamente quando seria legal te-la em casa pra passear na ciclofaixa de lazer, mas enfim.. Aquele bicicletário realmente não deixa ficar mais que 48h para que ninguém deixe a bike “encostada” lá. Mas sinceramente, acho que vc não procurou direito. Se for nas garagens por perto ou ate no seu próprio prédio(se for o caso) vai encontrar um lugar pra deixar a bike amarrada nem que seja pra pagar alguma mensalidade. Que com certeza sera muito menor que a de um carro. Além disso voce pode optar por uma bike dobrável que talvez se encaixe perfeitamente no seu caso.
              Olha desculpa ser sincero assim, mas quando a gente quer alguma coisa a gente vai lá e faz não fica pondo a culpa em uma coisa ou outra. Vejo umas meninas andando de bike no meio dos carros hj em situações que nem eu tenho coragem. Então é só querer. Se um dia quiser auxílio tenho certeza que pode encontrar um bike anjo para te dar umas dicas para ir pedalando com segurança pro trabalho.
              abraços!

              Thumb up 1 Thumb down 0

              1. Alexandre, serei sincero, e acredito que isso também seja uma questão para a maioria das pessoas: para mim não é nada legal ter que ficar carregando uma bicicleta, um grande volume, mesmo que dobrável. Só de ver a situação de um no Metrô Consolação, era uma agonia: o cara atrapalhava a saída de quem queria sair e a entrada de quem queria entrar no trem, e sei que não era por querer, mas o grande volume não o tornava capaz de mover adequadamente pelo trem. Lógico que ninguém vai falar nada, e ninguém também pode, mas na prática já sabemos o resultado… Depois, na hora de sair, o cara tinha que ficar carregando aquele volume no ombro, sendo muito mais pesado que uma mochila… É como carregar minha mochila nas costas: não gosto, me faz suar para caramba e me deixa cansado e com menos energia para meus afazeres para com o trabalho, mas infelizmente tenho que carregar a maldita porque é mais fácil do que carregar na mão meus cadernos e computador. Por sorte, em meu trabalho não se exige o uso de vestimentas finas.

                Mesmo podendo pedalar com a bicicleta, seria um saco fazer isso por quilômetros e mais quilômetros de distância (e não faria sentido fazer trechos tão grandes se você pode chegar em instantes com Metrô). Está certo que numa situação de lazer, a hitória seria outra, mas numa situação cotidiana, seria um saco. O ideal seria poder fazer tudo a pé e com transportes de massa, como Metrô e ônibus (não sou muito fã de ônibus porque não são confiáveis). Entretanto a cidade de São Paulo é extremamente grande e seria impossível realizar todas as suas atividades a pé.

                Entendo que a maioria dos ciclistas são entusiastas, uma geração saúde, muitos encarando a questão por interesses de lazer, e poucos mesmo realmente dependem da bicicleta, seja por uma questão de economia ou localidade, como deslocamento bairrista (por exemplo, em bairros residenciais, como nas ruas residenciais planas da Saúde e Aclimação. No interior de São Paulo e do Paraná, eu mesmo que já morei já vivi muito isso quando criança. No meu caso, vejo que poderia potencialmente ser não uma necessidade, mas uma alternativa melhor que um trecho a pé, visto que, apesar de eu gostar de andar, seria mais cômoda uma bicicleta para o trecho entre a estação e meu trabalho, poupando tempo e me expondo menos ao calor do sol. Não é a toa que apoio projetos como o da Paulista(trechos retos, com espaço dedicado a ciclistas no canteiro central e que realmente fazem o ciclista poupar tempo, num trecho separado por grades e planejado). vejo que na Faria Lima isso também pode ser possível. Tirando o agravante de onde se deixar a bicicleta depois, com segurança… Sem amarrar em postes, hein?

                Vejo nas novelas e desenhos japoneses um extremo incentivo sim pelo uso de bicicletas. Mas antes de ficarem citando exemplo de vários países com ciclovias, vejo que, pelo menos no Japão, a maior parte do trajeto dos usuários se dão por vias sem ciclovias e ciclofaixas… Ou seja, o incentivo a utilização da bicicleta se dá junto com o compartilhamento de veículos e pedestres andando sempre na mesma via: a diferença é que lá o pessoal é educado e bem orientado, prudente, andam a velocidades baixas, podendo sempre evitar acidentes fatais (para se ter uma ideia, nem calçada tem para pedestres, pelo menos nas cidades que pude observar). E não se enganem: só usam bicicleta se de fato o trecho for próximo de suas residências. Pouquíssimos utilizam a bicicleta para percorrer trechos longos de trajeto.

                Mas eu não a usaria por lazer: meu lazer é andar pela cidade, ver cada canto, observar com calma, ver o movimento. Lógico que isso está fora de questão, mas o ponto é que a questão mesmo deveria ser visto mais pelo lado da praticidade, e não por uma visão entusiasta e de lazer. Ao andar de bicicleta, você deve agir como um motorista: deve prestar atenção no trânsito a sua volta e estar atento para evitar acidentes e preservar também sua integridade, ou seja, mesmo que não seja um carro ou uma moto, você ainda tem responsabilidade pela condução, e se guiada de maneira irresponsável você pode sim causar um acidente. Não é a toa que já pude presenciar sim acidentes feios entre ciclistas e pedestres, muitos inclusive doidos conduzindo em alta velocidade em trechos cheio de pedestres. Num desses, meu amigo teve que engessar a perna, e o desgraçado que atropelou continuou, provavelmente não querendo se dar mal depois…

                Bom, finalizando, realmente você tem razão, é questão é só querer, e concordo contigo. Mas veja bem, não vejo razão nessa obstinação, e também não vejo obrigação em se ter tal obstinação. Vejo apenas uma potencial variação de modal, mas não que justifique como prioridade de ações tantos gastos e tanto empenho assim na atual conjuntura e a crise que o país vive. Ainda assim, defendo a construção de ciclovias, desde que racionalmente, tirando o melhor do que já temos, integrando-se com os meios de transporte de massa e implantando mais estacionamentos como os próximos da estação do largo da Batata, não importa se for cara ou não, desde que haja racionalidade nisso, como a possibilidade de integração, sempre pensando na comodidade e viabilidade das pessoas em questão, não importando se são ou não ciclistas. Mas não encaro trabalhos extras como “carregar” a bicicleta pela cidade: se para você isso é banal, para mim é um saco, assim como deve ser para a grande maioria. É extremamente incômodo, como o exemplo de você carregar uma mochila nas costa.

                Thumb up 0 Thumb down 0

        2. Eu não entendi direito sua colocação. Você quer ter a bike na região do trabalho? Tipo, sair de casa a pé ou de ônibus, pegar o trem/metrô, desembarcar, pegar a bike e ir até o trabalho pedalando?
          Se for isso fica mais difícil mesmo. Nunca tinha ouvido falar de alguém que faz isso, mas é uma possibilidade… Explique melhor.

          Thumb up 0 Thumb down 0

            1. Olha, Renan, realmente é um caso bem raro. Como já disse, ainda não tinha pensado nisso, mas alguém que faz isso certamente está abdicando da bicicleta para qualquer outra coisa. Será que alguém faria isso de carro? Afinal, já discuti isso com outro rapaz aqui que propôs a integração também com estacionamentos de autos nos terminais/estações. Talvez não, um carro é um bem muito mais caro do que uma bicicleta para dispor somente para trabalhar e abdicar de todas as suas outras serventias porque ele está longe.
              Mas ainda é factível. Digamos que você encontre um estacionamento que aceite mais que 48 h de estadia. Você realmente pretende deixar a bike lá e pagar múltiplas diárias? E no caso de sair de férias, ainda assim pagaria? Ou você volta para casa pedalando no último dia, vai buscar de carro ou tem algum lugar no seu serviço que você possa deixar por tanto tempo? E se você ficar doente? Alguém vai buscar para você ou você arca com o custo dela passar tanto tempo lá? Daí eu acho que seria injusto até com você.
              Veja, é uma hipótese rara, mas plausível, principalmente se puder dispor da bicicleta ou tiver outra em casa, mas ainda é algo difícil de equacionar. Podemos continuar elaborando?

              Thumb up 0 Thumb down 0

          1. Não é desculpa, é fazer direito! Pensar no futuro é fazer direito também. Pensando por outra ótica, quem está, então, pensando apenas no presente? Aqueles que querem que implementem de qualquer jeito, chutado, ou aqueles que exigem um projeto bem feito e que dure e seja transitável por anos?

            Já ouviu o ditado? Quando um castelo começa errado, deve derrubá-lo e começar novamente a construção para fazê-lo direito.

            Thumb up 0 Thumb down 0

    2. Todo mundo quer boas ciclovias, principalmente nós ciclistas. Eu tenho muitas críticas a fazer com relação a alguns problemas que vejo nas ciclovias implantadas. Porém as faço no foro correto que são as audiência, no SAC da prefeitura, e participando das discussões com cicloativistas e pessoal da CET. Recentemente foi criada camara temática da bicicleta onde 22 ciclistas nos representarão colocando nossas duvidas e reclamações em discussão diretamente com a SMT e a CET.
      Eu não vou sair por ai criticando publicamente a iniciativa inédita e corajosa de por em prática uma malha cicloviária que ficou engavetada por décadas.
      O problema é pensar que os ciclistas que defendem o que está sendo feito estão felizes com serviço mal feito. Basta você aplicar isso a outros tipos de obras na cidade. Acho que todos defendem a construção de mais metrôs. Mas ninguém gosta quando o metro demora pra ser inaugurado ou quando inaugura uma estação sem abrí-la ao público correto? Quando tem uma obra de construção de esgoto, vcs deixa de defender a obra porque as faltaram a rua antes de passar a tubulação? Será que seria melhor sem o esgoto então?
      Cobrar que as coisas sejam bem feitas é uma atitude diária, e não uma ação que MP faz quando acha que o assunto vai dar discussão.

      Thumb up 2 Thumb down 0

      1. Pois acho que tem que ser criticado publicamente, porque na política tudo funciona desse jeito: só fazem algo direito quando publicamente a coisa aperta. Se o prefeito se propôs a fazer isso, pois bem, agora que faça bem feito!!! Lógico que sair perfeito não sairá, mas tem que ter empenho, nada de “compensatório”. E, como já coloquei, defender a construção é uma coisa… Defender o projeto, meu, isso é outra. Não dá em hipótese alguma para defender projetos chutados. Se começa errado, tem que embargar sim, quando está no começo. Pior ainda: tornar operacional, colocando a vida de muitos cidadãos em risco, cadê a responsabilidade? Estações que inauguram e não é aberto a público, ou ruas mal feitas onde não se passam tubulações são ações politiqueiras, irresponsáveis, tenho pavor de obras “antecipadas” feitas de qualquer jeito. Dou como exemplo algumas ruas da Liberdade que ficaram intransitáveis: tudo isso porque a coisa foi mal feita no passado!!

        Thumb up 0 Thumb down 0

        1. Eu adoro o bairro da Liberdade. Só acho que já devia ter fechado algumas ruas para os carros. Seria muito melhor para comercio. No domingo fica até difícil andar porque insistem em deixar os carros passarem.

          Thumb up 1 Thumb down 0

        2. Essa sua fala (defender a ideia, não o projeto) me lembrou de um episódio no CEFET-PR no início da década passada. Antes da greve, diversos pais de alunos do ensino médio manifestaram apoio às reivindicações dos professores. Mas depois que a greve começou e passou a se estender, retiram esse apoio pedindo o fim da greve pois prejudicava os seus filhos.
          Moral da história: Nosso apoio é incondicional quando traz benefícios sociais, mas se estende apenas até onde não somos diretamente atingidos

          Thumb up 0 Thumb down 0

          1. Sempre foi assim e nunca mudará. Se analisar por outra ótica, que benefício social de fato há se as próprias pessoas que as apoiam se prejudicam?

            Thumb up 0 Thumb down 0

  9. [Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]

    Esse comentário não tem feito muito sucesso. Thumb up 0 Thumb down 8

    1. Perseguição?
      Discutir com argumentos alguma coisa é perseguir?
      Quando alguém vem aqui falar que as ciclovias tem problemas eu sempre concordo. Ela tem alguns problemas mesmo e precisam ser corrigidos. Agora dizer que está tudo errado, ai quero que a pessoa apresente argumento. Eu apresento os meus e como eu estudo e me informo, sei do que estou falando. Ando todos os dias pelas ciclovias e sim elas funcionam. Tem adesão crescente. Na da Eliseu de Almeida foi mais de 50% de crescimento. Novas pesquisar estão sendo feitas e em breve teremos mais números que vão comprovar isso.

      Mas fiquei intrigado mesmo foi com a sua última frase: “Quando alguém diz que as ciclovias não funcionam é porque elas não funcionam mesmo, é fato e não opinião.”

      Quer dizer que se alguém diz alguma coisa aquilo é fato? Tipo quando vc diz eu que eu estou perseguindo as pessoas, isso é um fato?

      Caramba, isso é o que eu chamo de ser dono da verdade.

      Comentário bem votado! Thumb up 7 Thumb down 1

    2. Marcelo

      Vou usar sua lógica. ..

      Vc é um trol, generarizador, desprovido de argumentos. ..

      Pq quando alguém fala que vc escreve besteira e não sabe o que fala é pq vc escreve besteira e não sabe do que fala mesmo. Isso é fato, e não opinião..

      Viu como soa muito feio meu amigo..

      Comentário bem votado! Thumb up 7 Thumb down 1

      1. Ops, do Rio de Janeiro…

        Estive lá no ano passado e fiquei impressionado com a quantidade de ciclistas que pedalam nos horários de pico. Ainda mais numa cidade de clima muito mais quente que aqui…

        Comentário bem votado! Thumb up 4 Thumb down 0

  10. Infelizmente SP sempre foi uma cidade sem planejamento, salvo raríssimas exceções. O alto preço a pagar reflete-se em uma mobilidade caótica, sob todos os aspectos. Não haverá milagre algum, pois a “roda” já foi inventada há muito tempo. Os exemplos de cidades, com população bem próximas a de SP, mostraram que ciclovias são viáveis e necessárias para equalizar o fluxo de trânsito. Por que contestar o óbvio? Simplesmente porque o prefeito pertence ao partido A e não ao B? A isso dá-se o nome de manipulação, em qualquer lugar do planeta e, até prova em contrário, não há qualquer indício de corrupção nesse governo metropolitano.

    Thumb up 0 Thumb down 0

  11. A questão da ciclofaixa se trata apenas de tentar fazer um comparativo com outros países.
    Ainda, cada cidade e estado tem as suas peculiaridades.
    Vejamos São Paulo.
    O paulistano não tem o costume de pedalar, não só pelas condições físicas e culturais, mas também em razão do clima, geografia, higiene etc.
    Note-se que grande parte dos paulistanos não trabalha próximo ao seu trabalho, assim, seria obrigado a pedalar, no mínimo, 30 minutos a 1hora, se não mais. Se a cidade fosse plana OK. Porém, como todos nós sabemos a cidade de São Paulo não é plana, claro que há alguns POUCOS pontos que são, mas a cidade é cheia de altos e baixos. Ainda, o Brasil é um país tropical. Imagina você chegar no seu trabalho todo suado??!! Bem, há algum lugar para tomar banho? Normalmente, não. E ai?
    Não bastasse esses problemas, o governo do município de São Paulo estão implantando as ciclofaixas sem qualquer estudo.
    Ciclofaixa poderia ser uma opção para a solução ao trânsito em SP? Poderia, mas não existe solução imediata. Há a necessidade de um estudo de engenharia de trânsito para verificar como a ciclofaixa poderia impactar no trânsito, bem como como poderia ser realizada a integração das mesmas.
    O governo municipal incentivar o uso de bicicleta, se possível com incentivos fiscais. Ainda, poderiam pensar em uma lei que incentivasse as empresas a empregarem pessoas que morem próximo do local de trabalho. Assim, os empregados poderiam usar como meio de transporte as bicicletas.
    Tudo isso poderia ser feito, mas como estamos no Brasil, não há estudos e tudo é imposto. Alguns aceitam, outros não, contudo, o resultado é o mesmo: PIZZA!

    Thumb up 1 Thumb down 1

    1. Érica, todos os pontos que você levantou (cultura, clima, relevo, higiene, distâncias, estudos, imediatismo e incentivos) já foram debatidos. Eu sei que a lista de comentários é longa, mas desculpe, eu não vou elaborar um resumo para ti.

      Thumb up 2 Thumb down 2

    2. Erika, As ciclovias nunca foram projetadas pra se fazer longo percurso. Mas assim como o Vitor, também não vou responder tudo de novo o que já foi dito exaustivamente aqui.

      Então, só recomendo que antes de falar o que não sabe, pesquise e se informe bem antes. Pode começar pelo link abaixo:

      Pesquisa origem-destino do metrô, que indica que a quantidade de ciclistas que circulam por São Paulo a trabalho estão na casa das centenas de milhares (cerca de 400 mil)

      http://www.metro.sp.gov.br/metro/numeros-pesquisa/pesquisa-mobilidade-urbana-2012.aspx

      Thumb up 2 Thumb down 2

    1. Concordo contigo. Implantar as ciclovias é uma boa idéia, mas tem de ter planejamento. Não adianta implantar ciclovias de qualquer modo em qualquer lugar. Algumas inclusive são até perigosas para ciclistas e para pedestres. Esses custos também precisam ser avaliados.

      Thumb up 2 Thumb down 4

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *