Ciclovia da Av. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais dois vindo atrás. Foto: Willian Cruz

Ciclovias de São Paulo não custaram R$ 650 mil/km na gestão Haddad

Matéria que afirma serem “as mais caras entre 10 cidades” ignora alguns fatos e adequa outros, com o objetivo de depreciar a implantação na capital paulista

Ciclovia da Av. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais dois vindo atrás. Foto: Willian Cruz
Ciclovia da R. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais os dois vindo atrás que ficaram fora da imagem. Ou seja, 6 ciclistas em um minuto – demanda ignorada pela matéria da revista. Foto: Willian Cruz

Em fevereiro de 2015, a revista Veja São Paulo, a “vejinha”, publicou uma matéria alegando que as ciclovias de São Paulo custaram R$ 650 mil reais por km, com alguma “inocência matemática” para chegar nesse valor. A conta justificaria a alegação de que as estruturas paulistanas seriam as mais caras do mundo. No ano seguinte, a Isto É repetiu a fake news, perpetuando a falsa informação, que continua circulando até hoje.

A princípio, resolvi ignorar a matéria da Veja São Paulo. A mim, o cálculo era tão obviamente equivocado que não mereceria o esforço de um esclarecimento. Mas o texto começou a viralizar de uma forma que me senti na obrigação de trazer a informação correta. Você pode concordar ou não com as contas que vou apresentar, mas pelo menos leia o que eu tenho a dizer.

Mais do que simplesmente informar sobre o assunto, a matéria foi construída com o objetivo claro de passar uma opinião. Para isso, utilizaram várias informações que já eram de conhecimento público, cortaram a parte que não lhes interessava, temperaram carregando nas tintas para dar o sabor desejado e serviram de forma a conduzir o raciocínio para o conceito no qual a matéria foi pautada: o de que o plano de ciclovias da capital paulista só serviria para desviar dinheiro. Vamos aos detalhes.

Ciclovia da Avenida Paulista já era usada antes da inauguração. Foto: Willian Cruz/VdB

O tom da reportagem

A prefeitura da capital paulista, naquele ano de 2016, estava sob o comando do petista Fernando Haddad. E a matéria começava citando supostas irregularidades no processo de contratação das empresas que implantariam as estruturas. Se houvesse alguma irregularidade nesse processo, é claro que isso deveria ser apurado. Mas da maneira correta e a partir de suspeitas sólidas.

Na matéria havia dúvidas e questionamentos, publicados com tintas de denúncia. Mas não passavam de suposições. E apesar de não se sustentarem e não terem um fundamento claro, acabaram servindo como “prova” incontestável para boa parcela de seus leitores. E como uma preparação para conduzir o raciocínio dos leitores através da seletividade das informações, que seria apresentada a seguir.

Informações que prestamos foram ignoradas

Uma repórter da revista entrou em contato comigo uma semana antes da publicação para obter ajuda com a matéria, em forma de dados e informações. Isso, diga-se de passagem, é algo completamente normal e corriqueiro: atendo jornalistas ao telefone quase todos os dias.

Ela me perguntou se a ciclovia da Paulista era importante e eu respondi que sim. Expliquei os motivos, esclarecendo que fazer a ciclovia nas paralelas não seria uma boa solução e falando sobre a grande utilização da avenida por quem usa a bicicleta como transporte, mesmo sem haver ainda ciclovia.

Contagem feita em 2014 já mostrava 2 ciclistas por minuto na Vergueiro, no horário de pico da tarde. Mas essa informação não interessou aos jornalistas. Foto: Rachel Schein

Falei da contagem de ciclistas realizada na Paulista 5 anos antes e falei de outras contagens, como Faria Lima, Eliseu, Inajar de Souza e Vergueiro. Sobre essa última destaquei que, pouco após a inauguração, foi feita uma contagem que detectou 2 ciclistas por minuto no pico da tarde. E que naquele momento, alguns meses depois, já se formava uma pequena fila de ciclistas quando os sinais fechavam, relatando até que naquela semana mesmo havia três ciclistas à minha frente e outros dois vindo mais atrás (não por acaso, a foto em destaque nessa matéria).

Ainda acrescentei que se eles fizessem uma breve contagem entre 18 e 19 h, na altura do Paraíso, ficariam impressionados com a quantidade de ciclistas. E que esse era um dos indicadores de que a ciclovia da Paulista teria em breve alta utilização, semelhante ou até superior à da Faria Lima.

Importância e utilização da ciclovia da Avenida Paulista foram ignoradas na matéria. A estrutura só serviu aos jornalistas para inflar o custo médio. Foto: Willian Cruz

E de tudo isso que eu expliquei, o que entrou na reportagem? Que a Faria Lima, a Eliseu e a Rio Pinheiros eram “os melhores trechos em funcionamento”, como sequência de um parágrafo que começava dizendo que “a maioria das faixas aparenta não ter muita utilidade prática como transporte público”.

Não falaram nada sobre a Vergueiro. Porque afinal era uma ciclovia do modelo novo, do projeto que estava sendo criticado, então era uma estrutura da qual a matéria não poderia falar bem. Também não citaram, nem de leve, a importância e o potencial de utilização da ciclovia da Avenida Paulista, porque também não lhes convinha, já que o objetivo da matéria não era informar.

Ciclovia Rio Pinheiros citada como “bom exemplo”

Forte ângulo de inclinação é o principal problema dos novos acessos. Foto: Rachel Schein
Ciclovia Rio Pinheiros: acesso com escadaria em forte ângulo de inclinação, exigindo grande esforço e oferecendo risco de queda. Foto: Rachel Schein

A Ciclovia Rio Pinheiros foi citada como um dos “melhores trechos em funcionamento” em São Paulo, um bom exemplo de ciclovia útil para o transporte. O curioso é que não havia naquele momento estatísticas abertas sobre a Ciclovia Rio Pinheiros, que sofria interdições constantes, tinha poucos acessos (alguns com escadarias perigosas) e muitas reclamações sobre assaltos na pista da margem oeste.

Por essas razões, a estrutura era (e ainda é) muito menos utilizada para commuting do que seu verdadeiro potencial. Quem utilizava ou acompanhava aquela ciclovia, já sabia disso: mas sendo uma ciclovia inaugurada por José Serra, decidiram usá-la para contrapor sutilmente ao que estava sendo feito por Haddad, mostrando-a como ciclovia modelo.

Ainda afirmavam que ela tinha “piso bem conservado, boa sinalização e fluidez”. Se fluidez significa não precisar fazer paradas, claro que ela teria fluidez, pois não é integrada ao viário! Não é necessário parar em semáforos e cruzamentos, pois fica isolada, às margens do rio.

Mas se você considerar como parte da fluidez a facilidade em acessá-la, fica bem difícil sustentar essa afirmação. Muitos ciclistas a evitam, pois “fluem” bem melhor por fora dela, já que em alguns casos é necessário aumentar o trajeto em até 4 km para conseguir usar a ciclovia, em comparação com o uso da pista local da Marginal.

Quanto à sinalização, não há muito o que sinalizar além do pavimento. Ainda assim, no trecho mais antigo a pintura já estava bastante desgastada.

Os primeiros 14 km da Ciclovia Rio Pinheiros, inaugurados em fevereiro de 2010, custaram R$ 714.285 por km, consistindo basicamente de recapeamento asfáltico de uma pista de serviço que já existia, com pintura em vermelho. Mas para a matéria da Veja, ela tem boa fluidez, piso bem conservado e boa sinalização. Divulgar o custo não ajudaria a compor o cenário que queriam pintar na matéria, portanto deixaram a informação de lado, mesmo sendo relevante no contexto.

Faria Lima incluída para subir a média

Finalização manual da guia rebaixada na Avenida Faria Lima. Foto: Willian Cruz/VdB

O dinheiro para a expansão da Ciclovia da Faria Lima (por sinal, um projeto que já tinha pelo menos 10 anos) vem de outro lugar, da Operação Urbana Faria Lima. Os recursos são provenientes da outorga onerosa de potencial adicional de construção (CEPACs) e outras modificações à legislação de uso e ocupação do solo, concedidas aos proprietários de terrenos contidos no perímetro da Operação Urbana interessados em participar.

É um dinheiro que já estava previsto, que não poderia ser usado para obras fora da Operação e que engloba tanto a ciclovia como outras intervenções adjacentes, como reforma de calçadas e readequações do viário. Por esses custos adicionais, essa obra não deveria entrar no cálculo do custo médio por km de ciclovia na cidade. Ou deveriam abater todos os gastos adicionais e manter só o da ciclovia em si.

Mas não: foi colocada e na íntegra, só para subir a média. E ainda por cima era uma obra que seria tocada por qualquer prefeito que tivesse sido eleito, pois já estava em andamento.

É correto incluir as reformas das calçadas de toda a avenida no cálculo dessa média, comparando com países onde as intervenções se limitaram à área de construção da ciclovia? Você decide.

Eliseu de Almeida também forçou a média para cima

Máquinas pesadas foram necessárias para as alterações no canteiro central da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Mauricio Martins
Máquinas pesadas foram necessárias para as alterações no canteiro central da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Mauricio Martins

Quem conhece a região da Eliseu de Almeida há mais tempo sabe que debaixo daquele canteiro central há o Córrego Pirajussara. Por isso o espaço é elevado em diversos pontos, o que tornou a intervenção mais complexa.

Foi preciso deixar tampas de serviço em alguns pontos da ciclovia, para que pudessem ser utilizadas como acesso de serviço ao córrego. Houve readequação do viário em alguns pontos, além de toda a construção do pavimento. Pouco provável que as ciclovias que serviram como comparação para calcular as médias em outros países tenham características semelhantes.

Ah, o primeiro trecho da Ciclovia da Eliseu de Almeida, entregue em 2014, utilizou recursos provenientes de emendas de vereadores.

É correto usar um projeto com características diferenciadas no cálculo dessa média, comparando com países onde as intervenções costumam se resumir a isolar um trecho do viário para a circulação de bicicletas, segregando no máximo com um meio-fio? Você decide.

Av. Paulista foi mais uma a inflar a média

Concreto pigmentado foi utilizado na Ciclovia Pirajussara, na Av. Eliseu de Almeida. Foto: Willian Cruz
Ciclovia da Av. Paulista usará concreto pigmentado, como nesta foto das obras da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Willian Cruz

O custo da ciclovia da Avenida Paulista foi alto porque, como no caso da Faria Lima, não foi só a ciclovia a ser implantada. Houve intervenções como a reforma das calçadas na Bernardino de Campos e a passagem de fibras óticas pelo subsolo do canteiro central – que, por sinal, foi totalmente alargado, elevado e reconstruído.

É correto colocar o valor total da obra nessa conta, comparando com estruturas de países onde essas intervenções não fizeram parte dos custos? Você decide.

Estruturação da matéria

Conduzir o raciocínio não é complicado para quem tem experiência nisso. Os elogios rasgados à importância das ciclovias no início da matéria tem o objetivo de desarmar o leitor que é favorável a elas, convencendo que a matéria está do mesmo lado que ele, que a intenção é ter ciclovias sim. Uma ótima estratégia de comunicação para fazer a argumentação contrária descer mais suave. Como vi em um comentário na minha timeline: “mas eles até elogiaram as ciclovias, não devem ter exagerado na matéria…”

Custo médio

Como ficaria o gráfico com a comparação de custos retirando os projetos que têm perfil bastante diferente do que costuma ser feito nas "segregated bike lanes" criadas lá fora.
Como ficaria o gráfico com a comparação de custos, retirando os projetos que têm perfil bastante diferente do que costuma ser feito nas “bike lanes” criadas lá fora. São Paulo passaria a se equiparar a Copenhagen e Amsterdam.

Ficou bem interessante o gráfico comparando o custo médio de ciclovias ao redor do mundo. Convenhamos que “apuração de um time de correspondentes no exterior” não é bem uma fonte, mas ok, os valores até que estão dentro do esperado. Só me pergunto por que ele não tinha aparecido antes, quando se falava amplamente que “200 mil por km seria um completo absurdo”. Talvez para não contrariar a mensagem que estavam tentando passar até então?

A propósito, se tivessem feito uma rápida busca por imagens de ciclovias em Berlim, a cidade que está no topo dessa lista, teriam uma boa ideia de como elas eram por lá: havia ciclovias sobre a calçada; locais onde o ciclista circulava a um palmo dos ônibus; trechos onde não havia nem tachões, só uma faixa branca; e situações de pavimento irregular e conversões esquisitas, que deixariam os críticos paulistanos de cabelo em pé. E isso custando mais que o dobro da infraestrutura padrão implantada nas ruas de São Paulo.

Eu realmente gostaria de ver um gráfico com o custo médio do km de avenida, ponte ou viaduto em São Paulo e no resto do mundo. Se alguém que nos lê se animar a fazer a pesquisa, apontando corretamente as fontes (em vez de “correspondentes no exterior”), publicaremos aqui. Duvido que a comparação seria usada para questionar a necessidade de tais estruturas.

Para saber mais sobre a “inocência matemática” da matéria, recomendamos a leitura do artigo Corrigindo os cálculos da revista Veja, publicado por Rafael Calabria no site Diário da Mobilidade. Além de comentar os cálculos, traz informações sobre o custo de algumas ciclovias em outros países.

É correto incluir no cálculo projetos com intervenções bem mais amplas do que o tradicionalmente feito em outros países? É ético induzir o leitor a concluir que as ciclovias daqui custaram muito mais do que deveriam, com base nesse cálculo equivocado? Você decide.

Contra as ciclovias

Desde o início do plano de 400km de ciclovias da gestão Haddad, sempre esteve em andamento um movimento contrário às estruturas, organizado e estruturado por políticos de oposição e com apoio dos editores de jornais e revistas tradicionais.

Isso ficava claro quando ao ler matérias como essa da Veja São Paulo, como outra do Estadão que esclarecemos aqui ou mesmo as redes sociais de alguns vereadores ou deputados de renome (que as criticam até hoje). O objetivo era claramente partidário e fazia parte da disputa pelo poder, mas trazia riscos diretos sobre nossas vidas e nossa integridade física – não só pela possibilidade de reverterem o processo de implantação, nos deixando novamente nus em meio a motoristas intolerantes (o que chegou a ser tentado), mas também pelas agressões e ameaças crescentes de motoristas a ciclistas nas ruas, que passaram a nos ver como coniventes com tudo de ruim que se imputava ao partido político do prefeito, só por circularmos de bicicleta nas ruas.

O pior de uma matéria como essa é contribuir para acirrar o preconceito com ciclistas na cidade, um efeito que pode, indiretamente, levar a ferimentos e mortes por intolerância no trânsito. Mas duro mesmo é ter que aguentar gente com dificuldade de interpretação (ou desonestidade argumentativa mesmo) dizendo aos quatro ventos que “o quilômetro de tinta tá custando 650 mil”, como cheguei a ler muito por aí. E se você contesta, ainda é chamado de “petista”, com toda a conotação negativa possível, quase criminosa, como se você fosse conivente com tudo que acontece de errado no país, só por acreditar que as pessoas que usam a bicicleta merecem ter suas vidas protegidas por ciclovias.

Ciclovias salvam vidas

Ghost Bikes como a da jovem Juliana Dias (na Av. Paulista) nos lembram o quanto estruturas de proteção são necessárias na cidade. Foto: Willian Cruz

Enquanto se discutirem os pelos desse ovo, pessoas continuarão morrendo por falta de segurança no viário e pelo comportamento irresponsável de alguns motoristas. E o objetivo das ciclovias é justamente proteger quem se desloca de bicicleta.

Na mesma época em que a revista publicava essa matéria, era instalada a décima sétima Ghost Bike de São Paulo, uma bicicleta branca em memória de Noel Moreno Leite, que perdeu a vida na Av. Belmira Marin, zona sul da capital. E pouco depois, em 9 de fevereiro, uma moça não identificada foi atropelada na Av. João Paulo I, Freguesia do Ó, Zona Norte. Em nenhum dos dois locais havia ciclovia.

Um exemplo bastante claro da necessidade de ciclovias é a Av. Eliseu de Almeida. Prometida desde 2004 e mesmo com um fluxo diário de mais de 600 bicicletas (2012), a ciclovia só teve seu primeiro trecho concluído dez anos depois, em 2014.

Mortes frequentes, como as de Lauro Neri (2012), Nemésio Ferreira Trindade (2012), José Aridelson (2013) e Maciel de Oliveira Santos (2014), teriam sido evitadas se as gestões anteriores tivessem atendido à demanda popular e às várias manifestações realizadas na avenida e junto à subprefeitura.

Com o primeiro trecho pronto, em 2014, foram contados 888 ciclistas em 14h, um aumento de 53% em relação a 2012. Quase mil pessoas por dia que passaram a circular de forma bem mais segura, sem o risco a que foram expostos Neri, Trindade, Aridelson, Santos e tantos outros anônimos todos os dias.

367 comentários em “Ciclovias de São Paulo não custaram R$ 650 mil/km na gestão Haddad

  1. Pergunta: alguém tem notícia sobre ciclovia da avenida Cruzeiro do Sul, em Santana? A obra começou e parou faz meses e não vejo ninguém falar nada. Neste caso trata-se de claro desperdício de dinheiro e de falta de planejamento, porque podia muito bem ter começado como um prolongamento de uma ciclovia que já existe, e é perfeita, na avenida Brás Leme, mas não. Agora fica aquela tirinha de 700 metros no meio do nada. Se alguém tiver notícias, publique, por favor. Moro na região e adoraria andar de bike.

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    1. Carlos, passei por essa ciclovia ontem e tinha operarios fazendo o paisagismo no trecho onde a ciclovia se conecta com o primeiro trecho. Todo o concreto está pronto, só falta mesmo jogarem a camada pigmentada ou pintar e sinalizar…

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  2. A minha maior tristeza em relação a esses meios de comunicação é perceber que eles não AMAM a cidade, nem o que é certo ou errado. Ou bom ou ruim. Estão preocupados com a disputa política a qualquer custo, nem que para isso eles precisem destruir coisas boas.

    Primeiro foram contra as ciclovias. Mas quando a população aprovou, mudaram o discurso. Passaram a criticar a qualidade delas, como buracos, pintura, etc. Aí a prefeitura recebe prêmio nos EUA e até a visita do inventor da Mountain Bike em SP. Foram derrotados novamente. Diante disso, partiram para a sacanagem de contaminar a população induzindo as pessoas a pensarem que estão roubando dinheiro com as ciclovias e deixando-as sem hospital, etc. Uma covardia da mídia.

    William, diante do exposto, acho que precisamos agir. Devemos protestar. Sugiro um grande protesto na paulista (todos de bike) contra esses apelos midiáticos que visam destruir coisas boas. Vamos adiante com essa ideia. Melhorá-la.

    A Prefeitura já respondeu às críticas:

    http://www.capital.sp.gov.br/portal/noticia/5314

    Abraço a todos.

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  3. A matéria tem defeitos. Como toda matéria tem. E tem a virtude de chamar a atenção à possibilidade de mau uso de dinheiro.
    Quanto melhor o gasto mais ciclovias teremos.
    600 mil como média pode ser distorcido.
    Mas e o orçamento de cento e poucos mil que a revista levantou comparado com mais de 200 mil/km que foi gasto?

    Para mim o foco da matéria foi possibilidade de desvio de nosso dinheiro.

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    1. Realmente, devo dizer que sei bem o quão ruins são as atuais ciclofaixas… se fossem bem feitas e bem planejadas seria outra coisa.
      A ciclofaixa da Rua Doutor Luiz Migliano é um show de horrores, pintaram o chão sem nem mesmos asfaltar direito, então tem vários buracos e passo a pé por lá todo dia pra comprovar.
      Fizeram a faixa numa ladeira bem ingrime, o que tb é um absurdo.
      Além disso, como na rua tem pontos de ônibus e cemitérios, as ciclofaixas vão ficando estreitas e chegam até mesmo a sumir e se rematerializar 500 metros à frente, depois do cemitério… um verdadeira absurdo e mal uso do dinheiro público.
      Não sou contra obras, mas sou contra obras mal feitas que servem apenas pra propaganda de fizemos X km e que em nenhum momento realmente planejam uma melhoria para a nossa cidade!

      Outra ciclofaixa que conheço é a do Parque Severo Gomes, essa tem menos buracos (apesar de não terem asfaltado tb), porém a tinta já desbotou com a chuva!

      Polêmico. O que acha? Thumb up 13 Thumb down 10

      1. Bem vindo ao mundo real, onde as ruas não são perfeitas. Sim elas ja tinha buracos e vc passava de carro neles. Sim elas tem subidas, e vc usa a marcha mais potente de seu carro né? na bike também tem marcha mais potente. A tinta desbotou ohhhhh que coisa não? mas ainda pra andar nela né? isso não torna impossível trafegar.
        Olha o que eu vejo é que tem muita gente que quer andar de bicicleta nas nuvens. Faz um favor, chama o E.T. e pede pra ele ir com vc.

        Quer muito que as ciclovias sejam melhores e fico puto quando tem alguma coisas erradas com elas também. Mas pra melhorar alguma coisa, primeiro essa coisa tem que existir. A 23 de maio onde já se gastou muito dinheiro, começou com uma avenida de 2 pistas. Antes disso nem avenida tinha, era um riacho.

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        1. Se você quer coisas bem feitas, não se contente com coisas mal feitas!

          Infelizmente neste mundo tem muita gente que se contenta com pouco e muitos profissionais que fazem trabalho ruim e acham que isso está bom!
          Espero que um dia, isso mude nesse país e passemos a exigir trabalho de qualidade em tudo!

          Seja na faixa para carros, nas faixas exclusivas de ônibus ou nas ciclofaixas.
          Tb entram nessa conta os hospitais e a educação, porque um país que acha que coisa mal feita é o padrão é um país que será sempre mal feito e de péssima qualidade…

          E o dinheiro pra refazer as coisas mal feitas saem dos seus impostos e acaba fazendo com que você tenha que gastar mais para ter menos!

          Se você contratar um pintor pra sua casa e a sua casa desbotar em 2 meses você ficará feliz??? Vc ficará feliz se o pintor te disser que pelo menos ele pintou e que daqui mais uma 5 novas pinturas talvez fique razoável e que vc terá que pagar pois mais 5 trabalhos dele?

          Polêmico. O que acha? Thumb up 7 Thumb down 6

    2. Que bonitinho! Agora o motoristinha mimado apareceu.
      Inventou esse 90%, né? É sempre legal inventar números. Eu posso inventar que você, em seu surtinho mimado anti-PT, se assemelha 100% ao personagem Quico, do comediante Carlos Villagran (Gentalha!! Gentalha!!)
      É comovente seu esforço de partidarizar a ciclovia, como se a pessoa precisasse apresentar a carteirinha do PT para trafegar. Continue, está engraçado!

      E, finalmente, com suas colocações sobre o povo brasileiro, devo presumir que você é estrangeiro ou então é uma pessoa com um sério transtorno, o chamado complexo de inferioridade. Deve ser horrível viver fazendo parte de um ‘povo inferior’, não é mesmo? Por que você não emigra? Ouvi dizer que na Flórida tem bastante louça para lavar, e lá não tem muita ciclovia!

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  5. Ando de moto diariamente. Ainda tenho muito medo de usar a bike, pois sei exatamente como se comporta o motorista médio ao ver que as pessoas que escolhem modais diferentes estão chegando em casa mais rápido que eles em seus bonitos e caros automóveis.

    A turma que argumenta sobre as motofaixas desativadas não sabe que quem sugeriu a desativação foi o CET, já na gestão Kassab. Foi registrado um aumento no número de acidentes. No caso das motocicletas, não sou favorável à vias segregadas.

    Também considero um equívoco eliminar o espaço das motos entre as faixas de automóveis. Não adianta privilegiar as bikes em detrimento de um modal também muito eficaz que é a moto. Na minha opinião, a moto tem de ser estimulada como modal, não combatida. E da mesma forma que os automóveis, a moto NÃO É SOLUÇÃO para o problema de comutação da cidade. Se todos os carros virarem motos, o caos continuará o mesmo.

    Sobre a Veja, não há muito o que comentar. Apenas seguindo a linha de raciocínio proposta, deveríamos parar de construir qualquer coisa que fosse, pois é modus operandi haver super faturamento em obras públicas. Outra coisa patéticas é esse argumento de que “temos de melhorar a educação de trânsito antes de implementar ciclovias”. Equivale a dizer que temos de combater o tabagismo antes de pensar em tratar cancer de pulmão.

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    1. Moto não é para andar entre os carros. Eu só vejo isso aqui no Brasil. Morei no exterior e lá as motos respeitavam o espaço

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  6. em todo lugar tem os URUBUS, carniçeiros que acham que tudo sempre vai dar errado e não enxergam o óbvio, assim como afirma a matéria da VEJA , em seu inicio(unico trecho da matéria que nos presta um bom serviço), os paises desenvolvidos ja investiram alto em ciclovias ha muito tempo, um transporte barato, seguro( se andar na ciclovia), nao poluente.Quanto ao preço, tenho a acrescentar para o debate que a reforma da ciclovia aqui da orla de Santos com 5 Km está estimada em R$ 6 milhões!!!! ponto final e ciclovia neles!!!

    Polêmico. O que acha? Thumb up 8 Thumb down 5

  7. (Bão, vamos lá.)

    Nossa, essa matéria da Veja é realmente um monumento à vergonha e à irresponsabilidade jornalísticas. Além de misturar alhos com bugalhos nessa média de custo paulistana, os valores internacionais e mesmo os das outras cidades nacionais…

    Fontes? Pra que fontes, né? Nomes dos tais profissionais de trânsito, citações, referência das referências, pra que isso tudo serve mesmo?

    “Os dados foram obtidos durante entrevistas com profissionais dos departamentos de trânsito de dez cidades estrangeiras que são referência em investimentos nessa área.”

    Então, tá.

    Bom, eu já conhecia aquele estudo (que é referência nos EUA) mencionado no Diário da Mobilidade: http://www.ssti.us/wp/wp-content/uploads/2013/10/PedBikeCosts.pdf

    E aqui um resumo dele: http://katana.hsrc.unc.edu/cms/downloads/Countermeasure_Costs_Summary_Oct2013.pdf

    (Ah, pros desavisados: lá é milha terrestre e DÓLAR, então façam antes as devidas conversões, por favor.)

    E tendo por base esse documento e um simples googlear, deu de levantar outro sério questionamento em relação à isenção ou inépcia dos jornalistas e colaboradores que escreveram a matéria:

    Sim, o quadro de cidades e custos médio por quilometro é de certa forma coerente, SE considerarmos os valores inferiores para intervenções mais simples, subindo para as mais complexas, e NÃO como médias.

    Agora, sem fontes, você poderia embaralhar as cidades com os valores na tabela e ficariam tudo bem, qualquer disposição lá passaria sem problemas como “verdade”, não é mesmo?, já que não temos como conferir, para cada cidade, as estimativas e os custos exatos ou aproximados para cada tipo de ciclovia, nem mesmo o período e a etapa de implantação delas.

    Vai, ficando apenas na disparidade algo suspeita entre Nova Iorque e São Francisco:

    Se você se der trabalho de apenas googlear, você encontra para São Francisco valores por milha de uma ciclovia segregada básica entre 400 a 500 mil DÓLARES, mas na tabela a média que eles dizem ter apurado foi de 157 mil REAIS.

    Quanto à Nova Iorque, na matéria diz-se que “os trechos mais simples, feitos com pintura no asfalto, saem em média por 140 000 reais, segundo o Departamento de Transportes da cidade americana” (sic), mas como está na tabela, na tal média…

    Ou seja, tem alguma coisa muito errada na composição dessa tabela, não tem? Ou, talvez, algo muito de podre na…?

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  8. Cicero,
    Muito obrigado pela atualização. O que não entendo é o motivo de fazer a ciclovia em cima da ciclovia. O novo trecho da Gastão Vidigal ficou excelente. Mas o piso em frente ao parque Villa-Lobos esta horrível, muito pior do que era antes. Junção de piso pra tudo que é lado. Andar com road nesse trecho é tortura!!!

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    1. Putz, então, Daniel, não é bem “ciclovia sobre ciclovia”, mas retirada do concreto anterior e aplicação de concreto pigmentado, pra não perder com as “intempéries” a corzinha, né? rs. E, numa segunda etapa, haveria um acabamento (pré-sinalização) nele pra ficar lisinho como ficou na Gastão Vidigal. E, devido à paralisação, isso nem chegou a ser feito. Pena, né?

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    1. Alameda Santos é cheia de subidas e descidas, ninguém iria usar. A Paulista é plana e é o caminho mais rapido.

      Qualquer ciclista evita percursos assim.

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  10. Boa noite,
    Porque não fazem uma matéria sobre a civlovia em frente ao Parque Villa-Lobos? Começaram a “fazer” uma ciclovia em cima da civlovia. Só que abandonaram o local desde Outubro/2014 com a “reforma” pela metade, inclusive com os vergalhões descobertos no trecho próximo à praça Panamerica.

    Poderiam ao menos perguntar pra Prefeitura quando terminarão.

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    1. Daniel e Diego: as obras paralisaram por, hum, conta do Tribunal de Contas do Município (TCM), que está fazendo análise dos contratos e solicitou esclarecimentos à Prefeitura. E enquanto essas demandas do TCM não se concluírem, as obras não poderão ser retomadas.

      Não se esqueçam de que os recursos, o regime de contratação e execução dessa ciclovia são específicos (Operação Urbana Consorciada Faria Lima), como o próprio Willian esclareceu no post, aliás.

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    1. A coisa toda é uma questão de cultura. E cultura não se forma de uma hora pra outra. Ela pode demorar anos para se formar, assim como foi em outros países. Mas o primeiro passo é fornecer a infra estrutura. É o mesmo que aconteceu com o uso do carro. Antes a cidade tinha poucas avenidas e se andava de bonde puxado a traçao animal e depois energia eletrica. Em um dado momento a cidade optou por se expandir e abandonar esse modal em troca de um plano de avenidas. A estrutura veio mas por um bom tempo os bondes ainda circularam, ate que o seu uso foi caindo e os carros dominaram as ruas projetadas para eles. Fico imaginando como seria a cidade se a escolha tivesse sido manter e modernizar os antigos bondes(hoje seriam os VLT ou TRAM como são chamados em Amsterdam). Talvez estaríamos hoje no mesmo patamar de muitas cidades europeias em termos de mobilidade.

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  12. A Veja confundiu as ciclovias do Haddad com a reforma do calçadão do Kassab e Marco Aurélio Cunha na avenida Sumaré entre a Homem de Mello e a Capote Valente, que custou 2,2 milhões e tinha 2,3 km de extensão. Ou seja, 1 milhão por km para transformar uma ciclovia já construída em calçada, onde já havia outras duas!

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