Lívia, Willian, Rachel, Aline, Enzo, Verônica, Priscila, Fábio, Aline e Silvia.

Quem faz o Vá de Bike

Lívia, Willian, Rachel, Aline, Enzo, Verônica, Priscila, Fábio, Aline e Silvia.
Lívia, Willian, Rachel, Aline, Enzo, Verônica, Priscila, Fábio, Aline e Silvia.

Willian Cruz pedala nas ruas da cidade de São Paulo desde o ano 2000, utilizando a bicicleta em quase todos seus deslocamentos. Com o trabalho no Vá de Bike e o ativismo em diversas frentes, vem ganhando relevância no cenário do cicloativismo nacional desde sua primeira ação, em 2004.

Entre os projetos e ações dos quais participa ou já participou, destacam-se Bike Anjo, Ciclocidade, Instituto CicloBR, CicloLigaDia Mundial Sem Carro, Desafio Intermodal, Vagas Vivas, ações de acompanhamento e apoio a projetos e campanhas do executivo, legislativo e outros órgãos públicos, além de cursos, palestras, seminários e fóruns sobre mobilidade urbana e bicicletas.

Seu casamento, em 2009, foi um evento público em duas rodas, com um cortejo de mais de 50 ciclistas pelas avenidas da cidade, tendo os noivos à frente. A ação teve enorme divulgação na imprensa, com matérias em redes de televisão, jornais, revistas e internet, tendo até hoje repercussão na mídia e citação em entrevistas. Hoje, Priscila Cruz ajuda na organização da iniciativa e é responsável pela área administrativa do Vá de Bike.

A imagem do autor traz grande identificação e confiabilidade entre usuários de bicicleta e cicloativistas. Com laços estreitos com outros grandes nomes do cicloativismo nacional, dando o exemplo através de suas ações e tendo uma postura abrangente, ponderada e conciliadora, sua opinião é requisitada, ouvida e respeitada entre ativistas, ciclistas e imprensa. Suas entrevistas, textos e recomendações geram sempre visitação e repercussão em redes sociais.

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A opção pela bicicleta

Quando criança eu andava bastante de bicicleta, chegando até a ir com ela para a escola vez ou outra na adolescência, num trajeto nada amigável. Mas conforme chegava a maioridade, como todo jovem de classe média influenciado pela sociedade e pela propaganda, quis ter um carro e dirigir.

Com o carro, esqueci da bicicleta e me tornei um motorista padrão: gostava de velocidade, de carro bonito, de som alto, de provar o tempo todo minha suposta perícia ao volante. Mas alguns anos depois, já sentia saudade da sensação de liberdade que a bicicleta nos dá.

No final do ano 2000, comecei a pedalar nas ruas com a ajuda de um amigo mais experiente, que me incentivava bastante. Logo passei a participar de grupos de pedalada noturna, muito comuns em São Paulo, que me ajudaram a acostumar com a bicicleta nas ruas. Também comecei a fazer trilhas nos finais de semana, chegando até a participar de algumas competições de mountain-bike.

Num dia em que meu carro quebrou, em 2003, resolvi ir de bicicleta para o trabalho. Percebi que era muito mais simples do que eu imaginava e, a partir daí, comecei a questionar muito o uso do automóvel e toda essa cultura do carro que nos cerca e influencia todo o tempo. Comecei a ir de bicicleta uma vez por semana, duas, três e quando percebi já a utilizava todos os dias.

Fui percebendo ao longo dos anos que era possível viver sem ter um carro e em 2006 o vendi, porque ele não era mais usado. E olha que era um carro bom, esportivo, vermelho, com ar condicionado, motor potente, etc. Mas ele já não me atraía mais. Em um ato que para mim foi emblemático, levei o carro de volta para a mesma concessionária de onde eu o havia comprado alguns anos antes, tirei a bicicleta do porta-malas e voltei para casa pedalando, sorrindo e me sentindo liberto.

Hoje, uso a bicicleta para tudo e nem penso em dirigir. Meu tempo é muito curto para tudo que preciso fazer e não posso desperdiçá-lo me estressando dentro de um carro parado, no meio de uma avenida. O tempo utilizado num deslocamento em bicicleta, por outro lado, é aproveitado, saboreado e me deixa feliz. Às vezes uso transporte público, eventualmente táxi, mas não é preciso ter carro para viver em São Paulo. Isso é lenda urbana.”

O site

O Vá de Bike surgiu a partir do momento em que comecei a compartilhar em um blog minhas experiências com o uso da bicicleta nas ruas. Conforme fui experimentando comportamentos e práticas do uso das vias junto a outros veículos e vendo o que funcionava melhor, o que era mais seguro, o que trazia melhor resultado, eu ia relatando no blog em forma de artigos com dicas. O objetivo, desde o início, foi ajudar quem está começando, passando a experiência prática que adquiri nas ruas de São Paulo – na época, bem menos receptivas que hoje.”

 

Autores

Arte: Vá de Bike

O Vá de Bike também dá voz a outros autores, que ajudam a engrandecer e diversificar o conteúdo do site. Com visões e opiniões próprias, os convidados têm sempre como foco a mobilidade por bicicleta, a defesa do direito de uso desse meio de transporte e o apoio ao ciclista urbano, princípios que norteiam este site.

Os autores convidados são selecionados com um critério bastante rígido, avaliando principalmente seu histórico e postura frente aos temas recorrentes no site, a fim de manter o padrão de qualidade dos textos e opiniões que caracterizam o Vá de Bike. Além dos convidados fixos, textos de outros articulistas e até de nossos leitores também são publicados eventualmente por aqui.

 

Foto: Laura Sobenes

Aline Cavalcante

Uma dessas pessoas é a Aline Cavalcante, que volta e meia publica seus textos por aqui. Já conhecida dos ciclistas urbanos, a @Pedaline tem na bicicleta seu meio de transporte principal e está sempre participando de ações de divulgação e incentivo ao uso da bicicleta. Atua em diversos grupos e coletivos e é uma das organizadoras do projeto oGangorra, além de ser jogadora de Bike Polo. Veja os textos que a Aline já publicou.

Essa menina de Aracaju, que descobriu na bicicleta sua paixão quando mudou para São Paulo, pedala com seu estilo cycle chic hipster sua fixa vermelha, que ela jura ser rosa. Não suporta injustiças ou preconceito contra quem pedala, defende os direitos dos ciclistas urbanos e está sempre disposta a ajudar os iniciantes, principalmente outras meninas que começam a se aventurar pelas ruas.

 

Foto: Anna Muylaert
Foto: Anna Muylaert

Rachel Schein

Para a Rachel também foi necessário ficar sem carro para que descobrisse a bicicleta como meio de transporte. “Primeiro virei pedestre e, depois de passar muitas horas por dia caminhando, resolvi tirar a bicicleta da garagem”. Logo descobriu que o mesmo trajeto que ela fazia em 50 minutos andando podia ser feito em menos de 15 de bike. “Daí para pedalar seis, oito horas por dia, me candidatar a voluntária em projetos e me envolver com o cicloativismo foi um pulinho. Quer dizer: uma pedaladinha!”

Rachel acredita na bicicleta como instrumento de transformação pessoal. Ela mudou sua relação com a cidade e com as pessoas. E junto com isso veio uma vontade enorme de mudar o mundo.

Saiba mais sobre a Rachel Schein e veja o que ela já publicou por aqui.

 

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Lívia Araújo

Nossa colaboradora de Porto Alegre tem a bicicleta como meio de transporte principal desde 2008. Com sua Peugeot dos anos 70 e dois alforjes de palha, faz até a feira no final de semana. Lívia estava entre os 150 ciclistas contra os quais Ricardo Neis acelerou seu carro em fevereiro de 2011, ferindo 17 deles, em um caso que repercutiu em todo o mundo.

Mas em vez de refrear o uso da bicicleta, o atropelamento da Massa Crítica lançou mais ciclistas às ruas, fortaleceu a mobilização na capital gaúcha, aumentou a cobrança ao poder público e fomentou uma rede de intercâmbio que culminou na realização anual do Fórum Mundial da Bicicleta.

Lívia ajudou na realização do Fórum e participou da criação da Mobicidade, a Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta de Porto Alegre. “Nunca imaginei que ter adotado a bicicleta como meu principal meio de transporte me traria tanta transformação”.

Conheça a Lívia Araújo e veja o que ela já publicou no Vá de Bike.

 

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Enzo Bertolini

O rapaz que começou como bike messenger no interior paulista, numa época em que essa nomenclatura ainda nem era conhecida, acabou deixando a bicicleta de lado por receio do trânsito quando foi trabalhar em São Paulo. Mas logo Enzo cansou-se do transporte público e dos congestionamentos e decidiu adotar a bicicleta nos seus deslocamentos diários.

Morador da Zona Norte de São Paulo, o corinthiano roxo enfrenta batalhas diárias para usar a bicicleta, sobretudo nas pontes que precisa cruzar – inóspitas a pedestres e ciclistas. Juntos com outros ciclistas e amigos da região, criou o grupo CicloZN, para lutar por uma cidade mais justa e receptiva a quem usa a magrela como meio de transporte

Conheça o Enzo Bertolini e veja o que ele já publicou no Vá de Bike.

 

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Verônica Mambrini

Verônica descobriu a bicicleta como meio de transporte em 2009. Como quase todo mundo que passa horas atrás de um volante em São Paulo, começou a desconfiar que aquele meio de transporte havia se tornado pouco prático, barulhento, caro e lento. O cenário perfeito para o encontro com a bicicleta.

Trocar o carro pela bicicleta foi um divisor de águas. Muitas mudanças represadas na vida finalmente vieram à luz: a relação com a cidade ficou mais humana e agradável, a relação com o corpo mais saudável, muitas amizades floresceram e outros mundos ligados ao pedal, como viagens e esporte, surgiram. Mas o indispensável continuou sendo mesmo o ir e vir de bicicleta.

Assuntos como comportamento, viagens, estilo de vida e moda estão entre os preferidos da jornalista. Saiba mais sobre a Vevê e leia o que ela já escreveu por aqui.

 

Foto: arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Fábio Nazareth

Amante do cicloturismo e do “ciclismo contemplativo”, nosso amigo do Rio de Janeiro não tem pressa de chegar e sabe que a viagem é mais valiosa que o destino. Já pedalou por diversos lugares dentro e fora do Brasil e percorreu roteiros como o Vale Europeu, Caminho da Luz, Circuito Costa Verde e Mar, Estrada Real e planeja ainda fazer o Caminho de Santiago pedalando. Além de atuar como jornalista, já trabalhou como músico, fotógrafo, guia de turismo e comerciante.

Pedalar sempre foi para ele um momento de integração e autoconhecimento. Já havia criado diversos apelidos para as pedaladas, como ciclomeditação, cicloterapia, e outras diversas ideias até criar em outubro de 2012, durante uma cicloviagem, a filosofia Pedalentos, que consiste em pedalar sem pressa, sem hora marcada, onde o tempo é relativo e até mesmo as situações adversas se tornam engraçadas, transformando simples acontecimentos em raros momentos de contemplação do universo e celebração da vida.

Acreditando na bicicleta como ferramenta de transformação social, Fábio é voluntário em vários projetos, entre eles o Bike Anjo que tem como principal objetivo ensinar a pedalar e a ganhar confiança para por fim conquistar as ruas em duas rodas sem motor.

Saiba mais sobre o Fábio em seu site e conheça o que ele já publicou aqui no Vá de Bike.

 

Aline e suas bicicletas. Foto: Arquivo pessoal
Aline e suas bicicletas. Foto: Arquivo pessoal

Aline Souza

Na casa de Aline, quando criança, seu pai nunca teve carro. Amava as bicicletas, teve muitas e todas muito bem enfeitadas com diversos adereços. Eram bicicletas muito pesadas para uma criança mas, mesmo sem saber pedalar, a menina subia nelas e ficava vendo TV da janela do quintal, sentada na bicicleta encostada na parede.

Aprendeu a pedalar na bicicleta de um primo e de lá pra cá pedalou em muitas outras. Mas o maior desafio mesmo foi se tornar uma ciclista urbana na cidade do Rio de Janeiro, em 2009. Foi então que Aline começou a ver o quanto é difícil ser mulher, ciclista e desafiar o mundo sobre duas rodas.

​Naquele ano, morou em Niterói por alguns meses e participou do grupo que organizou a primeira Massa Crítica da cidade. ​Enfrentou a relutância da família, que ainda achava aquilo um lazer e não um meio de transporte. Enfrentou o trânsito violento, fez amigos, aprendeu a ter malícia e venceu o medo.

A Rosinha foi a primeira bicicleta comprada com o próprio dinheiro e hoje vive emprestada. Com uma dobrável, superou uma dor de amor e enfrentou um síndico de prédio no trabalho, subindo e descendo elevador e escada todo santo dia com ela em uma bolsa. Quando começou a organizar no Rio o Tweed Ride em 2013, chegou até ela a Rita, que ganhou esse nome por ser pesada na arrancada, mas suave como um cadillac quando se pedala. “Não é de hoje que, sem a bicicleta, minha vida não tem graça nenhuma”.

Conheça a Aline e leia o que ela já escreveu aqui no site.

 

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Silvia Ballan

Em 1989, Silvia ia para a escola em sua bicicleta. Em 2001, começou a levar sua primeira filha, Bia. Hoje, sua irmã Nina é quem acompanha a mãe na bicicleta, desde 2010. De lá para cá, fotografou e filmou caminhos, histórias da cidade, das pessoas e as impressões da Nina, criando o projeto Silvia e Nina.

Com a Nina, Silvia descobriu como uma criança que vive a rua, o caminho e as pessoas é capaz e pode transformar o mundo. A videomaker paulistana acredita na bicicleta para educar os filhos e fazer de qualquer criança um cidadão consciente e participativo. E confia que crianças e adultos percebem melhor os problemas e os solucionam de maneira mais consciente quando conhecem e vivem sua cidade.

Saiba mais sobre a Silvia em seu site e veja o que ela já publicou no Vá de Bike.

 

Raquel Jorge a caminho de Grimstad, Noruega. Foto: arquivo pessoal
Raquel Jorge a caminho de Grimstad, Noruega. Foto: arquivo pessoal

Raquel Jorge

Raquel passou a infância em Florianópolis e aos 10 foi levada para a selva urbana de São Paulo, que lhe incomodava bastante. Aos 15 começou a pedalar pra valer, mesma época em que começou suas viagens (de início, sem a bike). Inquieta, aos 20 mudou para Londres e aos 30 começou a mochilar pelo mundo. Índia, Sudeste Asiático, Estados Unidos, Américas Central e do Sul. Com 31, voltou para São Paulo, trabalhou, fez faculdade, casou. Aos 40 descasou, deixou o emprego e voltou a fazer aquilo que faz melhor e que a faz feliz: pedalar por aí.

Não tem casa própria, não tenho filhos e nem bens de valor. Costuma trabalhar durante um período, fazendo viagens curtas e economizando dinheiro, para poder passar um período cicloviajando depois e gastando o mínimo, para prolongar a viagem. Para ela, a felicidade está em lugares diferentes para pessoas diferentes. O mundo seria insuportavelmente chato se fôssemos todos iguais, com os mesmos pensamentos, ideais e sonhos.

Nesse momento, Raquel está em meio a uma cicloviagem de 6.200 km que contorna o Mar do Norte, passando por Noruega, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Bélgica, Inglaterra e Escócia. Todas as sextas-feiras, conta no Vá de Bike detalhes de suas cicloviagens, da preparação aos desafios do caminho, com dicas para quem tem vontade de ganhar o mundo em duas rodas sem motor. Conheça Raquel Jorge e saiba o que ela já publicou por aqui.

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