Por que há ciclistas que andam no meio da rua?
Entenda por que ocupar a faixa de rolamento é uma conduta importante, recomendada por órgãos de trânsito e regra oficial em cidades do exterior.
O compartilhamento da via é uma das principais soluções para integrar as bicicletas ao trânsito. Onde não houver ciclovia ou ciclofaixa, sempre recomendamos aqui no Vá de Bike que os ciclistas ocupem a faixa de rolamento. Mas nem sempre esse procedimento é compreendido pelos motoristas – e até mesmo por alguns ciclistas.
Veja como exemplo o comentário postado por um leitor, que se identifica apenas como Paulo:
“Ok. Também ando de bike, mas cicloativistas como qualquer outro ativista exigem respeito mas não respeitam… 1,5m eu acho muita distância, principalmente levando em consideração que os ciclistas ultrapassam nossos carros a 10 20cm e andam na esquerda da pista e seguram o trânsito a 20 ou 30 por hora. Se ficassem na direita da faixa a ultrapassagem seria possível. mas ficam na esquerda [da faixa] obrigando os carros a ultrapassarem pela contramão se não quiserem andar a 20km/h. Respeito ciclistas. Detesto ciclo ativistas que se acham donos da rua.” (sic)
Paulo explicita, de forma rude, sua opinião de que as pessoas deveriam pedalar junto à sarjeta, para que os carros pudessem passar na mesma faixa onde o ciclista está. Dessa forma, ele “não atrapalharia o trânsito”.
Essa opinião é comum, derivada da ideia de que as ruas seriam feitas para os carros, não para o deslocamento de pessoas. Por essa ótica, as bicicletas seriam intrusas, podendo usar as vias apenas quando não interferirem na circulação dos automóveis. Ou seja: ocupar a faixa com a bicicleta seria um desrespeito a quem está de carro. Alguns chegam a afirmar que as bicicletas deveriam usar a calçada, para não atrapalhar os carros.
Mas por que ocupar a faixa?
É muito mais seguro para o ciclista ocupar a faixa, pois isso força os motoristas que não aceitam cumprir o 1,5 m a mudarem de faixa para fazer a ultrapassagem. Pedalando sobre a sarjeta, o ciclista acaba vítima de motoristas que acham 1,5 m muita distância e insistem em passar quase raspando.
Melhor um motorista mal educado que buzina e xinga, pensando que é o ciclista quem se acha o dono da rua (mesmo que esteja compartilhando a via em vez exigir exclusividade), do que o mesmo motorista mal educado passando a 10 cm do guidão – pensando que “tem espaço, acho que dá” – e derrubando o ciclista que teve que desviar de uma grelha aberta na sarjeta.
Motorista, ultrapasse com segurança
Quando há um caminhão ou ônibus trafegando devagar, os motoristas aguardam um momento seguro, mudam de pista e ultrapassam. O mesmo deve ser feito com a bicicleta. Basta entender que ela também é um veículo, tem o mesmo direito de circulação que os demais e possui sua limitação de velocidade, que precisa ser compreendida e aceita.
Mude de pista quando for seguro e ultrapasse a uma distância adequada, sem colocar em risco o ciclista. Você sabe fazer isso. Se não der para ultrapassar, é só aguardar. Sua pressa não vale uma vida, uma perna ou um braço de alguém.
E por mais que um ciclista ou pedestre esteja errado, nunca, mas nunca mesmo ameace sua vida com o carro para lhe dar uma lição. Algo pode dar errado e você terá que carregar consigo para sempre o peso de ter matado ou mutilado alguém, destruindo a vida dessa pessoa e de sua família.
Sarjeta não é lugar de bicicleta. Rua sim.
Ciclista, ocupe a faixa para se manter mais seguro – e seja gentil com os motoristas.
Motorista, compartilhe a via, aceitando a presença da bicicleta. As ruas são de todos.
Por que 1,5m e como fazer para respeitá-lo
Quem utiliza a bicicleta nas ruas diariamente – não apenas em parques, ciclovias e Ciclofaixas de Lazer – percebe claramente que 1,5 m é uma distância importante para não haver contato caso o ciclista se desequilibre, precise desviar de um buraco, de um desnível do asfalto ou de alguém que começa a atravessar a rua sem olhar.
Quem pedala nas ruas também sabe que nem sempre é possível manter uma trajetória continuamente reta e previsível, principalmente em nossas vias esburacadas, com asfalto irregular, caçambas estacionadas, motoristas abrindo a porta do carro sem olhar e carros saindo de garagens e esquinas sem se preocupar com pessoas que estejam passando.
A lei do 1,5 m (art. 201 do CTB) visa acima de tudo a segurança viária. Essa distância não foi tirada da cartola: nos exemplos do parágrafo acima, frear poderia significar uma queda – que também precisa do 1,5 m de segurança para não se transformar em tragédia.
Para ilustrar, algumas pessoas afirmam que Antônio Bertolucci, morto em junho de 2011 em São Paulo, caiu sozinho de sua bicicleta e por isso foi atropelado pelo ônibus que o matou. Seria dele, portanto, a culpa por sua própria morte. Mas ainda que isso fosse verdade e que ele tivesse desequilibrado do nada e caído sozinho, se o motorista tivesse guardado a distância de 1,5 m Antônio continuaria comprando seus pãezinhos com a bicicleta, todas as manhãs.
E como conseguir essa distância?
Sabemos que, para quem está no carro, nem sempre é possível avaliar a distância do ciclista. Mas conseguir esse metro e meio é, na verdade, algo bem simples: basta mudar de faixa, como haveria de ser feito com qualquer outro veículo lento, como um caminhão carregado, por exemplo.
Bicicletas têm uma limitação óbvia de velocidade, que precisa ser compreendida e respeitada. A aceleração da bicicleta não é como a do carro, em que basta engatar outra marcha e pisar num pedal sem fazer esforço.
Mas…
– E quando não há espaço para a ultrapassagem, por só ser uma via de mão dupla com uma única faixa em cada sentido?
– E se a rua for de mão única, com carros estacionados, de forma que não caberiam o carro e a bicicleta lado a lado com 1,5m entre eles?
Para responder a essas perguntas, imagine que na sua frente há um carro andando devagar, um caminhão, um ônibus ou outro veículo qualquer ocupando o espaço adiante. Como você faria a ultrapassagem? Seria obrigado a esperar? A resposta está aí, a situação é a mesma.
Tire de sua cabeça esse preconceito de que a bicicleta tem menos direito de ocupar a rua e que por isso “atrapalha” por circular devagar. Ela circula na velocidade que lhe é inerente, como um caminhão carregado ou um trator que esteja se deslocando na via. Tenha paciência.
E os ciclistas no corredor?
O leitor Paulo ainda comenta que os ciclistas ultrapassam seu carro “a 10-20 cm de distância”. Bem, provavelmente isso acontece quando o carro está parado (afinal, o mesmo comentário diz que bicicletas circulam a 20km/h). Não vejo que risco bicicletas poderiam oferecem a alguém em um carro, ao ultrapassá-lo quando parado ou em velocidade inferior a 20 km/h.
Poderíamos usar a mesma argumentação desse comentário e dizer que um carro parado ocupando a faixa “obriga as bicicletas a ultrapassarem a 10-20 cm se não quiserem ficar paradas”. Poderíamos também dizer que “respeitamos motoristas que não congestionam”, mas “detestamos quem faz isso”, generalizando-os como “carroativistas que se acham donos da rua”. Mas não seria muito justo, não é?
É melhor compreendermos por que razões um carro fica parado ocupando a faixa toda, muitas vezes por longos minutos, até conseguir se mover por 3 ou 4 metros e parar novamente. Melhor ultrapassá-lo com tranquilidade e ir embora do que começar a gritar para que o motorista saia da frente porque está atrapalhando ali parado, como muitos que dirigem costumam fazer com os ciclistas que estão em movimento.
Quando os carros estão parados, o ciclista tem todo o direito de ultrapassá-los pelo corredor. Tem esse direito até mesmo nos casos em que outros veículos não podem fazê-lo, como em uma interdição temporária da via ou uma fila de balsa (art. 211 do Código de Trânsito). E, desde que haja espaço adequado para isso e os carros não estejam em movimento, não estará se colocando em risco ao fazê-lo. Também não colocará em risco nenhum motorista, afinal é um pouco difícil derrubar um carro com o guidão de uma bicicleta.
Mas o ciclista deve ficar atento ao sinal que vai abrir e ao movimento dos carros adiante. Quando perceber que os carros começarão a se mover, deve sair do corredor e voltar a ocupar a faixa, para sua própria segurança. Sempre pedindo espaço e agradecendo a gentileza com um sorriso. Os bons motoristas compreenderão sua atitude.
[Comentário oculto devido a baixa votação. Clique para ler.]
Esse comentário não tem feito muito sucesso. 2 13
Como não atrapalhar os motoristas de cumprirem o artigo 62? Primeiro ao contrário do que muita gente acredita, o texto do Código Brasileiro de Trânsito valoriza essencialmente a vida, não o fluxo de veículos. Na redação de seus artigos, percebe-se uma preocupação acima de tudo com a integridade física dos diversos atores do tráfego, sejam eles motoristas, motociclistas, ciclistas ou pedestres.
Sendo assim a prioridade não é o fluxo nem respeitar a velocidade mínima, é respeitar a vida, com certeza se algum motorista tiver de diminuir a velocidade e mudar de pista não será multado por isso, até porque não na maioria das ruas não tem como medir a velocidade dos veículos, principalmente em vias calmas com velocidade de 30, 40 ou até 60km/h. Até porque se fosse possível a maioria dos motoristas levariam multas por excesso de velocidade pois vejo muitos motoristas praticamente voando em vias de 40km/h. Outra coisa que é a probabilidade de um motorista diminuir a velocidade bruscamente de forma que ocasione um acidente é muito difícil a menos que o ciclista surja do nada e mesmo assim teria que ser em uma via muito movimentada onde a distância de um veículo para o outro seja de 3 metros mais ou menos e nenhum motorista experiente andará colado no outro numa via com velocidade acima de 60km/h.
Ciclistas são obrigados a transitar nas vias por imposição do CTB, fora isso não existem ciclovias exclusivas e quando tem alguma são vão muito longe, pegam poucas partes das cidades. Realmente as ruas não foram feitas para bicicletas mas isso não é desculpa, é uma questão de cultura, consciência geral da população, também incentivo e conscientização por parte do governo mostrando que ciclistas tem tanto direito de ir e vir quanto qualquer um, pagam impostos igualmente em proporção ao que compram, ninguém é melhor ou tem mais direito, mas a prevalência é pela vida, o respeito deve ser em pró das pessoas e não dos compromissos pessoais.
Basta se colocar no lugar dos ciclistas, como você gostaria de ser tratado sendo você a parte mais frágil e no trânsito, toda ação gera uma reação, se você por imprudente com a vida de alguém logo alguém será com a sua ou de algum conhecido seu. Tudo que fazemos contabiliza e gera alguma reação positiva ou negativa a nós mesmos. O governo atual não fará muitas melhoras nessa área pois o que temos no governo são bandidos, narcotraficantes, corruptos, terroristas e tudo quanto é tipo de escória que não ligam a mínima para ninguém a não ser eles mesmos, infelizmente estamos pagando o preço pela ignorância de muitos que acreditaram nas mentiras desses mesmos.
Comentário bem votado! 6 1
E esse Flávio aí é um robozão despertado diretamente do século vinte, onde não havia Google. Desta forma, ele naquela época não podia pesquisar o código de trânsito e descobrir que a restrição da velocidade mínima não vale na faixa da direita, ou seja, ele na época podia citar coisas pela metade e ninguém iria se dar conta. No século vinte também era comum a ideia de que as ruas haviam sido construídas para os carros e que os impostos sobre propriedade de veículo automotor garantiriam mais direitos sobre as vias para os felizes motorizados.
As ruas não foram feitas pra bicicletas. Nem para carros. Elas foram feitas para pessoas, não para robozões com seu pensamento tacanho.
Tudo isso é superado, mas é inútil tentar modificar a programação desse tipo de robô. É mais prático deixar que a ferrugem se encarregue deles. Sentadinho no carro, OK, robozão? Não ameace as pessoas quando o congestionamento permitir o deslocamento do seu carro.
É simples.
Polêmico. O que acha? 5 5
O tiagobarufi… não me julgue sem me conhecer! Eu nunca levei uma multa na minha vida, nunca bati em ninguém, e sempre que vi uma bicicleta na rua, sempre dei espaço, pois JÁ ANDEI MUITO DE BICICLETA! No entanto, ao ver que a maioria dos motoristas não estão nem aí com ninguém (isso inclui motociclista, ciclista, pedestre e outros MOTORISTAS também), parei de andar de bike, pois um direito que é facilmente desrespeitado, pode tirar a minha vida! O que penso é o seguinte! O que é mais fácil??? Mudar a mentalidade estúpida do brasileiro que passa por cima de todas as leis (estacionam em vaga para deficiente, subornam policiais para não levar multa, param na faixa de pedestres, vão a 100km/h em vias de 40km/h, etc.) ou pressionar o governo para ajudar a fazer vias mais seguras para os ciclistas? Vou deixar mais claro para você, já que vc me acha um robô, e o que digo deve ser de difícil compreensão para um ser mais “evoluído” como você! O que que é mais fácil? Mudar a mentalidade de MILHÕES DE MOTORISTAS, ou pressionar o governo?? Vou te dar uma dica… o governo não te coloca numa cama de hospital (ou num caixão) se vc com a sua bicicleta tentar impor seus direitos nas ruas! Entendeu o que eu quis dizer? Será que eu consegui ser claro agora que dependendo do asno que estiver atrás do volante, você pode morrer, e que esse tipo de gente não adianta discutir? Você acha que se um filho de juíz/deputado/senador/prefeito/delegado te atropelar vai acontecer alguma coisa com ele? Será que eu fui claro que é mais fácil pressionar as autoridades a fazer o serviço direito (vias melhores) é não só mais fácil, porém MAIS SEGURO? Eu não sei quanto a você, mas eu prefiro pressionar o governo, e viver, do que pressionar um motorista no trânsito e correr o risco de parar no hospital! Mas faça o que quiser, afinal, é a sua vida, não a minha, a minha eu cuido muito bem, e se vc aparecer de bicicleta na minha frente, não se preocupe, eu dou espaço, como sempre fiz… só não te garanto que os outros motoristas farão o mesmo!
Para quem não ficou claro, eu fiz meu comentário, porque acho que vocês (ativistas) estão batendo na tecla errada! Não é pra ficar pressionando (discutindo) os motoristas, porque a maioria dos motoristas não respeitam ninguém, e se não respeitam os próprios motoristas de carros, quem dirá os ciclistas!
Polêmico. O que acha? 6 7
Flávio, a velocidade mínima não é válida na faixa da direita. Então antes de criticar os ciclistas, informe-se sobre o assunto aqui.
Polêmico. O que acha? 6 3
Muito importante também lembrar para os ciclistas que eles tem que respeitar TODAS as leis de trânsito, como por exemplo, parar nos cruzamentos onde tem uma placa de PARE, parar nos semáforos nos sinal vermelho, respeitar o pedestre na faixa de pedestres, sinalizar quando quiser trocar de faixa, entre outras várias regras que 98% dos ciclistas não respeitam no trânsito.
Polêmico. O que acha? 7 4
Sim, tão importante que temos uma página dedicada a essa questão (por isso não foi citada aqui). 😉
http://vadebike.org/2004/09/dicas-para-o-ciclista-urbano/
É incrível a quantidade de gente que entra aqui em textos aleatórios dizendo que a gente deveria ensinar o ciclista a fazer isso ou aquilo em TODAS as matérias que publicássemos. Deveriam conhecer melhor o site.
Comentário bem votado! 9 3
De onde é que você tirou esse 98%, hein? Não vou arriscar dizer. Suponho que inventou mesmo. Da mesma forma alguém poderia dizer que 17,89% dos motoristas são imbecis que saem de casa determinados a matar alguém com o carro, e que 99,87% deles jamais param para deixar alguém atravessar na faixa de pedestres, daquelas que não têm semáforo nem agente de trânsito olhando. Que absurdo seria se isso fosse verdade, não é mesmo?
Estou comovido com a sua indignaçãozinha.E estou me sentindo insultado, como cidadão cumpridor de todas as regras de trânsito independente do meio de transporte da ocasião.
Polêmico. O que acha? 3 6
Além dos assuntos abordados no texto, é relevante falar a respeito das saídas de garagem e estacionamentos que também são perigosas para os ciclistas que trafegam pela sarjeta. Mais um motivo de se andar na pista de rolamento.
Importante frisar também que nós ciclistas, enquanto na pista, devemos respeitar as sinalizações de trânsito inclusive os farois.
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Mas faltou adicionar que os ciclistas também devem, respeitar o sinal vermelho por exemplo!!! Ontem eu estava entrando à direita em uma avenida quando um ciclista que estava vindo reto nessa mesma avenida, simplesmente furou o farol vermelho e passou na minha frente. Se eu o atropelasse a culpa seria minha? Entendo que a pista deva ser compartilhada sim, mas a regra de transito vale para todos. Quando o sinal está fechado na pista do cilcista, ele que espere… da mesma forma que os carros devem esperar. Ou alguém vai ficar sem dormir pelo resto da vida por uma irresponsabilidade do ciclista!
Polêmico. O que acha? 6 5
Verônica, seu alerta procede e não há como discordar. Mas não “faltou adicionar”: o texto é sobre outro assunto. Recomendações para pedalada segura estão em outra página, que não traz recomendações para o motorista, só para o ciclista. Cada coisa no seu lugar. É um artigo sobre um assunto específico, não um manual do mundo. 😉
Comentário bem votado! 7 3
O respeito deve sempre prevalecer! Como não dirijo e nem andar de bike sei (juro), deixo aqui meu apelo pessoal: ciclistas, informem-se também sobre as regras de trânsito que vocês devem cumprir! Parar no farol vermelho garante não apenas sua própria segurança, mas também a dos pedestres – e é lei. Eu mesma cansei de quase ser atropelada atravessando na faixa com o farol verde para pedestres, e outro dia quase presenciei uma tragédia quando um ciclista atravessou a toda velocidade na faixa de pedestres, no farol vermelho, e quase foi pego por um ônibus que virava na rua e não tinha como tê-lo visto. Não adianta apenas exigir respeito; só teremos uma convivência mais harmoniosa se cada um fizer sua parte!
Comentário bem votado! 6 0
Você tem razão, Mariana. Ciclistas não devem fazer com os pedestres o que não gostariam que os motoristas fizessem com eles. Só não podemos deixar que motoristas irresponsáveis usem isso como desculpa para colocar em risco a vida de ciclistas nas ruas, o que seria o mesmo que jogar propositalmente o carro em pedestres já que muita gente atravessa fora da faixa.
Polêmico. O que acha? 8 5
Disseste tudo!
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Um amigo uma vez passou de carro por mim …. eu estava realmente no meio da rua.
Ele me questionou num churrasco…
Ele só esqueceu de ver a fila de veículos estacionados que tinha por onde eu estava passando.
Ainda mexi com ele …. que ele era o tipo de motorista que acha que ciclista pode se teletransportar de um lugar para o outro como num passe de mágica.
A verdade é que as ruas normalmente são ruins para trânsito de bikes.
Os acostamentos são ruins, há veículos estacionados…etc…etc…etc…
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Acho que tudo isso se resolve com duas palavras: bom senso.
Eu ando de bicicleta, assim como ando de carro e também ando à pé.. Detesto quando estou de bicicleta e os carros passam lambendo a gente, assim como detesto ciclista que insiste em pedalar na calçada, ainda mais em alta velocidade (ninguém anda à 20 km/h), que quer atravessar na faixa de pedestre pedalando e etc.
Quando se está do lado direito, pelo acostamento e meio fio, é extremamente natural a presença de bueiros, buracos e etc, justamente por ser uma região da via pouco utilizada pelos carros. O ciclista deve sim ficar o mais à direita possível por um bom relacionamento com os carros, mas os carros também devem entender que o ciclista deve, por algumas vezes, entrar no meio da via para poder desviar de buracos e bueiros.
Questão simples de cidadania.
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Andei de bicicleta por bastante tempo no Rio de Janeiro, e hoje moro em Floripa e tenho uma moto. Adoro andar em duas rodas.
Mas na minha opinião acho extremamente arriscado, dependendo da via, andar no meio da faixa. Veja bem: as vias públicas possuem uma velocidade máxima a ser respeitada assim como uma velocidade mínima. Não é esperado que em uma via onde a velocidade máxima seja, digamos, 60 km/h (que não é uma velocidade muito alta), trafeguem veículos a 20 km/h (que é uma velocidade bem alta pra uma bike, algumas pessoas sequer conseguem desenvolver algo perto disso).
É arriscado pra quem está na bicicleta, e é arriscado para quem está trafegando em carros/motos. Uma bicicleta é um veículo fino, e nem sempre é percebido a uma distância segura. E além disso, temos que trabalhar com a possibilidade do motorista que está vindo atrás estar falando ao celular, ou conversando, mudando a estação do rádio… Nem sempre ele está atento o quanto deveria. E a 60 km/h tempo entre enxergar a bike, pisar no freio, parar o carro nem sempre é o suficiente pra evitar uma colisão… e quem leva a pior nessa situação?
Uma colisão a 60 km/h de um carro com uma bike, muito provavelmente seria fatal para o ciclista, e põem a vida dos ocupantes do carro em risco tbm. Com moto é pior ainda; uma queda a 60 km/h machuca bastante.
Qual seria a solução? Ciclovias/ciclofaixas… Mas a gente não mora na Holanda, né? rsrsrs!
Mas existe uma solução mais viável. Quando andava de bike no Rio, dificilmente eu andava por vias de alta velocidade. Sempre procurava ruas menores, e de fluxo menos intenso e mais lento, e procurava pensar meu trajeto por essas vias. Acho que seria uma solução mais segura para todos.
Mas e claro que nem sempre essa solução é viável, mas daí vai de cada um decidir o que é melhor pra si.
Por isso acho que o site poderia pensar melhor nessa situação estimular a ocupação da faixa… Vocês podem estar incentivando um comportamento arriscado. Lendo o site existem ciclistas de todas as idades, e ciclistas experientes assim como leigos…
Fica a dica. Abraçs!
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Oi Gabriel.
Não existe velocidade mínima na faixa da direita ou quando há apenas uma faixa, como esclarecemos neste artigo. Recomendo a leitura. Esse é um dos grandes mitos das ruas, como aquele que afirma que IPVA é um imposto pago para poder utilizar as vias e que, portanto, ciclistas não teriam o mesmo direito de utilizá-las (o que não faz o menor sentido).
Sobre usar vias paralelas em vez de grandes avenidas, isso se torna mais fácil em cidades litorâneas, mas nem sempre é possível onde há relevo variado. Também já discutimos esse assunto por aqui, neste artigo:
Ciclistas podem circular em avenidas de tráfego rápido? Por que insistem em fazê-lo?
No mais, muito mais arriscado que ocupar a fixa é pedalar junto ao meio-fio, pelos motivos expostos neste texto.
Abraço,
Willian Cruz
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OK. Mas continuo achando que um ciclista querer compartilhar a via como se fosse um automóvel arriscado, e estimular esse comportamento, talvez seja leviano. Pessoas podem se machucar seriamente ou morrer. Já parou pra pensar que nem todos os ciclistas são experientes? Já parou pra pensar que nem todos eles tem sangue frio pra pedalar do lado de carros passando a 60 km/h?
Não é querer favorecer um lado ou outro, mas é questão de bom senso. Como o amigo Paulinho falou aí em cima”
Posso ser criticado mas quando andava de bicicleta, sempre que possível, dava preferencia a passar por calçadas, e sempre tentei andar próximo ao meio fio. Sempre soube controlar minha bicicleta muito bem, e nunca sofri acidentes. Prefiro viver pra pedalar no dia seguinte do que morrer brigando por espaço com carros.
abraços.
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Muito bom seu comentario Gabriel. Sou motorista profissional e vou pro trabalho todos os dias de bike. Conheço os direitos do ciclista mas eu faço como voce disse, procurando o caminho mais seguro para mim embora fique até mais longo….
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Toda a argumentação é ótima e vou passar a pensar assim. Mas isso não dá certo se as bikes andarem na contramão, como acontece muito. É preciso campanhas para mostrar os motivos das leis. Se todos perceberem o motivo para cada determinação a aceitação será muito melhor.
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Eu, como ciclista, Paula, ciclista que quer cada vez mais se sentir seguro no trânsito, super te agradeço.
Mas eu, como ciclista, Paula, ciclista que quer cada vez mais ver todo mundo se sentindo seguro no trânsito, faço (auto)crítica a um outro super senão a meus pares: pqp, parem no sinal vermelho! E simples, pô, é só parar, coisa que não requer nem prática nem habilidade. Ou vocês (nós) tão se achando acima dos reles mortais que param? Tem algum privilégio divino aí que eu não tô sabendo?
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Aqui no DF o sinal vermelho tem o condão de fazer com que, após ligado, passem mais uns dois/três apressados que acham-que-dá-pra-passar-mas-não-dá… às vezes temos que ponderar outros fatores, infelizmente, senão se corre o risco de sentir, no mínimo, o ventinho de um desses passando a mil do seu lado. Mas no geral, apoio a obediência ao CTB, faixas de pedestre, calçadas, etc.
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A conclusão a que eu cheguei foi a seguinte, Rosana: tem duas “forças” atuando aí, e em conjunto, que fazem os ciclistas (nós) ignorarem o vermelho:
1) persistência da infância, o tal “tudo pode”, tendo ou não margem de segurança pra furar o vermelho. E criança é assim mesmo, né?, até ficar de castigo ou coisa pior;
2) persistência da condição de pedestre, ciclista que ainda pedala pensando que está caminhando/correndo com os pés no chão. E a gente como pedestre faz isso mesmo, não é? O sinal ainda no vermelho, a gente olha prum lado, olha pro outro, vê que não tem carro, se tem ainda tá longe, ou quase, e então dá, ou talvez dê, mas a gente acaba atravessando. Normal. Mas pros pedalantes tá ficando normal demais!
E então, em nome da, hum, racionalidade adulta do “não, agora não tem perigo+é melhor pra ganhar distância dos motorizados”, escamoteamos a irracionalidade que verdadeiramente os (nos) move: “Ah, o trânsito (o coletivo)? Foda-se! Eu sou mais importante, eu sou mais eu…” etc.
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Fico revoltado mesmo quando falam que o paulistano é egoista e só anda de carro.
Outro dia passou na TV dizendo que as pessoas não querem ter o desconforto de pegar transporte público.
Fala isso que não pega o metrô na Linha Vermelha, onde tem dias que espera-se mais de 6 metrô para poder entrar.
Fala isso quem não mora nos longe do trabalho e fica em pé 2 horas dentro de um ônibus lotado.
Até mesmo essa linha amarela, a mais nova, foi muito mal construída … em horário de pico, outro dia demorei 20 minutos para poder ir para a linha verde.
Isso porque nem falei do trem …
Agora já pensou se 10% das pessoas que andam de carro, resolverem pegar o transporte público !!! Travaria tudo !!!
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Antony, será que travaria tudo? Imagine dez por cento a menos de carros nas ruas. Os ônibus não sofreriam grandes atrasos (ainda mais com as faixas exclusivas) e poderiam rodar mais de uma vez na mesma linha a uma velocidade real de uns 20/30 km/h gastando o mesmo que gastam em combustível, etc, pra rodar uma vez só, indo a 8/10 km/h que é a velocidade real do engarrafamento que enfrentam atualmente… O tempo de viagem cairia bastante, otimizando o uso do transporte e a vida das pessoas.
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Nao tem como eu aferir com certeza.
Mas penso que 10% a menos provavelmente nao teria diferença nas ruas.
Já 10% mais no metro, ficaria ainda mais lotado.
Ontem sabado, a cidade registrou 350km de congestionamento!!!
Sao 20.000.000 de pessoas ocupando o mesmo espaço.
Soluçao: sair de Sao Paulo!!! Quem tem condiçoes cai fora. No futuro aqui será terra de doidos !!!
Os onibus vao rapido nos corredores, porem quando escostam nos terminais ficam 30 minutos parados !!!
Nada a ver o que eu escrevi aqui
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Como diz meu amigo, o problema não é carro, onibus, moto ou bike … o problema é do ser humano.
O mesmo ciclista que reclama do onibus que passa fininho ao seu lado, reclama quando ele está de pé no ônibus depois de 2 horas, e tem um ciclista na frente “amarrando” ainda mais a sua viagem.
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Desculpe, não temos ruas para carros e motos, quem dirá compartilhar estes poucos espaços com bicicletas. Lugar de bicicletas é em ciclo faixas e não no trânsito. A começar que brasileiro não tem bom senso, educação no trânsito, nem em uma motocicleta, nem em um automóvel, quem dirá em uma bicicleta, imagina misturar uma mais bike no trânsito caótico de São Paulo, não tem por onde. Brasil é país de terceiro mundo, não adianta querer usar modelos europeus.
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Desculpe, não temos ruas para pessoas, que dirá compartilhar esses poucos espaços com automóveis particulares, que ocupam muito espaço para levar geralmente apenas um motorista… Lugar de automóvel particular é autódromo e comercial de carro na televisão, e não no trânsito. A começar por quem não tem bom senso, generalizando o comportamento de toda uma população a partir de um mesquinho ponto de vista. Imagina misturar mais um carro no caótico trânsito de São Paulo, não tem por onde. Brasil é um país qualquer, não adianta querer usar modelos tacanhos saídos de quem está contaminada pelo sedentarismo e pela síndrome de vira-lata.
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Tá desculpada, Erika. Agora é estudar um pouquinho sobre mobilidade e legislação.
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Senhores, numa boa, acho lindo isso, mas na prática isso não funciona. Numa grande cidade então nem se fala. Eu que me arrisque numa via de grande movimentação. Não dá… queria muito que pudesse. Mas não dá! 🙂
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Senhores, numa boa, acho lindo isso, mas na prática isso não funciona. Numa grande cidade então nem se fala. Eu que me arrisque numa via de grande movimentação. Não dá… queria muito que pudesse. Mas não dá!
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