Ciclovia da Av. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais dois vindo atrás. Foto: Willian Cruz

Ciclovias de São Paulo não custaram R$ 650 mil/km na gestão Haddad

Matéria que afirma serem “as mais caras entre 10 cidades” ignora alguns fatos e adequa outros, com o objetivo de depreciar a implantação na capital paulista

Ciclovia da Av. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais dois vindo atrás. Foto: Willian Cruz
Ciclovia da R. Vergueiro, numa terça-feira às 19h: três ciclistas à minha frente, mais os dois vindo atrás que ficaram fora da imagem. Ou seja, 6 ciclistas em um minuto – demanda ignorada pela matéria da revista. Foto: Willian Cruz

Em fevereiro de 2015, a revista Veja São Paulo, a “vejinha”, publicou uma matéria alegando que as ciclovias de São Paulo custaram R$ 650 mil reais por km, com alguma “inocência matemática” para chegar nesse valor. A conta justificaria a alegação de que as estruturas paulistanas seriam as mais caras do mundo. No ano seguinte, a Isto É repetiu a fake news, perpetuando a falsa informação, que continua circulando até hoje.

A princípio, resolvi ignorar a matéria da Veja São Paulo. A mim, o cálculo era tão obviamente equivocado que não mereceria o esforço de um esclarecimento. Mas o texto começou a viralizar de uma forma que me senti na obrigação de trazer a informação correta. Você pode concordar ou não com as contas que vou apresentar, mas pelo menos leia o que eu tenho a dizer.

Mais do que simplesmente informar sobre o assunto, a matéria foi construída com o objetivo claro de passar uma opinião. Para isso, utilizaram várias informações que já eram de conhecimento público, cortaram a parte que não lhes interessava, temperaram carregando nas tintas para dar o sabor desejado e serviram de forma a conduzir o raciocínio para o conceito no qual a matéria foi pautada: o de que o plano de ciclovias da capital paulista só serviria para desviar dinheiro. Vamos aos detalhes.

Ciclovia da Avenida Paulista já era usada antes da inauguração. Foto: Willian Cruz/VdB

O tom da reportagem

A prefeitura da capital paulista, naquele ano de 2016, estava sob o comando do petista Fernando Haddad. E a matéria começava citando supostas irregularidades no processo de contratação das empresas que implantariam as estruturas. Se houvesse alguma irregularidade nesse processo, é claro que isso deveria ser apurado. Mas da maneira correta e a partir de suspeitas sólidas.

Na matéria havia dúvidas e questionamentos, publicados com tintas de denúncia. Mas não passavam de suposições. E apesar de não se sustentarem e não terem um fundamento claro, acabaram servindo como “prova” incontestável para boa parcela de seus leitores. E como uma preparação para conduzir o raciocínio dos leitores através da seletividade das informações, que seria apresentada a seguir.

Informações que prestamos foram ignoradas

Uma repórter da revista entrou em contato comigo uma semana antes da publicação para obter ajuda com a matéria, em forma de dados e informações. Isso, diga-se de passagem, é algo completamente normal e corriqueiro: atendo jornalistas ao telefone quase todos os dias.

Ela me perguntou se a ciclovia da Paulista era importante e eu respondi que sim. Expliquei os motivos, esclarecendo que fazer a ciclovia nas paralelas não seria uma boa solução e falando sobre a grande utilização da avenida por quem usa a bicicleta como transporte, mesmo sem haver ainda ciclovia.

Contagem feita em 2014 já mostrava 2 ciclistas por minuto na Vergueiro, no horário de pico da tarde. Mas essa informação não interessou aos jornalistas. Foto: Rachel Schein

Falei da contagem de ciclistas realizada na Paulista 5 anos antes e falei de outras contagens, como Faria Lima, Eliseu, Inajar de Souza e Vergueiro. Sobre essa última destaquei que, pouco após a inauguração, foi feita uma contagem que detectou 2 ciclistas por minuto no pico da tarde. E que naquele momento, alguns meses depois, já se formava uma pequena fila de ciclistas quando os sinais fechavam, relatando até que naquela semana mesmo havia três ciclistas à minha frente e outros dois vindo mais atrás (não por acaso, a foto em destaque nessa matéria).

Ainda acrescentei que se eles fizessem uma breve contagem entre 18 e 19 h, na altura do Paraíso, ficariam impressionados com a quantidade de ciclistas. E que esse era um dos indicadores de que a ciclovia da Paulista teria em breve alta utilização, semelhante ou até superior à da Faria Lima.

Importância e utilização da ciclovia da Avenida Paulista foram ignoradas na matéria. A estrutura só serviu aos jornalistas para inflar o custo médio. Foto: Willian Cruz

E de tudo isso que eu expliquei, o que entrou na reportagem? Que a Faria Lima, a Eliseu e a Rio Pinheiros eram “os melhores trechos em funcionamento”, como sequência de um parágrafo que começava dizendo que “a maioria das faixas aparenta não ter muita utilidade prática como transporte público”.

Não falaram nada sobre a Vergueiro. Porque afinal era uma ciclovia do modelo novo, do projeto que estava sendo criticado, então era uma estrutura da qual a matéria não poderia falar bem. Também não citaram, nem de leve, a importância e o potencial de utilização da ciclovia da Avenida Paulista, porque também não lhes convinha, já que o objetivo da matéria não era informar.

Ciclovia Rio Pinheiros citada como “bom exemplo”

Forte ângulo de inclinação é o principal problema dos novos acessos. Foto: Rachel Schein
Ciclovia Rio Pinheiros: acesso com escadaria em forte ângulo de inclinação, exigindo grande esforço e oferecendo risco de queda. Foto: Rachel Schein

A Ciclovia Rio Pinheiros foi citada como um dos “melhores trechos em funcionamento” em São Paulo, um bom exemplo de ciclovia útil para o transporte. O curioso é que não havia naquele momento estatísticas abertas sobre a Ciclovia Rio Pinheiros, que sofria interdições constantes, tinha poucos acessos (alguns com escadarias perigosas) e muitas reclamações sobre assaltos na pista da margem oeste.

Por essas razões, a estrutura era (e ainda é) muito menos utilizada para commuting do que seu verdadeiro potencial. Quem utilizava ou acompanhava aquela ciclovia, já sabia disso: mas sendo uma ciclovia inaugurada por José Serra, decidiram usá-la para contrapor sutilmente ao que estava sendo feito por Haddad, mostrando-a como ciclovia modelo.

Ainda afirmavam que ela tinha “piso bem conservado, boa sinalização e fluidez”. Se fluidez significa não precisar fazer paradas, claro que ela teria fluidez, pois não é integrada ao viário! Não é necessário parar em semáforos e cruzamentos, pois fica isolada, às margens do rio.

Mas se você considerar como parte da fluidez a facilidade em acessá-la, fica bem difícil sustentar essa afirmação. Muitos ciclistas a evitam, pois “fluem” bem melhor por fora dela, já que em alguns casos é necessário aumentar o trajeto em até 4 km para conseguir usar a ciclovia, em comparação com o uso da pista local da Marginal.

Quanto à sinalização, não há muito o que sinalizar além do pavimento. Ainda assim, no trecho mais antigo a pintura já estava bastante desgastada.

Os primeiros 14 km da Ciclovia Rio Pinheiros, inaugurados em fevereiro de 2010, custaram R$ 714.285 por km, consistindo basicamente de recapeamento asfáltico de uma pista de serviço que já existia, com pintura em vermelho. Mas para a matéria da Veja, ela tem boa fluidez, piso bem conservado e boa sinalização. Divulgar o custo não ajudaria a compor o cenário que queriam pintar na matéria, portanto deixaram a informação de lado, mesmo sendo relevante no contexto.

Faria Lima incluída para subir a média

Finalização manual da guia rebaixada na Avenida Faria Lima. Foto: Willian Cruz/VdB

O dinheiro para a expansão da Ciclovia da Faria Lima (por sinal, um projeto que já tinha pelo menos 10 anos) vem de outro lugar, da Operação Urbana Faria Lima. Os recursos são provenientes da outorga onerosa de potencial adicional de construção (CEPACs) e outras modificações à legislação de uso e ocupação do solo, concedidas aos proprietários de terrenos contidos no perímetro da Operação Urbana interessados em participar.

É um dinheiro que já estava previsto, que não poderia ser usado para obras fora da Operação e que engloba tanto a ciclovia como outras intervenções adjacentes, como reforma de calçadas e readequações do viário. Por esses custos adicionais, essa obra não deveria entrar no cálculo do custo médio por km de ciclovia na cidade. Ou deveriam abater todos os gastos adicionais e manter só o da ciclovia em si.

Mas não: foi colocada e na íntegra, só para subir a média. E ainda por cima era uma obra que seria tocada por qualquer prefeito que tivesse sido eleito, pois já estava em andamento.

É correto incluir as reformas das calçadas de toda a avenida no cálculo dessa média, comparando com países onde as intervenções se limitaram à área de construção da ciclovia? Você decide.

Eliseu de Almeida também forçou a média para cima

Máquinas pesadas foram necessárias para as alterações no canteiro central da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Mauricio Martins
Máquinas pesadas foram necessárias para as alterações no canteiro central da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Mauricio Martins

Quem conhece a região da Eliseu de Almeida há mais tempo sabe que debaixo daquele canteiro central há o Córrego Pirajussara. Por isso o espaço é elevado em diversos pontos, o que tornou a intervenção mais complexa.

Foi preciso deixar tampas de serviço em alguns pontos da ciclovia, para que pudessem ser utilizadas como acesso de serviço ao córrego. Houve readequação do viário em alguns pontos, além de toda a construção do pavimento. Pouco provável que as ciclovias que serviram como comparação para calcular as médias em outros países tenham características semelhantes.

Ah, o primeiro trecho da Ciclovia da Eliseu de Almeida, entregue em 2014, utilizou recursos provenientes de emendas de vereadores.

É correto usar um projeto com características diferenciadas no cálculo dessa média, comparando com países onde as intervenções costumam se resumir a isolar um trecho do viário para a circulação de bicicletas, segregando no máximo com um meio-fio? Você decide.

Av. Paulista foi mais uma a inflar a média

Concreto pigmentado foi utilizado na Ciclovia Pirajussara, na Av. Eliseu de Almeida. Foto: Willian Cruz
Ciclovia da Av. Paulista usará concreto pigmentado, como nesta foto das obras da Av. Eliseu de Almeida. Foto: Willian Cruz

O custo da ciclovia da Avenida Paulista foi alto porque, como no caso da Faria Lima, não foi só a ciclovia a ser implantada. Houve intervenções como a reforma das calçadas na Bernardino de Campos e a passagem de fibras óticas pelo subsolo do canteiro central – que, por sinal, foi totalmente alargado, elevado e reconstruído.

É correto colocar o valor total da obra nessa conta, comparando com estruturas de países onde essas intervenções não fizeram parte dos custos? Você decide.

Estruturação da matéria

Conduzir o raciocínio não é complicado para quem tem experiência nisso. Os elogios rasgados à importância das ciclovias no início da matéria tem o objetivo de desarmar o leitor que é favorável a elas, convencendo que a matéria está do mesmo lado que ele, que a intenção é ter ciclovias sim. Uma ótima estratégia de comunicação para fazer a argumentação contrária descer mais suave. Como vi em um comentário na minha timeline: “mas eles até elogiaram as ciclovias, não devem ter exagerado na matéria…”

Custo médio

Como ficaria o gráfico com a comparação de custos retirando os projetos que têm perfil bastante diferente do que costuma ser feito nas "segregated bike lanes" criadas lá fora.
Como ficaria o gráfico com a comparação de custos, retirando os projetos que têm perfil bastante diferente do que costuma ser feito nas “bike lanes” criadas lá fora. São Paulo passaria a se equiparar a Copenhagen e Amsterdam.

Ficou bem interessante o gráfico comparando o custo médio de ciclovias ao redor do mundo. Convenhamos que “apuração de um time de correspondentes no exterior” não é bem uma fonte, mas ok, os valores até que estão dentro do esperado. Só me pergunto por que ele não tinha aparecido antes, quando se falava amplamente que “200 mil por km seria um completo absurdo”. Talvez para não contrariar a mensagem que estavam tentando passar até então?

A propósito, se tivessem feito uma rápida busca por imagens de ciclovias em Berlim, a cidade que está no topo dessa lista, teriam uma boa ideia de como elas eram por lá: havia ciclovias sobre a calçada; locais onde o ciclista circulava a um palmo dos ônibus; trechos onde não havia nem tachões, só uma faixa branca; e situações de pavimento irregular e conversões esquisitas, que deixariam os críticos paulistanos de cabelo em pé. E isso custando mais que o dobro da infraestrutura padrão implantada nas ruas de São Paulo.

Eu realmente gostaria de ver um gráfico com o custo médio do km de avenida, ponte ou viaduto em São Paulo e no resto do mundo. Se alguém que nos lê se animar a fazer a pesquisa, apontando corretamente as fontes (em vez de “correspondentes no exterior”), publicaremos aqui. Duvido que a comparação seria usada para questionar a necessidade de tais estruturas.

Para saber mais sobre a “inocência matemática” da matéria, recomendamos a leitura do artigo Corrigindo os cálculos da revista Veja, publicado por Rafael Calabria no site Diário da Mobilidade. Além de comentar os cálculos, traz informações sobre o custo de algumas ciclovias em outros países.

É correto incluir no cálculo projetos com intervenções bem mais amplas do que o tradicionalmente feito em outros países? É ético induzir o leitor a concluir que as ciclovias daqui custaram muito mais do que deveriam, com base nesse cálculo equivocado? Você decide.

Contra as ciclovias

Desde o início do plano de 400km de ciclovias da gestão Haddad, sempre esteve em andamento um movimento contrário às estruturas, organizado e estruturado por políticos de oposição e com apoio dos editores de jornais e revistas tradicionais.

Isso ficava claro quando ao ler matérias como essa da Veja São Paulo, como outra do Estadão que esclarecemos aqui ou mesmo as redes sociais de alguns vereadores ou deputados de renome (que as criticam até hoje). O objetivo era claramente partidário e fazia parte da disputa pelo poder, mas trazia riscos diretos sobre nossas vidas e nossa integridade física – não só pela possibilidade de reverterem o processo de implantação, nos deixando novamente nus em meio a motoristas intolerantes (o que chegou a ser tentado), mas também pelas agressões e ameaças crescentes de motoristas a ciclistas nas ruas, que passaram a nos ver como coniventes com tudo de ruim que se imputava ao partido político do prefeito, só por circularmos de bicicleta nas ruas.

O pior de uma matéria como essa é contribuir para acirrar o preconceito com ciclistas na cidade, um efeito que pode, indiretamente, levar a ferimentos e mortes por intolerância no trânsito. Mas duro mesmo é ter que aguentar gente com dificuldade de interpretação (ou desonestidade argumentativa mesmo) dizendo aos quatro ventos que “o quilômetro de tinta tá custando 650 mil”, como cheguei a ler muito por aí. E se você contesta, ainda é chamado de “petista”, com toda a conotação negativa possível, quase criminosa, como se você fosse conivente com tudo que acontece de errado no país, só por acreditar que as pessoas que usam a bicicleta merecem ter suas vidas protegidas por ciclovias.

Ciclovias salvam vidas

Ghost Bikes como a da jovem Juliana Dias (na Av. Paulista) nos lembram o quanto estruturas de proteção são necessárias na cidade. Foto: Willian Cruz

Enquanto se discutirem os pelos desse ovo, pessoas continuarão morrendo por falta de segurança no viário e pelo comportamento irresponsável de alguns motoristas. E o objetivo das ciclovias é justamente proteger quem se desloca de bicicleta.

Na mesma época em que a revista publicava essa matéria, era instalada a décima sétima Ghost Bike de São Paulo, uma bicicleta branca em memória de Noel Moreno Leite, que perdeu a vida na Av. Belmira Marin, zona sul da capital. E pouco depois, em 9 de fevereiro, uma moça não identificada foi atropelada na Av. João Paulo I, Freguesia do Ó, Zona Norte. Em nenhum dos dois locais havia ciclovia.

Um exemplo bastante claro da necessidade de ciclovias é a Av. Eliseu de Almeida. Prometida desde 2004 e mesmo com um fluxo diário de mais de 600 bicicletas (2012), a ciclovia só teve seu primeiro trecho concluído dez anos depois, em 2014.

Mortes frequentes, como as de Lauro Neri (2012), Nemésio Ferreira Trindade (2012), José Aridelson (2013) e Maciel de Oliveira Santos (2014), teriam sido evitadas se as gestões anteriores tivessem atendido à demanda popular e às várias manifestações realizadas na avenida e junto à subprefeitura.

Com o primeiro trecho pronto, em 2014, foram contados 888 ciclistas em 14h, um aumento de 53% em relação a 2012. Quase mil pessoas por dia que passaram a circular de forma bem mais segura, sem o risco a que foram expostos Neri, Trindade, Aridelson, Santos e tantos outros anônimos todos os dias.

367 comentários em “Ciclovias de São Paulo não custaram R$ 650 mil/km na gestão Haddad

  1. A matéria da veja começa a dar “resultados”, nessa semana não encontrei notícia da inauguração de nenhuma ciclovia.
    Parabéns a todos que conspiram contra a cidade, vcs estão conseguindo o que querem.

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    1. Tem sim, veja

      Morumbi, na Zona Sul, ganha 1,8 km de ciclovia a partir desta sexta-feira (13)

      http://www.cetsp.com.br/noticias/2015/02/13/morumbi,-na-zona-sul,-ganha-1,8-km-de-ciclovia-a-partir-desta-sexta-feira-%2813%29.aspx

      CET entrega 2,6 km de ciclovia na Avenida Antônio Estêvão de Carvalho, na Zona Leste da cidade

      http://www.cetsp.com.br/noticias/2015/02/13/cet-entrega-2,6-km-de-ciclovia-na-avenida-antonio-estevao-de-carvalho,-na-zona-leste-da-cidade.aspx

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    1. M.Ming, afora suas informações incorretas sobre o que anda acontecendo lá fora, sua lógica, se não tem lógica, está é distorcendo os termos dela. Não culpe a falta de espaço no viário pelos congestionamentos: culpe o excesso de veículos de TRANSPORTE INDIVIDUAL e seu crescente uso. A estrutura viária de São Paulo chegou a um limite, fato (na verdade, passou há muito tempo desse limite), ela não tem mais capacidade de absorver esse incremento irracional de automóveis.

      E os investimentos que têm que ser feitos pra reverter essa tendência são agora de outra natureza: ônibus, metrô e intermodalidade. E intermodalidade casa perfeitamente com uma estrutura cicloviária ampla. Se as distâncias são muito grandes e a topografia dificulta, simples, você vai até certo ponto de bicicleta (de aluguel ou com sua própria) e continua embarcando em outro tipo de transporte (coletivo).

      E em qualquer grande metrópole do mundo esse fenômeno (excesso de automóveis) está ocorrendo, e em todas elas o que está se fazendo frente a isso é: desestimular o transporte individual, estimulando o coletivo e a alternativa bicicleta, nem mais, nem menos.

      Então não é só ciclovia, né? Bicicletários adequados em terminais de ônibus e em estações de Metrô, e paraciclos bem distribuídos pela cidade também.

      Enfim, reclame sim para se aperfeiçoar o planejamento de todo o sistema de transporte (coletivo), como nós ciclistas nunca deixamos e nunca deixaremos de reclamar e de exigir dele mais qualidade. Agora, quem descarta a bicicleta como integrante desse sistema ou está totalmente fora da realidade, daqui e do resto do mundo, ou…?

      Ou é alguém que dorme e acorde abraçado a seu carro, né?

      Bicicleta é um meio de transporte individual? Sim. Mas na ocupação do viário é como o de um transporte coletivo,

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    2. Onde você encontrou a taxa de 33% no aumento dos congestionamentos?

      Mig, sua fala merece tanto descrédito quanto a calculadora paraguaia que fez a conta do custo médio das ciclovias que o estagiário de jornalismo da Veja usou.

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    3. Quero que se dane o congestionamento. Quero é que as pessoas possam chegar vivas em casa. Ciclovia é pra proteger o ciclista. Diminuir congestionamento só com transporte coletivo de massa. VLT, BRT e Metro. Se a adesão ao ciclismo vai ajudar muito a tornar a cidade mais humana, diminuir a poluição e melhorar a saúde de quem pedala. Mas transito só com investimento pesado mesmo. Em bogotá mesmo com tanta ciclovia e investimentos, são 6% de viagens de bicicleta. Se chegarmos próximo desse número já está ótimo. Lá o investimento em BRT foi alto trouxe um ótimo resultado.

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    4. Isso não é verdade M.Mig.

      Você realmente precisa pesquisar e se informar melhor, pois não tem nada a ver o que disse. A maioria dos deslocamentos de carro são de distancias de até 10 km. Pode pesquisar no google.

      Poderia postar um monte de links com noticias e artigos que desmentem esse seu achismo de que as ciclovias contribuiram para piorar o transito. Não mesmo, pelo contrário.

      Mas não estou com paciência para isso, no Blog já tem um monte de artigos que demonstram claramente a necessidade de se investir nesse modal, como as outras metropoles no mundo fizeram.

      Ah, e as ciclovias de Bogotá, Buenos aires e Nova Iorque mandam lembranças….

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    5. Sofra. Você merece. Você desrespeita o trabalho dos outros (sem planejamento? tem certeza? vocâ conhece o plano cicloviário?) e inventando números (tirou esse 33% de onde, hein?).

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  3. A lógica é simples: enquanto os maiores anunciantes de jornais, revistas e televisão forem as grandes marcas de carros, dificilmente você vai ver alguma reportagem de apoio real às ciclovias.

    Qualquer jornalista das grandes corporações de mídia que se opõe ao interesse de seus patrocinadores é imediatamente censurado (uma bela visão pra quem quiser discutir liberdade de imprensa). E a verdade é que qualquer ponto de vista pode ser argumentado e estruturado com habilidade, com estatísticas parciais e enviesadas. Jornalismo nunca é fato, é sempre opinião.

    Lembrem-se que vivemos num país em que o subsídio da gasolina é 5 vezes o do transporte público, em que uma bicicleta tem a carga tributária de um carro importado. Sabemos quais são as prioridades do nosso governo. Sabemos também que sofremos as consequências de ter um governo com pensamento (engarrafamentos, problemas de saúde, poluição, falta de chuva, e ironicamente, enchentes).

    A você, repórter, jornalista, faço um convite: ao invés de criticar a suposta falta de movimento das ciclovias, vá trabalhar de bike, ao invés de ter de fazer o boletim do trânsito, entreviste ciclistas nas ruas e veja qual é a realidade dessas pessoas.

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  4. The case of the $400 million bike lane http://blogs.reuters.com/felix-salmon/2012/03/26/the-case-of-the-400-million-bike-lane/

    Quanto a simples faixa que separa a ciclovia em Berlin e outras cidades, é porque por lá existe algo que falta muito por aqui: educação. Tanto dos motoristas quando dos ciclistas. O motorista de ônibus é profissional, e não como muitas vezes acontece aqui que é o cara que não arrumou mais nada na vida. A tinta da ciclovia não some na primeira chuva, ou o asfalto não fica com buracos nos primeiros 6 meses de uso. É isso que na verdade me deixa louco com os valores.

    Mas não tem outro caminho. É o futuro. O tempo vai melhorar as licitações, as obras e o entendimento de tudo que envolve esse universo.

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  5. Sugiro que façam uma contagem em vídeo em algumas das ciclovias. Por uma hora, coloquem uma câmera fixa em um ponto da ciclovia com um relógio em um canto da tela e depois editem o vídeo, inserindo um contador que marque a quantidade de ciclistas filmados. Este é um modo prático de demonstrar que as ciclovias são utilizadas com regularidade. Os motoristas tem a impressão que as ciclovias são pouco usadas porque, diferente dos carros e das motos, as bicicletas não fazem engarrafamento e também não buzinam para pedir passagem.

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    1. 1) Não necessariamente se chega suado precisando de um banho. Isso varia de pessoa para pessoa, intensidade da pedalada, insolação, topografia, roupas utilizadas, temperatura e umidade ambientes, velocidade do vento e obviamente: chuva. Até porque ninguém está exigindo que a maior parte da população mude radicalmente e passe a utilizar a bicicleta todos os dias para todos os deslocamentos. Apenas esperamos que a opção esteja aberta e que quem tiver condições utilize esse espaço sempre que possível. Você não precisa vender o seu carro 😉 ele tem várias utilidades;
      2) Vivemos em um país onde a segurança pública é precária e ser motorista é estar constantemente exposto a roubos, sequestros relâmpagos e furtos;
      3) Justamente por ser tão confortável, cômodo, é que as pessoas abusam de seu uso;
      4) Não queira tirar a opção das pessoas que não têm longos trajetos a percorrer. E para as pessoas que têm essa dificuldade, a integração modal é uma das soluções. Investir em uma bicicleta eficiente (pneus finos, com fita anti-furo e bem calibrados, quadro de alumínio, rodas alinhadas, cubos selados, sistema de transmissão sempre limpo e lubrificado, etc) é uma solução acessível, mas requer dedicação e disciplina. Condicionamento ganha-se com o tempo e não precisa sair já na primeira pedalada querendo cumprir 30km de ida e 30 de volta para ir ao trabalho. Saia de final de semana, vá na casa de amigos, na padaria e outros lugares próximos até se sentir mais seguro;
      5) A topografia de São Paulo é tão acessível quanto a de Paris:
      http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2d/Jms_paris_elevation_map_2012.jpg
      http://www.floodmap.net/Elevation/ElevationMap/?gi=3448439
      E ainda não têm a dificuldade de ser litorânea e corroer rapidamente os componentes da bicicleta, como Amsterdã, Copenhagen, Rio, Tokyo, São Francisco, etc.
      PORTANTO Defendo que precisamos de formas alternativas e saudáveis de locomoção e o ciclismo em São Paulo é uma delas.

      Sobre a gestão pública:
      1) As ruas são de todos, lutemos juntos para melhorá-las;
      2) O custo das grandes avenidas, túneis e viadutos feitos pensando exclusivamente nos automotores é absolutamente injustificável (e.g. R$187mi/km em uma avenida que termina em uma ponte estaida de R$260mi que é parcamente utilizada);
      3) O óbvio é atender a necessidade da maioria, e a maioria precisa de uma cidade mais humana, justa e saudável. Continuar atendendo uma minoria que tem renda (Manter um carro por 10 anos custa mais de R$700/mês. http://www.carromonstro.com.br/monstro/rgw85p ) degrada a cidade e gasta muitos recursos públicos é cômodo, mas extremamente injusto. O caminho é (na minha opinião) multimodal. Todos têm que ser respeitados e ter espaço na cidade. Isso é civilização;
      4) Sobre o item 2, se R$187mi/km é um absurdo, o valor de R$738mi no túnel Ayrton Senna só pode ser um crime, graças a Deus que o Malufão já foi condenado. E se as obras cicloviárias, como tudo nesse país, têm desvios, os responsáveis têm que ser responsabilizados e reparar os cofres públicos, mas isso jamais deve ser utilizado como desculpa para inviabilizar ou destruir essas obras.

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      1. Vitor, entendo seus motivos mas de cara temos uma falha. Trabalhar suado é normal para você? Ou vai dizer que você não transpira só de atravessar a rua as 09:00 com o calor atual?

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        1. Sério mesmo que seu argumento é chegar suado? Olha existe uma tecnologia a tempos inventada chamada CHUVEIRO. A grande maioria das empresas hoje em dia possuem um vestiário com algo assim. “Ah mas e se…” E SE o caramba! São pensamentos assim que fazem este lixo de pais ficar ruim a cada dia! Gente acomodada que se incomoda com o outro que está evoluindo!

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        2. Outra tecnologia muito útil se chama lenço humedecido. Funciona muito bem quando o ciclista não quer bater recordes de velocidade para o trabalho.

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        3. Pedalar mais devagar controlando os batimentos cardíacos com um polar, tomar banho antes, se hidratar no caminho, usar roupas leves e claras, levar a roupa de trabalho no bageiro e não usar mochila, bandana na cabeça, lenço umedecido (sim aquele de bebê), resfriar a cabeça enfiando debaixo da torneira, passar a toalha já úmida pelo corpo, ficar uns 5 minutos na rua na sombra antes de entrar no escritório, etc etc etc.

          São tantas formas de lidar com a questão do suor que é melhor você procurar outra desculpa. Fala logo que vc não sabe andar de bike que a gente te indica um bike anjo e vc resolve seu problema vai.

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    2. Queria conhecer qual cidadão não chega suado no trabalho no verão de São Paulo. No metrô, no ônibus e até mesmo dentro de um carro com ar condicionado não existe ser humano que não transpira quando a temperatura beira os 30 graus.

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    3. Caro Mig,

      Pense:

      1) Você também transpira dentro do carro num dia de calor no meio de um trânsito infernal, sem ar ou sem direção hidráulica. Talvez o ciclista que encarou uma ladeira transpire menos do que você que ficou 1 hora debaixo do sol (isso nem o ar condicionado resolve).
      2) Um ciclista em movimento é um alvo menos atrativo que um motorista parado no trânsito.
      3) O conforto do carro é relativo. Todo o bem estar que ele proporciona acaba na hora que você passa uma hora para estacioná-lo num sábado à tarde no shopping.
      4) Primeiro, nem toda a população tem condições de ter um carro. Segundo, não é necessário usar a bicicleta no trajeto inteiro. Isso é conhecido como INTERMODAL. Pedale até uma estação de Metrô e siga de trem. Ou siga de trem e pegue uma bike compartilhada na estação para chegar ao seu destino.
      5) Topografia é relativa. Você consegue ir do Jabaquara à Paulista com relativa “planitude”. Da mesma forma, ir de Santo Amaro à Pinheiros. Outras cidades do mundo não são totalmente planas e possuem redes cicloviárias bastante utilizadas (Tóquio e São Francisco, por ex.). E bicicletas tem marchas, sabe? Topografia é desculpa de preguiçoso.

      Sobre Gestão:

      1) Buraco tem, mas isso não justifica acabar com o projeto. Isso é desculpa de quem não é persistente. Se tem buraco, cobre da prefeitura no SAC ou 156.
      2) 650 mil reais não é o preço das ciclovias. Leia um pouco (não a Veja, ela erra muito) e você verá que o custo médio é menor. Quando o projeto é de intervenção urbanística, o custo é maior (e pago por outras fontes, como operações urbanas).
      3) O gestor público tem que atender a TODOS. A maioria e as minorias. Geralmente, minorias são deixadas de lado e nunca recebem os benefícios de projetos e ações que lhes atendam. E minoria não significa “um ou dois”. É um número grande, estimado em 300 mil (que pode chegar a número muito maior quando a cultura de mobilidade por bike crescer).
      4) O TCM tem que olhar mesmo o custo das obras e questionar. Só assim conseguimos transparência e responsabilidade de quem administra os recursos públicos. No entanto, como foi explicado, provado e jogado na fuça dos que jogam contra, 650 mil é um valor calculado de forma equivocada.

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    4. Você esqueceu de três zeros aí… se o valor for só 650 reais pode encher a cidade delas. Pra comprar o terreno da Augusta a prefeitura diz não ter dinheiro. Militontos, tirem a parelha e percebam que estão sendo enganados pelos mesmos que nos últimos anos institucionalizaram a corrupção no Brasil.

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    5. 500 mil pessoas usam a bike para ir e voltar do trampo M.ming. Vamos colocar elas no saturado e superlotado metrô ou em 500 mil novos carros nas ruas para ver o que é bom?

      Bicicletários das estações da CPTM em geral, mandam lembranças….vivem lotados e um dos bicicletários da estação de Mauá, que tem capacidade de quase 2.000 vagas, também é outro que em algumas vezes, fica sem vaga de tantos ciclistas que vão de bike até lá para pegar o trem.

      Estações Faria Lima, Butantã e Pinheiros são outros bicicletários com mais de 100 vagas cada um que estão sempre lotados.

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  7. Vejo muitas pessoas dizendo que existem outras prioridades, que bici não é solução, que isso é favorecimento de minoria em detrimento da maioria, que os benefícios são pífios perto dos custos, etc.
    Mas aqui vão algumas verdades:
    1-Todos os que se deslocam são o trânsito, estão transitando. Então não venha com essa de que tal modal atrapalha o trânsito, pois ele também está transitando, tem o direito de tal e nessa visão excludente, o trânsito dos automotores individuais (carros e motos) também está atrapalhando o trânsito dele, seja pedestre, bike, ônibus, caminhão, patins, cadeirante, etc. E essa disputa jamais deveria ser imaginada, pois não deveria tratar-se de uma disputa, e sim de compartilhamento da cidade;
    2-Não existe modal perfeito! Para cada situação existe um modal ideal, logo, a cidade que quiser ser justa e CIVILIZADA não pode prescindir de nenhuma opção. E uma pessoa com mínimo de senso pratica mais de um modal. E.g. É ridículo ir à padaria de carro;
    3-O uso excessivo de automotores individuais, uma minoria (~30% dos deslocamento em 2007, São Paulo. Fonte: http://www.metro.sp.gov.br/metro/numeros-pesquisa/pesquisa-origem-destino-2007.aspx ), causa grande transtorno e custo para toda a cidade. Infraestrutura para automotores é mais cara de manter que qualquer outra e menos cara para implantar apenas que a ferroviária. Além de degradar fortemente o ambiente em que TODOS vivem, mas não necessariamente têm culpa;
    4-A cidade já foi das pessoas. Mas infelizmente, a forte industrialização, o aumento do poder aquisitivo, o barateamento dos automotores pelo surgimento das linhas de montagem e dos fortes incentivos fiscais, a comodidade e o status gerados e a falta de políticas públicas que restringissem o seu uso é o que proporcionaram a marginalização dos outros modais, transformando pedestres, ciclistas e passageiros de coletivos em cidadãos de segunda classe, sempre pensados depois dos usuários de automotores. Quer prova mais viva que o pensamento arraigado que quem tem que tomar cuidado são os pedestres e ciclistas? O CTB explicita isso em seu art. 69, contrariando o princípio de responsabilidade que ele mesmo enuncia no parágrafo segundo do art. 29.

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  8. As estações e terminais de onibus metrô e trens deveriam era ter estacionamentos gratis(ou exclusivo para quem usa esses servições) assim você deixaria seu veiculo e iria trabalhar, estacionamento cercado , guarda municipal com baixo efetivo, custo baixo… ´É lamentavel ver estações e terminais novos que não apresentam se quer área de embarque e desembarque para pessoas que estão de carona nos veículos e vão utilizar onibus e trens. Por que não há esse interesse de facilitar. Vi alguns filmes “gringos”, o o individuo dirige por 1 ou 2 km, deixa seu veiculo em estacionamento gratis e segue o restante de trem ou onibus. Essa ciclo faixas custam mais caro que isso que eu falei. Eu gostaria muito de dirigir 1 km deixar meu carro nos terminais de onibus perto de casa e ir trabalhar ou passear por São paulo. Mas o custo de estacionar, mais o preços das passagens acaba não compensando, quando vai a familia toda, ai compensa mais ir de veículo mesmo.
    Outra coisa bizarra, as escolas publicas e privadas novas ou antigas, deveria ter baias por onde os alunos pudessem embarcar no veiculos de seus pais, e vejo muito espaço mal aproveitado por ai. Algumas escolas, nem tem calçada adequada para o numero de alunos que libera, pondo em risco de acidentes diariamente varios jovens.
    Não precisamos de ciclo faixas,para ir trabalhar, precisamos é de integração entre veiculos particulares e os transportes publicos, algo que faça os veiculos circularem muito menos Kilometros.
    Acordar para ir trabalhar, pegar meu veiculo dirigir por 1km, deixar o veiculo num estacionamento publico. Mas 1 km você dirá , há vai a pé! Vai de biciclite! Ok, e quando chover? E quando eu estiver atrasado? e quando eu estiver adoentado?
    Vejo muitas e muitas áreas mal utilizadas em terminais de onibus e de trens. Deveriam servir ao povo, deveriam se transformar em estacionamentos gratis, ou “semi-gratis”, do tipo você tem que comprar um bilhete ida-e-volta e seu carro pode ficar estacionado o dia todo. Simples assim. Mas de repente o que se vê? A exploração imobiliária, surgem estacionamentos que combram horrores para se estacionar 30minutos. Quer falar em mobilidade urbana? Vamos conversar uma conversa limpa. Imagino um médico, um farmaceutico, um dentista pedalando por 5km para ir trabalhar,e uma secretaria? talvez um balconista… mesmo assim seria necessário um banho , e isso na atual crise hidrica? faça me o favor… ciclovias está otimos para o lazer! Alguem viu muito filme da china . O relevo de São Paulo não ajuda. Mas ajudaria muito ampliar as linhas de trens e metro…. e nao esquecer de deixar espaços publicos para estacionar os veiculos. MEsmo que seja uma taxa simbolica, sei lá algo de 2,00 reais por dia, acredito que muita gente usaria esses estacionamentos… mas nossos lideres estão de rabo preso com o grande “capital”

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    1. Sobre a questão dos estacionamento concordo plenamente com você Mario! No Jabaquara mesmo tinha um muito bom bem ao lado do metro e está desativado. Vários outros foram fechados e ou custam muito caro.
      Nas escolas também seria legal ter um espaço mais seguro, mas não para um desembarque drive thru como esta sendo hoje. Devia ter um praça com algumas vagas e espaço para as crianças ficarem com segurança.
      Agora nada disse invalida a construção de uma malha cicloviaria como alternativa para quem quer usar a bicicleta. Não é pra todos, mas tem muita gente ainda pode se beneficiar disso.

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      1. Acrescente ai, a tudo que eu disse o mesmo para as BIKEs. Oras, eu vou de bike até a estação/Terminal, e deixo lá sobre total segurança ou a bike ou o carro, pois haverá dias que chove forte, que estarei atrasado, ou meramente cansado e quero ir de carro…. em resumo.. mobilidade urbana completa, e não apenas essa falácia que vejo por ai.

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    2. Motores de combustão interna são ineficientes e mais poluentes nos primeiros quilômetros ( http://www.theaa.com/motoring_advice/news/aa-fuel-for-thought-increased-cost-of-winter-motoring.html ). Guarde o carro para quando for mais longe ou precisar levar passageiros/carga.
      Quando chover é uma questão de preparo. A pé se utiliza guarda-chuva e de bicicleta capa-de-chuva.
      Quando estiver atrasado, o próprio processo de se preparar, tirar o carro da garagem, dirigir por ~10 quadras (1km) e por no estacionamento consome o tempo que você já poderia ter chegado a pé no destino (1km a 5km/h, uma caminhada, demoram 12min. A 8km/h, um trote leve, 7,5min. A 10km/h, uma pessoa normal correndo, 6min). E lembre-se que quando estamos atrasados ou com qualquer outra situação adversa do motorista (estresse, fome, sono, decepção amorosa, raiva, etc) estamos mais suscetíveis a acidentes por falta de atenção. Carros são maquinário pesado e devem ser tratados como tal, pois causam muito estrago em um acidente, podendo ferir e/ou matar.
      Quando estiver adoentado é melhor ir ao médico, não ao trabalho.
      Além do que, estacionamentos de automotores consomem uma área preciosa das grandes cidades que poderia ter outros usos mais nobres, como moradias, hortas urbanas, centros de serviços, postos policiais, depósitos da prefeitura, etc.

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      1. Hilariante….. ahahhahahahhahahhha, para não dizer ridiculo. bela desculpa, deve ser dono de estacionamento privado…. O consumo de em média 16km, no transito parado , vai ser menor do que 1km até o estacionamento das estações? ehehehheheh

        Tirar o carro da garagem demora mais do que ir a pé… essa mijei de rir. perdão pela expressão…. sem o menor sentido de tempo espaço, desculpa colega. Todas alegações falhas, apenas para tentar demonstrar que devemos ir de bike, eheheheheh. Ilusão achar que as ciclovias sejam ou devam ser usadas apenas para quem vai trabalhar, ou me expressando melhor, impossivel que 50% dos trabalhadores usem bikes para trabalhar, a topografia não ajuda!! Sou louco ou são cego? As ciclovias são necessárias sim, concordo, tem que ter essa opção , ou melhor essa condição de segurança para quem já usava bike. Passei muitos sustos com bike em algumas avenidas, era aterrorizante quando onibus e caminhoes passavam ao lado, tinha que ter sangue frio . Mas achar que elas são a solução para o transito? e ignorar o que citei(integrar veiculo particular com transporte publico) é no minimo leviandade.
        Vamos fazer uma aposta. eu deixo vocÊ sair pelo portão , só ai então eu pego as chaves do carro, se vc chegar aos 300metros você me convence… kkkkk Amigo , amigo, sou geração Ayrton senna, com orgulho e respeito e responsabilidade!

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        1. Meu argumento é a favor de se deslocar 1km A PÉ, não de bicicleta, de bicicleta também se perde tempo se preparando para sair e depois estacionando. Eu moro a 2,5km numa distância a pé do meu serviço, demoro 24min, caminhando, entre pegar as chaves de casa e bater o ponto. De bicicleta são 20min, tranquilo, em 3,0km (os 500m a mais se referem a dar a volta na quadra), respeitando pedestres, semáforos, preferenciais, mãos de ruas e etc.
          O tempo entre pegar as chaves e estar dentro da estação do metrô/trem/ônibus certamente será maior para quem estiver num carro comparado com quem está a pé, numa distância de até 1km.

          Você já disse que as ciclovias são necessárias e eu concordo plenamente. Agora, não tente me impingir algo que eu não disse sobre “solucionar o trânsito”, pois não acredito que a solução sejam nem as bicicletas, nem os carros, nem o metrô, nem os trens, nem os ônibus, nem os pedestres, nem os aviões, nem os barcos, nem os riquixás, nem os skates, nem os patinetes, nem as cadeiras de rodas, nem as motos, nem as escadas rolantes, nem os bondes, nem os teleféricos, nem nenhuma outra solução individualmente e sim todas elas em conjunto.
          Agora o que eu não concordo contigo, é sobre criar mais espaços para os carros. Eles já têm espaço demais. Não só não poderemos investir neles por algum tempo, como precisamos desincentivá-los (pedágio urbano, substituição de faixas de rolagem e de estacionamento por ciclovias, substituição de ruas para carros por calçadões, etc). A vida nos grandes centros urbanos precisa melhorar, não degradar mais. Uma horta urbana, repito, tem muito mais serventia à sociedade que um estacionamento.

          https://pt.wikipedia.org/wiki/Horta_urbana

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  9. Concordo plenamente com as ciclovias; entretanto, falta um elo importante que é incluir as empresas e empresários nesse processo. Seria muito melhor se pudéssemos sair de casa para o trabalho e vice-versa de bike, estaríamos contribuindo com o meio ambiente, melhorando o trânsito e trazendo uma economia bacana pro bolso; mas as empresas em geral não estão estruturadas para isso. Onde vou guardar a bike se nas empresas não há espaço para isso. Chegar ao trabalho suado requer ao menos uma troca de roupa ou uma chuveirada – onde?

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    1. Carlls,

      Existe uma projeto de lei em tramitação na câmara dos vereadores que prevê um incentivo para as empresas que fornecerem infra estrutura para o ciclistas em suas instalações. Essa lei prevê um desconto do IPTU para esses empresas. Também prevê a criação de um selo de empresa amiga do ciclista o que poderia no futuro criar mais benefícios.
      Cabe a nós cobrar os vereadores para que aprovem e regulamentem essa lei. Mas o que na verdade acaba acontecendo é que algumas empresas tem percebido essa demanda e tem elas mesmo tomado algumas inciativas. Alguns shoppings de São Paulo ja possuem bicicletario com vestiário também.
      A cultura do uso da bicicleta vai fazendo com que isso vá surgindo aos poucos. Para a empresa, ter um funcionário que vem de bicicleta é muito bom. Em geral quem anda de bicicleta, por estar fazendo uma exercício fisico acaba tendo um rendimento melhor no trabalho, além de uma saúde melhor, ou seja, cai o absenteímo também.
      Enfim é um processo lento, mas que ao meu ver a prefeitura está tentando acelerar um pouco. Só o tempo dirá se foi uma boa decisão.

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  10. Queria poder comentar a matéria da Veja, mas a muito deixei de ler este periódico que se propõe a ser formador de opinião, por se quer consegue ter o mínimo de expertise para manipular a opinião alheia.
    Parabéns pela sua dissertação, ela foi muito acertiva e objetiva?

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  11. Deixando de lado se a reportagem da Veja é tendenciosa ou não, há fatos que são incontestáveis. Qdo vejo uma nova ciclovia me da sempre a impressão que a empresa que executa o serviço, ganha por metro de tinta no piso.
    Digo isto pq moro na zona norte e trabalho na Aclimação e poderia citar várias ruas onde usar a ciclovia é praticamente impossível. A ciclovia foi feita as pressas e sequer foi refeito o asfalto o qual está cheio de ondulações e buracos na parte junto a calçada. Há vários pontos de alagamento, por exemplo nas ciclovias do Pari, que levam de 2 a 3 dias para que possam ser usadas novamente.
    Concluindo, não há o mínimo de planejamento e nem fiscalização por parte da prefeitura de como o serviço porcamente anda sendo feito. Seja a um custo de R$250.000,00 ou R$650.000,00 por Km, o assunto é pintar o asfalto de vermelho e se existe condição de uso não é importante.
    Só mais uma coisinha…onde estão os bolsões de estacionamento para que os ciclistas possam deixar os veículos na periferia???? Alguém esqueceu que São Paulo não é plano e nem todas as pessoas tem condições de pedalar numa ladeira para chegar, por exemplo, na Av. Paulista.
    Planejamento e execução das ciclovias nota zero.

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  12. meu amigo … Tambem sou a favor das ciclovias MAS … A sua conclusao sobre o custo final é a mesma linha do modelo Dilma : “OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS “. … Lamento dizer

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  13. Participei da luta pela implantação da Ciclovia Eliseu de Almeida, depois de mais de 10 anos, finalmente uma gestão mais sensata a implantou. Confesso que chorei de emoção, me lembrei do último pai de família tragado por um caminhão e por tantas vezes que fui apertado por “status quos” apressados e desumanos. Antes da implantação dessa ciclovia eu realizava meu protesto pessoal, pedalava em cima das tampas e do gramado esburacado e irregular, pois era muita revolta em não ter um governo preocupado com o ciclista! Ciclovia é cidadania, se você não defende não é cidadão! Quanto aos valores divulgados anteriormente, sabia que algo não cheirava bem e nem me refiro a ciclovia do rio Pinheiros…

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    1. Fizeram a conta errada, Marcelo. O custo de 200 mil está de acordo com o valor para a implantação de CICLOVIAS em qualquer lugar do mundo. Quando ocorre uma obra maior, onde o canteiro central é transformado, instalado fibra ótica, movimentação de postes, readequação de guias, passagem de fiação e cabos, trabalho paisagístico, iluminação e, por fim, botam um CICLOVIA em cima disso. Nesse caso, o custo é, obviamente, muito maior.

      Daí a revistinha pegou e colocou tudo na mesma conta para chegar a essa média alta, criar uma capa impressionante e vender esse milho para quem quiser.

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