Foto: Pedro Sibahi

Atravesse o Paraná evitando grandes rodovias – e conheça a Casa do Ciclista

Veja rotas mais seguras e atraentes para quem sai de Curitiba em direção a Foz do Iguaçu – e conheça a Casa do Ciclista, que hospeda cicloviajantes em Foz.

Camping em praça de Caetano Mendes. Foto: Pedro Sibahi
Camping em praça de Caetano Mendes. Foto: Pedro Sibahi

Muitos dos cicloviajantes que saem do Brasil rumo à Argentina ou Paraguai precisam atravessar o estado do Paraná até a região de Foz do Iguaçu, onde fica a tríplice fronteira. Batendo o olho em qualquer mapa, o caminho mais óbvio parece ser pela BR 277, que cruza o estado de leste a oeste. Entretanto, essa é uma das rotas mais movimentadas da região, com intenso tráfego de caminhões e paisagens monótonas, tomadas pelas plantações de soja. Uma alternativa muito mais agradável, tanto em relação ao trânsito quanto ao entorno, é percorrer estradas menores que passam um pouco mais ao norte, paralelamente à rodovia federal. O trajeto pode tomar um pouco mais de tempo por conta da altimetria acentuada, mas vale pelas áreas de vegetação preservada e cidadezinhas com gente amistosa.

Trecho íngreme próximo à Serra de Três Bicos. Foto: Pedro Sibahi
Trecho íngreme próximo à Serra de Três Bicos. Foto: Pedro Sibahi

Saindo de Curitiba, essa rota pode passar pela cidade de Ponta Grossa, via BR 376, ou seguir diretamente até a cidade de Castro via PR 090. Independentemente do caminho escolhido, a ideia é chegar até a cidade de Caetano Mendes, próxima ao cruzamento da BR 376 com a PR 441. O povoado é tão pacífico que acampar na praça é uma opção viável, mas também há um posto de gasolina nas proximidades, além de mercados para se abastecer de comida. A rota segue para oeste, passando pelas cidades de Reserva e Três Bicos. Esse é o trecho mais sinuoso e íngreme do percurso, com duas serras bem inclinadas, mas pedaláveis. Em Três Bicos a estrada muda para BR 487, que apesar de ser uma rodovia federal, não é muito movimentada. As próximas cidades no caminho são Cândido de Abreu e Manoel Ribas, ambas com hotéis simples e baratos. A distância entre Caetano Mendes e Manoel Ribas é de 140 quilômetros.

Partindo de Manoel Ribas, são mais 55 quilômetros até o trevo que dá acesso à PR 462, passando por Iretama até Roncador. Nessa pequena cidade de nome sonoro também há hotel, mercados e padaria. A partir daí o percurso segue mais 67 quilômetros pela PR 239, passando pela cidade de Nova Cantu até Campina da Lagoa, onde também é possível pernoitar em um hotel econômico. A PR 239 continua por mais 20 quilômetros até encontrar a BR 369, que passa pelas cidades de Ubiratã, Santa Luzia e Corbélia até chegar a Cascavel, 90 quilômetros depois.

Como qualquer cidade grande, Cascavel tem um trânsito intenso. Além disso, há poucas opções de restaurante nos trechos de rodovia próximos da área urbana. De Cascavel a única opção para Foz do Iguaçu é tomar a BR-277 e percorrer 140 quilômetros. Todo esse trecho possui acostamento, mas é preciso tomar cuidado com os arames de pneus de caminhão espalhados pelo asfalto.

Luciano Castilha, que mantém a Casa do Ciclista. Foto: Pedro Sibahi
Luciano Castilha, que mantém a Casa do Ciclista. Foto: Pedro Sibahi

Casa do Ciclista

Em Foz do Iguaçu, o ciclista viajante encontra um recanto amigável onde pode descansar com conforto e recuperar as energias para seguir viagem. É a Casa do Ciclista, primeira e única no país, localizada na sede da Associação Ciclística Cataratas do Iguaçu (ACCI).

A entidade foi criada em 2012 para reunir entusiastas do ciclismo e competidores locais. No ano seguinte o espaço foi aberto aos cicloturistas, que só precisam contribuir com a limpeza e organização do local, já que não se cobra nada pela estadia.

A casa já recebeu mais de 200 viajantes e muitas de suas histórias podem ser encontradas no livro de visitas mantido no lugar. Quem administra a casa e banca o aluguel é Luciano Castilha, entusiasta do pedal que ajuda a promover o uso da bicicleta na cidade e sempre aparece para conversar com os visitantes.

Para além do descanso, o mais interessante dessa casa é a possibilidade de trocar experiências, tanto com os ciclistas locais quanto com viajantes de distintos lugares que se hospedam por alguns dias. Nos sábados o local também recebe oficinas de manutenção de bicicletas voltadas para jovens, uma ótima oportunidade para inspirar sonhos e tirar dúvidas da criançada.

A Casa do Ciclista fica na Rua Nivaldo do Amaral, 819, bairro Morumbi II. Telefones: (55) 45 – 88018326 / (55) 45 – 99774889 Email: accifoz@hotmail.com

Fora isso, a cidade de Foz também tem vários locais para se visitar pedalando, como o Templo Budista, a usina hidrelétrica de Itaipu, o Parque das Aves (para quem gosta de ver animais presos), além das famosas cataratas.

As etapas da viagem
De São Paulo a Curitiba pelo litoral
De Curitiba ao cânion do Guartelá: cachoeiras e banhos de rio
Atravessando o Paraná evitando grandes rodovias
Cruzando o Paraguai, de Foz do Iguaçu a Assunção
Atravessando o norte da Argentina
Cruzando os Andes de bicicleta pelo Paso Jama
Pedale pelo deserto mais seco do mundo, o Atacama
Atravesse pedalando o Uyuni, o maior mar de sal do planeta
Conhecendo o sul da Bolívia, de Uyuni a Potosi
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Tudo que já publicamos sobre cicloturismo
Pedro Sibahi partiu de São Paulo rumo ao sul do país, passando pelo Paraguai, Argentina e Bolívia, para de lá voltar à capital paulista. Acompanhe essa aventura no pedal e conheça as preciosas dicas do viajante. Veja o que Pedro já publicou aqui no Vá de Bike.

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