Prefeito de São Paulo questiona proibição de pedalar em “ciclopassarela”
Haddad estranhou proibição de pedalar na estrutura, que só pode ser utilizada por ciclistas e leva a uma ciclovia. Secretário de Transportes autorizou pedalada.
Algumas mudanças em São Paulo estão acontecendo tão rápido, que mal dá tempo para assimilar. Na ciclopassarela que liga o Parque do Povo à Ciclovia Rio Pinheiros, inaugurada no dia 20 de agosto em São Paulo, uma placa orientava os ciclistas a desmontarem da bicicleta para atravessá-la, como é praxe em passarelas que não prevejam a presença de ciclistas. Mas ao ser impedido de pedalar durante a inauguração por um funcionário, que orientou prefeito, secretário e ciclistas a desmontarem, Fernando Haddad replicou: “Como não pode? Não é uma ciclopassarela? Não faz muito sentido, né?”. Na sequência, o secretário de Transportes Jilmar Tatto, fez o devido ajuste: “está autorizado o pedal”.
O caminho suspenso de 180 metros, na altura da Ponte Cidade Jardim, é uma obra de compensação viária pelo impacto provocado na região pela construção do complexo comercial WTorre JK, que envolve o shopping JK, prédios comerciais e um teatro. O prazo inicial para as obras estarem entregues e operantes era 2012, mas de acordo com a WTorre, a inauguração atrasou porque a obra era interrompida constantemente para não atrapalhar o funcionamento dos trens da CPTM. O projeto tem o aval da Secretaria Municipal de Estrutura Urbana e a via possui rampa e elevador para facilitar o acesso.
Com avenidas pouco convidativas ao redor, aos poucos a malha vermelha começa a tornar os deslocamentos pela região mais humanos – e seguros. Além da ligação com a ciclovia da marginal, a ciclovia da Faria Lima está próxima e deve futuramente ser conectada à rede. Ciclovias estão se tornando um fator de humanização cada vez mais decisivo em uma região que oscila entre parques repletos de flores e diversidade animal para avenidas mortas, com difícil acesso a pedestres e ciclistas.
A nova entrada amplia para seis os acessos da ciclovia: Parque do Povo, Avenida Miguel Yunes, estações Jurubatuba, Santo Amaro, Vila Olímpia e Cidade Universitária, da linha 9. Há também um acesso não oficial na Ponte do Socorro, junto à “Ponte Bayer”, que dá acesso a Ciclovia do Trabalhador, chegando até a Ciclovia Rio Pinheiros, e está prevista a construção de mais um acesso também pelo Parque Villa-Lobos. Quanto mais acessos, mais a ciclovia se torna funcional e tende a ser utilizada para transporte. Os horários de funcionamento da ciclopassarela acompanham os da ciclovia: das 5h30 às 18h30 como horário padrão e das 5h às 19h30 durante o horário de verão.
Depois de inaugurar a obra pedalando, o prefeito foi embora de ônibus, seguindo a pé até um ponto na avenida Cidade Jardim. “O único jeito dessa cidade melhorar é você participar dela, é você ocupar praças, ocupar o espaço público. Não tem outro remédio para a cidade a não ser promover o encontro entre as pessoas”, disse o prefeito. “O ciclista aprecia a cidade, talvez ele seja uma das poucas pessoas que ainda olhe para São Paulo com um olhar amigável. São Paulo está cheia de coisas que ninguém mais vê, porque estamos todos encapsulados.”
Veja nossa galeria de fotos da inauguração e assista o vídeo da entrevista em que prefeito, secretário de transportes e o vereador José Police Neto comentam sobre a importância do ciclista para a cidade.
Deviam retomar esse projeto…
Muito bom
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é verdade, eu também acho: calçada o procedimento correto é desmontar da bicicleta e empurrar a bicicleta
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Eu troquei o onibus e o carro pela bike a pouco mais de 1 ano, e tenho que admitir que a ciclovia de sp melhorou bastante o deslocamento por sp, mas infelizmente os motorista ainda não aprenderam a dividir seu espaço conosco, isso tem que mudar.
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