Cuidado com as portas dos carros parados
Leia esse relato de um acidente com uma porta de carro abrindo, veja em vídeo e saiba como se posicionar na via para que não aconteça com você.
O motorista abriu a porta totalmente, empurrando-a com o pé, sem me ver passar. Ele abriu tão rápido e tão sincronizado com o momento em que eu passei, que levei o maior susto! Ainda bem que não passo rente aos carros parados e deixo sempre um espaço de pelo menos um metro, mesmo que outros motoristas reclamem que estou “no meio da rua”. Se eu estivesse pedalando um pouco mais perto dos carros estacionados, teria me estabacado na porta e caído no meio da rua.
“UOOOOoooouuu… Quase, hein!!” – gritei para o distraído, enquanto tudo acontecia. Ele certamente ouviu e percebeu, mas terminou de sair do carro fazendo de conta que nada tinha acontecido e que ainda não estava me vendo. Creio que por vergonha, já que a rua estava cheia de gente e todo mundo ficou olhando. Pelo menos ele percebeu e talvez na próxima vez tome mais cuidado antes de abrir a porta.
Código de Trânsito Brasileiro obriga a olhar antes de abrir a porta
“Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que isso não constitui perigo para eles e para outros usuários da via.
Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o condutor.”
Um acidente real
Já levei uma portada uma vez, no início de 2001. Estava pedalando com um amigo que ia à minha frente e, assim que ele acabou de passar pelo carro parado, o motorista abriu a porta entre nós dois. Não houve tempo para nada: o guidão bateu na lateral da porta, a bicicleta virou de lado e eu aterrissei no meio da rua, batendo com o joelho no asfalto.
Por sorte a rua estava tranquila naquele momento. Se eu caísse em frente a um carro que estivesse passando por ali, mesmo em baixa velocidade, eu poderia não estar escrevendo para o Vá de Bike hoje.
Tentei levantar, mas não consegui firmar a perna e caí de novo. Levei alguns minutos para superar a dor no joelho e ficar de pé. Depois disso ainda consegui pedalar devagar até em casa, que estava a mais ou menos um quilômetro dali, por sorte sem nenhuma subida. No dia seguinte, mal conseguia andar; subir escadas então, nem pensar. Fui a um ortopedista, que diagnosticou que eu não havia quebrado nada e que não era muito grave. Mas fiquei ainda uns quinze dias sentindo dores e sem conseguir pedalar.
Claro que na hora em que tudo aconteceu fiquei morrendo de raiva. Minha vontade era de “descer o braço” no irresponsável que abriu a porta daquele jeito, olhando para dentro do carro enquanto a esticava até o final. Mas o que isso iria mudar?
O rapaz ficou super preocupado, queria me levar para o hospital e pediu mil desculpas. Não foi de propósito e ele visivelmente se arrependeu. Me ver ali caído por culpa dele foi lição suficiente, dava para ler isso em seus olhos. Depois disso, nunca mais deve ter aberto a porta sem olhar.
Ele certamente aprendeu sua lição. E eu a minha.
Como evitar as portadas
Quem leva uma portada dessas nunca mais esquece. E foi lembrando dela que escrevi parte destas dicas, que recomendam ocupar a faixa e manter distância dos carros estacionados, mesmo que alguns motoristas não entendam e reclamem. E foi justamente essa recomendação que me salvou no dia daquele primeiro relato lá de cima (e tantas outras vezes, algumas das quais nem me dei conta).
E uma dica adicional: iluminação dianteira ajuda bastante a evitar esse problema, já que à noite os motoristas buscam uma luz se aproximando para saberem se podem abrir a porta. Mas tem que ser branca, para que essa pessoa saiba que você está vindo em sua direção, e piscante, para que consiga chamar atenção mesmo tendo uma intensidade luminosa muito menor que a de uma moto.
Recomendo também a leitura deste post sobre o assunto, do excelente blog chileno Ciclismo Urbano (em espanhol).
E você, já levou uma portada? O que tem feito para evitar?
O vídeo abaixo, do Ciclista Capixaba, mostra alguns exemplos do que pode acontecer se você pedalar perto demais dos carros parados.
Comigo aconteceu. Vinha numa reta, numa pista lateral, à média velocidade e o carro estava parado. De repente a porta abriu e fui pro chão com um corte enorme no braço, deve ter sido a ponta da porta ou o retrovisor, até hoje não sei bem. No carro estavam o motorista, mulher e dois filhos pequenos. As crianças ficaram impressionadas com o sangue. Isso foi em frente a uma concessionária da Volkswagen. O motorista deixou a família lá e me levou a um hospital próximo e fui logo atendido. Enquanto eu estava recebendo a sutura ele me disse que voltaria lá pra falar com a família e retornaria em seguida. Pensei com meus botões que ele não voltaria e fosse dar no pé. Mas ele voltou e me levou de volta ao local do acidente. Eu nem sabia do paradeiro da minha bike, já que na hora só me preocupei com meu braço. Pra minha surpresa o pessoal da concessionária guardou minha bike e o motorista se prontificou a me levar em casa, já que eu não tinha mais condições de voltar pedalando. Esse local é bem longe da minha casa. Eu achei que esse motorista fez o que devia fazer, ou seja, me socorreu. Não tenho nada a reclamar da atitude dele. Eu também tive um pouco de culpa nisso, pois passei muito perto do carro. Agora carrego uma cicatriz pra nunca mais esquecer disso e ficar sempre esperto. Mas lembrando que todo cuidado ainda é pouco.
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Que legal essa história, Toni. Obrigado por compartilhá-la aqui. Há pessoas ruins e pessoas boas em qualquer veículo, seja um carro, uma bicicleta ou um trator.
Eu também já levei uma portada e prometi para mim que seria primeira e única. Como o joelho amorteceu a queda, fiquei sem conseguir andar direito por mais de uma semana, mas não houve nada mais grave.
Quanto ao corte, certamente foi a ponta da porta. Alguns veículos tem a quina superior da porta pontuda, por uma questão de design. Fica bonito, mas é um perigo em uma situação como essa. Conheci um ciclista que tinha uma cicatriz enorme no peito, onde a quina da porta do carro lhe havia cortado.
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por pouco tinha acontecido comigo,estava eu indo no meu trabalho estava embalado mais nao muito talvez seja por isso que nao aconteeu o pior, estava indo quando derrepente um senhor abre a porta com tudo do seu carro,so deu tempo de freiar parei bem em cima dele, ele chegou a me iguinorar mais eu disse a ele se ele nao tinha noçao do que ele fez porque poderia ter acontecido uma trajedia se eu viesse com mais velocidade, ele nem respondeu dai eu disse pra ele que nao e porque eu estava de bicicleta que eu seria inferior a ele minha vida tinha valor assim como a dele e que da proxima vez ele olhace pro retrovisor antes de abrir a porta, bom deichei ele la pensando no que fez e fui embora.
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já levei uma portada! estava indo para casa de minha irmã.quando de repente alguém abriu uma porta. fiquei cambaleando e quase cai mas fiquei com dor na perna ele perguntou se aconteceu algo disse que estava bem. E levei outra. dai disse pro outro: e se fosse um caminhão!!! e esse pessoal não cuida mesmo e se for outro carro arranca a porta deles! agora quando me aproximo de um carro já vou diminuindo.
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Não fui “premiado” até hoje com uma dessas mas, por ter adotado a muitos anos uma estratégia que se mostrou muito boa: Ando o mais afastado possível dos carros e quando estou próximo mentalizo que se uma porta se abrir, viro o guidão para dentro do carro! As portas SÃO MAIS MACIAS QUE O CHÃO e caso o monstrorista saia rápido, ajuda a amortecer ainda mais o impacto. Desviar da porta só nos faz cair no meio da rua com qualquer leve toque na porta.
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a primeira portada a gente nunca esquece…Segunda-feira estava subindo uma ladeira em direção ao trabalho, obviamente em ritmo lento, e um motorista abriu a porta no meu joelho! Se estivesse no plano em maior velocidade, com certeza teria me derrubado. Perguntei pra quê ele tinha espelho retrovisor, e ele teve a ousadia de me perguntar se eu eu não tinha visto que ele ia abrir a porta….afff
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Em Barcelona eu estava pedalando com um bike alugada sábado à noite. Já havia passado mais de uma hora que eu devia ter devolvido ela, então fui com pressa, mas a avenida principal estava o CAOS. E de repente, alguém sai do taxi. Desviei e a porta pegou na minha coxa, e realmente agradeço por não ter acertado a bike senão não teria dinheiro para terminar a viagem. Ficou um roxo enorme, mas a dor foi só na hora….e não, não tinha ciclovia ali.
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Já levei uma portada na cara. Estava eu o meu brother Salviano passeando pela zona norte de Teresina, quando um cara abriu a porta entre eu e ele e como estava atras sobrou para mim. tive um pequeno corte no ombro e mais nada. O dono do carro pediu desculpas pelo acontecido. Fique puto mas pedi somente que prestasse mais atenção….hehehehe…doeu u m pouco, não vou mentir
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Ahh! cuidado especial com os Ford Ka e outros carros 2 portas. As portas deles são muito compridas e abrem muito para os lados.
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Já aconteceu um caso desses comigo e por pouco eu não perdi a vida. Era garoto, uns 15 anos, ainda não sabia o risco de andar perto dos carros Estava eu descendo uma rua em sua parte plana mas vindo de uma descida bem íngreme e em alta velocidade quando uma mulher abriu a porta do carro. Só deu tempo de ver a ponta da porta chegando no meu pé no pedal. Não sei se por sorte ou por azar a mulher não teve tempo de abrir totalmente a porta. Se tivesse eu teria me estabacado contra a porta e provavelmente levado-a junto, mas o que aconteceu foi que meu pé bateu contra a porta e eu VOEI cruzando uma larga avenida (Sezefredo Fagundes – ZN) e caí rolando na pista contrária até bater contra um ônibus que, por Deus, estava parado em um ponto. A avenida parou, o motorista desceu. Meu pé ficou um pouco machucado e meu pedal desapareceu. Só sobrou o eixo do pedal… e bem torto. A mulher se ofereceu pra me levar à farmácia..rs.. Eu neguei, um pouco bravo no começo mas, no fundo, sentindo que eu também estava errado, pois sou eu quem devo zelar pela minha própria vida e com aquela atitude de descer em alta velocidade próximo aos carros eu não o estava fazendo. Depois disso tive que ir pedalando uns 8kms até minha casa, sem o pedal, “pedalando” o eixo torto a uns 45º e com o pé machucado. Foi bom… pra não deixar isso acontecer novamente. Hoje, com 31 anos, eu não sefreria tão poucos machucados se acontecesse novamente. Não podemos esperar atitudes conscientes dos outros, os outros são muitos e não há como serem todos bem informados. Abraços!
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Já tomei muitos sustos (mas escapei de todas as “portadas” que levei até hoje).
O que me impressiona é o fato dos motoristas parecerem estar com raiva e abrirem as portas de forma até um pouco agressiva, muitos sem olhar direito.
O mais absurdo que vejo de vez em quando é passageiro descendo de carro que NÃO está parado junto ao passeio, descendo no “corredor”, onde corre um sério risco de serem atingidos por motos e até mesmo por ciclistas (acontece muito em semáforos, e ambos os lados do carro).
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Não sei o que passa na cabeça destes motoristas, um dia indo para casa, passando por uma rua movimentada, encontrei um caminhão com a porta do motorista totalmente aberta (não, o motoristas não estava dentro do caminhão) e voltada para a rua, ao passar consegui fechá-la e ainda continuar pedalando. Se eu não fecho tinha certeza que a porta ia causar dor de cabeça para os demais motoristas, pois o caminhão + a porta 100% aberta estava quase ocupando toda a faixa e sendo assim os demais motoristas tinha que entrar na contra mão para seguir viagem.
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o artigo nº 49 do código de trânsito braseilo diz ” Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que isso não constitui perigo para eles e para outros usuários da via.” Portanto se motorista não se manifestar para cumprir os prejuízo é possível mover ação indenizatória.
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Escapei de uma outro dia. Foi a segunda da minha vida. Assim como os motoristas aprendem a olhar antes de abrir a porta, a gente também aprende a andar em uma distância maior dos carros estacionados, mesmo que isso às vezes incomode os apressadinhos que vem atrás. Para estes eu já respondi: “colega, olhe ao redor… se não tivesse essa linha de carros estacionados no canto da rua, eu poderia estar mais perto da guia”. E segue o bonde!
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Sofri do mesmo acidenten Willian e compartilho da mesma opinião.
Só que no meu caso o motorista não queria pagar (era na verdade manobrista de um famoso salão de beleza), ameacei entrar no salão e falar com a gerente….resultado ? bicicleta paga por ele e toda vez que passo lá ele lembra de mim, e com toda certeza não faz mais a mesma coisa.
Acontece! Segue a vida!
Abraço e vai tomando cuidado! hehe
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