o código de trânsito e as bicicletas

Os direitos e deveres dos ciclistas no trânsito

Veja tudo que o Código de Trânsito diz sobre bicicletas e ciclistas nas ruas. Conheça os direitos e deveres de quem usa essa forma de mobilidade!

Bicicleta deve andar na contramão? Ciclista tem que pedalar na calçada? Há muitos mitos quanto ao uso da bicicleta, em parte porque o direito de usar a bicicleta nas ruas só veio a ser reconhecido pelo Código de Trânsito Brasileiro de 1997. Pouco tempo ainda, culturalmente falando, para consolidar suas regras e definições entre a população.

Por isso, o Vá de Bike comenta abaixo todos os artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que se referem à bicicleta e aos ciclistas. Informe-se e divulgue!

ciclista sinalizando para motorista em avenida
Ciclista circulando na via, ocupando a faixa. Certo ou errado? Foto: Thomas Wang/VdB

Bicicleta tem prioridade sobre os automóveis

De início, é preciso compreender que o Código de Trânsito Brasileiro prioriza a vida. Dessa forma, é sempre dada prioridade à proteção das pessoas, sejam elas motoristas, motociclistas, ciclistas ou pedestres. Por isso, muitas vezes o fluxo de veículos automotores fica em segundo plano – ao menos na letra da Lei.

Bicicletas, triciclos, handbikes e outras variações são todos considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e prioridade sobre os automotores. Portanto, quando falarmos em bicicletas neste artigo, considere que podem também ser “ciclos” de outra natureza.

O Anexo I do CTB traz a definição de bicicletas e ciclos, que são considerados veículos:

BICICLETA – veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.

CICLO – veículo de pelo menos duas rodas a propulsão humana.

A preferência sobre os automóveis é definida pelo Art. 58, que determina que os motoristas devem dar passagem e preferência para quem está numa bicicleta. Esse artigo também define onde o ciclista deve circular. Veja a seguir.

Onde o ciclista deve circular

Sobre o local correto para os ciclistas circularem, o Código de Trânsito Brasileiro diz o seguinte:

Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.

Esse artigo define diversos aspectos de circulação em um texto curto:

  • a bicicleta deve circular preferencialmente em ciclovias, ciclofaixas ou acostamentos
  • na ausência dessas estruturas deve-se usar os bordos da pista, na mesma mão dos carros
  • bicicletas têm prioridade de circulação sobre os veículos motorizados

Bordo da pista

O chamado “bordo da pista” é a lateral da via. Ele pode ou não estar delimitado por uma faixa contínua, mas geralmente não está, o que o deixa sem uma definição clara.

BORDO DA PISTA – margem da pista, podendo ser demarcada por linhas longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada à circulação de veículos.

Dessa forma, o conceito de bordo fica aberto a interpretações. E a que consideramos mais segura é considerar como área de circulação a faixa direita da via, que a bicicleta deve ocupar como o veículo que ela é. Nesse vídeo mostramos na prática por que essa é a conduta mais segura.

Em resumo, a não ser que exista estrutura específica, o lugar da bicicleta é na rua, exercendo seu direito de circulação como veículo, no mesmo sentido de circulação dos carros. O ciclista pode usar ambas as faixas laterais da via (por isso “bordos”, no plural), embora não seja recomendado usar a faixa esquerda a não ser para realizar conversões. E os motoristas devem aguardar e dar passagem, respeitando a Lei e preservando a vida.

Ocupando a faixa, os motoristas passam para a faixa ao lado para fazer a ultrapassagem. Foto: Thomas Wang/VdB

Velocidade mínima

Ao contrário da crença popular, não existe velocidade mínima na faixa da direita. Não fosse assim, caminhões de lixo e ônibus carregados de passageiros, por exemplo, também não poderiam circular nas avenidas.

Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da velocidade máxima estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as condições de tráfego e meteorológicas não o permitam, salvo se estiver na faixa da direita:
Infração – média;
Penalidade – multa.

Uso do corredor

A bicicleta pode ultrapassar os carros pelo corredor, quando estiverem parados ou aguardando em fila. No entanto, quando entrarem em movimento, é mais seguro seguir atrás deles como veículo. Não se arrisque.

Isso é definido indiretamente pelo Artigo 211 que, apesar de definir esse tipo de ultrapassagem como infração, explicita a exceção para veículos não motorizados.

Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial ou qualquer outro obstáculo, com exceção dos veículos não motorizados:
Infração – grave;
Penalidade – multa.

Ciclovias e ciclofaixas

O Código de Trânsito define o que são ciclovias e ciclofaixas, esclarecendo que são para uso exclusivo de ciclos. Ou seja, não podem ser usados por veículos motorizados (incluindo ciclomotores e cicloelétricos) e nem por pedestres. Veja aqui as diferenças entre ciclovia, ciclofaixa e ciclorrota. O texto também define o conceito de bicicletário.

CICLOVIA – pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisicamente do tráfego comum.

CICLOFAIXA – parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização específica.

BICICLETÁRIO – local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento de bicicletas.

As ciclofaixas podem ser implantadas em sentido contrário ao fluxo normal da via, permitindo a criação de caminhos mais curtos e menos inclinados para quem se move com a força das pernas em vez de um motor.

Art. 58 Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa.

ciclista ciclofaixa
Ciclista vence congestionamento em São Paulo, utilizando uma ciclofaixa. Foto: Willian Cruz/VdB

Acostamento é lugar de bicicleta

Nas rodovias, o acostamento é o lugar reservado não apenas para paradas de emergência, mas também para circulação de pedestres e ciclistas. Essa é a principal razão para motoristas e motociclistas não circularem por ele: você pode atropelar alguém.

ACOSTAMENTO – parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para esse fim.

ciclistas em acostamento de rodovia
Ciclistas têm direito garantido por Lei de circular no acostamento de rodovias. Foto: Willian Cruz/VdB

Motoristas devem proteger os ciclistas

A legislação de trânsito é bastante clara: motoristas devem proteger ciclistas e pedestres. E cabe também ao ciclista zelar por quem está a pé.

Art. 29. § 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.

Portanto, mesmo que o motorista julgue que um ciclista ou pedestre não está de acordo com as normas de trânsito, deve protegê-lo. Não só por uma questão legal, mas também moral.

Dentro desse conceito de proteção, há vários outros artigos definindo a conduta de quem dirige ou conduz uma moto. Sempre priorizando a vida das pessoas.

ciclista retrovisor
Quem dirige precisa estar atento e proteger a fragilidade de quem pedala. Foto: Willian Cruz/VdB

Não colar no ciclista ou espremer contra a calçada

O motivo para não apertar o ciclista contra a calçada é bastante óbvio. O ciclista pode tocar com o pedal ou as rodas o meio-fio, ou mesmo ser tocado pelo automóvel. Em qualquer um dos casos, há risco de morte, não apenas pela queda mas pela possibilidade de cair sob as rodas do carro, ônibus ou caminhão – seja o que provocou a situação, seja aquele que vier logo em seguida.

Já “colar” na traseira do ciclista cria uma situação em que o motorista será incapaz de frear a tempo caso o ciclista sofra uma queda, que pode até mesmo ser em virtude de um buraco, por exemplo. É preciso manter distância.

Perceba que, por ser a bicicleta um veículo, essas duas situações são contempladas aqui, consideradas como uma infração frave:

Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu veículo e os demais, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade, as condições climáticas do local da circulação e do veículo:
Infração – grave;
Penalidade – multa.

Dar a preferência

O ciclista que está circulando na via ou que a está cruzando tem sempre preferência prevista em Lei. Além do artigo 58, que já citamos ali em cima, há outros dois pontos do Código de Trânsito que deixam isso bem claro.

Aqui, a Lei diz que o motorista deve aguardar a passagem do ciclista em vez de cruzar na sua frente. A razão é que essa situação pode causar uma queda grave, ou mesmo um atropelamento.

Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
(…)
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.

Quando um ciclista ou pedestre está cruzando a via, quem está num carro ou moto deve aguardar a conclusão da travessia. Mesmo se não houver ciclovia ou faixa de pedestres. E mesmo o sinal abrir.

Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo não motorizado:
II – que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde para o veículo;
Infração – gravíssima;
Penalidade – multa.
IV – quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinalização a ele destinada;
V – que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo:
Infração – grave;
Penalidade – multa.

Finas e fechadas

O motorista ou motociclista deve ter especial atenção ao ultrapassar um ciclista. Infelizmente, é muito comum que as pessoas passem perto demais da bicicleta, ou mesmo que a fechem ao virar numa rua ou tentar entrar numa garagem. Essas situações estão previstas em vários trechos do Código.

Passar muito perto, a popular fina ou fino, cria uma situação de extremo perigo para quem pedala. Por essa razão, a Lei determina que o motorista deve passar a um metro e meio de distância do ciclista.

Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinquenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:
Infração – média;
Penalidade – multa.

A fina também é considerada uma ultrapassagem inadequada. Veja como deve ser feita uma ultrapassagem segura:

Art. 29.
XI – todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço;
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma distância lateral de segurança;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou.

Também é preciso reduzir a velocidade ao ultrapassar uma bicicleta, para não oferecer risco a quem está equilibrado em duas rodas. Uma ultrapassagem em alta velocidade pode fazer o ciclista cair apenas com o susto e com o medo de ser atropelado.

Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito:
(…)
XIII – ao ultrapassar ciclista:
Infração – grave;
Penalidade – multa.

ciclista carro fina
Motorista força passagem, ignorando a distância mínima e colocando em risco a vida do ciclista. Além do desrespeito ao Código de Trânsito, essa situação poderia ser enquadrada no Art. 132 do Código Penal, “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”. A pena é detenção, de três meses a um ano. Foto: Thomas Wang/VdB

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Olhar antes de abrir a porta

Abrir a porta do carro sem olhar pode causar até a morte de alguém. E não é exagero: além da pancada na quina da porta e da queda que se segue, que por si já podem causar danos muito graves, o ciclista pode cair na faixa ao lado, na frente de um carro em movimento. Esse motorista não terá tempo para reagir e o atropelamento será certo. Vale lembrar que, numa situação como essa, a pessoa que abriu a porta de forma imprudente será responsabilizada legalmente por essa consequência.

Por esse motivo, quem está no carro, seja motorista ou passageiro, tem obrigação de olhar antes de abrir a porta. Isso pode salvar a vida de alguém.

Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que isso não constitui perigo para eles e para outros usuários da via.
Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o condutor.

Estacionar ou circular na ciclovia

Parar o carro ou moto numa ciclovia ou ciclofaixa é infração grave, sujeita a multa e guincho. Isso porque a vida do ciclista é exposta a risco, uma vez que o obriga a sair da área de segurança e circular junto aos carros, muitas vezes no contrafluxo.

Além da infração, o motorista ou motociclista será responsabilizado legalmente por um possível atropelamento que decorra dessa situação.

Art. 181. Estacionar o veículo:
VIII – no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores de pista de rolamento, marcas de canalização, gramados ou jardim público:
Infração – grave;
Penalidade – multa;
Medida administrativa – remoção do veículo;

Circular com carro ou moto numa ciclovia ou ciclofaixa é tão grave quanto dirigir sobre a calçada. Tanto que ambas as infrações são definidas no mesmo artigo.

Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização, gramados e jardins públicos:
Infração – gravíssima;
Penalidade – multa (três vezes).

caminhão estacionado em ciclofaixa
Em situações como essa, o ciclista precisa trafegar de frente para outros carros, com grave risco de atropelamento. Foto: Willian Cruz/VdB

Quem ameaça ciclistas pode perder a habilitação

Condutas como as descritas acima, bem como jogar o carro em cima do ciclista, podem ser consideradas ameaças à vida. E constituem uma infração gravíssima, passível de suspensão do direito de dirigir, além de apreensão do veículo e da habilitação.

Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os demais veículos:
Infração – gravíssima;
Penalidade – multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa – retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação.

Os deveres do ciclista no trânsito

Também visando a proteção à vida, o Código de Trânsito define regras de conduta para quem pedala. Veja quais são.

Vias de Trânsito Rápido

Ciclistas são proibidos de circular nas chamadas vias de trânsito rápido.

Art. 244, § 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de:
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver acostamento ou faixas de rolamento próprias;

Mas ao contrário do que muita gente acredita, isso não significa que as bicicletas sejam proibidas em avenidas. Isso porque via de trânsito rápido não é simplesmente uma avenida onde os carros passam depressa. É uma definição técnica.

VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO – aquela caracterizada por acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível.

Para uma via entrar nessa classificação, ela não pode ter semáforos, cruzamentos, entradas de garagem que não sejam com pistas de aceleração e faixas de travessia de pedestres. Se houver um desses elementos, em qualquer ponto da via, ela deixa de ser considerada “de trânsito rápido” e a circulação de bicicletas é permitida.

Mesmo assim, o ciclista deve avaliar se não há caminhos alternativos às grandes avenidas. Escolher trajetos com ciclovias, ciclofaixas e ruas calmas aumenta muito a segurança de quem pedala, como explicamos nesse artigo acompanhado de vídeo.

Levando passageiros e crianças na bicicleta

A Lei também define que passageiros e crianças devem ser transportadas de forma adequada. Pelo texto, conclui-se que não é permitido levar um passageiro “no cano” (top tube) da bicicleta, apenas na garupa.

No caso de crianças, elas não podem estar em situação onde precisem cuidar de sua própria segurança, sem terem condições de fazê-lo. A cadeirinha, por exemplo, seria uma forma de prover essa segurança. Já uma criança pequena na garupa, que pode acabar se soltando e caindo, estaria em situação inadequada.

Art. 244, § 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de:
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial a ele destinado;
c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua própria segurança.

ciclista ciclovia criança cadeirinha
Para levar uma criança, use sempre a cadeirinha. Foto: Ivson Miranda

Não pode dar grau na bike

Pois é, gente. Lamento. A Lei diz que não pode fazer “malabarismo”, que pode ser entendido como manobras esportivas, nem “equilibrar-se em apenas uma roda”. Ou seja: não pode dar grau. Mas isso em via pública, circulando em meio ao trânsito. Dentro do quintal, na praça, no parque, pode. Ufa!

O mesmo artigo define ainda que o ciclista deve permanecer com as duas mãos no guidão, exceto quando for sinalizar aos motoristas. Nesse artigo explicamos como o ciclista deve sinalizar no trânsito. O texto também diz que não se deve levar carga demais na bicicleta, ou equilibrada de forma inadequada.

Art. 244, § 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de:
Inciso III – fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda;
Inciso VII – sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente para indicação de manobras;
Inciso VIII – transportando carga incompatível com suas especificações

Bicicleta na calçada

A calçada, ou “passeio” como diz o Código, é de uso exclusivo de quem está a pé. De bicicleta, você deve desmontar e empurrar. Mas o mesmo artigo define que a circulação sobre a calçada pode ser autorizada pelo órgão competente, mediante sinalização de compartilhamento.

PASSEIO – parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último caso, separada por pintura ou elemento físico separador, livre de interferências, destinada à circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.

Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.

Art. 68. § 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e deveres.

Ao pedalar na calçada, ou mesmo na rua mas de forma “agressiva”, você pode ter a bicicleta removida (na linguagem popular, apreendida). Mas essa remoção só pode ocorrer fornecendo um recibo para pagar a multa e recuperar a bike.

Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59:
Infração – média;
Penalidade – multa;
Medida administrativa – remoção da bicicleta, mediante recibo para o pagamento da multa.

ciclista passarela calçada
Ao passar por passarelas, calçadas e outras áreas de pedestres, o correto é desmontar e empurrar a bicicleta. Foto: Thomas Wang/Vá de Bike

Fila única

Quando estiverem pedalando na rua, os ciclistas devem manter fila única. Note que a Lei só determina essa conduta na pista de rolamento, não em ciclovias e acostamentos. No entanto, avalie se não haverá risco para você ou outros ciclistas antes de pedalar batendo papo lado a lado com o colega nas vias para ciclistas e acostamentos de rodovia.

Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, em fila única, os veículos de tração ou propulsão humana e os de tração animal, sempre que não houver acostamento ou faixa a eles destinados:
Infração – média;
Penalidade – multa.

Equipamentos obrigatórios para as bicicletas

Pela Lei, ciclistas não são obrigados a usar capacete. Os equipamentos obrigatórios são buzina (campainha), luzes/refletivos e retrovisor. Mas esses itens devem ser fornecidos pelo fabricante.

Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:
VI – para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo.
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçadores de veículos e os revendedores devem comercializar os seus veículos com os equipamentos obrigatórios definidos neste artigo, e com os demais estabelecidos pelo CONTRAN.

Obs.: O Projeto de Lei 1504/2022 pretende cancelar a obrigatoriedade do uso de campainha e espelho retrovisor. No momento, está em tramitação no Senado.

Além desses equipamentos, as bicicletas devem vir com um manual contendo todas as normas de circulação e outras informações importantes para os ciclistas. Se você fabrica ou monta bicicletas e precisa de ajuda para preparar esse manual, fale conosco.

Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os importadores e fabricantes, ao comerciarem veículos automotores de qualquer categoria e ciclos, são obrigados a fornecer, no ato da comercialização do respectivo veículo, manual contendo normas de circulação, infrações, penalidades, direção defensiva, primeiros socorros e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro.

Poder Público tem obrigação de proteger os ciclistas

O órgãos responsáveis pelo trânsito em rodovias e vias urbanas tem a obrigação de garantir a segurança dos ciclistas. Por isso, ao alegarem que “é perigoso” circular de bicicleta em tal rodovia, estão assumindo publicamente sua omissão ou falha em prover essa segurança.

Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e segurança de ciclistas.

Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais e promover o desenvolvimento, temporário ou definitivo, da circulação, da segurança e das áreas de proteção de ciclistas;

Licenciamento e emplacamento de bicicletas

O Código permite aos municípios registrarem e licenciarem as bicicletas, caso decidam fazê-lo. No entanto, isso incorre em um desincentivo ao uso desse meio de transporte sustentável, caminhando em direção contrária ao que as cidades precisam.

Além disso, essa burocracia sempre vem acompanhada de diversos problemas de ordem prática, que são impossíveis de resolver. Esses problemas já foram elencados pelos ciclistas em Audiência Pública em São Paulo, quando se tentou implantar emplacamento e licenciamento de bicicletas no município.

Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de propulsão humana, dos ciclomotores e dos veículos de tração animal obedecerão à regulamentação estabelecida em legislação municipal do domicílio ou residência de seus proprietários [importante frisar: do domicílio ou residência, isentando a bicicleta de registro e licenciamento quando o proprietário for de outra cidade].

Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
XVII – registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de tração e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e arrecadando multas decorrentes de infrações;
XVIII – conceder autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal;

Clique aqui para ler a íntegra do Código de Trânsito

445 comentários em “Os direitos e deveres dos ciclistas no trânsito

  1. Desculpe, mas não entendi bem a pergunta.

    Você estava sobre a bicicleta e cruzava a rua na faixa de pedestres quando foi atropelada?
    Ou, desmontada, conduzia a bicicleta sobre a faixa de pedestres e foi atropelada por um veículo automotor?
    Ou ainda, estava cruzando a rua, a pé, na faixa de pedestres, e foi atropelada por uma bicicleta?

    Há situações diferentes do ponto de vista das providências que poderão ser exercidas.

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  2. MÁQUINA MORTÍFERA (ÔNIBUS NO RIO)
    JULGAMENTO DO RECURSO TERMINA EMPATADO, O VOTO DE DESEMPATE SERÁ DADO AMANHÃ, TERÇA-FEIRA, DIA 8
    I- ESTAMOS COMUNICANDO A TODOS QUE ACOMPANHAM NOSSA LUTA POR JUSTIÇA, QUE O JULGAMENTO DO RECURSO QUE FOI MARCADO PARA O DIA 17 DE SETEMBRO DE 2013 NA SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL, ONDE ESTIVEMOS PRESENTE, E FOI ADIADO PARA 01 DE OUTUBRO A PEDIDO DO RELATOR DES. JOSÉ MUINOS PINEIRO FILHO, PARA QUE O MESMO TIRASSE ALGUMAS DÚVIDAS, INCLUSIVE COM RELAÇÃO AO LOCAL DO ATROPELAMENTO ( TERMINAL DE EMBARQUE E DESEMBARQUE DE PASSAGEIROS NO LARGO DA MISERICÓRDIA, AO LADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO).

    II- NO DIA 1 DE OUTUBRO, DATA REMARCADA PARA O JULGAMENTO, COMPARECEMOS NA SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL. O RELATOR DESEMBARGADOR JOSÉ MUINOS PINEIRO FILHO ANTES DE DAR SEU VOTO COMENTOU QUE ESTEVE NO TERMINAL DE EMBARQUE E DESEMBARQUE DE PASSAGEIROS ONDE ACONTECEU O ATROPELAMENTO E CONSTATOU QUE ALI NÃO HÁ LOCAL PRÓPRIO PARA QUE AS PESSOAS ACESSEM AO TERMINAL COM SEGURANÇA, E QUE A BAGUNÇA DOS ÔNIBUS NO TERMINAL É VISIVEL E ASSUSTADORA, INCLUSIVE SE COMPROMETEU A ENCAMINHAR OFICIO PEDINDO A EXTINÇÃO DAQUELE TERMINAL, PARA QUE NÃO SE REPITA A TRAJÉDIA ACONTECIDA COM A ESTUDANTE DE 25 ANOS, MICHELLE CHAFFIN CUBEIRO, E OUTROS CASOS ANTERIORES. NO FINAL DE SEUS COMENTÁRIOS DEU O VOTO CONDENANDO O RÉU COM A PENA DE RECLUSÃO DE 2 ANOS E 8 MESES QUE PODERIAM SER CONVERTIDOS EM DOAÇÕES DE CESTAS BÁSICAS OU TRABALHO COMUNITÁRIO.

    III- APÓS O VOTO DO RELATOR FOI DADA A PALAVRA AO REVISOR DES. JOÃO ZIRALDO MAIA QUE VOTOU A FAVOR DA ABSOLVIÇÃO DO RÉU.

    IV- A SEGUIR FOI DADA A PALAVRA A DES. KÁTIA MARIA AMARAL JANGUTTA QUE ADIOU SEU VOTO POR ALEGAR ESTAR COM DÚVIDAS. O ADVOGADO DE ACUSAÇÃO PERGUNTOU A DESEMBARGADORA SE SERIA MARCADA DATA PARA DAR SEU VOTO E ELA RESPONDEU QUE SERÁ EM PAUTA.

    V- NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA, DIA 08 DE OUTUBRO, ÀS 13H ESTAREMOS PRESENTE NA SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL NA EXPECTATIVA DE QUE A DESEMBARGADORA KÁTIA SE PRONUNCIE EM RELAÇÃO AO SEU VOTO. AINDA TEMOS ESPERANÇA DE QUE A JUSTIÇA SEJA FEITA.

    VI- VAMOS INICIAR UM MOVIMENTO PARA A EXTINÇÃO DO TERMINAL DE EMBARQUE E DESEMBARQUE DE PASSAGEIROS LOCALIZADO NO LARGO DA MISERICÓRIA PARA QUE NÃO VENHA ACONTECER COM OUTRAS PESSOAS O QUE ACONTECEU COM NOSSA FILHA.

    VII- ESTAMOS RETORNANDO AO RIO PARA PARTICIPAR ATIVAMENTE, POIS ESTA É A NOSSA MISSÃO. ESTAREMOS APOIANDO E PARTICIPANDO DO MOVIMENTO OCUPA CÂMARA RIO PELA SUSPENSÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI) DOS ÔNIBUS, INSTALADA NA CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO PARA APURAR O ENVOLVIMENTO DOS EMPRESÁRIOS DE ÔNIBUS DO MUNICÍPIO COM O PODER PÚBLICO. E PEDIMOS AOS ORGANIZADORES DO MOVIMENTO QUE NOS PERMITAM ARMAR NOSSA BARRACA NA OCUPAÇÃO. POIS NÃO PODEMOS DEIXAR DE PARTICIPAR DESSA LUTA QUE É DE TODOS NÓS.

    OBS: HOJE ESTAREMOS NA CANDELÁRIA APOIANDO A MANIFESTAÇÃO DOS PROFESSORES.

    MAIS INFORMAÇÕES NO TRANSITOMAISHUMANO.BLOGSPOT.COM
    CEL: 9122-9107

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  3. Sou especialista em trânsito, fui Policial Rodoviário há décadas, nunca presenciei tanta irresponsabilidade dos organismos públicos no que se refere ao trânsito.Não entendo quando se diz que o intuito do CTB é o de preservar a vida. O novo código só um sentido, o de arrecadar,tem falhas gritantes ao determinar as normas e especificar as diretrizes de norteamentos,no aspecto pedagógico, ao discorrer em seus itens e artigos, fogem à estética, ha também um sentido arrogante bem menos democrático ao se compará-lo com os das décadas de 40 e o de 66, estes, foram baseados na Convenção Internacional de Trânsito.

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  4. Há excepcionalidades. Por exemplo, se a ciclofaixa ocupar a frente das garagens de residências ou mesmo de comércios, o Trânsito será permitido para viabilizar esses acessos, mesmo porque o Código, por analogia, assim o permite.
    Não há porque cogitar do direito adquirido ao uso das próprias vagas, uma vez assegurada suas existências segundo a legislação da época do habite-se ou alvará.

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  5. Willian e demais,

    Vocês sabem me dizer se é permitido parar para embarque e/ou desembarque em ciclofaixas? Não há menção no código de trânsito. Como é essa questão em São Paulo? Na ciclofaixa da Moema creio que é um pouco diferente pela faixa de estacionamento colado à ciclofaixa. Aqui em Fortaleza está sendo implantada uma ciclofaixa do lado direito de uma rua, sem essa faixa de estacionamento que houve em Moema.

    Como o código fala apenas na proibição de estacionamento, presumo que seja permitido para os veículos parar na ciclofaixa para embarque ou desembarque, ou vocês veem outro entendimento? Obviamente a parada deve ser apenas no tempo necessário para o embarque e desembarque, além disso, torna-se estacionamento. Também entendo que não é possível fazer embarque e desembarque junto à ciclofaixa, pois configuraria-se em parar no meio da via, o que não é permitido.

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    1. Não, Gustavo, não é permitido. Ciclovia e ciclofaixa equivalem à calçada em termos de proibições e infrações, pois o risco à vida é o mesmo. Apesar do artigo 181 falar apenas em “estacionar”, o 193 fala em “transitar” e, para parar, é preciso transitar até ali. O mesmo artigo se aplicará se o motorista parar sobre uma calçada, pois transitou sobre ela para fazê-lo.

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      1. Há excepcionalidades. Por exemplo, se a ciclofaixa ocupar a frente das garagens de residências ou mesmo de comércios, o Trânsito será permitido para viabilizar esses acessos, mesmo porque o Código, por analogia, assim o permite.
        Não há porque cogitar do direito adquirido ao uso das próprias vagas, uma vez assegurada suas existências segundo a legislação da época do habite-se ou alvará.

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      2. Pois é, Diógenes. Para acessar garagens é preciso ‘transitar’ na ciclofaixa, mesmo que só cruzando. Mesmo com a resposta do Willian, continuo tenho minhas dúvidas, pois, pegando a analogia do acesso à garagem, o condutor pode parar na ciclofaixa praticamente sem transitar, semelhante ao quanto ele transita ao acessar uma garagem. Alguém sabe como os órgãos de trânsito de cidades brasileiras agem nesse aspecto?

        Em relação ao passeio, o código diz o seguinte: “V – o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento;” – então está bem claro no código que o veículo não pode parar para embarque-desembarque na calçada, só pode fazer o que tá nesse item. Em relação à ciclofaixa, não há essa delimitação.

        Continuo com o palpite de o código permite parar para embarque e desembarque sobre a ciclofaixa. Deveria haver um item semelhante a este acima relacionado à ciclofaixas, porque não considero razoável permitir realizar embarque e desembarque em ciclofaixas – existem vias transversais para isso, e existe dois pés pras pessoas caminharem meia quadra até seu destino.

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        1. Gustavo, o que abunda não prejudica, dizem; creio, porém, ser correta quanto às ciclofaixas a aplicação por analogia do dispositivo mencionado por você.
          Tão somente durante as manobras para ingresso e saída da garagem, respeitado o trânsito, é possível transitar pela faixa.
          Se assim não fosse possível, poderia, por exemplo, ocorrer a hipótese absurda de ao veículo ser permitido o uso da calçada, mas que a ela não pudesse acessar ou dela não poder sair.
          Nem por isso consigo identificar no Código autorização para estacionamento mesmo que para embarque e desembarque, a menos que especificamente autorizado, sobre os espaços nas vias destinados ao rolamento, como são as ciclofaixas.

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          1. Diógenes, pois é. Estacionamento para embarque e desembarque é identificado no código pelo termo “parar” – tem a definição nele. Acho que deveria ter essa proibição expressa no código (proibido parar) ou a analogia desse item da calçada à ciclofaixa (só pode transitar pra acessar imóveis). Costuma-se falar, em trânsito, que o que não é proibido é permitido. Por isso acho que nosso código falha nisso. Ou então fica à critério do órgão municipal… Aqui em Fortaleza acho que vão permitir o embarque e desembarque, em breve ficarei sabendo. Gostaria de saber como é feito em outras cidades.

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          2. Gustavo, não existe isso de por não ser proibido, ser permitido. Não em matérias penais e administrativas, como a legislação de trânsito. Neste você só pode fazer o que lhe é permitido. E estacionar sobre faixas de rolamento não é, a menos, claro, que devidamente permitido e assim sinalizado.
            A Ciclofaixa, como regra geral, serve para preservar, segregada e prioritariamente, o movimento de bicicletas. Sequer seu estacionamento. No entanto, é direito do órgão gestor da via determinar as intervenções ao longo do percurso. Inclusive áreas para embarque e desembarque.
            Quanto a sinalização a lei já possui as previsões devidas, cabendo aos mesmos órgãos sua utilização.
            Suponho que os órgãos tenham entendimento comum, mas, talvez você devesse encaminhar sua dúvida diretamente aos mesmos.

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          3. Diógenes, é permitido estacionar em faixas de rolamento junto à calçada, só é proibido onde tenha placas proibindo estacionamento. No código há que é proibido estacionar a mais de 50cm da calçada. Não há permissões no código, há proibições. Eu posso estacionar junto à calçada porque não há nada no código proibindo isso, e não porque existe nele a permissão. Não é preciso colocar placas de proibir estacionar em ciclofaixas porque o código já proíbe, entretanto ele não proíbe parar para embarque/desembarque em ciclofaixa. Outro exemplo: em cruzamentos é permitido fazer qualquer conversão a não ser que exista placa proibindo. Estou aqui com uma advogada que disse que, na verdade, em penal e administrativo só não é permitido aquilo que está proibido em lei, isso para o cidadão. Para administração pública que é como você disse: só se pode fazer o que está permitido em lei.

            Continuo com a opinião de que é possível embarcar e desembarcar em ciclofaixa, a não ser que haja a placa proibindo a parada. Aqui em Fortaleza o órgão está permitindo o embarque e desembarque, e acho realmente que está dentro da lei.

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  6. Não sou advogado, mas tem bastante coisa aí a ser avaliada.
    1) Se seu carro é atingido por outro que avançou o sinal e você está irregular, por exemplo: IPVA do carro vencido, motorista de chinelo, você tem culpa parcial. Neste caso, o carro estava irregularmente na calçada. Neste caso, o dono do carro está sem razão.
    2) Por outro lado, você, por imposição da fechada, desviou para a calçada onde também não poderia estar. Não sei como o código vê o atenuante que você foi obrigado a desviar.
    3) Quem bateu no carro foi você. Se você não tem como trazer o cara que te fechou para a situação, acho que legalmente você é responsável pelo prejuízo do cara. Por exemplo: se um ônibus é atingido por outro veículo e alguém no ônibus se machuca, quem responde pela pessoa é o ônibus pois a pessoa está sob a guarda dele. A empresa de ônibus é que depois terá que se entender com o veículo que bateu no ônibus.
    Ou seja, a legislação está aí para cada um puxar para o seu lado.

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  7. Tenho uma duvida, eu estava descendo uma rua com minha bike (uma bmx) um cara saiu da garagem e fez um “balao” me fechando e desviei e tive que subir na calçada e acabei batendo em um carro que estava em cima da calçada o carro que eu bati tava estacionado metate na rampa e metade na calçada publica agora oproprietario do carro quer que arque com as despesas dele, eu estava na minha mao certa quando estava descendo a rua e me machuquei pra caramba. eu estou errado nisso ??

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    1. Por tua descrição parece que estarias em velocidade incompatível com o local. Caso contrário acionarias o freio e evitarias o acidente.
      Além do mais, calçada não é lugar para ciclista.
      Tampouco é lugar para o automóvel. Excetuados quando tratar-de de estacionamento autorizado ou quando estiver transitando da garagem para a via e vice versa.
      Assim, em não sendo esses os casos e o carro estivesse simplesmente estacionado no passeio, o acidente seria provocado pela concomitância de culpas do ciclista e do motorista/proprietário.
      Aparenta, pois, em princípio, um caso típico de culpa concorrente.
      Os dois estavam errados e por isso ninguém é menos culpado que o outro.
      Entregue o caso para o exame de um advogado.

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  8. Muito útil e bom este site,trazendo clareza quanto as leis de transito,no que se refere as bikes,como também todos os comentários muito pertinentes,quase todos,fruto de quem usa as magrelas. Parabéns……

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  9. Willian, gostaria de lembrar de mais um artigo do CTB que muitas vezes nos fazem respeito:

    Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que isso não constitui perigo para eles e para outros usuários da via.

    Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o condutor.

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    1. Mas que absurdo! A autoridade mandando descumprir a lei.
      E ainda não foi preso?
      Se alguém fizer o que aconselham e causar acidente, vai descobrir que os caras da Prefeitura não têm competência legal para fazer o que fizeram e vai se lascar sozinho.

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  10. Tiago e Rafael,

    Eu pensei que havia deixado claro que me referia aos ciclistas e pedestre que invadem a pista juntamente com o fluxo de carros.

    Não tem muito tempo, eu estava com minha filha no carro, banco de tras, quando um ciclista saiu da lateral da via e entrou inesperamente no meio de veículos e provocou batidas e no meio disso tudo… um onibus não conseguiu parar a tempo pegando a treseira do meu veículo e fiquei com minha filha hospitalizada por 3 dias. Ñão tem muito tempo que uma mulher se lançou na frente de carros no centro de vitoria forçando uma travessia no meio dos carros e causou um acidente grave de moto.

    Explicando melhor agora… essas pessoas que trafegam sem tomar cuidado algum… sem respeitar o transito, sejam como pedestres, ciclitas, etc… são suicidas… eu não encaro como vitimas. Essa foi a minha colocação… para esse tipo de pessoa… e o nosso CTB não preve penalidade alguma….

    O nosso CTB diz como o ciclista deve se comportar nas vias onde há ciclovia e onde não há, porém, são poucos que praticam orientações e fica por isso mesmo.

    Então temos que aprender a ver como condutores de veículos automotores, temos que aprender a ver como ciclista, e como pedestre e fazer um balanço se realmente o nosso CTB trata as questões com equilibrio, e na minha opinião, não trata. Digo por experiencia própria… pois o ciclista que provocou o acidente… não foi convocado nem para prestar esclarescimentos, e olha que houve vitimas! simplesmente pq no CTB não preve essa situação.

    Obrigada pelo espaço. Desculpa se não consegui ser clara.

    Comentário bem votado! Thumb up 4 Thumb down 0

    1. Raquel,

      Razões você tem. Uma é primária, a falta de educação e que se reflete no transitar. Outra toca em ferida grave e quase tão grave quanto. A imperfeita inserção institucional dos atores no trânsito perante o CTB.
      De fato, ainda que não seja de todo impossível o enquadramento legal de pedestres e ciclistas, na prática tem sido luta inglória alcançar atribuir-lhes eventuais responsabilidades.
      Mas se identificados fica facilitado caracterizar a infração penal, se houver, e a busca do ressarcimento dos danos.
      A distinção também foi apropriada. Nem todo o pedestre é um masoquista em busca de seu sádico. Nem todo o motorista um algoz em busca de vítimas. Tampouco todo o ciclista é um velocista em busca de espaços nas vias públicas para exercitar o seu esporte.

      Bom dia.
      Ricardo

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    2. Raquel, lamento pelo seu acidente. Espero que estejam bem.

      A lei se aplica a todos. Se um ciclista ou pedestre provocar um acidente, ele pode ser punido de acordo com a lei penal e ter que ressarcir pela lei civil. Nesses casos, o melhor é procurar um advogado.

      Mas lembro que morrem no Brasil mais de 40.000 pessoas por ano, e nenhuma dessas mortes é causada por bicicleta. Temos o 4º trânsito mais violento do mundo. Há alguma coisa bem errada no trânsito do nosso país e, não tenho dúvidas, não são as bicicletas ou pedestres.

      Por fim, desculpe a insistência, mas ainda não entendi onde o ciclista deve andar, na sua opinião. Você disse dos ciclistas que invadem a pista. Mas onde eles devem andar (quando não há ciclovia, é claro)?

      Polêmico. O que acha? Thumb up 4 Thumb down 4

  11. Oi Raquel. Não entendi a questão. Onde o ciclista deve trafegar na sua opinião? A lei manda pedalar na rua, salvo se houver ciclovia no local.

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